"Um jogo mágico em Anfield, um espectáculo digno do Bolchoi, uma memorável reviravolta, que percorreu um mundo à procura dos adjectivos certos que a mente humana fosse capaz de produzir. Messi, o deus maior do jogo da primeira mão, derretido pela força e o calor de uma equipa no máximo do prazer de jogar.
Depois do jogo, poucos minutos depois de ouvir o emblemático estádio de Liverpool a cantar a dezenas e dezenas de milhares de vozes o Imagine de John Lennon (...imagine all the people living for today... mudei de canal à procura das análises, das explicações possíveis para aquele maravilhoso feito dessa muito peculiar equipa, do muito especial Jurgen Klopp. Na A Bola TV, o José Manuel Delgado e o André Pipa aceitavam, com visível prazer, o compromisso de mudar o guião previamente estabelecido e falavam do que tinham acabado de acontecer de verdadeiramente extraordinário no mundo do futebol. Por curiosidade, passei por outros. O assunto inadiável do dia, o assunto apaixonante da sessão, a assunto que desvalorizava a existência de todos os outros, era um escrito desnecessário infeliz de Pinto da Costa, ao qual uma qualquer newsletter do Benfica respondia no mesmo tom primário e sem virtude.
É assustador. Não ponho em causa que essa patética discussão caseira fosse o tema que, naquele momento, gerasse mais audiências desportivas em Portugal, mas isso inquieta-me e preocupa-me, porque entrega, definitivamente, tais audiências ao domínio do provincianismo patológica, o que também explica como, em matéria de futebol e de desporto, tanta gente se comporta mais redes sociais."
Vítor Serpa, in A Bola
De patetas e patetices também tu te identificas
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