"Enquanto presidente de Direcção, João José Pires esteve sempre disposto a ajudar o Clube
João José Pires encabeçou uma Direcção histórica na vida do Clube, mas menos conhecidos são os seus vários gestos de dedicação desinteressada. Aprovado como sócio do Sport Clube de Benfica em 13 de Maio de 1908, foi eleito presidente da Direcção no mês seguinte, em 28 de Junho.
Uma das primeiras acções da nova gerência foi a organização dos festejos comemorativos do segundo aniversário do Clube, que se realizaram em 9 e 16 de Agosto desse ano. O programa incluiu um certame de desportos atléticos no Campo da Feiteira, e um sarau, quermesse e baile, num dos armazéns da propriedade do presidente da Direcção, que se disponibilizou a pagar pelos seus próprios meios as obras necessárias nas portas e canalizações de gás. Por este gesto, João José Pires recebeu um voto de reconhecimento e, mais tarde, devido ao brilhantismo das festividades, para o qual muito contribuiu o esforço do presidente, um voto de louvor por parte do Clube.
Esta gerência ficou, principalmente para a história pela junção do Sport Clube de Benfica com o Sport Lisboa, em 13 de Setembro de 1908, mantendo a identidade de cada um, unidos num só. João José Pires, enquanto presidente do Sport Club de Benfica, continuou como presidente do Sport Lisboa e Benfica e, em 18 de Fevereiro de 1909, foi reeleito para um novo mandato, que durou até 2 de Fevereiro de 1910.
O Clube teve de ultrapassar vários problemas financeiros, em parte por falta de pagamento das quotas, tendo-se realizado várias iniciativas para a sua cobrança e liquidação e, ainda, de obtenção de fundos através de outras diligências, como récitas de saraus. Novamente, João José Pires cedeu generosamente uma propriedade para a realização de festas, na Rua Direita de Benfica, n.º 284.
O presidente também se mostrou disponível para auxiliar o Clube com o empréstimo do capital necessário para melhorias do Campo da Feiteira. Contudo, estes planos não viriam a realizar-se, ao serem informados de que os terrenos estavam destinados à Câmara Municipal de Lisboa para a construção de um parque ou então, se este projecto não avançasse, o proprietário faria o arrendamento do campo por 800 mil réis por ano. Na impossibilidade de suportar o aumento de renda, ficou decidido que procurariam outro terreno, seguindo-se anos de incerteza, mas também de consolidação do Benfica.
João José Pires viria a falecer pouco depois, em 6 de Março de 1913, com 53 anos, mas entrou nos anais da história do Benfica pela sua gerência e acções beneméritas. Na área 28 - Homens do Leme, no Museu Benfica - Cosme Damião, pode saber mais sobre os presidentes do Clube."
Lídia Jorge, in O Benfica
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