"Os acontecimentos de Alcochete continuam a marcar a actualidade. Nenhuma pessoa normal pode ficar indiferente ao que ali aconteceu. E como adepto de desporto, mais duro é imaginar um conjunto de atletas barbaramente agredido por um bando de delinquentes - até parecia uma largada de toiros, em zona do barrete verde.
Como em tudo na vida, mesmo dos acontecimentos mais inusitados podemos sempre retirar ensinamentos. E neste caso ficou claro até onde pode chegar a imbecilidade de um grupo que se diz de apoio.
Não sou fundamentalista, nem contra, nem a favor das claques. Acho graça aos efeitos de cor e som com que decoram os estádios, e reconheço o apoio que dão às equipas em todos os jogos. Entendo, porém, que a sua actividade se deve confinar estritamente às bancadas dos estádios, e jamais se estender a outros domínios.
Sabemos como o raciocínio de uma multidão em fúria é normalmente equivalente ao da pessoa mais estúpida que dela constar. E estupidez é coisa que não falta a estes bandos – que, entre uma maioria de jovens mais ou menos inocentes, albergam também demasiados profissionais do crime.
A norte temos o triste exemplo dum exército ao serviço de uma administração. A sul, vemos um gangue com influência ao mais alto nível dos nossos vizinhos. Se é para isso que querem legalizar as claques, então dispenso.
É preciso lembrar que por cá também já tivemos cadeiras pelo ar em Assembleias-Gerais. E há que ter o cuidado de preservar a linha que nos separa dos outros a este nível. Se existem claques no Benfica, elas representam exclusivamente os seus membros, e jamais a maioria dos adeptos do Benfica, ou qualquer outro foco de poder interno."
Luís Fialho, in O Benfica
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