terça-feira, 8 de agosto de 2023
Lá estaremos
"1. A seleção nacional de futebol feminino não saiu da Nova Zelândia coberta de glória, mas saiu coberta de futuro.
2. Tendo caído num grupo de mais elevada dificuldade - coube-lhe lutar com as vice-campeãs da Europa e com as bicampeãs do mundo -, ficou à distância de um golo de se qualificar para a fase seguinte da competição. Já em tempo de descontos do jogo decisivo, só o poste da baliza da guarda-redes dos EUA impediu que a seleção feminina seguisse em frente no torneio da Nova Zelândia.
3. O contributo do Benfica para a 'imposição' do futebol feminino no calendário desportivo nacional foi marcante em toda a campanha que conduziu à estreia de Portugal numa fase final do Campeonato do Mundo. O Benfica apostou no futebol feminino em boa hora. Agora, é continuar a crescer.
4. A temporada de 2023/24 arranca nesta quarta-feira (9) na cidade de Aveiro com a discussão da Supertaça Cândido de Oliveira. Lá estaremos. Na sua qualidade de campeão nacional, o Benfica vai discutir o troféu e o primeiro título oficial da temporada com o FC Porto. O Benfica, que tem o melhor palmarés nacional nas duas competições mais importantes - o Campeonato e a Taça de Portugal -, não tem idêntico registo triunfal nesta competição que opõe todos os anos os vencedores dessas duas provas de importância maior. Está na altura de inverter a tendência, ou não está?
5. O nosso adversário da próxima quarta-feira viveu a sua pré-temporada montando um figurino de jogo dependente de recursos que, em boa vontade, não trouxeram novidades nenhumas em relação a épocas passadas. Os seus dois maiores especialistas em soluções imediatas - Otávio e Taremi - preparam-se para a nova temporada simulando o sofrer de faltas nas áreas adversárias e lá forma somando, nos seus jogos de preparação, as grandes penalidades a favor que são a imagem de marca do vice-campeão nacional. Não há nada que não caía ao chão que não seja penálti para o FC Porto, diz o povo e com razão.
6. Novidades, portanto, foram poucas no campo do adversário da próxima quarta-feira. Mas não é com as novidades, ou, melhor, com as não novidades do FC Porto que o Benfica tem de se preocupar a menos de uma semana da decisão da Supertaça Cândido de Oliveira. Com o que o Benfica tem de se preocupar é exclusivamente consigo próprio. O Benfica tem jogadores, tem sistema de jogo, tem qualidade a rodos, e nada impede que não tenha o mais importante em jogos decisivos para a conquista de títulos: atitude.
7. Aveiro, quarta-feira, 9 de Agosto. Lá estaremos. Com tudo. E com atitude."
Leonor Pinhão, in O Benfica
Xeque-mate eletrónico!
"Em 1984, António Antunes foi o primeiro simultaneador português a jogar contra computadores
Se atualmente o desporto está dependente da tecnologia para importantes recolhas e análises de dados e estatísticas, e algumas modalidades, nomeadamente os sSports, funcionam através de aparelhos eletrónicos e digirais, imagine-se em 1984 jogar-se contra eles!
Neste ano simbólico, que inspira um universo orwelliano, vivia-se em pleno a revolução tecnológica, e a relação homem-máquina já circulava há pelo menos vinte anos nos debates científicos e filosóficos. Qual era o papel da máquina na sociedade humana? E qual o papel dos humanos num mundo cada vez mais tecnológico?
Foi neste ambiente que em Portugal se verificou a primeira simultânea portuguesa de xadrez contra computadores. Aconteceu na sessão inaugural das actividades da Casa do Algarve, instituição regionalista vocacionada para a união a confraternização de toda a comunidade algarvia, sediada em Lisboa. O escolhido foi o vice-campeão nacional e benfiquista António Antunes, à época com 22 anos recém-completados.
Em simultâneo, o xadrezista encarnado defrontou, com as peças pretas, sete aparelhos programados para um ritmo de torneio de três minutos por lance. Foram precisas quatro horas, ao fim das quais António Antunes averbou seis vitórias e 'acordou num empate' com um computador americano, o qual era pertença do mestre José Vinagre.
Ao mesmo tempo, decorriam também outras partidas simultâneas frente a xadrezistas cegos, cujos relógios se encontravam a cargo dos campeões desse ano, Silva Pereira e José Pinheiro.
A iniciativa esteve a cargo do também jogador e seccionista benfiquista Vasco Santos, contou com a visita do secretário de Estado dos Desportos e teve, ainda, 'honras de TV'.
No ano seguinte, em 1985, António Antunes viria a ser consagrado mestre internacional, e, em 1994, dez anos depois da disputa contra os computadores, seria elevado a grande-mestre aos 32 anos. Foi o primeiro português de sempre a ser elevado a grande-mestre, sendo, ainda hoje, uma das maiores figuras do xadrez luso.
Conheça mais sobre os xadrezistas encarnados e a história desta modalidade na área 3 - Orgulho Eclético, no Museu Benfica - Cosme Damião."
