quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Vermelhão: Roubo, mais um...

Benfica 3 - 3 Inter/Máfia UEFA/Rosseti


Um jogo que vai ficar para a história, com o Benfica a desperdiçar uma vantagem de 3-0 ao intervalo, permitindo o empate, mas onde a roubalheira foi tão grande, que não me apetece falar sobre futebol!

E sim, o Benfica entrou na 2.ª parte, mais uma vez, meio-adormecido, mas o golo de bola parada do Inter apareceu do 'nada'... e sim, o Benfica no 1.º tempo, também foi bastante eficaz, e muito provavelmente não merecia uma vantagem tão grande!

Agora, o Inter entrou na disputa dos pontos nesta partida, única e exclusivamente, devido aos constantes erros de arbitragens! E nem me venham com a lenga-lenga do árbitro ser Letão! Nos últimos meses jogámos 4 vezes, com o Inter, e fomos roubados, à descarada, em todos os jogos, e nas outras 3 partidas, os árbitros e os VAR's não foram da Letónia, nem de Ligas secundárias!!! Se tivesse sido uma partida, uma má noite, até podia ser acidental, mas 4 jogos consecutivos, não é coincidência...

Quem manda na arbitragem da UEFA é o senhor Rosseti... ainda me recordo do senhor Angel Villar mandar na arbitragem da UEFA, parece uma daquelas situações, onde se metem os ladrões a guardar o ouro!!!

O 2.º golo começa com uma falta não assinalada sobre o Rafa! Pelo meio creio que houve um lançamento lateral, portanto o VAR não podia intervir...; o 3.º golo nasce no atropelamento sobre o Neves, e mesmo o penalty assinalado não existe, porque o Nico toca na bola...; a expulsão do António, é a decisão mais absurda que vi, no futebol, na era do VAR!!!

Já no início da partida, tinha ficado por marcar um livre em zona perigosa, por atropelamento do Tengstedt! Aparentemente havia ordens claras para não assinalar faltas perto da área do Inter, não fosse o Di Maria acertar!

Assim, é impossível! O Benfica não está a jogar bem, a coesão defensiva da equipa está muito longe do ano passado, mas nada disso justifica estas roubalheiras...

Os portugueses na UEFA, muito provavelmente festejaram os golos do Inter; o Benfica tal como faz no Tugão vai ficar calado incompreensivelmente; a comunicação social, vai falar dos erros, mas vai desvalorizar o seu impacto...

Um jogo que devia ficar na história com o hat-trick do João Mário; com as assistências e bom jogo do Tengstedt, com mais um grande jogo do Neves; com o Tino a dominar completamente o jogo, principalmente no 1.º tempo; com o Di Maria a realizar provavelmente o último jogo em casa para a Champions... e no final, a estrela foi um Letão com o apito e o Croata no VAR!

Uma última nota para alguns assobios nos últimos minutos, para os jogadores e o treinador: a derrota, deixaria o Benfica fora da luta pela Liga Europa, com o empate, matematicamente, ainda temos hipóteses, e no final houve claramente ordens para tentar aguentar o empate...

Até ao fim...!!!

Benfica 4 - 3 Dobovec

Marcámos aos 13' segundos, e marcámos o golo da vitória a 8' segundos, do final da partida!!!

Depois da goleada, na Ronda anterior, esperava-se um jogo parecido, o 2-0 ao intervalo sabia a pouco, mas no 2.º tempo, rapidamente o jogo ficou empatado, voltámos a estar em vantagem, mas os Eslovenos empataram novamente (3-3)! E foi preciso esperar pelo último suspiro para chegar à vitória...

Novamente muitos golos falhados, e adversário, com grande eficácia! Rocha novamente a falhar, com o erro a dar golo ao adversário!

O Kairat goleou, mas o mais importante, é vencer os Cazaques (quase todos brasileiros...) amanhã, às 16h... o empate, pode não chegar!

Mais uma inacreditável falha da UEFA, ao permitir a organização duma Ronda desta importância, com o Benfica a ficar sem um dos seus melhores jogadores, por razões administrativas/políticas!
O Kutchy também se lesionou!

Inglório...


PAOK 76 - 74 Benfica
14-22, 25-15, 16-15, 21-22

Mais um excelente jogo, contra uma equipa superior, que tem outro contexto competitivo, mas desta vez, não conseguimos a vitória...

A boa notícia dos últimos jogos, é o regresso do Broussard à boa forma! Em sentido contrário, o Ivan nos últimos jogos 'desapareceu'!!!

Empate...

Benfica 1 - 1 Inter
N. Félix


Mais um resultado que sabe a pouco, mais um jogo onde pecámos na finalização! Mesmo sem fazer um grande jogo, fomos e somos melhores...

Vamos para a última jornada, na Austria, sem a qualificação garantida... o Inter sem ganhar 1 jogo, ainda tem hipóteses de qualificação!

Taça de Portugal


"✅ SL Benfica - SC Braga;
✅ Estoril - FC Porto;
✅ Sporting - Tondela;
Para lá das "bolas quentes" - que já não são novidade para ninguém -, e se não cair nenhuma bancada para os lados do Estoril ou o Sporting jogar ao tom dela, teremos o Benfica na próxima fase.
Sorteio, nesta fase da prova, do SL Benfica nas últimas 3 épocas:
✅ 20/21 - FC Porto;
✅ 21/22 - SC Braga;
✅ 22/23 - SC Braga;
Parece tirado a fotocópia..."

Lutar pela Liga Europa


"O Benfica recebe hoje o Inter, às 20h00, em jogo relativo à 5.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Ganhar é o objetivo. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Apontar aos três pontos
Roger Schmidt elogia o adversário e lembra que o Benfica tem ainda uma palavra a dizer nas competições europeias: "Temos uma oportunidade de vencer um grande jogo contra o Inter. Para mim, é uma das melhores equipas da Europa neste momento. É uma boa oportunidade para darmos sequência aos últimos dois jogos. Fizemos um bom jogo em casa contra o Sporting e na Taça também estivemos bem. Queremos qualificar-nos para a Liga Europa."

2. Ao serviço do coletivo
Morato reafirma a vontade de prosseguir nas competições da UEFA e mostra-se disponível seja qual for o papel que lhe for confiado: "É um jogo importante e entramos para ganhar. Queremos continuar na Europa. Estou preparado e disposto a jogar onde o míster me quiser colocar. Vou estar sempre à disposição do Benfica."

