"Portugal, é um país de futebol e os portugueses têm, do ponto de vista desportivo, um género de monocultura. É pena que assim seja. Não apenas porque desvirtua a ideia multidisciplinar do desporto enquanto entidade de dimensão universal, mas também porque acaba sempre por desvalorizar os grandes atletas e os grandes campeões que temos tido, incluindo olímpicos, e que nas circunstâncias difíceis do desporto português só o puderam ter sido com um esforço sobre-humano.
Será por tudo isso que o Tour de France vai passando mais ou menos despercebido e não se vê como uma prova popularmente consagrada em Portugal. No entanto, será, com toda a certeza, um dos espectáculos mais empolgantes, mais belos e mais competitivos do desporto mundial.
A etapa de ontem voltou a ser soberba e trouxe-nos a visão de que todos os grandes deuses do desporto são, afinal, humanos. Chris Froome, o grande campeão e principal candidato, mostrou-se vulnerável na sua condição humana e viu-se desportivamente batido na alta montanha. Um colega de equipa, o galês Geraint Thomas, aproveitou para consolidar a sua posição de líder e passar a ser o principal candidato à vitória. Faltam, porém, até à consagração em Paris, no próximo domingo, duas etapas decisivas. Amanhã, a etapa rainha dos Pirenéus e, no sábado, um contrarelógio que, muito provavelmente, será decisivo.
Se aqueles que me lerem puderem aceitar o conselho de amigo, vejam esta ponta final da maior prova de ciclismo do mundo. Dá na RTP, com excelentes e competentes comenta´rios de Marco Chagas, ou no Eurosport."
Vítor Serpa, in A Bola
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