"Admito que tenha sido dramático para o Vitória de Guimarães ver um golo decisivo para o resultado do jogo e até para uma eventual presença na final da Taça da Liga, marcado no último minuto do tempo de compensação, ser anulado por intervenção do videoárbitro, que levou Jorge Sousa a ir ver as imagens daquele último lance e a rectificar a sua primeira decisão. Admito, até, que seja anti-climax, que colida com a natureza emotiva do jogo, mas defende a verdade desportiva e esse princípio, aliás, fundamental, deve estar acima de todos os outros.
Não fosse o VAR a esta seria uma meia-final que se decidira nos penáltis. E se não fosse possível ver e rever as imagens do lance que envolveu o jovem guarda-redes portistas apenas os adeptos fanáticos não estariam de acordo com a primeira decisão do árbitro. Muitos jogos, ao longo de mais de um século de existência deste jogo que apaixona o mundo foram decididos por erros humanos (não falo de outros tipos de erro). E, no entanto, foi assim que o jogo cresceu, ganhou a paixão dos adeptos, levou espectáculo a uma dimensão universal. Era melhor antes? É licita a aceitação do erro humano e até admissível acharmos que o erro deve fazer parte do jogo, para não perturbar, como VAR perturba, a essência emocional do futebol?
Eis uma questão difícil de responder. Por mim, até pela natureza permissiva e negociável do género humano, julgo que é preferível a entrada em jogo das novas tecnologias, capazes de dar mais verdade ao resultado. Importante é que sejam usadas com os mesmos critérios e a mesma isenção, como ontem aconteceu em Braga. Depois será, apenas, uma questão de hábito."
Vítor Serpa, in A Bola
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