3. Distinções merecidas
Os treinadores das equipas da Liga Portugal elegeram António Silva e João Neves como melhor defesa e melhor médio do mês de outubro/novembro, respetivamente.

4. Pensamento na vitória
Na UEFA Youth League, o desafio com o Inter (Benfica Campus, 15h00) também é para vencer. Paulo Lopes refere a importância do jogo para o apuramento para as rondas a eliminar: "Vamos fazer de tudo para ganhar para ficarmos mais perto do nosso objetivo."

5. Embate europeu
O Benfica joga na Grécia (17h30), frente ao PAOK, em partida da fase de grupos da Basketball Champions League. Norberto Alves não esconde a ambição de vencer numa deslocação exigente: "Nós estamos aqui para disputar estes jogos e para os ganhar."

6. Ronda de Elite
Começa hoje, às 16h00, no Kosovo, a participação do Benfica na Ronda de Elite da UEFA Futsal Champions League. O primeiro adversário é o Dobovec.

7. Benfica em evidência
As equipas femininas de futebol e futsal, além de várias jogadoras de ambos os plantéis, foram homenageadas na Gala das Campeãs.

8. Despedida da EHF European League
O Benfica foi derrotado pelo HBC Nantes, por 34-38.

9. Agenda desportiva
Quinta-feira há dois jogos europeus na Luz. Às 18h30 com o CP Calafell em hóquei em patins. Às 20h30 com o Piacenza em voleibol.

10. Liderança aos 100 anos
Aproxima-se o centenário de atividade ininterrupta do râguebi benfiquista, com as equipas masculina e feminina, para já, na frente dos respetivos campeonatos.

11. Nova parceria
Benfica e Legacies, uma marca de streetwear, estabeleceram uma parceria de licenciamento da marca."

Uma questão de honra


"Para o Benfica, mais do que o resultado, é agora essencial mostrar o caráter de que é feito

Tem o Benfica tido jogadores com alma suficiente para carregar com a equipa às costas e compensar a irregularidade das exibições, fracas na Europa, apenas razoáveis na maioria dos jogos nacionais. O que lhe tem valido é o espírito, a determinação, a mentalidade e o foco, sobretudo de jogadores como Otamendi, António Silva, João Neves (sobretudo João Neves) e até, mais recentemente, Florentino.
No futebol ao mais alto nível, a vontade e a determinação com que se compete não é, evidentemente, tudo, nem chega para superar a maioria das dificuldades. Mas torna-se essencial sempre que a equipa não consegue jogar bem. Apesar das palavras de Roger Schmidt, considerando, por exemplo, que o Benfica esteve bem frente ao Famalicão (quando, na verdade, esteve bem pior do que quer fazer crer o treinador alemão), está a equipa da Luz a revelar demasiada dificuldade em se ligar e consolidar, e a acusar, mais do que poderia esperar-se, a perda de jogadores como Grimaldo ou Gonçalo Ramos, as forçadas, e prolongadas, ausências por lesão de jogadores como Alexsander Bah, Kokçu ou David Neres, ou, ainda, os problemas de clara inadaptação de Jurásek ou Arthur Cabral. Muito problema, pouca solução. Já quanto a Di María, é mais ou menos o que se previa: tem sido uma fantástica solução, mas às vezes transforma-se num inegável problema. É tão visível que nem precisa de mais explicações.
Com o comboio já em andamento, o Benfica ainda trocou de guarda-redes, com tudo o que isso implica na química e ligação de uma equipa (mesmo tendo ficado, creio, a ganhar), e tem visto o treinador hesitar demasiado na opção para ponta de lança (trocar tanto não dá confiança a ninguém). Com quatro meses de competição, esta segunda águia de Schmidt parece muito mais um projeto ainda do que uma estrutura. Do ponto de vista económico-financeiro e do prestígio, compreende-se em absoluto a mensagem do presidente encarnado. Após o falhanço da Champions, pede Rui Costa que o Benfica tenha a dignidade de lutar pela Liga Europa.
Mas a verdade, julgo, é que do ponto de vista estritamente desportivo, creio que para este Benfica, para o atual estado competitivo da equipa, para a menor qualidade (dada a expectativa criada) do futebol que tem vindo a jogar e para a maior das ambições, que é o bicampeonato, arrisco prever que acabar por continuar na UEFA talvez seja para a águia mais um problema do que uma solução. Deixar a Europa, sublinho, tem a clara desvantagem económica. Afeta o prestígio no momento e afasta os jogadores da montra internacional. Isso é inquestionável.
Mas permite mais fôlego a uma equipa com dificuldade em respirar e dá espaço ao foco mais importante, que é, sem dúvida, para qualquer dos candidatos ao título, o mais importante. Precisa, naturalmente, a equipa da Luz de salvar a honra do seu convento nesta edição da Champions, e volta a ter a oportunidade de melhorar a inexplicável imagem de não ter conseguido, em quatro jogos, qualquer ponto. O maior ou menor espírito com que os jogadores enfrentarão estes últimos dois combates pode, porém, marcar profundamente o resto da temporada, porque sendo o caráter da equipa muito mais importante agora do que o resultado, exigem certamente os adeptos que todos, no Benfica, o compreendam!

PS: Foi, em grande parte, o talento individual de dois portugueses que acabou por travar a legítima aspiração do FC Porto em Barcelona, num jogo que podia, na verdade, ter caído para qualquer dos lados. Caiu para o lado da inspiração de Cancelo e Félix (o que vão agora escrever em Espanha?...). E adiou a qualificação que o FC Porto (tendo de esperar pelo último jogo) tanto merece!"

