"Octávio salta mais alto e é infinitivamente mais experiente. Saraiva abusa das piruetas.
No último mês, os directores de comunicação dos três "grandes" deram longas entrevistas à imprensa da especialidade enriquecendo os respectivos portefólios com mais material embora muito material seja repetido. Ou não será assim em algum ou alguns dos casos? "Mais uma profissão arruinada por amadores", diria provavelmente aquele velho e cínico jornalista americano Alexander Woolcott se ainda fosse vivo e se se interessasse minimamente pelas arenas do futebol português. Deixemos, portanto, a alma de Wollcott pairar em paz num qualquer recanto do bar do Hotel Algonquin, onde o seu proprietário se divertiu até mais não e em excelente companhia durante a década de 20 do século passado na cidade de Nova Iorque. E já que se vai falando de almas e dos seus legítimos proprietários – pois não é verdade que nos é dada uma alma mal nascemos? –, virá muito a propósito reconhecer que a entrevista do director de comunicação do Sporting bateu intelectualmente e sob todos os aspectos anímicos as entrevistas dos seus congéneres rivais.
Nuno Saraiva explicou por palavras muito suas que o grande problema do pequeno Octávio Machado é que o seu corpo quer "ser do Sporting" mas a sua alma "é do Jorge Jesus". E, dito isto, logo avançou no seu discurso com uma mensagem em cifra: "Era bom que parasse." A questão aqui é só uma: mas "era bom" para quem? Se Octávio "parasse" – com o que quer que seja que ande a fazer – seria bom para o Sporting ou para Jesus ou para Octávio ou para o próprio director de comunicação do clube? Ficou por esclarecer.
Qualquer tipo de confronto entre Nuno Saraiva e Octávio Machado dificilmente poderá não ser encarado pela plateia como uma espécie de concurso de minitrampolim sendo certo que o vencedor será sempre Octávio porque salta muito mais alto, é infinitamente mais experiente e é bem mais gracioso, enquanto Saraiva se esforça como se não houvesse amanhã mas abusa nas piruetas. Aprecie-se, por fim, este último desenho figurativo do "palmelão" que é ícone do futebol português: "Nunca pensei que causasse tanta alergia dizer bem do Jesus. Se quisesse acabar com isto, mostrava as SMS’s que tenho no meu telemóvel. Vou mostrar um dia destes..." E logo gritou o público que vibra com estes concursos:
- "Mostra! Mostra! Mostra!"
Mas Octávio não vai mostrar. Se há profissão que Octávio não pretende arruinar é a de comentador oficial com prerrogativa de escolha de órgão de comunicação social, tal e qual como o presidente do Sporting tão bem explicou recentemente ao país.
Cristiano Ronaldo e os impossíveis
Se o Real Madrid ‘sem ele’ se vê aflito maior é o mérito da Selecção
A abrir: 1 derrota. Depois: 9 vitórias. Foi este o singular percurso da Selecção nesta última campanha. Na realidade, não foi tão singular assim porque a Suíça fez exactamente o mesmo mas ao contrário. Nove vitórias e, a fechar, uma derrota. Verdadeiramente singular foi o caminho da Alemanha: 10 jogos, 10 vitórias. Igual a isto, ninguém fez. Sabendo-se como os alemães levam as coisas todas muito a sério não é de espantar o imaculado da sua série. Também não espantará muita gente o facto de a única derrota portuguesa ter acontecido numa ocasião em que Cristiano Ronaldo não pôde dar o seu contributo à equipa. Talvez tenha sido por isso que, sem ele, perdemos na Suíça o jogo inaugural. Ou talvez não, porque foi "sem ele" desde a meia hora de jogo que se venceu a França no prolongamento da final do Europeu de 2016. Mas, sabendo como o Real Madrid "sem ele" se vê aflito, maior é o mérito da nossa Selecção que, com ele ou sem ele, lá vai conseguindo o que quer. E quer muito."
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