terça-feira, 18 de outubro de 2022

𝘿𝙪𝙧𝙖 𝙡𝙚𝙭, 𝙨𝙚𝙙 𝙡𝙚𝙭.


"Os dias vão passando e continua sem haver uma explicação da parte de Fernando Gomes e Fernando Santos sobre o inaceitável processo de fuga ao fisco – que ambos protagonizaram em nome de uma instituição de utilidade pública.
Já passaram duas semanas e, da parte do Presidente da Federação Portuguesa de Futebol e do Selecionador Nacional, nem uma palavra sobre o tema. Imaginamos que deva ser desagradável, incómodo, desconfortável. Mas, ainda assim, é imperioso que ambos (Gomes e Santos) tenham a dignidade e o bom-senso de aceitar dar as explicações que se impõem. Se não o fizerem, então estaremos esclarecidos relativamente ao (des)respeito que têm pelos portugueses. Começa, aliás, a ser difícil aceitar que – mesmo com explicações – ainda tenham condições para continuar a exercer os cargos que atualmente ocupam. Ter no currículo um título de campeão da Europa não permite tudo. Nem que fosse de campeão do Mundo! No ‘campeonato da transparência’, para já, estão na divisão mais baixa.
A comunicação social, ao ajudar a Federação a varrer esta pouca-vergonha para debaixo do tapete, também está a ser cúmplice. Falamos da mesma comunicação social que por causa de uns e-mails truncados abriram telejornais e imprimiram centenas de primeiras páginas de jornais a acusarem o Benfica de tudo e mais um par de botas.
Num País com a Justiça a funcionar, Fernando Santos apanharia 8 anos por fraude fiscal qualificada e Fernando Gomes 5 anos de pena suspensa e perda imediata de mandato. Mas como estamos em Portugal, a 𝘋𝘶𝘳𝘢 𝘭𝘦𝘹, 𝘴𝘦𝘥 𝘭𝘦𝘹 - a lei é dura, mas é a lei - aplica-se apenas aos pobres. Para os ricos é 𝘋𝘶𝘳𝘢 𝘭𝘦𝘹, 𝘴𝘦𝘥 𝘭𝘢𝘵𝘦𝘹 - a lei é dura, mas estica."

Portugal é um país sem rei nem roque


"Há pouco tempo ficámos a saber que John Textor tentou comprar parte da dívida do Sporting por 150 milhões de euros. O americano confirmou, inclusive, que a proposta foi bem vista pelos bancos, mas acabou por ser «chumbada» por motivos que toda a gente desconhece.
Recordamos que, recentemente, o BCP atribuiu um desconto de 84% ao Sporting e tanto nos jornais desportivos como de economia, tão céleres em perseguir e dissecar os negócios e finanças do Benfica, ninguém se dignou a investigar o escândalo. Não há um jornalista que questione o Sporting e a banca face às afirmações de Textor e à proposta recusada que beneficiaria a banca e os contribuintes. Ninguém! Nem um economista ou jornalista!
Depois de um perdão de 94.5 milhões de euros em 2018, o Sporting auferiu então de novo perdão de 71 milhões. Se 70% de desconto de dívida já era absolutamente escandaloso, 84% é cuspir na cara de todos. De 85 milhões de euros que tinham em dívida, o Sporting pagou 14 milhões, ou seja, apenas 16% do valor total da dívida ao BCP.
Os intelectuais da nossa praça, sempre em luta pelo bem do nosso país, não se coibiram de condenar as dívidas - SEM PERDÕES! - do Sport Lisboa e Benfica, porém, toldados pela clubite aguda, têm conseguido abafar o que se passa no Sporting Clube de Portugal, que através dos valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis (VMOC) e repetidos perdões de dívida provocou perdas que ascendem os 165 milhões de euros.
Onde anda o Estado? Onde anda o Parlamento? Onde anda a indignação da comunicação social? Não fomos nós, contribuintes, que quisemos o Paulinho, o Slimani ou St. Juste! Não fomos nós, contribuintes, que decidimos investir mais de 30 milhões por ano nas modalidades amadoras. Nem fomos nós, contribuintes, que pagámos uma milionária cláusula de rescisão para trazer Ruben Amorim do Sp. Braga para o Sporting.
Os portugueses têm de se insurgir e exigir equidade de tratamento da banca. Se o Sporting tem direito a recusar investidores e a usufruir de perdões de centenas de milhões de euros, então todos deverão exigir a mesma atitude relativamente aos seus empréstimos. É extremamente grave que haja quem incumpra reiteradamente e continue a beneficiar de tratamento privilegiado por parte da banca, governo, imprensa e organismos que tutelam o desporto nacional. O contribuinte não tem de pagar pelos atos de gestão dos administradores de um clube que há muito deixou de poder competir com os grandes, mas que continua a viver como se fosse um, bem acima das suas capacidades.
 Enquanto as SAD de clubes concorrentes têm de recorrer a empréstimos obrigacionistas para saldar as suas dívidas, nomeadamente o Benfica e FC Porto, o Sporting dá-se ao luxo de recusar propostas de 150 milhões por parte de investidores com a subvenção da banca, que os sustenta com o dinheiro de todos nós.
Depois de ter recebido mais de 5 mil milhões de euros dos contribuintes portugueses, aguardemos agora que o Novo Banco não tenha a mesma abordagem que o BCP e promova, também, uma vergonhosa concorrência desleal em benefício do Sporting, com um desconto superior a 80% na recompra de uma dívida acumulada de forma irresponsável.
Portugal é um país sem rei nem roque."

Esperanças, quem as não tem?


"1. Cumpriu-se o primeiro ano do mandato do nosso antigo jogador Rui Costa no posto de presidente do Sport Lisboa e Benfica. À partida para Paris, no aeroporto de Lisboa, houve quem quisesse conhecer o que pensava Rui Costa sobre a efeméride. 'É um orgulho', disse. E não disso mais nada. Porquê? Ora, porque disse tudo.

2. Em Paris, no fim do jogo com o PSG, o jornalista enviado pela SIC para fazer a cobertura do jogo do Benfica para a Liga dos Campeões questionou o treinador Roger Schmidt se considerava o resultado do jogo com os campeões franceses 'como uma vitória ou como uma derrota'. Há, sem dúvida, uma nova tendência no jornalismo lusitano que é, à falta de melhor, a originalidade das perguntas. 'Considero que foi um empate', retorquiu Schmidt não fazem farinha.

