"À partida todos os jogos são iguais, mas uns valem 3 pontos e outros apenas 2. Porquê?
Porque foi entendido que, face à postura super defensiva de muitas equipas, era de privilegiar o jogo de ataque bonificando os vencedores com mais um ponto.
A ideia até pareceu lógica: face à incapacidade (ou falta de vontade) de penalizar o jogo passivo e o anti-jogo, a solução seria atribuir mais um ponto a cada vitória.
Acontece que, com essa decisão, os jogos empatados – mesmo que seja a 5-5 ou 6-6, em que todos jogaram abertamente ao ataque –, traduzem-se no paradoxo de as equipas amealharem um ponto e perderem dois!
Além de nunca ter ficado provado que as vitórias resultam sempre de mais e melhores ataques (relembro um célebre União da Madeira-Sporting, 1-0, de há uns anos atrás...), quer-nos parecer que o princípio da igualdade levou aqui um grande abanão...
Vejamos o que acontece noutras modalidades.
Em Portugal, apenas o hóquei em patins utiliza o sistema 3-1-0 (V-E-D) idêntico ao futebol; no basquetebol não há empates e utiliza 2-1 (V-D), isto é, cada jogo vale 3 pontos e penaliza com zero a falta de comparência; e o andebol utiliza 3-2-1 (V-E-D), valoriza o empate com 2 pontos e a derrota com 1, pelo que cada jogo vale 4 pontos; haverá aqui alguma discrepância, já que 3 empates (6 pontos) equivalem a 2 vitórias, enquanto no futebol e no hóquei os 3 empates (3 pontos) equivalem a uma única vitória.
Não nos referimos ao râguebi, pois estava em vias de aplicação (julgamos que ainda a título experimental) um sistema para valorizar também o número de ensaios.
Mas voltando ao futebol: como tantas vezes acontece, a necessidade aguça o engenho, pelo que um pontinho ajuda muito na contabilidade das equipas mais modestas, ainda que seja com o autocarro à frente da baliza; e se para alguns um ponto é ganho, para quem quer ser campeão dois pontos são enorme perda!
Que fazer, então, para repor o tal princípio da igualdade?
O mais lógico seria voltar ao sistema antigo (2-1-0 para V-E-D) e acabar com os 3 pontos por vitória; que passaria apenas a funcionar como forma de desempate na classificação final, bastando considerar o número de vitórias como primeira regra.
Outra maneira seria acabar com os empates: cada jogo valeria sempre 3 pontos, atribuídos à vitória; em caso de empate ao fim dos 90 minutos, haveria desempate por pontapés de penalti, sendo atribuídos 2 pontos ao vencedor do desempate e 1 ao derrotado.
Em jeito de conclusão, esta crítica ao sistema de 3 pontos centra-se nos campeonatos longos, com mais de 12 equipas, por se nos afigurar desnecessário e injusto; mas reconhece-se que é muito útil nas poules mais pequenas – com 4 equipas, a uma ou a duas voltas, por exemplo – já que oferece muito mais opções para os desempates."
Quem tiver mais vitórias é beneficiado e é assim que deve ser. É preferível ganhar um jogo do que jogar para não perder três porque quem joga assim acaba por perder algum deles. Comparar futebol com andebol ou basket que têm playoffs é que não faz sentido. E muito menos sabendo todos que a probabilidade de haver empates em basket ou andebol é muito inferior ao futebol.
ResponderEliminarAdicionar uma regra que favoreça quem jogue para empatar premiando com uma lotaria de pênaltis é simplesmente ridículo. É de quem não vê futebol e jogos a eliminar entre equipas de diferentes capacidades em que a equipa de menor valor sabe que só tem hipóteses se jogar para o empate e ter sorte nos pênaltis.
Mas porque razão os jogos não podem valer pontos diferentes? Que picuinhice parva.