João Bonzinho, in A Bola

A bolha de Pinto da Costa


"A forma como o presidente do FC Porto desvalorizou as cenas na AG é uma normalização da violência que os próprios adeptos já não aceitam

Os sócios do FC Porto serão chamados a votar, esta quarta-feira, o Relatório e Contas do clube. Aquilo que seria uma Assembleia Geral (AG) sem qualquer história ganhou uma relevância extraordinária face aos acontecimentos da noite de 13 de novembro porque o que está em causa não são os prejuízos superiores a dois milhões de euros (o grande buraco não é ali), mas o escrutínio de toda uma gestão sob a direção de Pinto da Costa (PdC).
Pela primeira vez em quatro décadas, o histórico presidente portista vê-se confrontado com uma opinião pública azul e branca contrária, que a pouco e pouco se vai afastando da narrativa do homem providencial.
A entrevista concedida à SIC teve o mérito de deixar muito transparente a bolha em que o líder dos dragões e o seu séquito parecem viver: ao desvalorizar as cenas de violência física e verbal na AG extraordinária para alterar os estatutos não percebeu o tiro no pé que deu — pelos vistos, uma ida para o hospital é a barreira que define os índices de civismo. Entre as suas palavras, muitos dias depois, e as de alguns adeptos seguidistas que se foram pronunciado em vários fóruns, acusando André Villas-Boas de querer roubar o poder (como se ir a eleições fosse um crime), não vislumbrei grandes diferenças. Surpreendente. Ou talvez não.
Também se viu um Pinto da Costa sem dominar os dossiers nem conseguir dar resposta àquilo que tantos portistas questionam: como pode um clube que fez tantas receitas em vendas ter um buraco tão grande, somando prejuízos atrás de prejuízos e tendo a espada de Dâmocles permanentemente em cima da cabeça (o fair play da UEFA)? Para onde foi, afinal, o dinheiro? Desculpar-se com a inflação e os impostos é francamente redutor e apenas mostra uma de duas coisas: opacidade ou falta de controlo.
Ambas são graves. E nem o anúncio de parcerias para a gestão dos espaços comerciais e do estádio numa lógica de antecipar receitas parece convencer os mais exigentes adeptos (que parecem ser cada vez mais).
Veremos nos próximos tempos até que ponto a divisão que se sente no Dragão (os assobios ouvidos no jogo com o Montalegre quando os Super Dragões começaram a contar o nome de PdC) não se transforma em algo mais que tensão clubística. Numa sociedade cada vez mais polarizada em todos os sentidos e quadrantes, a normalização da violência é um combate que deve ser feito por todos, goste-se ou não de futebol. Imaginar que em pleno século XXI a casa de um protocandidato às eleições do FC Porto (André Villas-Boas) é vandalizada como consequência de uma iniciativa que devia ser aceite com naturalidade democrática leva-nos a questionar: se isto acontece a quem veste as mesmas cores, o que não acontecerá com os outros?"

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Espectável...

Benfica 34 - 38 Nantes
16-18

Muitas ausências, contra uma equipa superior, a derrota não é surpreendente, e até se esperaria números 'maiores'!

Decisivos na vitória do Barça


"JOGAM TANTO, MAS TANTO ESTES DOIS MENINOS JOÃO CANCELO fez hoje das melhores exibições que lhe vimos: marcou o primeiro golo (1-1), assistiu para o segundo e esteve na origem de mais uma série de jogadas de enorme perigo. Foi, e foi bem de longe, o MVP do jogo.
JOÃO FÉLIX marcou o segundo (2-1), mandou um balázio à barra e fez mais uma série de jogadas que não deram em golo por pouco. O segundo melhor em campo, a provar que foi um erro a ida para o Atlético de Simeone.
Gosto sempre muito de ver os "nossos" a brilhar. Que voltem um dia!"

Há silêncios de ouro


"1. Adeus, 'pausa das seleções'. Olá Benfica! No tão ansiado regresso aos nossos assuntos competitivos temos um assunto de maior importância, a Taça de Portugal. Está à porta a eliminatória com a Taça de Portugal. Está à porta a eliminatória com o Famalicão, um adversário valoroso que virá ao nosso estádio carregado das mais legítimas ambições. Fazer história na Luz é sempre om objetivo de todos os que nos visitam. Compete ao Benfica não consentir numa coisa dessas jogando com as suas armas e empenhando-se em trabalho, compromisso e responsabilidade.

2. Pouco importa se os adversários que o Benfica encontra pelo seu caminho na Taça de Portugal são da primeira divisão, ou da segunda divisão, ou da terceira divisão, ou dos distritais. Taça é Taça, e o Benfica é o Benfica. Queremos o melhor Benfica no sábado, às 20h45, neste jogo decisivo com o Famalicão. E queremos os melhores adeptos fazendo vibrar a Luz no sábado, às 20h45, no apoio à equipa do primeiro ao último minuto.

3. E que a caminhada na Taça de Portugal de 2023/24 termine no Jamor. Ou noutro lugar qualquer onde haja um estádio de futebol porque, como se sabe, as finais no Jamor parecem estar proibidas quando um dos finalistas é o Benfica. Vá lá saber-se porquê...

4. Voltamos aos adeptos. Melhor: aos falsos adeptos, que, uma vez mais, causaram grandes prejuízos de reputação e financeiros ao Benfica. O Comité de Controlo, Ètica e Disciplina da UEFA puniu o nosso clube em 18750€ pelo uso de tochas, e em 11250€ pelo arremesso de objetos para o relvado no decorrer do jogo com a Real Sociedad, em San Sebastián. Mas não se fica por aqui a alçada da UEFA. O Benfica não pode vender bilhetes a adeptos para o jogo em Salzburgo que, em 12 de Dezembro, encerra a nossa participação nesta fase de grupos da Liga dos Campeões.

5. É este o preço a pagar pelo comportamento de uns quantos que, à boleia do Benfica, se dedicam a atos de vandalismo em campos de futebol. Sabemos que este fenómeno miserável não acontece só na nossa casa. É global, e basta ver a última folha de castigos da UEFA para se alcançar a dimensão dos danos causados pelo vândalos de muitos outros emblemas. Mas os 'outros' não nos interessam. Interessa-nos apenas o Benfica e o seu bom-nome. Temos de deixar de dar boleia a esta gente. Não os queremos ao nosso lado.

6. 'Este título é muito daquele senhor, Roger Schmidt...', disse o presidente do Benfica quando recebeu os prémios respeitantes aos campeonatos conquistados pelas nossas equipas masculina e feminina no decorrer da Gala Quinas de Ouro. Fez muito bem Rui Costa em dizer o que disse.

7. E também fez muito bem Rui Costa em não dizer o que esperariam que dissesse - há silêncios de ouro - a propósito do momento interno de um rival direto, o FCP. Nem uma palavra. É assim, e é assim que terá de continuar."

Leonor Pinhão, in O Benfica

"Em Portugal não há outras equipas como esta"


"Em 1972, os Juvenis do Benfica foram em digressão e prenderam as atenções do Andebol da Europa.

