"Já se disse tudo sobre este clássico, mas como a minha crónica é à quinta-feira só hoje posso dizer algo e vincar algumas coisas.
Este Porto- Sporting era o jogo de título. O Porto com seis pontos de avanço, se vencesse dilatava a sua vantagem para 9 pontos, mas se perdesse a questão do título estaria relançada. Com este empate o Porto se souber gerir a sua vantagem será campeão.
Foi um jogo em que teve três fases distintas. A 1.ªfase, o Sporting com uma eficácia brutal chegou ao 2-0 e tentar controlar essa vantagem. Esse período durou até ao empate do Porto.
Há um lance que marcou o jogo, não sabemos se sem a expulsão do Coates as coisas se passariam da mesma maneira ou de forma diferente. Coates ao ver o 2.º amarelo foi expulso, mas fiquei com a ideia que o primeiro amarelo mostrado a Coates é um equívoco do árbitro.
A 2.ªfase veio após o empate a 2-2. O Porto é uma equipa que nunca se rende, luta e tem um perfil ganhador. A verdade é que depois do empate pouco se jogou, com muitas paragens de jogo, várias quezílias e disputas de bola para além do normal.
A 3.ªfase após o apito final, os ânimos aqueceram com troca de galhardetes verbais e chegando a vias de facto.
Os jogadores das duas equipas iniciaram o que há de pior no futebol. O que não se resolveu durante o jogo, procurou-se fazer de outro modo: empurrões, bofetadas, tentativas de agressão. Tudo isto deu azo a quatro expulsões: Pepe, Marchesín, Tabata e Palhinha.
A verdade é que o árbitro não conseguiu controlar esta situação em que se viu o staff e seguranças do Porto, dentro do relvado. Foi um enorme sururu.
As imagens são uma vergonha para o futebol português.
Para ainda piorar a situação, o Sporting alega uma pretensa "espera" ao seu presidente. Fala-se de agressões, insultos e, até, de roubo a Frederico Varandas.
Numa situação como estas a conferência de imprensa, em vez de apaziguadora, ainda incendiou mais os ânimos.
O habitual no futebol português, em vez de, falar-se do jogo propriamente dito dos jogadores no seu desempenho, fala-se de dirigentes, seguranças, presidentes, roubos, porrada, etc.
A feia imagem do futebol português, transmitida para todo o mundo com cenas típicas do futebol sul-americano, que nada tem que ver com o futebol europeu.
Lamento e, mais uma vez, fica demonstrado que o futebol português tem que mudar de vida. Num jogo todos os responsáveis: jogadores, dirigentes, staff, tem que interiorizar que podem ganhar, perder ou empatar.
A disputa é dentro das quatro linhas e depois recolhe-se ao balneário com respeito pelo adversário.
Foi o caos total que terminou com uma monumental bagunça em que ninguém se entendia. Foi mau demais para ser verdade.
O futebol português está assim e vai continuar assim, caso não se ponha cobro a estas situações, com averiguações pelas imagens transmitidas e sanções exemplares. A impunidade grassa na nossa sociedade e o futebol não é alheio.
Sem tomar partido, mas pelo que vi, dentro e fora do terreno de jogo, é demasiado grave para que não haja consequências. A culpa, para mim são repartidas pelo Porto e Sporting.
Intimidações, insultos, agressões devem ser banidos do futebol. As notícias desta semana dão conta que o Conselho de Disciplina da Federação já castigou jogadores e suspendeu outros.
Ainda bem!"
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