3. Muitos benfiquistas ficaram indignados com a primeira página do diário desporto O Jogo no dia do jogo com o PSG. Tratou-se de uma manchete a 'puxar' por Vitinha, um ex-jogador do FC Porto agora ao serviço da equipa francesa. 'Vitinha ilumina as estrelas', podia ler-se juntamente com outras considerações esperançosas sobre a influência do jogador na manobra da equipa adversária do Benfica. Esperanças, quem as não tem?

4. Contrariamente aos prognósticos da linha editorial de O Jogo, Vitinha não lhes iluminou as estrelas. Mas não se indignem, benfiquistas, com estas coisinhas que, de tão tacanhas, nem provocações são. Há jornais nacionais e há jornais regionais, e O jogo é, legítima e assumidamente, um periódico regional muito arreigado às causas de Contumil e com esporádicas vocações internacionalistas como foi esta sua causa parisiense. Ainda que me vão.

5. Quando ao Benfica, enfim, o Benfica é do mundo. A nossa judoca Bárbara Timo trouxe a medalha de bronze dos Mundiais de Tashkent, no Usbequistão, na categoria -63 Kg. 'Acreditei em mim', disse a Bárbara. Também o  nosso basquetebol continua a fazer excelente figura na fase de grupos da Liga dos Campeões. Dois jogos fora, duas vitórias fora. Depois de Riga, o último triunfo foi em França contra a equipa do Limoges por 68-67. Bravo!

6. Quem não se comoveu com as lágrimas do grego Andrea Samaris no final da tarde do último sábado na Luz? Um momento assim não se ensaia. Vem do coração. Foi feita justiça a um jogador que foi e sempre será um de nós.

7. Quem não sorriu ao ver a família de Roger Schmidt, na bancada do Parque dos Príncipes a rejubilar com o golo de João Mário ao PSG? A nossa família não para de aumentar."

Leonor Pinhão, in O Benfica

Primeiro ano bem-sucedido


"Fez esta semana um ano que a Direcção presidida por Rui Costa foi eleita. As eleições marcaram uma ruptura com o passado recente sem que a estabilidade institucional fosse colocada em causa. Um novo estilo de liderança e o ênfase reforçado em duas dimensões essenciais do clube, o desportivo e o associativo, acompanhados por várias boas decisões em temas fundamentais, renovaram o contexto interno do clube e reforçaram o enorme voto de confiança prestado pelos sócios no acto eleitoral.
Ainda antes das eleições houve desafios que requereram especial atenção e acção. A saída inesperada de Luís Filipe Vieira representou um risco acrescido em áreas sensíveis, o qual exigiu liderança, coesão directiva e competência da estrutura profissional. Havia que garantir que a gestão corrente não seria afectada pelas mudanças institucionais, ultimar os plantéis das várias equipas, nomeadamente do futebol profissional, assegurar o sucesso da emissão em curso de um empréstimo obrigacionista e preparar, para tão rápido quanto possível, o acto eleitoral, instituindo-se novas práticas que garantissem mais e melhor participação associativa. Todos estes objectivos foram alcançados, não surpreendendo, portanto, a notável adesão às eleições e a larga maioria dos votos na lista encabeçada por Rui Costa.
Ao longo da temporada passada foram-se notando modificações relevantes. O enfoque no aumento de competitividade dos vários plantéis foi o mais visível, com repercussões positivas. E, na presente temporada, já se percebe que, apesar da fase ainda prematura em que estamos, foi dado mais um salto qualitativo do ponto de vista desportivo. Independentemente dos resultados que venhamos a alcançar, parece-me indiscutível que o Benfica apresenta melhores equipas do que na temporada anterior em todas as modalidades, quer na vertente masculina, quer na feminina. Os sinais são muito positivos e a conquista de diversos troféus nos primeiros meses da época é uma consequência de uma política desportiva mais ambiciosa e abrangente, mais pujante ao nível do investimento, retomando-se o ímpeto refreado em anos recentes e fazendo jus à fortíssima tradição ecléctica do clube, subordinado à ideia matriz de que o Benfica compete sempre para ganhar.
Muito haveria a destacar noutros domínios, mas realço a abertura a nível comunicacional, em particular a forma como foram apresentadas as contas da SAD e as explicações oferecidas acerca da actuação na última janela do mercado de transferências. Qualquer decisão pode ser boa ou má, só havendo vantagens em que melhor se compreenda o que levou às mesmas.

P.S.: Escrevo antes do jogo em Paris com o PSG. Se correu bem ou mal, mais logo saberei, mas o que me importa neste momento é que considero legítima a expectativa de um bom resultado em casa de um adversário fortíssimo. E isso, por si só, já é positivo."

João Tomaz, in O Benfica

Luz, câmara... repetição!


"Sacramental, alcochoada pelo pretexto da cadência competitiva, a cena replicou-se desde o início desta temporada, semana após semana, sempre que era chegado o momento de lançar perguntas ao treinador do Benfica nas vésperas dos jogos oficiais. Explicando o seu ponto de vista, técnico, Roger Schmidt, quando convidado a verbalizar sobre o assunto, destapou e fundamentou o porquê de insistir num determinado núcleo de jogadores para o alinhamento inclusivamente alguns detalhes sobre estratégias de utilização e de recuperação física dos atletas em andamento.
À falta de melhor tema, ou na ausência de trabalhos de casa que, com profundidade, permitissem extrair outros potenciais caminhos para inquirição e debate dos conferências de Imprensa, circundou-se a gestão e a possível troca ou rotatividade dos componentes do plantel. Até ao dia em que aconteceu no desafio de sábado passado, no intervalo do duplo embate com o PSG para a Liga dos Campeões, o treinador do Benfica promoveu, de uma assentada, cinco modificações no onze. E findos 45 minutos, com o compromisso da 9.ª jornada da Liga Bwin bem encaminhado, determinou o 'descanso' de mais dois elementos (Gonçalo Ramos e Enzo) cujas prestações têm sido impactantes.
O conforto, o rendimento e a intensidade evidenciada pela equipa, apesar das diversas alterações produzidas por Roger Schmidt, configuram, a par do desfecho (vitória por 4-2) e da correspondente adição de 3 pontos, a melhor das notícias do encontro disputado no Estádio da Luz, outra vez com mais de 56 mil espectadores nas bancadas! Observando todos os pormenores na equipa do Benfica, da exibição ao resultado verificado na dobragem do primeiro quarto do Campeonato, a constatação do enraizamento do axioma 'o todo é maior do que a simples soma das suas partes' certifica uma abordagem técnico-tática personalizada, uma identidade; oblitera a qualidade do trabalho em marcha e do aproveitamento e da transformação dos recursos. Mais do que uma equipa, há um plantel sincronizado com a idade de jogo!
São indicadores superinteressantes, percepcionados numa fase da época com mais um ciclo de jogos de tremenda exigência e que, aquém-fronteiras, reúne num curto espaço de tempo uma eliminatória da Taça de Portugal e um clássico de Campeonato fora de portas, tudo isto envolvido por um anel que é o desejo de concretizar o objetivo de apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões."

