"Falar sobre Bruno de Carvalho é tentação quase irresistível. Mas tentemos, pelo menos por um dia, esquecer o presidente do Sporting (por muito que ele faça, diariamente, os possíveis para que todos se lembrem dele) e a sua guerra contra tudo e todos, sem noção de que, de tanto falar, chegará o dia em que não terá ninguém para o ouvir - ou, ouvindo-o, não lhe passará cartão nenhum. Centremo-nos, pelo menos por um dia, naqueles que de facto fazem alguma coisa de útil pelo desporto português, evitando dar demasiada importância a quem faz tudo para arrastá-lo para a lama.
Falemos, portanto, de Miguel Oliveira, que ontem, em Valência, somou o terceiro triunfo consecutivo no Campeonato do Mundo de Moto 2. Num país que parece ligar apenas ao futebol e a quem faltam referências mundiais noutras modalidades - temo-las, como sempre tivemos, mas são demasiadas vezes ofuscadas por uma cultura muito própria que os toma quase sempre personagens mais ou menos passageiras e secundárias -, é bom vermos um miúdo de 22 anos saltar para a ribalta e levar a Bandeira Portuguesa aos quatro cantos do Mundo - ontem foi em Espanha, mas já tinha vencido na Austrália e na Malásia. E compete-nos dar-lhe devido destaque, porque não é assim tão comum.
Miguel Oliveira tem ainda um longo caminho a percorrer. Aquilo que fez no último mês não chegou para lhe garantir um título mundial, mas continuar assim não andará longe. A nós cabe agradecer-lhe (a ele e a todos que com muitas dificuldades lutam todos os dias para estarem entre os melhores do Mundo) por nos fazer sentir orgulho no desporto nacional. Sempre nos permite respirar um bocadinho..."
Ricardo Quaresma, in A Bola
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