"Por esta altura do ano e desde que tenho o gosto de assinar esta coluna de opinião, escrevo sobre o Tour de France.
Este ano, a Volta à França é mais precisamente a Volta da França. É que a esplendorosa 102.ª edição começou na brisa atlântica da Holanda. As primeiras etapas têm-nos mostrado, com uma beleza quase inexcedível, não apenas o colorido e longo pelotão (pela primeira vez, com uma representação de África, através do país de Mandela), como também a paisagem envolvente, as terras por onde passa, os ex-líbris dos percursos, o pavé, as pessoas a acolher os ciclistas.
Poderá vir a ser uma das mais competitivas edições deste século, ainda que com uma injustificada escassez de etapas de contra-relógio. Ao invés, a imperial montanha pirenaíca e alpina foi reforçada e antevejo emocionais finais de etapas, sobretudo na penúltima etapa, no Alpe d'Huez, antecedendo a consagração em Paris.
Há sinais de que foram superadas, ainda que não esquecidas, as sequelas das batotas, do anti-desportivismo e do doping endémico. A prevenção e o maior investimento no jogo do rato e do gato contra a dopagem (não esquecendo, porém, o enigma que paira sobre o doping tecnológico já não do homem, mas de um motor quase indetectável na própria bicicleta...) dão um certo ar de alivio de um nova fase na festa de La Grande Boucle.
E que bom haver esta prova para passar por cima dos defesos futebolísticos que, entre sonhos e decepções, nos oferecem, à saciedade, não-notícias antes do gong das 24 horas do dia 31 de Agosto. Por agora, chega-me ver a camisola amarela. Depois, voltarei à camisola encarnada. A do Sport Lisboa e Benfica."
Bagão Félix, in A Bola
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