João Sanches, in O Benfica

A festa da Taça


"Amanhã, nas Caldas da Rainha, o Benfica entra em cena para mais uma edição da Taça de Portugal.
A Taça é a festa do povo, e tem um encanto muito particular. Por um lado, à semelhança das suas congéneres de outros países europeus, permite visitas de grandes clubes a locais onde raramente, ou mesmo nunca, podem jogar (Caldas, por exemplo). Por outro, e essa é uma singularidade lusa, a final disputa-se num palco pitoresco, que desafia todos os padrões do futebol moderno, como é o caso do Jamor.
Ainda há muitas coisas a melhorar. Ou a recuperar. Não entendo a meia-final e duas mãos quando todas as restantes eliminatórias são disputadas num só jogo. E não percebo por que motivo os clubes da primeira liga são resguardados das duas primeiras eliminatórias. Por mim era tudo ao molho, desde o início, e sem condicionantes, reforçando o espírito da prova - que é precisamente o de proporcionar estes encotnros entre davides e golias, bem como uma certa aleatoriedade capaz de abrir espaço a grandes sonhos de pequenos clubes.
A nós, enquanto benfiquistas, o único sonho permitido é a conquista do troféu. Tudo o que seja menos do que isso será um fracasso, à semelhança do que acontece, aliás, com as restantes competições nacionais.
A Taça de Portugal é a segunda prova do calendário português, e recentemente não nos tem trazido alegrias. Nos últimos 35 anos só por 5 vezes a vencemos (a última das quais em 2017), o que constitui fraquíssimo pecúlio.
É caso para dizer que o clube já deve algumas Taças aos seus adeptos. Há que começar por ganhar esta, levando-a a sério desde o primeiro instante."

Luís Fialho, in O Benfica

Ser ativo toda a vida


"É disso que trata o envelhecimento ativo, e eu, pessoalmente, já tenho idade suficiente para me recordar de que, quando pela primeira vez ouvi falar de envelhecimento ativo, tratava-se sobretudo de uma preocupação de saúde cardiovascular em termos preventivos, um pouco de matéria de saúde mental e crescentemente, mas ainda de forma ténue, de matéria de integração e coesão social.
Já não é assim, ou, melhor, é ainda assim muito mais que isso. Na verdade, o envelhecimento generalizado das sociedades, desenvolvidas tem colocado problemas vários aos idosos e as famílias vários aos idosos e as famílias, mas também ao Estado social, dada a crescente pressão sobre este. Aumentam as idades de reforma, e com isso porventura podem retirar-se oportunidades aos jovens. A representação social dos idosos tem sido crescentemente desvalorizada relegando a palavra velho para os confins do politicamente correto e as palavras velhinho e velhinha para os contos de história da primeira infância, sempre na moral da história e quase nunca no lugar do ancião valorizado e respeitado.
É preciso combater o crescente fenômeno do idadismo, revalorizar a imagem social dos idosos, reforçar a sua capacidade ativa e diminuir a emocional. Urge recolocar no seu justo lugar o valor social e até económico da suas experiências e da transmissão intergeracional dos saberes e interconexão de mundos relacionais para alargar ainda mais os horizontes e as oportunidades dos jovens.
Para tudo isto, é preciso aceitar uma velhice ativa, plena e integrante de sociedade. Não um peso, mas um motor. E que motor: nada menos que o da identidade e da pertença. E disso sabem os do futebol, por isso, também, a Fundação Benfica se tem dedicado tanto ao Walking Football. Porque está em jogo mais, muito mais que uma bola!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Núm3r0s d4 S3m4n4


"2
O grupo de totalistas em todos os “jogos oficiais” está reduzido a 2 jogadores: Odysseas (sempre titular) e Florentino. Com 16 jogos, um sexteto: Enzo, Gonçalo Ramos, Grimaldo, João Mário, Otamendi e Rafa;

3
Bárbara Timo conquistou a medalha de bronze no Campeonato do Mundo de judo (-63kgs);

8
8 pontos em 4 jogos, incluindo os 2 empates frente ao favorito a ganhar o grupo H na Liga dos Campeões. Excelente!

9
O Benfica cumpriu o 9º jogo no Campeonato, obtendo oito vitórias e um empate. É a 25ª vez invicto nos 9 jogos iniciais, entres estas a 8ª com pelo menos 8 vitórias. Tem 23 golos marcados, um registo nos primeiros 9 jogos na prova superado somente, desde 1994, em 2009/10;

10
Gonçalo Ramos bisou frente ao Rio Ave e chegou à dezena de golos marcados em competições oficias em 2022/23, o seu máximo de carreira numa época pela equipa de honra do Benfica. No decurso da presente temporada, Gonçalo Ramos totaliza 13 participações directas nas finalizações de golo (10 golos e 3 assistências), sendo o totalista da equipa. Segue-se João Mário, com 12 (6 golos e 6 assistências), Neres e Rafa fecham o pódio, com 10 (5+5 e 6+4, respectivamente);

17
O Benfica está invicto ao 17º “jogo oficial” da temporada, considerando todas as competições oficiais (internacionais, nacionais e regionais). Foi apenas a 6ª vez que o conseguiu (1964/65; 1971/72; 1977/78; 1982/83; 2011/12; 2022/23);

29
Passados 29 anos, o Benfica voltou a participar numa competição europeia de andebol feminino. E a primeira eliminatória correu de feição, alcançado o apuramento para os 16 avos de final da Taça EHF;

100
Diogo Gonçalves chegou aos 100 jogos (incluindo particulares) pela equipa de honra do Benfica."

João Tomaz, in O Benfica

Editorial


"1. Personalidade, identidade e caráter. Três palavras que definem o percurso do Benfica na Liga dos Campeões. Em Paris, voltámos a mostrar que não nos atemorizamos diante de que adversário for, antes impomos as nossas ideias e a nossa filosofia de jogo. Não foi uma partida frenética como na semana passada na Luz, mas foi intensa, e vamos, sem margem para dúvidas, lutar pelo 1.º lugar no grupo. Venha a Juventus!

