"O açambarcamento espanhol das taças europeias é uma boa notícia para Espanha, mas não creio que seja a melhor notícia para o futebol europeu. Trata-se, sobretudo, do esplendor monetário que, não sendo monopólio de Castela, Catalunha e Andaluzia, é, todavia, melhor potenciado ali.
A final da Liga dos Campeões, este ano entre os dois clubes de Madrid, foi um excelente espectáculo, com vencedor feliz através da, não raro injusta, regra das penalidades.
Por cá, os media noticiaram esta final, com uma paradoxal mistura de xenofilia vizinha e de um certo tom pseudo chauvinista. Aliás, é todo o ano assim. Enquanto em Espanha as notícias de cá são zero lá, não há telejornal cá que não nos dê doses excessivas de lá.
Não aprecio a tendência de relatadores e comentadores que quase nos obrigam a torcer por uma equipa estrangeira só porque tem Ronaldo, Mourinho ou outro ilustre representante luso. Desta vez, tínhamos de ser do Real. Porquê? Por ter Ronaldo? E, no Atlético, não havia Tiago?
Nesta final, houve um determinante lance (o golo do Real Madrid) que foi ilegal. Mas ninguém se queixou e o fogoso Diego Simeone, conformado, até disse que «quem ganha é sempre melhor». Por cá, o que se diria em circunstâncias idênticas!
Desta vez, correu bem ao nosso Cristiano Ronaldo. Quis ser o último a marcar o penalty decisivo, o que tendo acontecido lhe proporcionou ser ungido em abundância («tive uma visão», afirmou). Nesta ocasião, lembro-me do desempate com a Espanha no Euro-2012 em que, por ser também o último marcador, nem sequer o foi, pois lá não se chegou por falhas de colegas da (nossa) Selecção..."
Bagão Félix, in A Bola
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