"Imaginemos que o Benfica tinha perdido em Guimarães e a final four da Taça da Liga teria Moreirense, SC Braga, V. Setúbal e V. Guimarães a jogar no Algarve. Seria um fracasso. Porque, chegados à sua 10.ª edição, esta prova continua ser demasiado artificial e pouco genuína para resistir à ausência dos grandes. Nada teria a ver, por exemplo, com o que se viu na Taça de Portugal, quando tivemos um Farense - Estrela da Amadora ou um Beira-Mar - Campomaiorense na final; aí foi a força popular do futebol em estado puro.
Nos últimos anos, a Taça da Liga tem caído na tentação de se virar para a elite, tentando por esa via ganhar prestígio e dinheiro, dificultando o caminho aos pequenos. Mas têm sido justamente os grandes a virar-lhes as costas. Com uma excepção: o Benfica. Ironia das ironias: os encarnados, à data da sua criação (2007) ameaçaram com falta de comparência e são hoje quem soma mais títulos (7); o Sporting, um dos seus principais impulsionadores (ainda em 2006, com Soares Franco), tem zero, tal como o FC Porto.
Talvez a Taça da Liga precisasse que fossem outros a ganhá-la. Mas disso as águias não têm culpa. O contexto explica: o crescimento sustentável do Benfica deu-se precisamente nos últimos 10 anos. Basta comparar o número de treinadores desde 2007: 6 na Luz, 9 no Dragão, 14 em Alvalade.
Quanto aos pequenos, não entendo que uma entrada nas provas europeias ou mais uns milhares de euros lhes desse muito mais motivação. O que esses clubes precisam é de mais receitas para apresentar melhores equipas e chamar mais público aos seus estádios, seja em que competição for. Um cenário apenas possível se a Liga vender-se ao exterior como um todo em termos televisivos. E assim talvez um Paços-Vizela tivesse mais que a triste assistência de 283 espectadores."
Fernando Urbano, in A Bola
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