2. Ainda em França, notável desempenho da nossa equipa de basquetebol diante do poderoso Limoges. Um Benfica de dimensão europeia não apenas no futebol, mas também nas modalidades, com o voleibol a dar mais um passo para a ribalta dos campeões, acompanhado o andebol e o futebol feminino. É este o Benfica que se constrói e renova, e que queremos cada vez mais forte, agora que se cumpre um ano desde a tomada de posse da nova direção liderada por Rui Costa. O caminho é longo, e há ainda muito por fazer, mas é com este espirito que encaramos os compromissos e os desafios que se avizinham.

3. Neste jornal O Benfica não podíamos deixar de assinalar com a devida vénia e reverência mais um notável feito de judo do Clube, a engrandecer Portugal e a modalidade. Bárbara Timo foi bronze nos Mundiais. Orgulho. Muito mesmo."

Pedro Pinto, in O Benfica

O “Aursnes” de Schrödinger. Defender a atacar.


"“(…) a consciência de que a expressão tática assume uma importância capital nos jogos desportivos, fez com que, a identificação de regularidades reveladas pelos jogadores e pelas equipas, no quadro das acções colectivas, tivesse despontado enquanto nova tendência de investigação (Gréhaigne, 1989; Lloret, 1994, citado por Garganta, 2001; Hernandez Mendo, 1996, citado por Garganta, 2001; Garganta, 1997). Neste sentido, a maioria dos analistas procuram detectar e interpretar a permanência e / ou ausência de traços comportamentais na variabilidade de acçoes de jogo (McGarry & Franks, 1996, citados por Garganta, 2001).”
(Gil, 2012)

Após o jogo contra o PSG, os elogios ao Benfica de Roger Schmidt foram alargados, em particular à sua estratégia para o jogo, nomeadamente a escolha de Fredrik Aursnes para a função de Médio-Esquerdo. Porém, muitos de nós temos a noção que se o Benfica perdesse, criticas haveriam surgido, porque teria existido medo dos franceses, porque o jogador não teria características para a função, que lhe faltariam argumentos ofensivos para o papel em causa e como tal não iria apresentar o rendimento necessário à função. No entanto, “jogar no Totobola à segunda-feira” é sempre fácil. O sucesso de Rúben Amorim na aposta em Antonio Adán para o jogo no Santa Clara após a infelicidade do espanhol no jogo em Marselha, e em contraposição a situação de Ricardo Esgaio após o jogo contra os franceses em Lisboa, podem ser outros exemplos.
Para quem está de fora do processo, perceber o impacto real que as decisões da equipa técnica terão no resultado de qualquer jogo será sempre um exercício inatingível, tal como o paradoxo do Gato de Schrödinger. Até o observador “abrir a caixa”, ou seja, até ao apito e resultado final, para o espectador o “gato pode estar vivo e morto”, ou seja, o sucesso de qualquer decisão pode ou não acontecer. Um fenómeno complexo e não determinístico como o Futebol trará sempre essa incerteza. Caso contrário não existiriam casas de apostas, e mais importante, as pessoas não sentiriam a atracção que sentem pelo jogo. Sublinhamos… jogo.
À partida e mesmo à posteriori, várias análises referiram o que eventualmente emergiria como mais evidente. Sendo a função original de Aursnes, Médio-Centro e um jogador com maior foco em princípios de cobertura, equilíbrio e concentração, seria expectável defender que ele viria aportar maior qualidade defensiva à equipa, por exemplo, no fecho dos espaços, na agressividade defensiva, no cumprimento das coberturas e compensações, na protecção ao colega de corredor e aos dois médios-centro. Porém, o próprio, em declarações no final do jogo, acrescentou outra perspectiva ao seu papel no jogo. Que o mesmo teria o objectivo de ter um peso ofensivo fundamental, principalmente pela forma como poderia gerir a bola e dar critério à posse do Benfica. Não só como forma de atacar, mas também de defender.


O pensamento reflecte um princípio fundamental da realidade, e como tal, extensível ao jogo de Futebol. O princípio que Vítor Frade denominou como “Inteireza Inquebrantável”. Neste caso a inquebrantável relação do todo – jogo de futebol – traduzida nos seus respectivos momentos e sub-momentos. Tal relação deverá ter por base uma visão complexa do jogo de forma a que este seja pensado com uma articulação de sentido, como o próprio Frade e também Jorge Castelo sustentam. Para (Jorge Castelo, 1996) “deriva da concordância organizativa entre o método ofensivo e defensivo e aplicado pela própria equipa. Com efeito, é necessário que os pressupostos fundamentais de um dos métodos não ponha em risco de forma irredutível a aplicação dos pressupostos de eficácia do outro. Neste sentido, a equipa deverá jogar num bloco homogéneo e compacto não só na aplicação isolada de cada um dos métodos pré-estabelecidos, mas também na transição de um para o outro método por forma que não haja quebra na continuidade do processo ofensivo ou defensivo”. Na mesma linha de pensamento surge (Julian Tobar, 2013) sustentando que a articulação de sentido torna-se “um imperativo para o sucesso de uma equipa, visto que se perdermos de vista o “todo” (leia-se o jogar) que se pretende, desarticulando uma “parte” das demais, certamente isso refletir-se-á no jogar da equipa. Portanto o treinador ao modelar o seu jogar deverá ter em conta justamente isso, a interligação e a congruência de tudo para o “todo””. Ainda Tobar, estabelecendo uma comparação e citando “Conde (2010), seria possível dizer que a organização defensiva, a organização ofensiva e as transições são como as rodas de um carro: devem rodar simultaneamente”.
Deste modo, perante uma equipa com jogadores incríveis com bola, retirar-lhes a mesma, seria potencialmente de facto uma boa estratégia para os defender. Para mais quando muitas vezes essa equipa defende com apenas GR+8 e até GR+7 atrás da linha da bola, com uma última linha de 5 jogadores dificultando a pressão e recuperação da bola à segunda linha de apenas 2 médios e ainda quando os que ficam à frente da linha da bola têm pouca disponibilidade para o momento defensivo, nem mesmo para o fecho das coberturas ofensivas do adversário, o que consequentemente permitirá que este circule a bola por trás conseguindo assim tirar com alguma facilidade a bola de zonas de pressão. Juntando-se a não imperativa necessidade do Benfica em vencer o jogo e podendo assim dar maior critério à sua posse no sentido de a manter, arriscando menos a progressão e nos sub-momentos de criação, a escolha de Aursnes, foi deste ponto de vista, uma ideia de facto interessante.