A época de 1971/72 deu aos juvenis encarnados de andebol os títulos de campeões regionais e nacionais. A sua superioridade era notória, e já se adivinhavam os estragos que a equipa 'faria dentro de uns anos, nos seniores, desde que se mantivessem unidos'. Foi nesta circunstância que, no Pavilhão da Luz, se disputou o Torneio Internacional de Páscoa, que contou com os alemães do Neunkirchen. A sua derrota frente aos da casa, por 28-23, fez admirar o treinador alemão, que logo convidou os benfiquistas a irem jogar à Alemanha.
Com uma caravana composta pelos juvenis e alguns iniciados, 'pescados' para adensar as equipas, partiram de Lisboa em 8 de Setembro para Madrid. Entre eles ia João Gonçalves, que viria a ser uma das maiores referências do andebol português, e o treinador Ângelo Pintado. A primeira paragem foi forçada, em Salamanca, aonde chegaram de madrugada, sem hotel marcado, por terem ficado retidos no fronteira devido a um documento que não aparecia. Já no Luxemburgo, onde iam disputar o primeiro jogo frente ao Standard, foram surpreendidos por irem jogar com o Dudelange (E 12-12).
A segunda etapa do percurso, em França punha o Benfica frente ao L'Association de Metz (V 28-11), nessa cidade. A prestação foi impressionante, o que levou os anfitriões a convidá-los a participar num torneio de última hora. Seria conquistado pelo Benfica.
Finalmente, chegarem a Neunkrichen. Aqui estavam previstos dois torneios, distribuídos pelo fim de semana de 16 e 17 de Setembro, com jogos-relâmpago de meia-hora. Ainda em recuperação da viagem e do torneio de Metz, os encarnados não chegaram à fase final por um golo, no primeiro torneio.
No domingo, a equipa de Ângelo Pintado argumentou em campo a injustiça da sua eliminação da véspera, com uma grande exibição e categoria. Ao conquistar o torneio frente ao Hamburgo (V 28-18), deixou a todos uma boa impressão pela técnica aliada ao índice físico raro, a vontade e o gosto pela modalidade, que o público e a crítica internacional sublinharam e aplaudiram.
Em 19 jogos, os juvenis somaram 13 vitórias, cedendo 3 empates e 3 derrotas. Além disso, Esteves foi o melhor guarda-redes nos torneios em Neunkirchen, o que evidencia bem o balanço positivo de 285 golos marcados contra 193 sofridos. A digressão foi vista como 'frutos de um trabalho e profundidade' e um 'prémio para uma equipa que se calibrou como um baluarte do andebol nacional'.
Conheça outras histórias do andebol benfiquista na área 3 - Orgulho Eclético, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

A ter em conta


"Que o Benfica é o maior clube português em todos os domínios relevantes, qualquer um sabe, até aqueles que não o admitem publicamente, seja por interesse ou por receio de reação alérgica. Mais do que factual, é axiomático, só deixando margem para discussão a ordem de grandeza em relação aos adversários.
Este tema secular (nos anos 20 do século passado estiveram muito em voga as taças de popularidade, geralmente da iniciativa da imprensa e atribuídas com recurso a ovações) não é de lana-caprina.
É determinante, por exemplo, para as decisões dos patrocinadores sobre o alvo e a dimensão do seu investimento. E, devido à imposição governamental da exploração centralizada dos direitos televisivos, redobrou a relevância. Isto é, partindo-se do pressuposto, que não é certo, de que a matriz de distribuição das receitas televisivas incluirá o peso das preferências clubísticas, se é que se pretende minimamente justa num país cujas assimetrias no clubismo são gigantes.
A recente publicação do relatório e contas 2022/23 do Futebol Clube do Porto (finalmente e com buraco financeiro acima de 191 milhões de euros!) permite, em conjunto com outras fontes, comparar alguns dados, tão actuais quanto possível, dos três clubes mais populares em Portugal (as estimativas variam entre 80 e 95% de todos os adeptos).
Nos dois maiores estudos efectuados sobre a massa adepta do futebol em Portugal, ambos num período de menor fulgor benfiquista no futebol, o Benfica surgiu destacadíssimo. A Bola/Marktest – 7668 inquiridos, SLB 40,4%, FCP 19,2%, SCP 20,3%; Vox Populi (1997-2001) - 8169 inquiridos, SLB 50,3%, FCP 23,1%, SCP 22,5%; Ademais, num estudo feito para a banca (em 2012), estimou-se que 48,4% dos detentores de conta bancária eram benfiquistas (24,8% portistas e 22,4% sportinguistas).
E há dados que robustecem as conclusões destes estudos (entre parêntesis a percentagem de Porto e Sporting relativamente ao Benfica).
Retirados dos RC 2022/23, temos:
Número de sócios:
SLB - 298948;
FCP - 122744 (41%);
SCP - 137849 (46,1%);
Receitas de quotização:
18,8M€;
6M€ (31,9%);
10,4M€ (55,3%).
Retirados do site da Liga Portugal, temos (2022/23):
Espectadores nos jogos em casa:
SLB - 970837;
FCP - 604536 (72,5%);
SCP - 497967 (51,3%);
Espectadores nos jogos em casa sem três grandes:
SLB - 846514;
FCP - 604536 (71,4%);
SCP - 419091 (49,5%);
Espectadores nos jogos fora (capacidade limitada dos estádios mitiga as diferenças):
SLB - 237716;
FCP - 226251 (95,2%);
SCP - 225053 (94,7%);
Espectadores nos jogos fora sem três grandes (capacidade limitada…):
SLB - 148869;
FCP - 124695 (83,8%);
SCP - 113328 (76,1%)"

João Tomaz, in O Benfica

Pontos nos is


"Num mundo cada vez mais cauteloso com as palavras, receoso da diferença de opiniões e disposto a abdicar de valores morais em troca de dinheiro sujo, foi bom ler as palavras de Bernardo Silva sobre o seu futuro enquanto profissional de futebol: 'Era incapaz de jogar no FC Porto ou no Sporting CP. Não vai acontecer". Assim, sem meias-palavras nem subterfúgios do género: sou um profissional de futebol e nunca se deve dizer nunca, blá, blá, blá.
Gosto deste tipo de atitude, seja do Bernardo em relação aos rivais do seu clube, seja de qualquer outro jogador quanto aos adversários da equipa do seu coração. Mas isto só acontece porque jogadores como Bernardo têm controlo sobre a sua carreira e um contrato e salário que lhes permitem gerir a vida profissional como bem lhes apetecer. Ainda bem para ele.
Estivesse em situação mais precária, e, provavelmente, estas desamor já não fariam tanto sentido, obrigando a engolir um enorme sapo de cada vez que vestisse a camisola do rival. Já houve casos em que isso aconteceu, por melhoria de contrato e más práticas do clube, e aí não há espaço para criticas, cada um sabe o que é melhor para sua vida e família. O que não se consegue mesmo entender é quem não se dá sequer ao luxo de pensar e insulta o clube do coração só para ficar bem nos vídeos das redes sociais. Desses nunca reza a história, passam sempre ao lado e vão ficar sempre no limbo. Renegam as origens, mas também nunca serão parte integrante da entidade que lhes paga o ordenado."

