"Além do 'voyeurismo' associado ao 'Football Leaks', há duas dimensões mais: a do caminho do dinheiro e a de eventuais ilegalidades.
O fenómeno do Football Leaks está a marcar o futebol português e a suscitar a atenção da Europa. Em Espanha, por exemplo, aquilo que mais interessaria, segundo a comunicação social, era conhecer os termos exactos do contrato de Iker Casillas...
Há três vertentes, neste caso, que devem ser identificadas e separadas: uma dimensão voyeurista, que resulta da curiosidade em saber os detalhes de operações normalmente vedadas aos olhos da opinião pública; uma outra que pode resultar da eventual ilegalidade de alguns passos dados nas operações contratuais; e uma terceira, que dotará os comuns mortais de instrumentos capazes de tornar perceptíveis os caminhos do dinheiro nos negócios do futebol. Seja como for, estamos perante matéria de interesse, capaz de fazer luz sobre matérias sensíveis e normalmente reservadas. Quando o fenómeno Wikileaks incendiou as relações internacionais, os principais jornais do mundo decidiram que os factos trazidos à luz eram mais importantes do que a forma como tinham sido obtidos. E, segundo esse princípio, e contrariando a vontade especialmente do Governo dos Estados Unidos, foram publicados muitos segredos embaraçosos. Com que consequências? Houve debate alargado em relação a algumas práticas erradas e vários comportamentos acabaram por ser alterados. Esse foi o mérito da Wikileaks e, mutatis mutandis, esse poderá ser, também (excluindo o voyeurismo, de que o contrato de Jorge Jesus é outro exemplo) o benefício a colher do Football Leaks.
Futebol e eleições
Em dia de eleições, ao contrário do que vinha sendo norma, houve jogos de futebol dos principais clubes portugueses, a contar para o Campeonato Nacional. A resposta à contestação a esta decisão, feita em muitos casos através de uma indignação histérica e plena de demagogia, foi dada pela redução da abstenção. Afinal, o futebol não foi uma força contra a participação democrática, ninguém terá deixado de votar pelo facto de haver jogos. Já o tinha escrito, perante a calendarização das competições europeias e das datas FIFA, não haveria alternativa a esta solução de se jogar a 4 de outubro. E, como ficou à vista de todos, os jogos não foram nem intrusivos da consciência democrática nem dissuasores do voto.
Crónica de um prejuízo anunciado
«A Sporting SAD está agora convencida de que o projecto com o qual o jogador (Carrillo) se encontra comprometido não é o nosso.»
Comunicado Sporting Clube de Portugal
Acabou mal a novela André Carrillo. Acabou mal para o jogador, que não deverá jogar mais no Sporting e acabou ainda pior para o clube, que perdeu a mais-valia desportiva que o peruano representa e não terá nenhum benefício financeiro quando este partir. Os leões optaram por seguir uma linha dura, de antes quebrar que torcer. Resta saber o que ganharam com isso. Se calhar, nada.
(...)
Problema sério
A irresponsabilidade criminosa, em Madrid, de um punhado de idiotas da claque do Benfica vai custar caro ao clube da Luz. E não valerá a pena dizerem, os encarnados, que não reconhecem as claques. O mal está feito (como tem sido feito, em forma de petardos e tochas, ao longo dos últimos anos) e há que encontrar, com carácter de urgência, uma solução que inviabilize a entrada nos estádios destes marginais que nada acrescentam ao espectáculo. A situação não é fácil, mas carece de uma resposta enérgica e corajosa. Mais de Madrid é que não!"
Maldade galesa na hora da humilhação
Inglaterra fora do (seu) Mundial de râguebi, País de Gales e Austrália a caminho dos quartos-de-final e a rivalidade a tornar-se evidente no gozo com que o 'Wales on Sunday' carregou na humilhação da selecção da rosa. 'You Beauties!' foi a formula encontrada pelo jornal de Cardiff para elogiar os australianos...
José Manuel Delgado, in A Bola
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