"Distraídos com a libertinagem democrática em que se tornou a política portuguesa depois das eleições e com a devassidão clubista da rivalidade Sporting-Benfica, nem reparamos na ruína de pilares estruturais na nossa sociedade: a Playboy anunciou esta semana que vai deixar de mostrar mulheres nuas.
Parece que o facilitismo de determinados acessos a mulheres nuas na Net - coisa da qual ouvi falar vagamente... - fez com que a revista norte-americana concluísse que a quebra nas vendas poderia indiciar, digamos, que mulheres nuas em páginas duma revista era assunto fora de moda. Naturalmente que esta opção pode ser questionada mas parece-me sensato que reflictamos sobre a revolucionária mudança editorial. Explica a Playboy que continuará a ter mulheres despidas, sim, mas sem nudez explícita, apenas poses provocantes.
Não acreditando eu que a referida libertinagem democrática da política portuguesa - de vergonhas despida - possa mudar em breve, confio que pelo menos no que toca à igualmente referida devassidão clubista haja melhoras. Aqui deixo o meu humilde conselho:
Caro adepto do Benfica ou do Sporting, nem tudo o que os dirigentes ou comentadores do seu clube despejam deve ser por si absorvido como se viesse do Santo Graal. Quando chegar - e não tarda - o dia em que alguém influente lhe peça para deixar de falar com os seus amigos ou familiares que sejam do outro clube, você perceberá, então, que realmente você é mais do que apenas o futebol que tem em si, que a sua razão de existência não é o seu clube. Compreenderá o limite do cúmulo. Quando o quiserem despir de ideias próprias, julgá-lo tábua rasa para fanatismos, considerá-lo ideologicamente nu, fácil, estúpido, selvagem, ganhe você juízo e vista-se. Vista-se com a camisola do seu clube, evidentemente. Mas vista-se.
Parece que o nu está fora de moda."
Miguel Cardoso Pereira, in A Bola
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