Ricardo Santos, in O Benfica

Tenho planos para 26 de Maio


"Peço ao leitor que me acompanhe no seguinte programa de atividades: esperar duas horas no trânsito e outras duas para encontrar um espaço para estacionar o carro; inalar pó da mata como se estivesse abraçado a um carro de rali a sacar piões; ser esmagado, qual sardinha enlatada, no meio de centenas de indivíduos a escorrer suor e a cheirar a fumarada de churrascos; estar aflito para ir à casa de banho e ter disponíveis apenas meia dúzia de sanitas unissexo, onde, digamos, até o Shrek teria dificuldade em entrar. Que lhe parece? Em condições normais, creio que estamos de acordo em recusar esta proposta lúdica sem pensar duas vezes. No entanto, se a este conjunto de atrações acrescentarmos uma presença do Benfica no Estádio do Jamor, creio que estamos de acordo na imediata necessidade de desmarcar tudo o que esteja na agenda a atrapalhar a nossa presença no evento.
Tenho saudades de ir à festa da Taça. Já lá vão quase sete anos, desde Maio de 2017, quando vencemos o Vitória SC (2-1), depois de sermos brindados ao longo de duas horas com uma valente chuvada. Valeu bem a penas a constipação que se seguiu, tendo em conta que a tarde terminou com o Luisão a receber o troféu das mãos do presidente da República, antes de a erguer bem alto.
Vivemos numa sociedade apressada, onde se procura que tudo esteja pronto para ontem. É tempo de refletirmos e pensarmos naquilo que é verdadeiramente urgente: o regresso do Benfica a uma final no Estádio do Jamor. Isto, sim, tem pressa. Daqui a meio ano, espero estar lá o comer o tradicional porco no espeto, temperado com vinho verde, alho e pó da mata. A melhor forma de garantir que isso acontece é ganhar amanhã ao Famalicão. Rumo ao Jamor!"

Pedro Soares, in O Benfica

Benditas sois vós


"Apesar de importantes baixas no plantel para esta temporada - Cloé Lacasse e Ana Vitória eram, porventura, as nossas melhores jogadoras das épocas anteriores -, a equipa feminina do Benfica continua a dar cartas.
Escrevo antes da partida europeia diante do Rosengard. Mas a vitória em Braga, tão sofrida quanto merecida, não deixou grandes dúvidas sobre quem são as melhores e mais fortes candidatas ao título nacional.
No velhinho Estádio 1.º de Maio, a superioridade exibida pelo conjunto de Filipa Patão foi total, e só a enorme exibição da guarda-redes contrária (por sinal, a titular da seleção nacional portuguesa) evitou que os números fossem outros, mantendo o resultado em aberto até ao fim.
Temos agora 5 pontos de vantagem sobre o SC Braga e Sporting, e no domingo há dérbi lisboeta. Uma vitória diante das leoas constituirá um importantíssimo passo rumo ao objetivo final. Numa competição onde há um fosso considerável a separar o trio da frente dos restantes emblemas, o confronto directo pode vir a ser determinante. Há que ganhar e cavar desde já uma margem de segurança à prova de qualquer percalço.
Que o futebol feminino está em grande expansão, não é novidade para ninguém. Após o jogo de Braga, um novo canal de televisão mostrava-nos um Man. United - Man. City, com Old Trafford praticamente cheio. Essa ainda não é a realidade portuguesa, mas o Benfica tem feito o que lhe compete para que o caminho seja percorrido.
O que se estranha é o silêncio da FPF, e também da comunicação social, face à inexistência do FC Porto neste domínio - que é já, diga-se, uma peculiaridade no contexto europeu.
Com prejuízos de milhões e prémios chorudos para os administradores, o dinheiro não dará para tudo. Fosse o Benfica, e a pressão exterior seria insuportável. Mas, enfim, trata-se apenas do FC Porto."

Luís Fialho, in O Benfica

Jogar à Benfica!


"Perder, nem a feijões! Se houvesse um lema para o Torneio de Colaboradores do Grupo Benfica, seria este com certeza. Por isso as equipas preparam-se à séria e apresentam-se na máxima força e motivação, prontas a celebrar tanto a sã camaradagem como o gosto dove da vitória.
Foi este o ambiente que se viveu na Luz, num evento que vai além das quatro linhas, bem para dentro do coração do Clube em todos os seus recantos. E são muitos neste Benfica imenso. Decorreu mais uma edição do Torneio Anual de Colaboradores, organizado pela Fundação e pelo Departamento de Recursos Humanos do Sport Lisboa e Benfica.
Todos no Benfica sabemos bem como é necessário um compromisso com o desenvolvimento integral dos colaboradores de qualquer organização, e temos para isso o melhor dos recursos, que somos nós próprios e a família benfiquista. Sabemos bem, e demonstramo-lo na prática, que desporto não é apenas competição, mas uma actividade integral com uma grande multiplicidade de benefícios individuais e coletivos em todos os campos da atividade humana. Também é assim no mundo do trabalho, em que representa uma oportunidade para todos explorarem e desenvolverem competências que o transcendem. Na verdade, equipas compostas por membros de diferentes departamentos fomentam a interação e a colaboração fora do ambiente de trabalho tradicional, e o espírito de equipa cultivado durante os jogos entra pelos corredores do Clube, reforçando o nosso ambiente de trabalho coeso e cooperativo.
Hoje, cada vez mais, valorizamos a conciliação e o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. No caso do Benfica, à satisfação dos resultados competitivos, que é o melhor bónus, junta-se um forte compromisso com a saúde mental e o bem-estar dos seus colaboradores. E isso traduz-se em campo, numa síntese feliz: jogar à Benfica!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Núm3r0s d4 S3m4n4


"1
O Benfica é campeão nacional de judo 2023;
O Benfica conquistou, pela 1ª vez, a Taça de Portugal de paintball;