Pedro S. Amorim, in O Benfica
Somos todos migrantes
"Hoje vou falar-vos de um grande benfiquista, como nós. O seu nome é Mário Coucelos, tem 57 anos e nasceu na ilha do Faial, Açores. Provavelmente, é um ilustre desconhecido para a imensa maioria. Também o era para mim, até sábado passado. Foi nesse dia que tive o prazer de estar num almoço com ele, e depressa percebi que esta é uma história que merece ser contada.
O Mário viveu no Faial até aos 24 anos. Nessas primeiras duas décadas de vida, alimentou o amor pelo Glorioso sem nunca ter pisado Portugal continental. Dos Açores, viajou para os Estados Unidos da América, na tradicional busca por melhores condições de vida. Fê-lo ele e mais uns milhões de portugueses, de latino-americanos, de asiáticos ou de africanos. O mundo é feito dessas migrações, daí ser tão inconcebível a forma como alguma gentinha ignorante trata os imigrantes por cá. Mas adiante, que esta é uma história alegre.
Aos 57 anos, três décadas depois de se fixar na Califórnia, em San Leandro, Mário viajou pela primeira vez para Portugal continental, depois de alguns regressos, ao longo dos anos, às suas ilhas atlânticas. Nesta primeira viagem, andou pelo Norte e pelo Sul do país, mas o momento alto aconteceu em Lisboa, cidade que só conhecia de relatos ou pela televisão. Mostrou-me as recordações desse dia no ecrã do telemóvel. Uma, duas, três dezenas de fotografias ao lado da estátua de Eusébio, no balneário dos jogadores, na loja, no Museu Cosme Damião, no relvado do Estádio da Luz. A emoção com que me falou de cada uma das fotos, a forma efusiva como viveu cada instante do jogo de preparação com o Feyenoord, o brilho nos olhos a falar do Benfica... conquistaram-me. Diz-se habitualmente que agosto é o mês dos emigrantes, o regresso a casa. No capítulo da história de Mário, o regresso foi a sua primeira vez na Catedral, aos 57 anos. Uma vida inteira a torcer de longe, com a mesma paixão que todos nós."
Ricardo Santos, in O Benfica
Agora a sério
"Eis-nos chegados ao primeiro momento da verdade. Não há mais testes, não há mais margem para errar. A partir de agora é a doer, e o primeiro jogo significa desde logo a conquista, ou a perda, do primeiro troféu oficial da temporada.
Não só pela Supertaça em si, mas também - ou sobretudo - por ser contra quem é, este é um compromisso de grande relevância, que pode marcar o início de época, e até, o desenrolar da mesma.
Temos pela frente o nosso maior rival. Com quem já disputámos doze Supertaças e vencemos apenas uma. A quem não ganhamos um jogo de Supertaça há trinta anos.
Algumas das piores arbitragens de que me lembro em Portugal foram em partidas desta competição. Fomos bastante penalizados, demasiadas vezes. Mas é uma perigosa ilusão julgar ter sido esse o único motivo para tão negro registo.
É verdade que durante muitos anos eles levaram a prova mais a sério do que nós. Mas também é verdade que ainda hoje entram em campo neste tipo de clássicos com faca nos dentes e sangue nos olhos, enquanto nós entramos 'apenas' para ganhar um jogo.
É bonito afirmar que não jogamos contra ninguém: só 'pelo Benfica'. Temo, porém, que essa diferença de mentalidade seja uma das razões para os números acima evocados.
Jogar, não só por nós, mas também 'contra' eles, pelo gosto de os ver perder, não significa incrementar qualquer tipo de conflitualidade fora do campo, e muito menos adoptar o estilo de comunicação troglodita dos nossos rivais do Norte. Antes - até por isso, até contra isso - um estado mental (sobretudo ao nível do balneário) que pode e deve alimentar os nossos atletas sempre que entram em campo neste tipo de jogos.
Ao fim e ao cabo, trata-se apenas de transportar para o relvado aquele que é o sentimento generalizado dos benfiquistas. Nada mais nem nada menos do que isso."
Luís Fialho, in O Benfica
Jovens de sonho
"Jovens de sonho e jovens que sonham são todos os do projeto 'Para ti Se não faltares!'
Às vezes o lugar onde nascemos ou a conta bancária dos nossos pais parecem montar-nos as armadilhas do destino, mas muitas vezes também mostramos que somos capazes de saltar por cima das armadilhas e forjar o nosso próprio destino. Só precisamos que acreditem e que, mais do que isso, nos ajudem a acreditar em nós próprios!
Quando isso acontece na idade certa, com a motivação e a comunicação justas, então os jovens agigantam-se, capazes de levantar o sonho bem alto e de correr, ou melhor, voar atrás dele como fazem as águias.
Esta é talvez a melhor forma de explicar o que é o projeto 'Para ti Se não faltares!': não é mais que lançar um voo de águia para cada jovem e ajudá-lo a conquistar as alturas.
Isso, claro, faz-se usando o futebol e usando a magia do Benfica. Parabéns, jovens, pelo vosso trabalho deste ano e boas férias. Para o ano, já em Setembro, cá estaremos de novo juntos para elevar a altura dos vossos sonhos!"
