"A nova conquista da Europa é um sonho para concretizar. A tal possibilidade cada vez mais real. A tal oportunidade que não podemos voltar a perder...
Pedro Nunes
Tenho, desde novo, um enorme fascínio pelo hóquei em patins. De atleta no 2.º melhor clube português - o Académico Futebol Clube - ao Sport Lisboa e Benfica, onde joguei três épocas (quando vim para Lisboa, para a Faculdade de Direito) e onde acabei a carreira (faria lá algum sentido jogar noutro clube, depois de ter jogado no Glorioso?).
Modalidade que tem vindo a crescer, no Benfica, nos últimos anos.
Primeiro com Luís Sénica (1.º título de Campeão Europeu) e, nos últimos anos - quebrando a hegemonia do Porto - com Pedro Nunes.
Quando chegou ao Benfica em 2013, sabia qual era a sua missão.
Mas também sabia que o seu novo desafio, que tinha tanto de orgulho quanto de privilégio - como o é para todos os que servem o Benfica - era uma enorme responsabilidade!
Pedro Nunes percebeu isso, sendo, hoje, um dos responsáveis por sermos e nos assumirmos como um dos favoritos - senão o principal - à conquista de todos os troféus que estão em disputa, em cada época.
Outra não poderá ser a atitude, depois de uma grande época, com a brilhante conquista da Liga Europeia e do campeonato nacional (este pela segunda vez consecutiva),
Desde que cá chegou, além desses dois títulos mencionados e ganhos na temporada passada, conquistou, na época de 2013/14, uma Taça Continental, uma Taça Intercontinental e uma Taça de Portugal e, em 2014/15, mais um campeonato e uma Taça de Portugal.
Pedro Nunes sabe que, também esta época, o espera um conjunto de etapas difíceis, em que a manutenção da união em torno do plantel, com um forte espírito de equipa, e a ambição subjacente à condição de ser do Benfica, farão deste plantel de hóquei um permanentemente candidato a tudo vencer.
Sabe, também, como o próprio o disse, aquando da sua renovação, até 2018, que «(não) faz sentido continuar no Benfica sem pensar em ganhar tudo».
Como sabe, ainda, que a grandeza do Benfica impõe que exista a ambição de ganhar tudo o que há a ganhar.
E Pedro Nunes - que conheço há mais de 27 anos, quando o jornalismo o entretinha e o afastava (sem sucesso) da paixão pelo hóquei -, pelo seu carácter, pela sua personalidade, pela sua competência, pela sua serenidade, pela capacidade de liderança e pela humildade com que sempre encarou e lidou com o sucesso, merece voltar a ganhar tudo.
Rui Vitória
E por falar em grandes treinadores, de homens com carácter e que sabem o que é ser do Benfica - uma condição necessária e exigível - volto sempre a ... Rui Vitória.
O site do Football World Rankings, que nos dá a conhecer as classificações semanais de, entre outros, clubes e treinadores, consoante as suas prestações, coloca Rui Vitória em 19.º lugar (o 2.º melhor treinador português esta semana, só superado por Paulo Fonseca, no 10.º lugar). Ou seja... o melhor treinador português do nosso campeonato.
Outros estão em 3.º lugar do ranking português e em 33.º lugar na geral.
E há ainda quem não apareça nos primeiros 100 lugares. É o caso de Nuno Espírito Santo, que já elogiei publicamente, por diversas vezes, pelo carácter, pelo discurso e pela determinação. O treinador do Porto ficou em 192.º lugar dessa lista (pior só Pedro Emanuel, em 202.º), bem atrás do seu adversário da terça-feira passada, Michel Preud'homme, a quem ganhou, que ficou em 111.º.
Preud'homme, antes e durante as 5 épocas no Benfica (de 1994/95 a 1998/99), foi considerado o melhor guarda-redes do mundo. O que não significa que seja ou possa vir a ser um grande treinador.
Já Nuno Espírito Santo é, porventura, o jogador com maior número de jogos, no seu clube... vistos do banco. Por isso, dizem as más línguas, é o treinador do mundo com mais experiência de banco... como jogador. Dará para vir a ser um grande treinador? Seria o primeiro guarda-redes a consegui-lo.
Eu sei que há pessoas que, no futebol, conseguem (quase) tudo, mas este, pelas circunstâncias, seria... um verdadeiro milagre.
Ao nível do ranking das equipas, o Benfica ficou, esta semana, e 25.º lugar, sendo a equipa portuguesa mais bem cotada. O Porto ficou em 37.º, o Braga em 40.º e (não dizendo o nome,poupe-lhes trabalho ao nível dos comunicados)... em 46.º.
Ora, se o que parece é, o treinador que não era treinador, quando chegou ao Benfica, está - e continua! - à frente de todos os que por vá trabalham. Embora tenha estado sempre à frente, isso sim, no carácter, na elevação, mas, essencialmente, na humildade, na educação e na responsabilidade.
De facto, Rui Vitória fez do aproveitamento das potencialidades do Clube a sua maior arma. Com rigor e inteligência, para que o futuro continue a ser de grandes vitórias, tanto cá, como lá fora. Rui Vitória sabe com quem pode contar: com os seus jogadores e estes com ele. Dando a devida oportunidade a quem a merece, sem perseguir ninguém, nem fazendo de cada oportunidade concedida semelhante a uma esmola a um indigente.
Com isso, tem impedido a saída de alguns jogadores com potencial para estar na equipa principal de futebol. E só o repito para que nunca o esqueçamos (o princípio e quem o negava, por arrogância e soberba).
No topo da Europa
A Europa, outra vez. Com o Benfica a fazer parte da lista dos melhores clubes de sempre da UEFA Champions League, recentemente divulgada. Um lugar que é seu por direito e por inerência.
Perante a surpresa para alguns - felizmente poucos - estamos na lista dos dez melhores. Mais precisamente, em sétimo lugar, com 264 pontos. Estando, apenas, à nossa frente clubes como Real Madrid, Bayern de Munique, Barcelona, Manchester City, Inter de Milão e Juventus.
Para essa classificação, foram importantes os pontos alcançados com as conquistas na competição. É, de facto, motivo de grande orgulho pertencer aos melhores e, ao mesmo tempo, uma enorme responsabilidade pelo compromisso a assumir no futuro.
A nova conquista da Europa é um sonho para concretizar. A tal possibilidade cada vez mais real. A tal oportunidade que não podemos voltar a perder. Interiorizando que tal é possível, apesar das dificuldades. Acreditando, com a obrigação de ter em nós «todos os sonhos do mundo». Agora, e como sempre!
Se for sempre como em Kiev...
Ontem, ganhámos na Ucrânia. Não significa nada, nesse caminho de podermos vencer a 3.ª... mas haverá um dia que todos os resultados - numa época - serão iguais ao que conseguirmos com o Dínamo de Kiev.
E, aí, conjugados todos os sonhos do mundo, com uma confiança ilimitada naquilo que nos ensinaram ser o Benfica, venceremos a nossa aposta.
À Benfica!!!"
Rui Gomes da Silva, in A Bola
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