"É esse o grande e imediato desafio do Benfica e de cada benfiquista. Manter o entusiasmo. Apesar do concreto momento.
1. Aprendemos com Napoleão Bonaparte que «o entusiasmo é a maior força da alma. Conserva-o e nunca te faltará o poder para conseguires o que desejas»! É esse o grande e imediato desafio do Benfica e de cada benfiquista Manter o entusiasmo. Conservá-lo. Apesar do concreto momento e das suas actuais circunstâncias. A derrota do Benfica no Estádio do Bessa foi uma derrota dolorosa mas, digo-o, oportuna. Se há, de verdade, derrotas oportunas. Mas sabemos, desde Henrik Ibsen, que «se duvidas de ti mesmo, está vencido de antemão». E o Benfica, este Benfica, não pode duvidar de si mesmo. Tem um plantel ambicioso e com qualidade. Tem jogadores experientes e solidários. O plantel, está fechado e não pode haver, até finais deste ano, mais entradas. Por isso o que importa (re)construir será feito, terá de ser feito, com os recursos humanos que estão no Seixal. Onde importa que haja muita tranquilidade - e diálogo directo - agora que está reformulada, formalmente a nível directivo, academia de formação. O que sabemos, e sabemos bem, é que com a derrota frente a um Boavista matreiro, principalmente na segunda parte, deixou de haver margem de erro. O Benfica, este Benfica, continua a depender apenas de si próprio para a desejada conquista do penta. Mas para que essa conquista se concretize não pode delapidar pontos e tem de mostrar consistência defensiva e efectividade ofensiva. Para além de mostrar um meio campo que construa e não, apenas, e em muitos momentos, um meio-campo que distribua. Sabemos bem, igualmente, que as equipas adversárias - incluindo as da Liga dos Campeões - já conhecem o sistema e o modelo de jogo do Benfica. Até as suas variações. Ou, diria, variantes. É o resultado do necessário e profissional estudo que implica, acredito, e da parte do Benfica, soluções inovadores que surpreendam as equipas que defrontam, com muita a acrescida vontade, um Benfica, este Benfica que é tetracampeão. Acredito que alguns julgariam que a reconstrução da equipa após muito rentáveis saídas não seria uma tarefa tão complexa. Acredito, mesmo, que alguns julgariam que certos nomes nem necessitavam de avaliação nem sequer de evidente ambientação. E essa crença, desajustada e imbuída até de um certo deslumbramento, nem se demonstra inequivocamente nem, em certos casos, se vislumbra claramente. Daí que a margem de erro seja diminuía. Mesmo diminuta. Já que perante o não deslumbramento de individualidades não se descortina, por ora, um colectivo que apague, ou sequer abafe, uma desilusão que já vem em crescendo e que tem nos jogos frente ao Portimonense e ao CSKA diferenciados momentos de menos prazer e de intensa dor. E logo na época em que o grupo da Liga dos Campeões nos antecipa - sim antecipa! - uma presença atractiva nos oitavos de final dessa competição e disputamos uma Liga interna em que sabemos que só o seu vencedor tem acesso à próxima fase de grupos da Liga dos Campeões. E constatando que, mesmo sem uma consistência exibicional categórica, Sporting e Futebol Clube do Porto mostram algum poder consubstanciado nos pontos totalmente alcançados. E a margem de erro, diminuta, não pode ignorar que um e outro se vão defrontar no dia das eleições autárquicas, bem distantes de uma polémica sem sentido acerca da compatibilização entre o dever cívico de votar - onde está, entre nós, o direito de não votar! - e o direito de assistir a jogos de futebol. E a qualquer outro jogo ou evento já que a própria Lei em vigor já consente voto antecipado e tenho efectivo conhecimento que muitos que acompanham o futebol já o concretizaram em múltiplos actos eleitorais. E sabendo nós, todos nós, que se o voto é a arma do povo também a diminuta margem de erro é o lema do Benfica até a esse marcante dia da representação do localismo - municípios e freguesias - em Portugal! E, mesmo com esta dor que nos invade a alma, nos dois jogos desta semana, na Luz, o entusiasmo e a unidade ao redor da equipa tem de ser sentida desde o aquecimento e vivida desde logo, e com fervor, nos instantes iniciais dos complexos confrontos face ao Sporting de Braga e ao Paços de Ferreira. Que antecedem a visita ao Basileia para a segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Sabendo sempre, desde Maquiavel, que «onde há uma vontade férrea não pode haver dificuldades»! E com crença! Crença e querença!
2. Permitam-me duas referências especiais. Uma para constatar o mau estado do relvado do novo Estádio dos Barreiros. Fui ver parte do jogo que opôs o Marítimo ao Desportivo das Aves e é público e bem notório que as condições do terreno de jogo não pareciam as adequadas para um jogo de futebol, fosse ele das competições profissionais fosse de competições não profissionais. Importa analisar, com todo o cuidado, as condições dos relvados e não permitir que elas - as condições - ponham em causa qualquer jogador e a sua integridade física. A segunda referência para secundar a vontade sadina - a do Vitória de Setúbal - no sentido de escutarmos a comunicação entre o árbitro Vítor Ferreira e o VAR - o videoárbitro - no lance ocorrido aos 49 minutos do jogo da passada sexta feira na capital do móvel, já que também nos parece - na nossa visão televisiva - que a bola terá ultrapassado a linha de baliza do Paços de Ferreira. Esta comunicação decerto que existe. E até poderá acontecer que no momento em que o estimado(a) leitor(a) ler esta reflexão ela já tenha sido - e bem divulgada. Mas o futebol, o nosso futebol, se exige relvados adequados tem de assumir a plena igualdade de tratamento em relação a todos os intervenientes de uma indústria que tem de atrair investidores e não afastar patrocinadores. Já que desde a Grécia antiga, em rigor desde Sólon, sabemos bem que «a igualdade não gera guerras»!
3. A força de Neymar em Paris e no PSG está também no número de camisolas vendidas - apenas as oficiais! - no espaço de um mês: 120 000! Impressionante!"
Fernando Seara, in A Bola
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