Jorge Miranda, in O Benfica
Núm3r0s d4 S3m4n4
"1
Pedro Casinha é campeão nacional sub-23 de canoagem em K1 200 metros. O canoísta do Benfica ainda ganhou o bronze em K2 500 metros;
2
Após mais uma etapa, Vasco Vilaça encontra-se na 2.ª posição do World Championships 2023 de triatlo. E é o 5.º no ranking geral, sendo o mais novo entre os 10 primeiros;
3
Nos 5 jogos particulares da pré-época, Di Maria e Gonçalo Ramos foram os melhores marcadores, com 3 golos cada, seguidos por Musa, com 2. Rafa foi quem fez mais assistências para golo (3);
4
Após se sagrar vice-campeão do mundo de natação nos 50 metros mariposa, Diogo Ribeiro somou mais um feito à sua ainda muito curta carreira: tornou-se no primeiro português a chegar a 4 meias-finais de um Campeonato do Mundo na mesma edição;
7
Foram utilizadas 7 futebolistas do Benfica - 5 no onze inicial - pela seleção feminina portuguesa de futebol na primeira vitória de Portugal num Campeonato do Mundo. Lúcia Alves assistiu para o 1.º golo, e Kika Nazareth apontou o 2.º;
12
Nos Campeonatos de Portugal de atletismo, a prova que define os campeão nacionais, a nível individual, foram 12 os atletas do Benfica a conquistarem o ouro. Ao todo, os atletas do Benfica granjearam 33 medalhas;
25
Roger Schmidt utilizou 25 jogadores nos 5 jogos particulares de pré-época, 17 participaram em todas as partidas, 3 atuaram em 4. Odysseas Vlachodimos foi o mais utilizado, com 326 minutos (inclui tempos adicionais), seguido por Aursnes (271), António Silva (262) e Gonçalo Ramos e Rafa (259);
298
Foram disponibilizados, para venda, 298 Red Passes, o que significa que a quase totalidade dos mais de 45000 lugares anuais foram renovados. São mais de 14 mil sócios em lista de espera."
João Tomaz, in O Benfica
Editorial
"1. Humildade, união, ambição e compromisso num apoio inesgotável à nossa equipa. É com este espírito que todos os benfiquistas estarão em Aveiro, para o arranque da época nesta quarta-feira com a Supertaça. Valores que foram fundamentais na caminhada em conjunto, adeptos e equipa, para o 38, num calor e numa mística que são a alma do Benfica. Venham os desafios, que sabemos bem aonde queremos chegar.
2. Nesta edição do jornal O Benfica prosseguimos a radiografia ao regresso das modalidades, que procuram nesta temporada recuperar o título de campeão nacional. O futsal traz-nos um elixir da juventude, numa aposta em jogadores jovens e de grande potencial. A análise em detalhe, num planeamento que tem a continuidade e a estabilidade como principal reforço do plantel, depois de uma Taça de Portugal conquistada e uma luta pelo campeonato até ao final na época finda.
3. Palavras calorosas de um grande campeão, elogiando o Benfica e tudo o que o Clube tem feito para o ajudar numa carreira já brilhante e que orgulha todos os portugueses. Diogo Ribeiro é um ídolo dos pés à cabeça, ainda mais numa altura em que as federações procuram esconder o papel vital dos clubes nos louros que se apressam a querer recolher. E nem minimamente o merecem.
4. Um modo de vida à Benfica. É este o título da reportagem que nos leva a conhecer o benfiquismo da família Mimoso, a sua imensa dedicação ao desporto e os segredos para uma disciplina ganhadora, feita de ambição e muito talento. A não perder."
Pedro Pinto, in O Benfica
Afinal quem quer ficar no Benfica?
"Após uma entrevista recente a Carlos Vinicius, ex-atacante do Benfica, levantam-se questões sobre se a vontade dos jogadores é realmente determinante na sua saída
«Eu senti-me sempre valorizado pelos adeptos na época em que estive no Benfica a jogar. Depois, houve outras coisas a acontecerem no clube, comigo, com os treinadores…
Nem eu próprio consigo responder e as coisas acabaram por não encaixar todas. Ainda hoje, quando venho a Portugal, todos os adeptos me perguntam porque saí e respondo ‘não sei’.»
Vinicius era o avançado mais prolífico do Benfica, marcando a cada 68 minutos. Seria portanto expectável que tivesse mercado. "Recebi uma proposta de 60 milhões pelo Vinícius e não vendi", disse na altura o Presidente do Benfica, passando a mensagem que não daria prioridade à vertente financeira quando o clube apenas tinha vencido a Supertaça nessa temporada. Quatro meses depois, o jogador saía por empréstimo por apenas €3M, desvalorizando-se com esse movimento e, naturalmente, deixando de dar a sua contribuição desportiva ao clube (que tanto precisava dela na época que se seguiu, onde o Benfica se ficou pelo 3.º lugar e sem qualquer troféu).
O jogador acabaria por ser novamente emprestado, até finalmente ser vendido por apenas €5M (numa altura que o próprio jogador tinha um valor de mercado superior a isso). Anos volvidos, e a acreditar nas suas palavras, torna-se evidente que muitos jogadores entram e saem dos clubes sem que realmente tenham um papel determinante no seu percurso profissional.