Importará dizer que nem a equipa técnica conseguirá pré-determinar se o “gato está vivo ou morto no interior da caixa”, ou seja, se a opção tomada irá ou não resultar até o jogo de facto se consumar. No entanto, tendo em conta o seu conhecimento e experiência, nomeadamente a específica relativa à equipa, aos jogadores, às suas características, à sua mentalidade, ao seu momento, à forma como treinam, como estarão as suas vidas pessoais, etc., será com certeza a mesma, quem estará mais perto de se aproximar da predição do resultado da “experiência”. Contando que, surgirão sempre imponderáveis, e irão errar e tomar opções que não irão resultar. Pois recordamos que… estamos perante um acontecimento não determinístico.
Finalizando, o interessante para nós não foi se o “gato viveu ou morreu”, mas sim a lógica da intencionalidade de Roger Schmidt e o que de facto Aursnes provocou ao jogo do Benfica, e em contraposição ao jogo do PSG. Claro que se o jogo se voltasse a repetir, as condições iniciais seriam irrepetíveis e o resultado (do desempenho) individual de Aursnes e colectivo, poderiam ser drásticamente diferentes. Mas interessando-nos encontrar lógicas, e se possível padrões, podemos então ganhar experiência para problemas similares no futuro, tendo sempre a consciência, como sublinhado, que nada se repetirá integralmente. Tendo por base esta consciência, por outro lado encontrar padrões e reforçar a sua bagagem ao nível do Conhecimento do Jogo deverá ser o papel do treinador e dos que queiram analisar o jogo e o desempenho das equipas de forma séria e honesta.

“No nosso entendimento, o jogo de Futebol é fluído na passagem do processo ofensivo para o defensivo e vice-versa, requisitando uma organização de jogo unitária, articulada em função do «todo» que se deseja, pelo que se possa afirmar que “… não há nada mais construído que o jogar. O jogar não é um fenómeno natural, mas construído” (Frade, 2002, in Amieiro, 2004:115). Para uma análise do jogo sem que lhe seja destruída a sua organização dinâmica indissociável, consideramos necessário que se entenda que apesar de serem antagónicos, processo ofensivo e defensivo estão em íntima relação, já que, tal como a luz e a sombra, o preto e o branco, também esses dois processos só podem ser conhecidos um em função do outro (Teodorescu, 1984; Bayer, 1994; Queiroz, 1986; Castelo, 1994; Garganta, 1996).”
(José Laranjeira, 2009)"

A Liga Portugal já lançou a capa para o clássico


"Já só falta anunciar:
✅Controlo anti-doping antes e depois do jogo;
✅ Var estrangeiro e fora da Cidade do Futebol;
✅ Árbitro estrangeiro;
Ficamos a aguardar..."

Outro desporto!!!




"António Silva e Odysseas Vlachodimos foram eleitos o melhor defesa e guarda redes, respectivamente, do mês de Setembro, pela Liga Portugal. Já o SL Benfica segue invicto nas várias competições que já disputou esta época, ao comando de Roger Schimdt.
Na próxima sexta-feira, o Benfica desloca-se ao Estádio do Dragão para aí jogar contra o FC Porto.
Com a possibilidade de alargar a vantagem sobre os azuis e brancos na Liga e sabendo de antemão que o FC Porto não está a fazer uma grande época até ao momento - não chega ganhar ao 16° classificado do campeonato alemão para justificar uma boa época - é de pensar se ter o melhor defesa e o melhor guarda redes será suficiente para fazer frente a todos os esquemas conhecidos e mais que falamos que possam advir da visita ao Dragão. Da coação/intimidação, do insulto, da pressão dos adeptos, de uma equipa de arbitragem totalmente dominada pelo crime organizado, mas principalmente das fabulosas "medicinas chinesas" que costumam ser testadas nos juniores para serem usadas nos seniores (como escreveu o ex-jogador Fernando Mendes no seu livro).
O Benfica é grande e grandes são as suas ambições, mas estara preparado para estas aventuras? Temos certeza que sim.
Carrega Benfica 🔴⚪🦅"

Fortes...

Benfica 3 - 1 Estoril
Veloso(65'), H. Félix(85'), Montoia(89')


Mais uma vitória, num bom jogo, contra um adversário que se reforçou com dois jogadores do plantel principal, mas onde o Benfica voltou a superiorizar-se

Preocupação com a lesão do Prioste.

A baixa rotatividade de uma equipa de alta rotação | SL Benfica


"A primeira dezena de jogos da época viram um Sport Lisboa e Benfica pouco rotativo. Exceção feita à lateral-direita, poucas ou nenhumas movimentações eram feitas por opção no onze inicial por Roger Schmidt. O duplo confronto com o Paris SG veio mudar isso. Na receção ao Rio Ave FC e na deslocação ao reduto do Caldas SC, as águias promoveram por fim alterações significativas no alinhamento titular. Com resultados distintos.
Na partida na Luz ante os vila-condenses, a rotação parece não ter afetado a equipa, que mostrou a mesma personalidade e manteve o fio de jogo, tendo sido capaz de bater o Rio Ave FC com relativa tranquilidade. O mesmo não sucedeu na deslocação ao Campo da Mata, o que deixa em dúvida a capacidade de os encarnados apostarem com segurança nos elementos menos utilizados.
Na partida para a Taça de Portugal, ficaram patentes as dificuldades de alguns jogadores em manterem o nível apresentado pelos habituais titulares. E, acima de tudo, notou-se a falta de qualidade da terceira linha (os suplentes utilizados na partida na Mata Encantada) para corresponder à exigência de um SL Benfica que pretende continuar a bater-se de igual para igual com os mais fortes plantéis da Europa.
Parece ser cada vez mais claro que Roger Schmidt não terá muito por onde mudar no onze habitual, restando agora aos habituais suplentes subirem o nível das suas pontuais prestações, para bem da sua época individual e para bem da época do coletivo. Caso não o façam, é possível que os encarnados – sobretudo, se garantirem os milhões da passagem à fase a eliminar da Liga dos Campeões – ataquem o mercado de inverno com algum fulgor para colmatar duas ou três lacunas que subsistem no plantel.
Ainda assim, a disputa da Taça da Liga em pleno Campeonato do Mundo pode significar novas e finais oportunidades para estes elementos. É aproveitar ou fazer as malas."

