terça-feira, 18 de outubro de 2022

A festa da Taça


"Amanhã, nas Caldas da Rainha, o Benfica entra em cena para mais uma edição da Taça de Portugal.
A Taça é a festa do povo, e tem um encanto muito particular. Por um lado, à semelhança das suas congéneres de outros países europeus, permite visitas de grandes clubes a locais onde raramente, ou mesmo nunca, podem jogar (Caldas, por exemplo). Por outro, e essa é uma singularidade lusa, a final disputa-se num palco pitoresco, que desafia todos os padrões do futebol moderno, como é o caso do Jamor.
Ainda há muitas coisas a melhorar. Ou a recuperar. Não entendo a meia-final e duas mãos quando todas as restantes eliminatórias são disputadas num só jogo. E não percebo por que motivo os clubes da primeira liga são resguardados das duas primeiras eliminatórias. Por mim era tudo ao molho, desde o início, e sem condicionantes, reforçando o espírito da prova - que é precisamente o de proporcionar estes encotnros entre davides e golias, bem como uma certa aleatoriedade capaz de abrir espaço a grandes sonhos de pequenos clubes.
A nós, enquanto benfiquistas, o único sonho permitido é a conquista do troféu. Tudo o que seja menos do que isso será um fracasso, à semelhança do que acontece, aliás, com as restantes competições nacionais.
A Taça de Portugal é a segunda prova do calendário português, e recentemente não nos tem trazido alegrias. Nos últimos 35 anos só por 5 vezes a vencemos (a última das quais em 2017), o que constitui fraquíssimo pecúlio.
É caso para dizer que o clube já deve algumas Taças aos seus adeptos. Há que começar por ganhar esta, levando-a a sério desde o primeiro instante."

Luís Fialho, in O Benfica

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