"Dar uma opinião e em seguida afirmar o seu contrário começa a ser prática demasiado corrente no nosso futebol profissional. Curiosamente, estes lapsos, acontecem mais vezes a quem não entra em campo para disputar os jogos. Os que jogam falam pouco, até porque nem sempre os deixam falar e são os mais importantes elementos do jogo. Os que vivem à volta do jogo, e têm opinião, vão mais longe, têm sempre soluções para todos os problemas. Pensam ser o centro do jogo, os que decidem, quando na realidade são a periferia do mesmo. Têm destaque pelo sucesso que as equipas atingem, e afastam-se do insucesso para que não sejam confundidos com quem não conseguiu os objectivos. São os únicos que conseguem quase nunca perder. Melhor, só têm uma derrota, a última e definitiva.
Na realidade o tempo acaba por dar razão a quem tem adversários e não inimigos. O respeito entre adversários é um principio basilar do desporto. Não podemos permitir que uns quantos elementos inseridos no futebol profissional destruam o que muitos construíram durante décadas.
Este é um dos maiores desafios que os dirigentes do futebol profissional têm nos próximos anos. A utilização do jogo, da grande indústria de entretimento em que se tornou, com a exposição mediática associada, tornaram o futebol num espaço apetecível para quem quer ter visibilidade rapidamente. As entidades reguladoras têm atitudes diferentes em situações idênticas. As regras têm que ser claras e a sua aplicação rigorosa. O que hoje é verdade não pode ser amanhã mentira, como afirmou Pimenta Machado há mais de 20 anos. Estamos neste altura em situação idêntica. Talvez pior. A velocidade da informação, o poder da comunicação e a força da imagem obrigam a ser muito mais rigoroso do que nos tempos em que os reguladores eram amadores."
José Couceiro, in A Bola
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