2.0
Está inaugurada a primeira Casa do Benfica 2.0. Foram cerce de 800 os benfiquistas presentes na inauguração;

4
Na Gala Quinas de Ouro 2023, o Benfica recebeu 4 distinções pelos títulos nacionais de futebol (masculino e feminino) e futsal (feminino), e excelência na formação de futebol. Houve ainda vários atletas do Benfica distinguidos a nível individual: João Neves (futebol – estreia internacional A); Rute Costa, Carole Costa, Sílvia Rebelo, Ana Seiça, Catarina Amado, Lúcia Alves, Andreia Norton, Francisca Nazareth e Jéssica Silva (mundialistas por Portugal); Carlos Monteiro e Edmilson Sá (futsal – estreia internacional A), Inês Matos (futsal – estreia internacional A) e Ana Seiça (futebol – estreia internacional A); Lúcio Rocha, Pedro Marques, Diogo Carrera, Afonso Serra e Tomás Colaço (campeões europeus de futsal sub19 por Portugal);

5
Com a importante vitória em Braga, subiu para 5 os pontos de distância do líder Benfica relativamente aos 2º classificados no Campeonato Nacional de futebol no feminino;

36
Nas mais recentes convocatórias das seleções jovens constam 36 futebolistas do Benfica, a saber: 31 por Portugal, distribuídos pelos sub21 (4), sub20 (4), sub19 (4), sub18 (10); sub17 (2) e sub16 (7); e 5 em seleções sub21 e sub19 estrangeiras;

121
Medalhas conquistadas por nadadores do Benfica nos campeonatos regionais de juvenis e absolutos de piscina curta: 59 medalhas de ouro, 34 de prata e 28. Relativamente ao lugar cimeiro do pódio, 39 foram conseguidos no masculino e 23 no feminino."

João Tomaz, in O Benfica

João...

António...

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Ambições e Irritações


"Não sou diferente da maioria dos benfiquistas, que, creio, sonham com o regresso de Bernardo Silva. Só peço uma coisa a todos os envolvidos: acordem-me quando o sonho for concretizável

Falsas partidas e recomeços
Estamos à porta de dezembro e eu só tenho duas certezas: a primeira é que ainda não vi o Benfica atingir o nível exibicional que sinto que nos é devido; a segunda certeza é que ainda não desisti de acreditar que esse futebol pode voltar. Talvez um mercado de janeiro invulgarmente bem conseguido, ou quem sabe uma compressão do espaço e do tempo possa produzir um acontecimento singular na história recente do Benfica, que é o de um treinador do clube ter duas vidas no período de vigência do seu contrato de trabalho - geralmente vão-se abaixo uma vez e acabam despedidos, o que é também difícil de censurar num clube cuja identidade é definida antes de mais pela capacidade de vencer.
Depois de termos ultrapassado o Sporting de forma épica e eliminado um muito bem organizado Famalicão, há mais uma sensação de recomeço no ar. Sinto que já aqui estive esta época, e que esta espécie de ânsia tem algo de irónico quando constatamos que o Benfica segue em primeiro lugar na principal competição que disputa, mas o facto é que precisamos de ser mais convincentes. Os próximos dias e semanas têm todos os ingredientes para isso: dois jogos na Liga dos Campeões que podem devolver alguma dignidade na competição, e um calendário daqui até ao Natal que pode afirmar ou reforçar a liderança da liga. Quem sabe Roger Schmidt não tem uma surpresa preparada para o que falta desta época?

Quem não seria feliz a celebrar uma Liga Europa que atire a primeira pedra
Num mundo repleto de maus políticos e de aprendizes, é sempre bom quando alguém responde sem rodeios a uma pergunta que dispensa rotundas. Rui Costa não hesitou nas palavras quando lhe perguntaram pelo desempenho na Europa: um falhanço. A palavra escolhida pelo presidente do Benfica é usada poucas vezes no clube, felizmente, mas é bom que um dos principais responsáveis pelo que de bom e mau venha a acontecer esta época evite esconder-se em desculpas que seriam mais confortáveis. Podia ter optado por lamentar o bom momento de forma dos adversários, podia ter vociferado contra as arbitragens, podia ter dito muitas coisas para evitar chamar a esta fase de grupos aquilo que foi. Não o fez e por isso tem a minha simpatia. Acho que é importante e salutar que Rui Costa utilize o capital de confiança de que dispõe, não para mistificar, mas para falar com sinceridade aos adeptos.
Talvez um dia mais tarde tenhamos que debater os motivos que tornaram esta Liga dos Campeões uma prestação inversamente proporcional à da época passada, vulgo desastre, mas não me parece que isso deva acontecer na semana em que se discute uma vaga na Liga Europa. Podia ser melhor? Todos sabemos que sim, mas encontrem-me um Benfiquista que diga que não celebraria uma Liga Europa no museu do clube e eu próprio pedirei satisfações a essa pessoa. Aplica-se aqui a máxima que deve guiar o Benfica: seja quando for e onde for, todos têm que aparecer para trabalhar e deixar tudo em campo. Enquanto houver um troféu para conquistar ou três pontos para vencer, não há mais nada para discutir.

O toca e foge de Bernardo Silva
Receio vir a ser mal recebido, mas já me cansa um bocadinho ver um jogador que tanto gosto de ver jogar, e que geralmente tem coisas interessantes para dizer sobre a modalidade, brincar a esta espécie de toca e foge com o Benfica.
Tenho a certeza que Bernardo Silva não o faz por mal, mas de cada vez que o ouço dizer que gostava de um dia regressar ao Benfica pergunto se fez tudo para que isso acontecesse nos últimos anos. A resposta é, evidentemente, não. Nem tinha que o fazer. Compreendo que o tempo de um futebolista não é igual ao de muitas outras profissões, e aceito sem problema que alguém opte por maximizar a sua prosperidade e garantir a segurança financeira das gerações seguintes. Mas, se assim for, não será melhor deixar os perpétuos regressos de um filho pródigo para quando forem uma possibilidade concreta e iminente? Não sou diferente da maioria dos benfiquistas, que, creio, sonham com o regresso de Bernardo Silva ao Benfica. Só peço uma coisa a todos os envolvidos: acordem-me quando o sonho for concretizável.

