"«Uma vez por semana, o adepto foge de casa e vai ao estádio. Ondulam as bandeiras, soam as matracas, os foguetes, os tambores, chovem serpentinas e papel picado: a cidade desaparece, a rotina esquece-se, só existe o templo.»
Eduardo Galeano
O fim está tão próximo que até já ouço o tic tac do relógio em cada olhar que troco na rua, em cada cumprimento no trabalho, em cada combinação do whatsapp que se faz para sábado. Todavia, o fim do campeonato está próximo, mas não acabarão as polémicas sobre as arbitragens, o VAR, o desrespeito pelos adeptos e a vergonha dos horários dos jogos (a más horas e sem calendarização atempada). O campeonato acaba no sábado e o Benfica vai ganhar (tenho sempre medo de escrever ou dizer estas palavras no futuro, confesso). Depois virá a pausa para selecções, as férias dos jogadores, a pré-época e tudo vira saudades. Faltar-me-á o Benfica... e os amigos. O Benfica das amizades sem género, cor, religião, idade, profissão, com desconhecidos que se tornaram conhecidos e depois amigos. Das roulottes ao porco, das redes sociais ao Benfica Independente, o meu 37 fez-se disso. Também se fez de vitórias e Vitória, de ver a luz e das luzinhas, mas, e sendo paternalista, tenho pena, muita mesma, de quem não ganha com este título mais do que apenas uma piada ou um comentário para atirar ao colega. O (meu) Benfica é comunhão. É partilha de bons e maus momentos, é conversar até tarde, é dividir cervejas, é apreciar um bom queijo da serra. O (meu) Benfica faz-se de muitos, e de muitos, um. O Benfica. E agora vou afinar a garganta, pegar no metrónomo e testar o ritmo do «Benfica, dá-me o 38!»"
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