Entretanto o Benfica muda de Direcção, e parece haver uma clara aposta na vertente desportiva, trazendo com isso novas expectativas para sócios e adeptos do nosso clube. Até surgir o primeiro obstáculo: Enzo Fernández.
Já muito se disse e escreveu sobre a sua saída. Na altura, e mais uma vez acreditando na versão dos acontecimentos dada pelo Presidente do Benfica, Enzo saiu porque o Presidente decidiu que o jogador "não poderia jogar mais pelo clube", por falta de compromisso e porque como adepto, não queria um jogador que "não queria estar no Benfica". E rematou dizendo que no Benfica só estaria "quem tivesse orgulho em representar o clube", alargando o recado igualmente à formação.
Concordando ou não com as palavras de Rui Costa, e não deixando de dar mérito argumentativo à premissa que usou, a verdade é que a saída de Enzo deveria, no mínimo, preparar a actual Direcção para futuras situações deste género, e acautelar hipotéticas consequências desportivas daí decorrentes. Tanto no imediato (abre-se uma lacuna inesperada no plantel que tem de ser preenchida), como a curto/médio-prazo (o arrastar da novela poderá afectar a concentração e motivação no seio do plantel, a equipa técnica desconhece se tem de mudar o plano táctico ou mesmo testar novas adaptações enquanto a situação não se resolve, o foco do scouting poderá ser alterado, e os outros clubes sabem que o Benfica tentará mover-se rapidamente no mercado e jogarem com essa informação).
A época terminou, e o Benfica foi campeão apesar da saída do argentino. Mas sobretudo ficava a lição para que no futuro, a vertente competitiva não saísse prejudicada em caso de nova novela. Ficava a lição para os adeptos, entenda-se, já que para os restantes intervenientes a amnésia provocada pelo calor das férias fez esquecer o que se passou no final do mês de Janeiro.
Tal como Vinicius, o Benfica empresta o seu melhor marcador (com cláusula opcional de venda) e tal como Enzo, foi o clube que quis de facto fazer este negócio. Porquê?
Porque sai por menos da cláusula de rescisão (que serve unicamente para denotar os casos onde o clube é irredutível à venda de um jogador), e porque a acreditar nas palavras do Presidente, é ele quem decide caso ache que um jogador não quer ficar no clube. Quis Gonçalo Ramos de facto sair? Provavelmente. Será ele um jogador que, à semelhança do que foi dito para Enzo, iria forçar a saída? Parece-me difícil, sobretudo não havendo quem batesse cláusula de rescisão.
Mas se a entrevista de Carlos Vinicius nos ensinou alguma coisa, é que nem sempre os jogadores percebem bem a trajectória dos seus percursos profissionais. E se não pagando a cláusula é o Presidente (ou direcção) quem decidem, o que impediu que estes negociassem outro timing ou mesmo outros valores? Necessidade de vender rápido? Oportunidade única de negócio? Aproveitar as JMJ para despachar um jogador com vídeos íntimos nas redes sociais?
Esqueçamos os valores envolvidos na transferência ou intermediação de Gonçalo Ramos. As opiniões dividem-se, e em termos retóricos, aceito que haja argumentos lógicos tanto na opinião que foi bem vendido (peço desculpa, quis dizer bem emprestado) como na opinião que se esperavam outros valores por aquele que será o expectável substituto de Cristiano Ronaldo na Selecção Nacional (lá para 2044, quando o madeirense finalmente pendurar as botas). Mais do que os valores, falemos então das lições que (não) se aprenderam da saída do Enzo Fernández (Quem? Je ne sais pas)
O Benfica faz 6 jogos nesta pré-temporada, Gonçalo Ramos foi titular nos últimos 5. Por outras palavras, Roger Schmidt – treinador que como sabemos pouco gosta de mexer no seu 11 titular durante os 90 minutos e mesmo durante a temporada – montou a sua equipa no recomeço desta época claramente apostando no efémero ex-número 9 como seu goleador. E agora o goleador sai, sem testar convenientemente o seu substituto, em vésperas do primeiro jogo oficial da época, contra um rival histórico, num encontro que irá determinar um troféu que, numericamente, tem um valor significativo particularmente importante.
E estavam fartos de novela? Pois então tomem mais esta, que se arrastava desde 15 de Junho (primeira notícia do jornal A Bola), e onde aparentemente só o Presidente tinha spoilers. O treinador, já sabemos, contava com o jogador. Azar dele, é que o Luis Enrique também. Mas as novelas no Benfica são desinteressantes na medida que têm todas o mesmo final: "não se pode cortar as pernas a um jogador que quer dar o salto". E como vi aí escrito por muitos adeptos, parece ser uma característica única no Benfica. Já outros clubes recusam a venda dos seus jogadores, que mesmo insatisfeitos por permanecerem num clube que não os quer vender, continuam a cumprir o seu contrato, mantendo as prestações.
