"Na semana que passou, após a realização do debate instrutório no processo criminal associado à ‘Operação Jogo Duplo’, todos os arguidos ficaram a saber que enfrentarão julgamento. Será o primeiro em Portugal relacionado com ‘match fixing’ ou manipulação de resultados, uma forma de corrupção que contagiou o desporto a nível mundial. Actualmente são poucos os países sem registo de condenações e ainda menos aqueles que não têm investigações em curso ou processos a correr em Tribunal.
É conhecida a minha posição relativamente a este fenómeno: tolerância zero. Embora continuem a existir factores de risco em Portugal, quer do lado dos jogadores, quer do lado dos clubes, em especial os que competem na Segunda Liga e no Campeonato de Portugal, o endurecimento das penas aplicáveis e as orientações de política criminal para os próximos anos fazem-me ter confiança num combate efectivo a este flagelo.
Não queremos voltar a ter outro ‘Jogo Duplo’ no desporto português. A proveniência do dinheiro utilizado para corromper os agentes desportivos envolvidos ou os rostos por detrás das organizações criminosas que utilizam o futebol para os seus negócios sujos são, no final do dia, a parte mais difícil da investigação.
Os rostos visíveis pelos piores motivos são os de jogadores, árbitros, treinadores ou dirigentes envolvidos e é para estes que são direccionadas as medidas de natureza disciplinar. Também, por isso, o futebol e os seus agentes devem estar unidos em torno desta causa. Sem a erradicação do ‘match fixing’ não existe competição e a perda de credibilidade será acompanhada do afastamento dos adeptos e da perda investimento. Neste contexto, com salvaguarda do princípio da presunção da inocência, exige-se uma justiça célere e exemplar."
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