"A justiça desportiva em Portugal é altamente ineficaz, por lenta e ronceira, mostrando-se completamente desajustada à realidade que disciplina. E a culpa não é de quem a exerce, que está manietado pelos regulamentos, mas da fórmula encontrada, que replica os procedimentos da justiça comum, numa má adaptação de circunstâncias diversas. À justiça desportiva pode-se que aligeire processos, criando a celeridade adequada à dinâmica das competições. E não é preciso ir muito longe para encontrarmos bons exemplos. Basta pôr os olhos na UEFA ou na FIFA para percebermos como as coisas podem ser feitas de forma muito mais expedita; ou mesmo na Premier League, que também não se deixa afogar em burocracia e decide geralmente em tempo útil. Se quisermos, contudo, ir um pouco mais longe, temos o exemplo dos desportos colectivos profissionais nos Estados Unidos, onde vemos decisões de um dia para o outro, ágeis, rápidas e justas. Por cá, enquanto entenderem que os tempos da justiça desportiva devem ser os mesmos da justiça comum, o arrastar dos pés decorrente cobrirá, inevitavelmente, de ridículo, decisões fora de tempo, cuja eficácia prática acaba por deixar muito a desejar. Exemplos?
Há uma semana o país desportivo deu sonora gargalhada quando foi informado de que Bruno de Carvalho tinha sido punido com 30 dias de suspensão por algo que fez em 27 de Março; hoje soube-se que o pavilhão João Rocha vai ser fechado por um jogo, por incidentes do play-off da época passada. Valerá a pena, creio, que se gaste algum tempo a pensar se não será possível alterar esta apologia da câmara lenta."
José Manuel Delgado, in A Bola
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