"Os árbitros avançaram com um pré-aviso de greve aos jogos da Taça da Liga e o presidente do Conselho de Arbitragem da FPF ameaça com greve de zelo às nomeações para todos os jogos. Na base deste levantamento de rancho está o clima que envolve o trabalho dos árbitros, caracterizado por uma suspeição sistemática que retira serenidade e limita às condições de trabalho.
Se ninguém tomar medidas práticas, a má situação que se vive hoje em dia terá apenas tendência a piorar. E essas medidas passam pela penalização dos infractores, daqueles que têm o dedo leve no gatilho da censura pública dos árbitros nas provas nacionais, mas que primam pelo silêncio num contexto de competições europeias. E qual é a diferença entre umas e outras? Na UEFA, as penas não só são muito mais pesadas, como são invariavelmente aplicadas; por cá, é dito o que dá na real gana de quem tem acesso aos microfones, sem quaisquer consequências. E nem sequer valeu a pena o esforço do presidente da FPF, que tentou colocar alguma ordem no hospício em que se transformou, a este nível, o futebol português. Fernando Gomes ainda foi ridicularizado, sendo comparada a sua intervenção ao discurso da miss Universo na hora de receber a coroa...
É preciso ser muito claro nesta matéria. O futebol português vive neste caldo de agressividade irracional por exclusiva vontade dos clubes. São eles que patrocinam as intervenções mais descabeladas e virulentas, foram eles que enveredaram por um caminho de terra queimada, na ânsia de ganhar esta ou aquela batalha, sem verem que estão a perder, todos eles, a guerra."
José Manuel Delgado, in A Bola
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