Perante isto, em caso de perda na supertaça, quão segura está a direcção que os adeptos e sócios não lhe caiam em cima por esta gestão desportiva? Que por sinal, é recorrente e sem indicações que irá mudar no futuro? Haverá a convicção que o estado de graça pelo último campeonato permite perder contra este rival específico, dando-lhes de bandeja mais um troféu? Irão pedir calma e paciência perante a frustração dos adeptos, para confiarem no trabalho que está a ser feito e que já colheu frutos no passado? Ou seja, eufemismos para "esqueçam lá a asneirada que fizemos, pelo menos até voltarmos a repeti-la"?
Vejo muitos Benfiquistas usarem a expressão "zero ídolos" na saída de um jogador que fica entusiasmado por ir jogar numa liga melhor que a nossa, ou ganhar francamente mais do que aufere na Luz. Eu, que já trabalhei em vários países e em vários sítios diferentes, fico triste que o Benfica não lhes seja suficiente, mas entendo que como profissionais queiram um salário que mais se coadune com o seu valor, e que queiram jogar contra os melhores do Mundo regularmente. Entendo ainda mais que queiram sair do lamaçal que se tornou o futebol português nos últimos anos. Mas mais que isso, entendo que uns quantos jogadores sejam vistos como."
Futebol 2023/24 - A época a iniciar... Um futuro como oportuidade a conquistar!...
"Após a referência em três artigos onde inseri algumas ideias base para a planificação duma pré-época, sem omitir alguns tópicos que fizeram “furor” no que consta à história deste processo para apuramento de competências, importa refletir numa das mais significativas teses que podem ultrapassar quaisquer outras, porventura já autenticadas, que têm a ver com o fervor energético ao nível duma consciência coletiva, como base de construção do verdadeiro caminho para o êxito.
Para além do referido neste arrancar de uma época e após um tempo propício para uma melhor inserção de novos membros nas equipas, capazes de construir um elo de proximidade mais coeso, associando a validação de várias competências, especialmente focadas numa agregação de traços de identidade perante o símbolo do clube, portador de valores éticos e deontológicas muito singulares, importa refletir numa ideia com base numa previsibilidade funcional das equipas em prova.
Após as avaliações de vária ordem, muito em especial ao nível das capacidades antropológicas, biológicas, cárdio funcionais, motoras, etc…, geralmente todas as equipas acabaram por realizar estágios, procurando associar à planificação das cargas específicas de treino a realização de alguns jogos, competindo com equipas de maior ou menor dificuldade de exigência.
Verificamos que algumas equipas nesta fase procuraram realizar competições de dificuldade crescente, na tentativa de obter resultados positivos, e com isso ser valorizado os seus índices de confiança, vendo nisso um apelo para a otimização do sucesso no futuro imediato.
Porém, outras equipas procuraram associar ao estágio, competições pela mais valia do adversário, e assim se dispuseram a correr riscos de acusar um rendimento e resultado em desconformidade com expectativas à priori criadas.
As perguntas que se podem fazer neste momento são as seguintes: qual a importância que se pode imputar a equipas cujos rendimentos e resultados foram negativos? Equipas cujos rendimentos foram negativos e resultados positivos? Equipas cujos rendimentos foram positivos e resultados negativos? E tudo isto condicionado por um conjunto de jogadores disponíveis para a competição; a inserção de novos jogadores; jogadores que advieram de possíveis estados do reaparecimento após lesões; qualificação do perfil de liderança do treinador e toda a estrutura técnica, etc…
Não tenho dúvida que qualquer derrota nesta fase, mesmo que seja desvalorizada pelo seu líder, pode ser objeto de preocupação, inquietação, dúvida e geralmente perturbadora, caso se veja repetida. Poderá, no entanto, acontecer que a adversidade perante resultados menos bons nesta fase, a equipa possa reagir para um novo estímulo renovador, pelo despertar coletivo de novas matrizes de competência, transferindo dificuldades em oportunidades, vendo imprimida uma nova cultura de exigência.
Importa ainda anotar uma referência ao nível da liderança comunicacional do líder/ treinador. Sabemos que qualquer mensagem para que atinja um objetivo assertivo, deverá estar revestida de clareza, exposta de forma otimista e positiva e sem duplo significado, cuja expressão verbal e não verbal demonstre coerência, devendo separar os factos das opiniões e bem sintonizadas com objetivos positivos de conquista.
Por vezes verificamos que a credibilidade do treinador fica afetada, quando uma resposta se vê emocionalmente traída por um desespero indesejado e por isso inoportuno.
É claro que tudo isto faz parte da identidade do treinador como comunicador e líder e como expressa o tipo de comportamento da liderança no seu desempenho, quer por via da instrução e treino, quer por via democrática, recompensadora, de apoio social, explorando a preceito com inteligência, empatia, motivação intrínseca, flexibilidade, ambição, autoconfiança e otimismo os seus atributos.
Estes sinais ambientais vividos ajudam a catapultar para o balneário o eixo mediador duma consciência coletiva onde se forja uma crença que se transforma em desejo partilhado e este em convicção, que se pode ver-se autenticada pelo resultado, que conduz ao sucesso. Estas situações devem na minha perspetiva serem objeto de apoio e treino ao e do treinador!...
