"Já é difícil encontrar adjectivos que façam justiça a Jonas. Aos 33 anos, o brasileiro que há quase quatro anos o Benfica resgatou do desemprego continua a ser, é indiscutível, o melhor futebolística a jogar em Portugal - este ano com a concorrência de um enorme Bruno Fernandes. Não só pelos golos que marca - que seriam, por si só, argumento suficiente para colocá-lo no patamar dos melhores jogadores das águias -, mas também pelo muito que joga e pelo muito que faz a equipa jogar. Temos - não nós portugueses em particular, é assim em quase todo o mundo - uma tendência natural para olhar para o BI, como se os 30 traçassem, no caso concreto dos futebolísticas que não guarda-redes, à fronteira entre o apogeu e o inevitável começo do declínio. Mas depois olhamos para os números de Jonas e lembramo-nos de que se trata, afinal de preconceito sem grande sentido.
Aos 33 anos (é sempre bom repetir), Jonas está, talvez, na melhor fase da sua carreira. Na Liga faltam-lhe três golos para bater a máxima marca a nível de golos pelo Benfica - em 2015/2016 marcou 32 e, com nove jornadas por disputar, só um desastre poderá evitar que a supere. Por agora leva 30, uma média de 1,2 por jogo que faz dele o avançado mais eficaz da Europa, à frente de Messi, Cavani, Aguero, Salah, Kane e muitos ouros craques - seja, de forma natural, candidato à Bota de Ouro não fosse o caso de considerar-se (e com razão, há que admitir) mais fácil marcar golos em Portugal do que em Espanha, Inglaterra ou Alemanha.
Olhando para os números de Jonas fica também claro que grande parte da culpa do Benfica continuar na corrida ao penta é dele. Jonas é daqueles jogadores que garantem vitórias independentemente da táctica. Daqueles a quem se aplica o termo ele e mais dez. Não há, lembemo-nos, muitos assim -porque ter um destes por cá deve ser visto por todos os que gostam de futebol, como um privilégio."
Ricardo Quaresma, in A Bola
"...de considerar-se (e com razão, há que admitir) mais fácil marcar golos em Portugal do que em Espanha, Inglaterra ou Alemanha."
ResponderEliminarNão concordo nada com esta afirmação. Excetuando o caso da Inglaterra onde o campeonato é bastante mais disputado (embora este ano o City não dê hipóteses), tanto em Espanha como na Alemanha (já para não falar em França, onde joga o líder da classificação: Cavani) os atacantes que atuam nos crónicos vencadores (Real e Barça em Espanha e Bayern na Alemanha) não têm grandes dificuldades em marcar às defesas dos restantes clubes. Compreendo a necessidade de diferenciar os golos pela oposição que os marcadores enfrentam mas pegar nas cinco primeiras ligas do ranking e dar-lhes 2 pontos por cada golo é uma medida a "talhe de foice" que não é nada equilibrada nem justa.