"1. A conferência de imprensa de Abel Ferreira após a vitória do SC Braga foi das melhores coisas que aconteceram nas últimas semanas no futebol português. Um treinador sem escudos, com um discurso, inteligente, assumindo que lhe deu, efectivamente, um gosto especial vencer o seu antigo clube como jogador e treinador das camadas jovens (como todos tinham percebido naquele sorriso no momento em que Wilson Eduardo fez o 1-0) e lembrando ter a «liberdade intelectual e financeira» para trabalhar onde e como quer, confirmando, mesmo sem dizê-lo directamente, que não saiu a bem com Bruno de Carvalho. O modo como despiu a capa do fingimento (tal como fazia nos tempos de jogador) quando tinha todos os holofotes em cima dele é proporcional à moderação com que projecta a sua carreira. Depois de ter conseguido pôr uma equipa a pressionar o leão em todo o campo, fazendo as substituições certas e no timing ajustado, alcançado proeza apenas ao nível do que haviam feito Dortmund e Real Madrid, o jovem técnico poderia pôr-se em bicos de pés. Mas não: garantiu que até aos 40 irá trabalhar na formação do SC Braga (hoje fez 38). Pena termos de esperar dois anos.
2. Abel sai de cena e entra Jorge Simão, um treinador de 40 anos (a idade, dizem alguns, na qual se começa a viver) e com um desempenho, discurso e atitude que não nos faz criar muitas dúvidas sobre a competência para agarrar numa equipa que é o último passo antes de chegar a um grande. Quem se dá bem em Braga está mais perto de se tornar águia, leão ou dragão. Que o digam Jesualdo (FC Porto), Jesus (Benfica), Domingos (Sporting) e Jardim (Sporting). Se não estiver enganado, acredito que daqui a uns meses algumas cadeiras poderão tremer num clube perto de si."
Fernando Urbano, in A Bola
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