Quem for capaz de conseguir ultrapassar as exigências da competição de forma emocionalmente mais equilibrada, identificadas de um estado de alma, onde a paixão em servir, o desejo de vencer, a exigência na formulação de objetivos difíceis e encorajadores, para a defesa do emblema que carrega, não apenas na camisola, mas sobretudo na alma, pode fazer a diferença de quem está mais disponível para ganhar. É evidente que tudo isto é a base do reportório de uma nova visão global do treino, associando os métodos de ordem tática, técnica, física e atlética a outros de ordem mental, psicológica e espiritual, tantas vezes evocada nas minhas reflexões publicadas.
Já que estamos na abertura oficial da época propriamente dita e em cima da competição que ditará a equipa vencedora do primeiro título, acrescento algumas referências também exposta em períodos anteriores, no referente à mobilização dum permanente e incessante compromisso entre:
Jogadores – Os fiéis interpretes da dinâmica que o desenvolvimento do jogo promove a todo o instante. Aqueles que colocados no estádio, as suas esperanças e medos são expostos em frente de milhares de espectadores e convertem a vontade de vencer numa questão de treino e a maneira de vencer numa questão de honra!... E são tantas as vezes que carregam uma cruz duma vida virtualmente fácil, abnegada e talvez incompreendida!...
Treinadores – Que estejam sempre disponíveis para medir a autocrítica de forma séria e descomprometida e também capazes de motivar para o triunfo e aceitar o fracasso, e sempre disponíveis para administrar os valores da honestidade e a firmeza das convicções. Procurar ser também bons conselheiros com um modelo de comportamento exemplar, segundo o qual permita corrigir sem ofender e orientar sem humilhar.
Árbitros – Todos sabemos que emitir juízos com a máxima brevidade de tempo e confirmar o caráter irreversível da decisão tomada, não é tarefa fácil, nem facilmente compreendida. É evidente que a crítica ao árbitro é necessária e indispensável. Mas as disponibilidades técnicas do esclarecimento deveriam salvaguardar a sua credibilidade no contexto agonístico do jogo, evitando a todo o custo que a sua figura seja praticamente anulada pelo primado exclusivo da tecnologia. O estado do comportamento humano do árbitro, a sua personalidade, os seus valores, os seus critérios, deverão prevalecer, porque antes do árbitro está a pessoa. E é por isso que o árbitro deverá ter no jogo uma capacidade de estima e não abuso do poder, que por vezes desorienta quem joga e estimula negativamente quem ao jogo assiste.
Dirigentes – Quantos são aqueles que arrancam do seu labor ocasião e forma de protagonizar para o seu clube o tesouro dos maiores entre os grandes?!... Porventura alguns percorrem de forma intempestiva os corredores do poder, vendo no Futebol um exercício compensatório de personalidades insatisfeitas no campo pessoal e profissional, desprezando as regras adjacentes ao bom senso e razão!... Reclama-se um longo caminho a percorrer no que ao empreendimento desportivo exige, no que diz respeito à competência e profissionalismo dos seus agentes.
Adeptos – Que gritam e vibram com o peso da sua bandeira, numa profunda relação de afetos no apoio participativo. Contudo verifica-se de forma frequente situações conflituosas, confirmando ou contrariando expectativas do resultado e de imediato o lugar à cólera e euforia perante as fases mais relevantes: marcação ou não dum penalty, golo falhado, falta inexistente e o estádio transforma-se por vezes numa labareda de opiniões, com efeitos por vezes dramáticos.
Orçamentos estabelecidos, objetivos formulados, rentabilização de competências e partida para uma nova época, onde se apuram comportamentos, se invocam convicções, se ajustam desejos e todos partem para mais uma viagem de sonho.
Deixemo-nos levar pela imagem dum belo jogo de Futebol. Se repararmos bem, a potencial dinâmica do jogo dispõe de facto de uma magia inigualável … durante 90 minutos é possível condensar muitas histórias e reproduzir muitas graças que a vida nos oferece. Daí um dos seus principais encantos!...
BOA ÉPOCA!...
Para os vencedores hossanas de glória e exaltação. Para os vencidos respeito e esperança!...
As minhas venturas para que todos possam atacar o futuro como uma nova oportunidade!..."
O protesto dos pobres é a voz de Deus
"Quando, em 1983, visitei, pela primeira vez o Brasil, a convite do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE), não esperava passar por uma experiência tão profunda, tão inesperada, como a que vivi, na pátria dos meus queridos Lino Castellani Filho e Laércio Elias Pereira, que foram esperar-me, em São Paulo, ao aeroporto e que assim me acolheram, num sorriso amplo, fraterno: “Nas nossas humildes pessoas, é o Brasil que o abraça”(sic). Um país que, digo já, me proporcionou a revelação de mais latas dimensões da vida. Lino Castellani Filho e Laércio Elias Pereira continuam figuras respeitadas e prestigiadas da Educação Física brasileira e a eles devo o meu primeiro agradecimento pelo muito e belo e avassaladoramente humano, que aprendi no Brasil. Não, não foi a vertigem da novidade, a curiosidade continuamente estimulada, os sentidos abertos, como pétalas frementes, de um certo erotismo. Eu levava na minha mala o resultado das minhas leituras de Michel Foucault, onde se me tornara evidente que a educação física nasce, como disciplina médica, no século XVIII, o século áureo do racionalismo, e sofrendo do dualismo antropológico cartesiano. A Razão era a imagem imperial do pensamento, a que o corpo, simples matéria, deveria subjugar-se. Mas o que, francamente, me surpreendeu foi o trabalho tão religioso, como social e político, de toda a Igreja latino-americana. A Igreja Católica era (é) a “Igreja dos Pobres”, assim o pensam e o dizem os vários episcopados da América do Sul. “O fundamento da própria opção preferencial pelos pobres e da própria solidariedade com os indigentes, descobre-o a Igreja no misterioso plano salvífico de Deus, revelado no exemplo de Jesus, que anuncia o reino aos oprimidos e marginalizados, nos quais a imagem divina se acha obscurecida e também escarnecida. Deus ama particularmente os pobres e defende-os. Eles são os primeiros destinatários da missão, porque a sua evangelização foi sinal e prova da missão de Jesus” (Brotéria, Novembro de 1985, p. 390).
