terça-feira, 18 de outubro de 2022

Ser ativo toda a vida


"É disso que trata o envelhecimento ativo, e eu, pessoalmente, já tenho idade suficiente para me recordar de que, quando pela primeira vez ouvi falar de envelhecimento ativo, tratava-se sobretudo de uma preocupação de saúde cardiovascular em termos preventivos, um pouco de matéria de saúde mental e crescentemente, mas ainda de forma ténue, de matéria de integração e coesão social.
Já não é assim, ou, melhor, é ainda assim muito mais que isso. Na verdade, o envelhecimento generalizado das sociedades, desenvolvidas tem colocado problemas vários aos idosos e as famílias vários aos idosos e as famílias, mas também ao Estado social, dada a crescente pressão sobre este. Aumentam as idades de reforma, e com isso porventura podem retirar-se oportunidades aos jovens. A representação social dos idosos tem sido crescentemente desvalorizada relegando a palavra velho para os confins do politicamente correto e as palavras velhinho e velhinha para os contos de história da primeira infância, sempre na moral da história e quase nunca no lugar do ancião valorizado e respeitado.
É preciso combater o crescente fenômeno do idadismo, revalorizar a imagem social dos idosos, reforçar a sua capacidade ativa e diminuir a emocional. Urge recolocar no seu justo lugar o valor social e até económico da suas experiências e da transmissão intergeracional dos saberes e interconexão de mundos relacionais para alargar ainda mais os horizontes e as oportunidades dos jovens.
Para tudo isto, é preciso aceitar uma velhice ativa, plena e integrante de sociedade. Não um peso, mas um motor. E que motor: nada menos que o da identidade e da pertença. E disso sabem os do futebol, por isso, também, a Fundação Benfica se tem dedicado tanto ao Walking Football. Porque está em jogo mais, muito mais que uma bola!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Sem comentários:

Enviar um comentário

A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!