Florentino: o jackpot de Roger Schmidt


"Pedir e almejar um esforço financeiro para buscar o maior talento do momento no futebol da Argentina era fácil.
Apostar num atacante de seleção brasileira e que já havia brilhado na Liga dos Campeões era óbvio.
Até mesmo voltar a potencializar um campeão europeu e que já foi a maior venda de sempre do Sporting era provável.
Difícil mesmo era acreditar e rapidamente recuperar um jovem formado em casa, cujo passado recente estava marcado por empréstimos de altos e baixos.
Florentino, nesta altura, é o triunfo - e também o trunfo - mais surpreendente de Roger Schmidt no Benfica.
Confiou no jogador quando nem sequer tinha assinado contrato com os encarnados. Sabia o que queria antes mesmo de treinar a equipe.
Um 'cartão de visita' valorizado agora com novo contrato até junho de 2027."

𝗕𝗮𝗻𝗰𝗼𝘀 𝗱𝗲𝗿𝗮𝗺 𝗮 𝘃𝗼𝗹𝘁𝗮 𝗮𝗼 𝗧𝗲𝘅𝘁𝗼(𝗿)



"A notícia de que John Textor preparou um plano para entrar no capital social do Sporting (através de compra da dívida bancária) passou entre os pingos da chuva mediática. O diário ‘Record’ adiantou uma versão e, poucas horas depois, o próprio John Textor veio confirmar nas redes sociais que tentou, de facto, ficar com uma participação qualificada na SAD dos leões. “A minha oferta foi globalmente aceite pelos bancos, mas não podiam decidir autonomamente”, disse Textor, ao ‘Maisfutebol’. O interesse do empresário norte-americano aconteceu em período pré-eleitoral do Sporting e, na prática, o que aconteceu foi isto: os bancos assobiaram para o lado. No seguimento disto, as mesmas televisões que perderam dezenas de horas a falar no interesse de John Textor no Benfica ficaram-se, agora, por umas modestas notícias de rodapé relativamente à tentativa de compra do Sporting. O costume...

𝗛á 𝗹𝗶𝗺𝗶𝘁𝗲𝘀 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗮 𝘃𝗲𝗿𝗴𝗼𝗻𝗵𝗮
Depois de ter recebido mais de 5 mil milhões de euros dos contribuintes portugueses, aguardemos agora que o Novo Banco não tenha a mesma abordagem que o BCP e promova, também, uma vergonhosa concorrência desleal, em benefício do Sporting, com um desconto superior a 80% na recompra de uma dívida acumulada de forma irresponsável. Não fomos nós, contribuintes, que quisemos o Paulinho, o Slimani ou St. Juste! Não fomos nós, contribuintes, que decidimos investir mais de 30 milhões por ano nas modalidades amadoras. Nem fomos nós, contribuintes, que pagámos uma milionária cláusula de rescisão para trazer Ruben Amorim do Sp. Braga para o Sporting.

ERC e o Porto Canal


"O que foi ouvido em tribunal relativamente aos comportamentos e práticas no Porto Canal, à pressão exercida sobre os seus diretores editoriais e à forma como se enviesavam alinhamentos – pela boca das próprias vítimas, note-se – obriga a que a Entidade Reguladora Para a Comunicação Social entre em ação em curto espaço de tempo. Chame quem tiver de chamar e ouça quem tiver de ouvir, mas 𝘂𝗺𝗮 𝗲𝘀𝘁𝗮çã𝗼 𝗱𝗲 𝘁𝗲𝗹𝗲𝘃𝗶𝘀ã𝗼 (𝗻𝗼 𝗰𝗮𝘀𝗼) 𝗾𝘂𝗲 𝘀𝗲 𝗰𝗼𝗺𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮 𝗱𝗮 𝗳𝗼𝗿𝗺𝗮 𝗱𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗮 𝗻ã𝗼 𝗽𝗼𝗱𝗲 𝗱𝗲𝗶𝘅𝗮𝗿 𝗱𝗲 𝘀𝗲𝗿 𝗾𝘂𝗲𝘀𝘁𝗶𝗼𝗻𝗮𝗱𝗮 𝗽𝗲𝗹𝗼 ó𝗿𝗴ã𝗼 𝗿𝗲𝗴𝘂𝗹𝗮𝗱𝗼𝗿. Estamos perante um caso de polícia? Sim, claramente. É um caso para os tribunais? Como se vê. Mas é, também, um caso para a tutela.
O 'Jogo’ e o ‘JN’ escondem a atualidade:
Sabemos que os compradores em papel escasseiam. São cada vez menos, é verdade, mas ainda existem. 𝗘 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝗽𝗮𝗴𝗮 𝘁𝗲𝗺 𝗱𝗶𝗿𝗲𝗶𝘁𝗼 𝗮 𝘀𝗮𝗯𝗲𝗿 (𝗲 𝗮 𝗹𝗲𝗿) 𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝘃𝗮𝗶 𝗮𝗰𝗼𝗻𝘁𝗲𝗰𝗲𝗻𝗱𝗼 𝗻𝗼 ‘𝗖𝗮𝘀𝗼 𝗱𝗼𝘀 𝗘𝗺𝗮𝗶𝗹𝘀. Há dois títulos editoriais, contudo, a pensar de outra forma. Por quanto tempo mais irão ‘O Jogo’ e o ‘Jornal de Notícias’ continuar a ignorar o processo em causa e as declarações danosas para a instituição FC Porto que ali têm sido ditas pelas testemunhas?"

Hoje!!!


"Por mais que tentem afirmar o contrário, é o próprio Rui Pinto que admite ter tentado extorquir dinheiro ao empresário Nélio Lucas (Doyen). 

«Hoje em dia reconheço que o comportamento que tive pode ser enquadrado num crime de extorsão na forma atentada», disse hoje Rui Pinto."