A D. Helder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, ouvi eu esta frase que nunca esqueci:”O protesto dos pobres é a voz de Deus”. Ora, quando o Papa Francisco foi eleito, advindo da América Latina, logo me veio à mente a “Igreja dos Pobres”, quero eu dizer: uma eclesiologia humilde, fraterna, de comunhão, intencionalmente diaconal e carismática, que fazia sua a luta dos pobres, dos marginalizados pela sociedade injusta, em prol da sua libertação social e política. A Igreja era pensada e sentida como missionária, como evangelizadora, mas o seu anúncio do Evangelho significava também compromisso com um “povo de Deus” concretamente condicionado por uma economia liberal que em si comporta princípios de exclusão e desigualdade crescentes”. E quando o Papa Francisco proclama, logo no início do seu pontificado, que… “esta economia mata”; quando fez de Francisco de Assis o seu patrono, tomando o nome do Santo de Assis; quando deixou de viver nos faraónicos aposentos papais, para fazer seus os poucos metros do quarto de um colégio; quando o destino da sua primeira viagem, fora do Vaticano, em Julho de 2013, foi a ilha italiana de Lampedusa onde desaguavam, diariamente, milhares de refugiados africanos, alertando, então, emocionado, para a “globalização da indiferença”; e muito mais poderia lembrar, neste momento – tive a nítida sensação que a responsabilidade social da Igreja diante de situações económicas e sociais e políticas de extrema desigualdade, pois que uma reduzida minoria, na América Latina e no mundo todo, possui a esmagadora maioria dos recursos, tendo em conta as exigências do bem comum: seria o objetivo primeiro (não o essencial) do seu pontificado. Aliás, à imitação de Jesus Cristo que multiplicava, milagrosamente, os pãos e os peixes, para alimento das multidões que O queriam escutar…
É evidente que este Papa o que pretende dizer, sobre o mais, é que a Boa Nova de Jesus Cristo corresponde às aspirações mais profundas e universais da natureza humana e portanto, para ela, é também pecado a fome e todas as situações de violência e de miséria e de injustiça económica e social. O que este Papa pretende dizer, sobre o mais (assim o penso eu) é que não se é cristão se não se é exemplarmente humano. Todos temos defeitos (cheguei ao fim da minha vida e reconheço e lastimo os meus). Fiz a peregrinação pelas grandes escolas filosóficas, mormente do Iluminismo até hoje, e cheguei a descrer no Deus que os meus queridos pais me ensinaram a crer e a amar. Cheguei a descrer do Deus… em que, hoje, profundamente, quero crer! Para mim (e digo o mesmo o que Jean Guitton já o disse, antes de mim) negar-se a existência de Deus é um absurdo assim como afirmar a existência de Deus é referir um mistério. Não acredito no “acaso criador” de algumas teorias científicas. Toda a aventura da vida me parece orientada por um princípio organizador. Como estudei em Ilya Prigogine, a vida repousa sobre “estruturas dissipativas” que permitem a emergência de uma nova ordem, ou um nível superior de organização. Leio La nouvelle alliance, de Ilya Prigogine e Isabelle Stengers, editado pela Gallimard: “O que é espantoso é que cada molécula sabe o que as outras moléculas farão ao mesmo tempo que ela e a distâncias macroscópicas: nossas experiências mostram como as moléculas se comunicam. Todo o mundo aceita essa propriedade nos sistemas vivos, mas ela é no mínimo inesperada nos sistemas inertes”. Portanto, para mim (e não estou só) o universo tem uma história que não se explica por mero acaso. Para mim, Deus existe. Mas quem é Deus – verdadeiramente não se sabe. No entanto, o atual Papa, eleito na noite chuvosa de 13 de Março de 2013, afirma e reafirma “urbi et orbi”, convictamente, que Deus nos ama…
“Quem antes de Francisco esperaria ver um Papa dirigir-se a uma jovem transsexual tal como fez no passado dia 25, durante um podcast (popecast, no caso, produzido pela Rádio Vaticano) dizendo-lhe que Deus a ama tal como ela é?. Isto mostra o quanto a atenção de Francisco às periferias vai muito além da geografia. Abarca os casais “irregulares”, os que abortaram, os homosexuais. Afinal, como este Papa foi repetindo ao longo dos anos, não compete aos padres o papel de fiscais da fé”. (Público, 2023/7/31). Mas… quem é este Deus de que nos fala o Papa Francisco? É (continuo a dizer: se bem penso) o Deus de Jesus de Nazaré, que nos quer pobres para podermos ser irmãos! Mas, para o Papa Francisco, esta pobreza não significa miséria. “A pobreza é o permanente esforço para remover posses e interesses de qualquer tipo, para que daí resulte a verdadeira imediatez da fraternidade. Ser radicalmente pobre para poder ser plenamente irmão: este é o projeto de Francisco, no que diz respeito à pobreza” (Leonardo Boff, Francisco de Assis e Francisco de Roma, Pergaminho, Rio de Janeiro. 