O leilão de João Neves
Manchester United prepara-se para decidir se quer fazer uma proposta. Real Madrid terá acompanhado o parto e observou todos os jogos do atleta desde os infantis, mas ainda não está preparado para bater a cláusula de rescisão. Bayern Munique estuda a possibilidade de enviar um segundo observador para acompanhar o primeiro observador, que já terá adquirido um T1 no Alto dos Moinhos por forma a facilitar o acompanhamento mais próximo do jogador. Jorge Mendes não sei quê. Fulano que joga com João Neves na seleção diz que já meteu uma cunha, sicrano que joga FIFA online com João Neves diz que o atleta poderia ter optado por uma carreira em e-sports. Fabrizio Romano afirma que a tia de um fulano que uma vez esteve com o João Neves numa festa de aniversário no Kidzania, quando ambos ainda queriam ser camionistas, garante que o jogador não vai sair antes do final da época, salvo se alguém bater a cláusula de rescisão, e parece haver quem esteja disposto a bater a cláusula de rescisão, designadamente em vários países, ainda que nenhum clube esteja preparado à data de hoje para avançar com uma proposta em janeiro, preferindo eventualmente aguardar pelo final da época para formalizar uma abordagem, que poderá ser em dinheiro ou envolver jogadores.
Nota-se que estou farto dos leilões públicos dos meus futebolistas favoritos? Enquanto adeptos do maior clube português e de um dos maiores clubes do mundo, será que podemos organizar alguma espécie de boicote a todo este folclore e garantir que o miúdo é feliz no Benfica e nada mais? Ou será que preferimos patrocinar este festival de desinformação na sarjeta das redes sociais, com vendas antecipadas a cada hora? Depois admirem-se quando alguém diz que os jovens da formação têm medo de ser vendidos. Pudera, se até nós ajudamos à festa."

Schmidt não é Guardiola


"Catalão foi contratado pelo Bayern, arranjou professora e falou alemão na apresentação

No fim de abril de 2012, Pep Guardiola comunicou que não seria mais o treinador do Barcelona, depois de ter conquistado duas Ligas dos Campeões, duas Supertaças Europeias e dois Mundiais de Clubes. Em meados de janeiro do ano seguinte chegou a acordo para treinar o Bayern de Munique e, em junho, na conferência de Imprensa de apresentação no novo clube, perante uma multidão de jornalistas, falou em alemão.
Quando deixou o Barcelona Guardiola disse que não tinha nenhuma proposta de outro emblema e que iria tirar um ano sabático para refletir sobre o passado de sucesso e preparar-se para desafios futuros igualmente exigentes. A partir da altura em que chegou a acordo com o Bayern a sua principal preocupação foi aprender a língua alemã, da qual não conhecia uma palavra, como confessou. Foi viver para Nova Iorque, contratou uma professora e a 24 de junho de 2013, na cerimónia de apresentação, perante uma plateia de quase três centenas de representantes de órgãos de comunicação, falou em alemão durante parte da conferência.
Como Pep não é Schmidt, nem Roger é Guardiola, cada qual vê as coisas à sua maneira. O catalão respeitou a identidade do clube bávaro, em que a língua materna é única entre dirigentes e funcionários. O alemão prometeu fazer um esforço quando chegou, mas ano e meio depois chegou-se a uma situação desagradável e que colide com a grandeza do Benfica. A chamada estrutura devia ter-se protegido, de modo a evitar cenários pouco profissionais, e o próprio Roger Schmidt, podendo recusar expressar-se em português, tem a obrigação de, pelo menos, dizer o básico e entender muito mais do que isso. De certeza que ganha o suficiente para contratar uma professora sem afetar o seu orçamento familiar…

Champions a zero
O jornalista Nuno Paralvas assinou a crónica do jogo Benfica-Famalicão, em BOLA, e criou um título que, em cinco palavras, resume de forma feliz a história do jogo e o desempenho da equipa encarnada. «Contas feitas: cinco minutos à Benfica», entre o autogolo de Riccieli e o golo de Rafa com a expulsão de Otávio de permeio.
Tudo espremido, de significativo é o que se destaca do trabalho coletivo de quem lidera a classificação da Liga sem ter ainda a casa arrumada, como este jogo mostrou.
A equipa continua mal arrumada e João Pedro Sousa, um treinador com quem nunca falei mas que muito aprecio, foi bom conselheiro ao suscitar problemas e identificar ruídos na organização encarnada que precisam ser eliminados antes de um jogo de muita responsabilidade, amanhã, frente ao Inter, do Grupo D da Liga dos Campeões, em que o Benfica ocupa o último lugar, sem pontos e um mísero golo marcado, continuando a atormentar os adeptos com a eventual repetição da vergonha de 2017/2018.
Pagar o que se paga a Schmidt só para consumo interno parece-me excessivo, nem acredito que tivesse sido contratado só para isso, porque, em entrevista ao canal do clube, em setembro último, Rui Costa afirmou que este plantel é melhor e não custa mais um euro. Disse também que, na época passada, ficou «o amargo de boca de não termos ultrapassado os quartos de final da Liga dos Campeões». O mesmo Rui Costa que há uma semana, na gala Quinas de Ouro da FPF, teve o cuidado de endereçar a Roger Schmidt muito do mérito pela conquista do título 38. O presidente acredita no seu treinador e este, certamente, sente-se com saber e competência para lhe retribuir essa prova de confiança com mais títulos importantes, intramuros e, principalmente, no espaço da UEFA. São realidades incomparáveis, sem dúvida, mas parece-me que Schmidt, embora conhecendo a história da águia, ainda não foi capaz de avaliar a sua real dimensão.

Moura/Jurásek
Em novembro de 2020, na sétima jornada do campeonato, o SC Braga, treinado por Carlos Carvalhal, venceu o Benfica, por 3-2, com dois dos golos bracarenses apontados por Francisco Moura, um jovem que surpreendeu e deixou a sua marca. Pouco depois, uma lesão grave obrigou-o a prolongada paragem.
Este sábado, na Luz, voltou a destacar-se, por querer ser feliz outra vez no palco em que se projetou. Não deixa de ser intrigante o descuido dos clubes mais abastados em relação às nossas camadas jovens. Neste caso, sendo António Salvador um presidente que vê mais depressa e mais longe do que a maioria, leva-me a acreditar que algum motivo haverá para ter cedido metade do passe de Moura ao Famalicão, a preço de amigos.
Grimaldo saiu e na Luz alguém decidiu gastar catorze milhões em Jurásek, um lateral que ainda não justificou a loucura que se pagou por ele, embora tenha dado sinais de não ser tão mau quanto dizem. Por outro lado, nem sei se Francisco Moura terá estrutura mental para suportar a pressão de um grande clube, como o Benfica. Bizarra é esta discrepância na avaliação de jovens futebolistas, em nítido prejuízo do mercado interno. Porquê ir lá fora quando temos cá dentro igual ou melhor e mais barato? David Carmo foi uma estranha exceção. São os mistérios do futebol…"

