"Que o futebol feminino está em acelerada expansão, é uma evidência, não só em Portugal, nem especialmente em Portugal, mas em quase toda a Europa e mesmo no Mundo.
O próximo Campeonato Mundial, a iniciar dentro de duas semanas na Austrália e na Nova Zelândia, vai ser mais um passo importante na crescente mediatização de fenómeno - que ainda demorará alguns anos a atingir a popularidade do seu irmão masculino, mas que, estou seguro, um dia chegará lá perto. É, de resto, essa a tendência natural numa sociedade que queremos ver evoluir para a igualdade a todos os níveis, não sendo o desporto uma excepção.
Se olharmos para os 26 clubes apurados directamente para a fase de grupos da Champions League masculina, 25 deles têm também equipas femininas. A única e triste ausência chama-se FC Porto, algo que para Portugal e para os portugueses que gostam de futebol é, no mínimo, embaraçoso.
Trata-se, de facto, de uma excentricidade, que em 2023 já não devia ser tolerável. Aparentemente, a comunicação social ignora este assunto. E nem a FPF parece muito preocupada, talvez para não ferir susceptibilidades - como tantas vezes, como em tantos outros temas.
Diga-se que, salvo uma parceria no voleibol, não vemos qualquer outra equipa feminina do FC Porto em qualquer modalidade de relevo, o que faz suspirar que naquele clube ainda se olha para as mulheres com olhos do século passado, ou, pior ainda, com os olhos de quem frequenta bares de alterne.
Nós, pelo contrário, podemos orgulhar-nos das nossas equipas femininas, dos múltiplos títulos conquistados, e de forma como o Benfica dignifica o desporto, dignifica as mulheres, e se posiciona numa sociedade moderna, onde, lado a lado, tentamos ser melhores.
É pena fazê-lo sozinhos, mas, como diziam os Trovante: quando outros calam, cantemos nós."
Luís Fialho, in O Benfica
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