"Águias Voam Alto e Estão na Liga dos Campeões!
Foi épico! Foi (quase) histórico! Pela segunda vez na história – e nas últimas três épocas – a equipa de voleibol masculino do Sport Lisboa e Benfica qualificou-se para a fase de grupos da Liga dos Campeões.
Esta é a prova maior de clubes homologada pela Confederação Europeia de Voleibol (CEV) e as águias estão agora, três eliminatórias de qualificação (a duas mãos) ultrapassadas, entre as 20 melhores equipas da Europa.
Inseridos no grupo D, os encarnados vão defrontar os alemães do Berlin Recycling (líderes da Liga alemã com sete vitórias em sete jogos), os sérvios do Vojvodina (atuais pentacampeões e clube mais titulado – 18 campeonatos – do respetivo país) e os russos do FK Zenit (vice-campeões da Rússia, atualmente em quarto lugar na sua liga).
As honras de apadrinhamento das águias caberão a estes últimos, que vão receber os campeões portugueses no último dia do mês corrente.
Rebobinando: para aqui chegarem, as águias bateram os estónios do Bigbank Tartu (3-1 fora e o mesmo resultado em casa), os finlandeses do VaLePa Sastamala (3-0 na Luz e 3-1 no Norte da Europa) e, por fim e de forma absolutamente gloriosa, os checos do Karlovarsko (derrota por 3-2 em Lisboa e triunfo por 3-1 em Karlovy Vary). Mas que motivos há para se falar em triunfo épico? na Liga dos Campeões
Vários. No entanto, um soergue-se por sobre os outros: a galhardia e capacidade demonstradas na cara das adversidades. Nas duas eliminatórias anteriores, nunca a turma de Marcel Matz (técnico brasileiro que tem feito um trabalho de alto louvor nos encarnados) havia estado em desvantagem. Até que chegou ao Pavilhão da Luz um grupo checo decidido a vergar os pupilos de Matz.
Na primeira mão, as águias perderam os dois primeiros sets – e de forma relativamente categórica. O impulso dos adeptos presentes (que se apresentam em maior número e com mais ruído nos jogos de voleibol do que em qualquer outra modalidade) forçou o empate a dois. Os checos haveriam de vencer o quinto set, vencendo a primeira batalha.
Não venceram a guerra. Venceram, no entanto, o set inaugural da segunda mão, alcançando um agregado de 4-2 e colocando-se a um set de distância da fase de grupos da CEV Champions League.
Mal sabiam os checos que nesta equipa de voleibol do SL Benfica há “Raça, Crer e Ambição” como em nenhuma outra. 25-23 para as águias no segundo set e a águia começava a levantar voo.
Terceiro set controlado pelos encarnados e o 25-21 final colocava a eliminatória num agregado de 4-4 e as águias a um set de voltar a fazer história. No quarto set (que viria a ser o derradeiro), o Karlovarsko conseguiu uma vantagem de dois pontos que teimava e teimava até ser diluída pelos portugueses na reta final do set.
O 23-23 registado a certa altura adensou o clima no lotado pavilhão checo. Com toda a calma (mesmo colocando em quadra alguns jovens em momentos de tensão), as águias fizeram o 24-23 e fecharam o encontro no primeiro match point que tiveram à disposição. Tenso, suado, épico. na Liga dos Campeões
A festa da comitiva portuguesa foi de arromba, ainda no pavilhão e sentia-se pelo ecrã a irradiação da felicidade que assiste aqueles que fazem história e o percebem no imediato. O vocábulo “melhor” encerra em si algum grau de subjetividade, mas parece-me seguro escrever que, nesta eliminatória, venceu a melhor equipa.
No final, foi uma vitória da determinação, da crença, da união, da qualidade, da vontade. Foi uma vitória de Marcel Matz, da restante equipa técnica, dos jogadores, dos adeptos. Foi uma vitória do voleibol encarnado… e do voleibol português! Agora… é sonhar!"
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