2014, pp.79/80). Lembro o Papa Francisco: “A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo modo como trata os marginalizados”. Mas, no Parque Eduardo VII, o Papa ergueu esta certeza: “Não transformem a Igreja numa alfândega”. Na Igreja, cabem justos e pecadores, bons e maus. E acentuou: na Igreja, cabem “todos, todos, todos”. E meio milhão de pessoas repetiu: “todos, todos, todos”. Perguntava António Barreto, no Público (2023/8/5): “De onde vem o carisma formidável deste Papa?”. Permito-me avançar uma resposta: a sua fé inabalável no Deus de Jesus Cristo e porque, defensor de uma ecologia integral, se considera irmão de todas as criaturas. Não aceita, por isso, que o tratem por “Sua Santidade” pois que não é mais do que “irmão entre irmãos”. Rejeita, terminante, o luxo dos aposentos papais, mais próximo dos palácios dos imperadores romanos do que da gruta de Belém e da humilde casa de Jesus, em Nazaré.
O poder monárquico-hierárquico, absolutista e dogmático, dos papas fez esquecer ao papado e à própria Igreja, no seu todo, que os grandes representantes de Cristo, neste mundo (Mt. 25,45) são os pobres, os sedentos, os famintos e os que sofrem. Por Cristo, há lugar na Igreja para a profecia, visando um mundo de Amor e de Paz. Vale por isso a pena estar dentro dela, com todos os defeitos que encontremos nalguns dos seus representantes “oficiais” (e incluo aqui a pedofilia) como estavam S. Francisco ce Assis, D. Helder Câmara, João XXIII e tantíssimos mais e… como está o Papa Francisco – o Papa Francisco que partiu da perceção nítida, insofismável de que a Igreja Católica, como ele a visionou do alto da sua cátedra, era uma Igreja sem saída e aqui e além até motivo de escândalo. Por outro lado, o catecismo ensina as crianças que a Igreja nasceu pronta, inalterável, acabada da vontade de Jesus. Ora, como tudo o que é humano, também a Igreja é tempo, é processo e cabe-nos (a nós, católicos) com fé, com a fé cristalina do Papa Francisco, corporizar uma evangelização de todos e para todos – todos, todos, todos! Na Jornada Mundial da Juventude, ele repetiu, com vigor: “Não tenham medo”. Que o mesmo é dizer: Não tenham medo de ser diferentes… porque amais os outros como a vós mesmos! Os outros, ou seja, todos, todos, todos! É verdade que o que venho de escrever não é especificamente desportivo. No entanto, para mim, mão há jogos, há pessoas que jogam. E, se há pessoas, o que o Papa Francisco disse, na JMJ, é para o Desporto também."
Ramos...
Um dos nossos! 🦅#EPluribusUnum pic.twitter.com/HYf3UAcAbF
— SL Benfica (@SLBenfica) August 7, 2023
O que correu mal na venda de um correu bem na compra do outro!
"Gonçalo Ramos x Arthur Cabral
1. A venda de Gonçalo Ramos caiu na praça pública antes do tempo, penso que por culpa dos franceses. O timing revelou-se, então, péssimo. Já na compra de Arthur Cabral, enquanto os fontanários e a comunicação social se entretinham com vários nomes, o Benfica surpreendeu com um que nunca foi falado.
2. Ramos acabava o contrato em 2025. Aqui chegados, ou renovava ou era vendido. Com a venda de um e a compra do outro ficamos, a crer nos números publicados, a ganhar do ponto de vista financeiro. Desportivamente, que é o que mais nos interessa, teremos que aguardar para ver como as coisas correm.
3. Arthur Cabral teve percurso de excelência no Basileia: duas épocas e meia e 65 golos em 106 jogos. Na Fiorentina, em época e meia, os números não foram tão bons, o que é natural jogando em equipa italiana de meio da tabela onde os golos são caríssimos. Numa equipa ofensiva como o Benfica, vamos acreditar que pode voltar a faturar em grande.
4. Entretanto, está aí a Supertaça à porta e Musa deverá ser o nosso homem da frente. Que cumpra com o seu hábito de marcar golos no pouco tempo de que vai dispondo para jogar. E, depois, no Bessa novamente.
CARREGA, MUSA!"
Assim sim...
"Assim, sim. Sem baixas e sem choros. Seria criminoso privarmo-nos ao prazer de ver Conceição a assistir do banco à primeira derrota oficial da sua equipa a contar para a nova época."