"Benfica faz furor na Jugoslávia e Eusébio mostra os seus dotes musicais no intervalo do jogo frente ao Hajduk Split
Foi em Abril de 1970 que, a convite de clubes locais, o Benfica visitou pela primeira vez a Jugoslávia. Depois de defrontar num primeiro jogo o Dínamo de Zagreb, a equipa benfiquista deslocou-se até à cidade costeira de Splot para um encontro com o Hajduk, então o clube mais antigo no território jugoslavo.
A fama do Benfica europeu despertou imensa curiosidade nos populares em Split, que se juntarem nas ruas e praças só para verem passar os jogadores, recebendo-os calorosamente com acenos, aplausos, pedidos de autógrafos, fotografias e entoando o nome de Eusébio.
O desafio serviu para inaugurar a iluminação eléctrica do estádio, tendo sido batidos todos os recordes de lotação e bilheteira. Estavam cerca de 28 mil pessoas na assistência e mais algumas do lado de fora, que treparam telhados, árvores, candeeiros e muros protegidos com pedaços de vidro, enchendo as mãos de sangue, tal não era o entusiasmo em ver o jogo.
A entrada das duas equipas no relvado e a abertura das luzes fizeram-se acompanhar por morteiros e fogo-de-artifício. Entrou também em campo o grande actor jugoslavo Boris Dvornik, que daria o pontapé de saída, acompanhado pelos Trovadores de Dubrovnic, uma banda pop folk jugoslava que tinha feito grande sucesso no Festival Eurovisão da Canção de 1968. O conjunto composto por seis jovens jugoslavos, que já havia sido bastante atencioso para a equipa do Benfica ao dar um concerto para os jogadores no hotel, ofereceu ainda, no relvado, um disco a cada um.
No intervalo do desafio, os Trovadores de Drubrovnic regressaram ao relvado para uma magnífica actuação e até convidaram Eusébio para dar uma 'ajudinha' na bateria.
Como recordação e agradecimento da sua presença, o Hajduk ofereceu ao Benfica um gusle, instrumento musical tradicionalmente utilizado nos países dos Balcãs como acompanhamento de canções épicas. Este objecto de características únicas pode ser encontrado na área 26. Benfica universal do Museu Benfica - Cosme Damião."
Ana Filipa Simões, in O Benfica
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