"Há uns anos, quando lhe conveio, Pinto da Costa disse uma verdade intemporal: «Estar sempre a falar de árbitros, além de ridículo, é estúpido. Como há muitos estúpidos, vai-se continuar a falar».
Por culpa de uma guerra de comunicação feita de ataques do FC Porto e contra-ataques do Benfica, muito se falou, de facto, ao longo desta época, de árbitros e arbitragens.
Por culpa dos árbitros, também, réus em vários lances dificilmente explicáveis para quem tem VAR, e de um sistema que aposta na opacidade do sector, fazendo crescer a desconfiança.
Pelo que está à vista, quem ficar em segundo lugar neste campeonato vai clamar contra os ventos e marés que o impediram de chegar ao título.
E a próxima temporada tem tudo para começar sob um clima ainda mais deteriorada do que aquela que penosamente vivemos em 2018/2019.
O tempo, numa sociedade normal, que tivesse na mira o interesse da indústria do futebol, deveria ser de balanço e reflexão conjunta, com a Liga e os clubes que a compõem a procurarem soluções que evitem este progressivo afastamento da Europa.
Porém, o que seria um mínimo exigível num contexto de civilização, está fora do alcance no cenário de barbárie verbal que tomou conta do futebol em Portugal, ao nível dos clubes.
Os próximos anos, mantendo-se a ausência de centralização de direitos televisivos, têm tudo para aprofundar o cada um por si vigente, tornando mais fundo e mais largo o fosso não só entre os grandes e os outros, mas, ainda, entre quem vai à Champions e quem fica de hora. Haverá quem seja capaz de defender que esse é o melhor caminho?"
José Manuel Delgado, in A Bola
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