Esgaio, João Mário, a Árvore e a Floresta


"É o nome na ordem do dia. Dos dias, para ser mais específico. Desde a passada terça-feira, após uma exibição menos conseguida por parte do defesa/lateral/ala direito do SCP, que o nome de Ricardo Esgaio está na ordem do dia. Do universo leonino e do futebol português.
Isso acontece porque a sua equipa perdeu. Acontece porque, ao perder o jogo, hipotecou a possibilidade de se aproximar imediatamente da passagem à próxima fase, permitindo que o adversário directo se lhe igualasse em pontos. Acontece porque, uma vez mais, a larga maioria gosta de personificar e atribuir um rosto aos desaires. Acontece porque, uma vez mais, é mais fácil exacerbar emoções e descarregá-las numa só pessoa do que ser racional e procurar compreender o lado do outro.
Esgaio é, por estes dias, o bode expiatório de todos os males existentes na performance leonina ao longo de 2022/2023. Não por ser o responsável por todos os passes falhados ou por todas as bolas não recuperadas. Não por ser a causa de todos os golos sofridos e todos os golos falhados, mas sim por ser o mais recente elo individual mais fraco aos olhos daqueles que optam pela “cegueira”, daqueles que insistem em não perceber que o futebol é um desporto colectivo e que o todo será sempre mais do que a soma das suas partes.
A verdade é que não há nada de novo nessa perspectiva nebulosa. De há largos anos a esta parte que o futebol português perdeu adeptos apaixonados pelo jogo e deu lugar a pessoas que só querem saber dos seus clubes…desde que eles ganhem. E não é preciso recuar muito no tempo nem palmilhar muitos quilómetros para o verificar. Basta atravessar a Segunda Circular, pronunciar o nome de João Mário e auscultar as reacções da nação benfiquista…
Um dos nomes mais consagrados deste início de época fulgurante da armada de Roger Schimdt, João Mário era há bem pouco tempo um dos proscritos favoritos dos adeptos encarnados. Pouco intenso, lento, incapaz de “ir ao choque”, “só joga para o lado e para trás”, de tudo um pouco se ouviu acerca do internacional português que, com o decorrer da época, passou de titular indiscutível a terceira/quarta opção para o meio-campo encarnado.
O final de 2021/2022 anunciava um possível adeus à Luz por parte de João Mário. O empréstimo ou até mesmo uma possível venda terão sido equacionados. Falou-se e escreveu-se em todo o lado que o modelo de jogo do novo treinador encarnado, fervoroso defensor do pressing e counter-pressing da escola alemã, não contemplava alguém com as características do jogador formado em Alcochete. Porém a época 2022/203 começou, leva já dezassete jogos oficiais para o SLB e João Mário é figura de proa no tal modelo de jogo que não o contemplava. Uma das figuras de proa.
Mantém o hábito de jogar para o lado e para trás, o que poderia ser um contra-senso e um crime de lesa-pátria para o modelo de jogo preconizado pelo treinador alemão, mas que o dota da temporização e do critério necessários para o aumento da qualidade e variabilidade no momento ofensivo encarnado.
Não está mais capaz de “ir ao choque”, mas está muito mais capaz de reagir à perda para pressionar e recuperar a bola. Não desenvolveu capacidades físicas que lhe permitem sprintar e ganhar metros aos seus mais rápidos e directos opositores, mas potenciou (ou ganhou) capacidades volitivas que o tornam mentalmente muito mais predisposto a ajudar a equipa nos momentos de transição ataque-defesa e de organização defensiva.
Tudo isso porque está inserido num contexto colectivo que o favorece, que o protege e que o potencia. Tudo isso porque está inserido num conjunto de dinâmicas que lhe permitem liberdade de pensamentos e acções com as devidas e inerentes responsabilidades. Sem amarras tácticas castradoras. Sem comportamentos colectivos e individuais desequilibrados. Como já esteve Ricardo Esgaio em Braga, por exemplo. Ou como já esteve Neto no ano de estreia e do título de Rúben Amorim no SCP.
Daí que um colectivo forte exaltará sempre jogadores com o perfil de João Mário. Independentemente do modelo de jogo. Por lhes dar tempo e espaço para se assumirem na sua plenitude e na plenitude de todas as suas melhores capacidades. Ao mesmo tempo que ajudará a proteger jogadores com o perfil de Ricardo Esgaio. Independentemente do modelo de jogo. Por expô-los menos vezes ao erro e por solicitar as suas melhores acções em segurança e “ambiente controlado”.
Não digo que seja urgente, mas é importante que deixemos de querer ver apenas uma árvore quando a mesma está inserida numa floresta. É importante porque fazê-lo demonstra inteligência, humanidade e racionalidade. “Coisas” que podem e devem acompanhar sempre a paixão que transborda do nosso peito."

Braga catari


"A surpreendente aquisição de 21,67% do capital da Braga, SAD, pelo Qatar Sports Investments, dono do PSG, abre várias possibilidades (mais investimento?), suscita diversas questões (soft power do Qatar) e acarreta riscos. Por agora, centremo-nos nos últimos.
A estrutura do capital da Braga, SAD representa um risco para o controlo da SAD pelo clube. O SC Braga detém 36,98% das ações, há 24,3% de free float e a fatia agora pertencente ao Qatar Sports Investments, restando 17,04% nas mãos da Sundown Investments Limited, sobre a qual o hacker Rui Pinto afirmou que seria interessante, para os braguistas, conhecer-se os seus "reais beneficiários".
Deste risco derivam outros dois. Um passa pela possibilidade de o Braga se tornar numa muleta do PSG, uma espécie de clube satélite cujo propósito central é servir a casa-mãe. O outro está relacionado com a incerteza quanto à participação na Liga dos Campeões.
Há restrições introduzidas pela UEFA neste domínio desde que, em 1999, Slavia Praga e AEK Atenas, então detido e controlado, respetivamente, pela mesma empresa, obtiveram o direito a participar nas competições europeias. Surgiram novas regras, as quais já foram revistas, introduzindo-se o conceito vago "influência decisiva".
Talvez por isso mesmo conste no comunicado conjunto do Fundo e do Braga que a operação "não produz qualquer alteração na gestão, estando salvaguardada a total autonomia de decisão por parte da administração nomeada com o apoio do acionista maioritário", mas, na verdade, cabe à UEFA avaliar se assim é.
Não creio que, por agora, haja um obstáculo à participação do Braga na Liga dos Campeões em simultâneo com o PSG. No entanto, o caso poderá mudar de figura se o Fundo catari aumentar a sua participação ou se, tendo em conta que em Espanha e Inglaterra as regras já são bem mais apertadas, a UEFA, em nome da integridade das competições, proceda a uma revisão mais restritiva do acesso de clubes detidos (mesmo minoritariamente) por empresas que detêm outros clubes."

