"Hoje a bola volta a saltar em Barcelos. É Taça de Portugal, mas ainda bem que voltamos a ter futebol dentro das quatro linhas. Fora do terreno de jogo, o nível não podia descer mais e, por isso, nada melhor que ver futebol a sério para relativizar a selvajaria fora dos relvados. Pode dar share televisivo, vender jornais, animar as hostes menos dotadas intelectualmente, mas, sinceramente, quando se fizer o balanço, são menos os que gostam do jogo. Ignorar segue sendo a forma mais sublime de mostrar a diferença.
Esta segunda-feira, almocei no Wish com vários amigos, portistas na maioria, um dos quais é dos maiores portistas que conheço (impossível gostar mais do FC Porto), meu amigo há 20 anos. No final deu-me uma camisola do Benfica, porque o filho é benfiquista e queria umas assinaturas dos jogadores encarnados na camisola. Quando o amor ao clube não subverte as regras do civismo, quando os patamares não se misturam nem confundem nota-se a diferença. É por isso que há senhores e há garotos.
É por isso que rapidamente o futebol deve excluir os garotos.
A Selecção Nacional conseguiu o apuramento, prosseguindo as goleadas por um golo de diferença, mas o Benfica ficou sem um lateral-direito que nos faz muita falta. Nélson Semedo e o Benfica são os grandes derrotados da deslocação à Sérvia. Numa altura em que André Almeida e Samaris juntos no meio-campo ajudavam, e muito, a subida de qualidade e equilíbrio do jogo do Benfica, esta lesão constituiu mais uma dor de cabeça para Rui Vitória.
Na ambição de voltar a ganhar a Taça de Portugal não há margem para erro logo frente ao Vianense. A deslocação a Istambul, em altura de convulsão política e social na Turquia, será mais um teste às nossas capacidades europeias mas logo, em Barcelos, o jogo é mais decisivo e importante para quem quer vencer a Taça."
Sílvio Cervan, in A Bola
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