"A justiça do Paraguai aprovou a extradição de Nicolás Leóz, 89 anos, antigo presidente da Conmebol, para os Estados Unidos, onde deverá responder pelo alegado desvio de 25 milhões de euros entre 1986 e 2013. Tive a oportunidade de entrevistar Leóz em 1987, em Assunção, quando o dirigente paraguaio era uma das figuras mais importantes da cúpula do futebol mundial e testemunhei o real poder que detinha e a forma subserviente como era tratado por quem rodeava e dele dependia. Hoje, já na recta final da vida, Nicolas Leóz exemplifica na perfeição quem se confundiu com as funções que exercia e se sentiu maior do que a instituição que sentiu maior do que a instituição que servia. Quando assim é, quando falta a medida certa, quando as pessoas pensam que não houve nada antes delas e nada resistirá à sua saída, abrem-se as portas do abismo, porque se há algo que a vida nos ensina é que os cemitérios estão cheios de insubstituíveis.
A paragem longa da I Liga para jogos da Selecção e da Taça de Portugal deu palco a personagens que pouco ou nada adiantam à causa do futebol e permitiu a amplificação de uma lavagem de roupa suja absolutamente imprópria numa sociedade civilizada. Com o regresso do futebol - Taça primeiro e competições europeias a seguir, antes da I Liga - fica a esperança de se ver atenuado um ruído que ameaça minar os alicerces dos clubes. Oxalá a justiça seja célere na resolução dos casos que tem em mãos...
PS - É pena que a dependência que a maior parte dos restantes clubes primodivisionários tem dos três grandes os impeça de acções concertadas que fizessem realmente a diferença. Na presente conjuntura, não dá..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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