Burnout: quando a paixão também “mata”


"Diz aos meus filhos que amanhã volto para casa
Eu ligo em vídeo para disfarçar a saudade
Mas cada dia só aumenta a vossa falta
Um dia largo tudo e largamos esta cidade
São só mais umas horas e amanhã outras tantas
Pensa que isto é uma sorte e que não podes desistir
Querem enfiar-me comprimidos na garganta
Que não me deixam chorar e também não me deixam rir
Já não sei o que dizer ao meu cansaço
Dou-lhe um beijo e peço que volte mais tarde
Se saber sobreviver é uma arte Ser artista não é ter escolha é ter carne
Tenho em mim dores que estão adormecidas
Outras que gritam e reclamam um lugar
Se o coração tivesse à vista as minhas feridas
Senão me matarem vão-me fazer abrandar (…)

“Cansaço”, Carolina Deslandes
Confundimos frequentemente cansaço com preguiça – socialmente, numa época em que todos “temos” que ser saudáveis, ativos e felizes… dizer estou “cansado(a)”, não “cai bem”… nem merece assim tantos “likes”…
O cansaço (físico e/ou emocional) pode ser, no entanto, um predecessor do síndrome de burnout e deve, por isso mesmo, merecer a nossa atenção.
Numa semana em que, pelo menos três top performers do meio artístico/entretenimento, tornaram pública a sua decisão e necessidade de se afastarem do seu quotidiano profissional, por razões aparentemente relacionadas com “burnout”, cruzei-me acidentalmente com esta letra da Carolina Deslandes.
Muito frequentemente o fenómeno de burnout é associado ao quotidiano laboral/empresarial, numa lógica “top-down”, ou seja, pela pressão e condições (ou falta delas) impostas de cima para baixo, resultando num contexto difícil dos demais colaboradores gerirem – principalmente pela baixa literacia emocional que atravessa (verticalmente) as nossas empresas e o nosso país.
Contudo, fala-se muito pouco das condições (e pressões) onde operam os “top performers” de variadíssimas áreas de desempenho (artístico, desportivo e empresarial) – razões mais do que suficientes para a instalação de quadros de cansaço crónico e, mais tarde, burnout.

O Estigma Do “Privilégio”
Um dos mais bem guardados “tabus” nesta área, e como tão bem refere a compositora na sua letra ("Pensa que isto é uma sorte e não podes desistir"), relaciona-se com o facto de que, muitas vezes, as pessoas que desenvolvem uma atividade pela qual se sentem verdadeiramente apaixonadas e comprometidas (e onde, ainda por cima, se “atrevem” a ser bem sucedidas) evidenciarem “vergonha” em relatar o estado de sofrimento em que se possam encontrar, empurrando-se sucessivamente para mais um e outro dia de trabalho.
De facto, no imaginário da maioria de nós, o facto de dedicar-se a algo de forma apaixonada parece comportar uma qualquer forma de “proteção” face ao desgaste, exaustão ou colapso físico e emocional… ou então, tendo essa “sorte”, perde-se a oportunidade de dar voz ao sofrimento, sob pena (pesada) de poder ser entendido como uma “falta de respeito” para quem não tem (ou criou) a oportunidade de trabalhar em algo de que goste verdadeiramente.
Este fenómeno encontra-se (felizmente) já fortemente documentado na área da investigação no desporto de alto rendimento, onde os atletas referem frequentemente não sentirem “ter o direito de se queixar porque tem uma vida que muitos queriam ter”…
Mas será que queriam mesmo?
Quando falamos em “top performance”, independentemente do contexto (artístico, desportivo ou empresarial), a esmagadora maioria de pessoas que por lá “sobrevive” (sim, demasiadas vezes é mesmo um tema de “sobrevivência”), afirmando-se de dia para dia, não o faz sem aumentar, a médio/longo prazo, a probabilidade de vir a sofrer de perturbações em termos da sua saúde emocional (logo, física também pois há uma estreita conexão entre ambas) na medida em que, pertencer a este grupo de “eleito(as)”, exige um avolumadíssimo numero de horas de entrega que, muito frequentemente, conflituam com a vida pessoal/familiar.
Não nos podemos esquecer também, que muito frequentemente, estes “top performer’s” evidenciam elevados níveis de perfeccionismo que resultam frequentemente numa incapacidade em sentir que podem estar a “falhar” consigo próprios ou com quem os rodeia – esta combinação “explosiva”, traduz-se muito frequentemente num discurso no quotidiano sobejamente carregado de pequenas “artimanhas” que mantém a atenção (de forma muito eficiente) no que falta fazer (é só mais isto…”), desviando a mesma do nível de cansaço e exaustão acumulados.
Este “privilégio” de ser uma referência numa dada área (um treinador, um atleta, artista, músico, empresário ou CEO de uma organização de renome) traz quase sempre uma enorme quantidade de sacrifícios pessoais e familiares que raramente veem a luz do dia e, por muitas vezes não terem sequer uma relação direta com o desempenho (que se mantem muito frequentemente muito elevado), apenas se tornam visíveis quando o colapso acontece (burnout).

Isolamento, Solidão E Burnout
Um grande amigo meu costuma referir que “um homem depois de morto, ainda rasteja cinquenta metros” e, invariavelmente, gera-se uma enorme gargalhada à sua volta.
A verdade é que se a expressão fosse “um homem para não se matar, deve cuidar de si próprio, saber parar e regenerar” o impacto e validação social não seria o mesmo.
Nascidos numa sociedade que privilegia resultados, visibilidade, status e, atualmente, picos de adrenalina que se confundem com felicidade, ao invés de foco no processo e no desenvolvimento de competências intrapessoais (ex: inteligência emocional) que nos permitem “surfar” todo o tipo de “ondas emocionais”, aproximando-nos do projeto de vida que de facto queremos e não que nos foi “vendido”, sem “lastro emocional”, muito frequentemente acabamos por nos deixar isolar aqui e ali – até porque a “queixa” parece mal ou não queremos ser “o(a) amigo(a) chato(a)” que está a penalizar o bom ambiente do grupo…
Pequenos desconfortos que se vão sentindo, mas que se tardam a partilhar por não se querer “incomodar” ou considerar que da paixão, colocada em projetos e pessoas, pudesse mais tarde resultar num qualquer tipo de “recompensa”.
O burnout, neste tipo de população, é muito frequentemente o outro lado de uma moeda que se chama “resiliência” – uma resiliência que se levou para lá do desejável onde, quando se “atira a toalha ao chão”, já há muito que o corpo começou a dar indicadores de que algo não está bem (insónias, arritmias, cansaço extremo e incapacidade de regenerar, irritabilidade labilidade emocional) e se devia ter deixado de cuidar (tanto) dos outros e passar a cuidar de si próprio(a).
E, na realidade, agiganta-se entre nós – de todas as vezes que “fingimos” estar bem ou que nos contentamos com os sorrisos que vemos e não nos detemos aqueles 10 segundos que nos permitem perguntar: “Estás bem?”"