Barcelona, momento e dragão


"Existe uma janela de oportunidade para que o FC Porto vença o Grupo H da Champions

Sem menosprezar o Barcelona, que nas últimas duas edições da Liga dos Campeões não conseguiu ultrapassar a fase de grupos, o emblema culé não deixa de ser um colosso e uma referência na melhor competição de clubes do mundo. Mas a verdade é que a equipa de Xavi Hernández, que possui no plantel grandes futebolistas, tem mostrado, ao longo da época, estar ainda muito longe do equilíbrio próprio dos conjuntos de excelência. A este handicap, que se traduz amiúde num jogo partido e em problemas sérios do ponto de vista defensivo, acresce que os blaugrana atuam em casa emprestada, um belíssimo estádio Olímpico de Montjuic, que não tem a imponência nem causa o medo cénico próprio de Camp Nou, que está em processo de remodelação. 
Juntando a estes dois fatores um terceiro, que é a proverbial consistência dos dragões nas provas europeias, não será demais afirmar que o FC Porto entra hoje em Montjuic com francas hipóteses de sair de lá como primeiro isolado no Grupo H da Champions. E esta não é uma questão de somenos, porque se passar a fase a eliminar é um bálsamo para as finanças e um acréscimo de prestígio para qualquer clube, a vantagem de terminar na frente é imensa, já que o adversário nos oitavos será um dos segundos classificados, evitando assim uma série de tubarões.
O FC Porto está, pois, perante uma janela de oportunidade que se abre em Barcelona, e que surge num momento particularmente conturbado na vida do clube. Sérgio Conceição, e bem, tem tentado a todo o custo manter o Olival fora da guerra pré-eleitoral - que tem incluído algumas cenas hardcore - a que se tem assistido. Mas como um clube também é feito de estados de alma, muitas vezes voláteis mas sempre a levar em linha de conta, qualquer resultado, especialmente da principal equipa do clube, não deixará de ter reflexos no animus portista.
É verdade que aquilo que estará em causa nas eleições de abril de 2024 vai muito para além da conjuntura provocada pelo futebol, para o bem ou para o mal, para um lado ou para o outro. Mas, antes ainda de se conhecer o milagre financeiro anunciado por Pinto da Costa, e que deverá - palavra do presidente - ter resultados práticos até ao fim deste ano, este jogo, em véspera de uma Assembleia Geral que se antevê escaldante, vai ter consequências que irão para lá do que acontecer dentro das quatro linhas."

A atualidade em revista


"Só uma base forte e bem trabalhada permite alcançar mais e maior qualidade no topo 

Parece ter pernas para andar a ideia de Arsène Wenger em relação à lei do fora de jogo. O conceituado treinador francês, agora um dos homens fortes da FIFA, defende que um jogador em posição atacante só deve ser sancionado se todo o seu corpo estiver adiantado em relação ao do adversário. Se coincidirem, ainda que minimamente, a infração não deve ser assinalada.
Duas notas rápidas sobre esta ideia: a primeira para sublinhar que partiu de um agente desportivo relevante que não pertence à arbitragem, o que só reforça a importância de envolver todos os intervenientes do jogo neste tipo de discussões; a segunda para referir que, a ser aplicada, não terminará com a controvérsia habitual em redor de decisões milimétricas, mas permitirá oferecer ao jogo aquilo que ele tem de mais apelativo e entusiasmante: os golos. É que deste modo haverá uma redução substancial do número de infrações assinaladas, o que beneficiará a equipa que ataca (não esqueçamos, foi sempre foi esse o espírito da Lei 11).
Claro que nas situações em que a coincidência dos corpos de defesa e atacante for ínfima (os tais 2, 3 cms), haverá sempre discussão, mas o número de vezes em que isso acontecerá será inferior ao que vemos hoje.
Vamos esperar para ver se as coisas mudam. A próxima reunião técnica do IFAB deverá acontecer em março. Só nessa altura é que saberemos que propostas e alterações serão aprovadas para a nova época.
A outro nível, está a ser equacionada (e testada) a possibilidade de se introduzirem as chamadas expulsões temporárias no futebol, tal como já acontece noutras modalidades. A ideia é introduzir a aplicação de castigo momentâneo ao jogador culpado de conduta irresponsável, suspendendo-o durante determinado período (10% a 15% do tempo total de jogo). Em estudo estão ainda formas de combate mais feroz às perdas de tempo, se bem que a paragem do cronómetro está por enquanto afastada.
Também os jogadores que insistam em rodear o árbitro questionando-o sobre as suas decisões, passarão a ser alvo de ação disciplinar. Essa função deverá caber só ao capitão, em tom e modo apropriados.
João Pinheiro e a sua equipa (assistentes Bruno Jesus e Luciano Maia) dirigem hoje o Argentina-Alemanha, meia-final do Mundial de sub-17, na Indonésia. O árbitro internacional português arbitra assim o seu quarto jogo na prova, após Panamá-Marrocos e Japão-Argentina (fase de grupos) e Marrocos-Irão (oitavos). Notícia fantástica para a arbitragem portuguesa, que premeia a qualidade do melhor árbitro português da atualidade.
A reboque do que fez recentemente a UEFA, a Federação Portuguesa de Futebol (e/ou o seu Conselho de Arbitragem) lançou recentemente a campanha Faz Parte do Jogo, iniciativa de âmbito nacional que visa recrutar árbitros de futebol. A ação nasce da necessidade, há muito detetada, de aumentar o quadro de árbitros em Portugal. O trabalho amador e tantas vezes hercúleo levado a cabo pela maioria das associações de futebol tem agora apoio de peso, uma campanha bem planeada, cujos resultados serão contributo valioso para a classe.
Há não muito tempo, o número de árbitros no ativo não chegava aos quatro mil, estando abaixo dos registados em... 1998! Esse é um cenário inaceitável, face à evolução que o jogo teve e ao aumento de condições e meios que entretanto a arbitragem passou a dispor.
A entrada de novos árbitros e a capacidade em segurá-los na função são os maiores desafios que o setor enfrenta no presente. Só uma base forte e bem trabalhada permite alcançar mais e maior qualidade no topo. É quase matemático, só não vê quem não quer."