domingo, 29 de novembro de 2015

Liderança...

Benfica 6 - 3 Modicus

Jogo estranho, com o Benfica a conceder demasiadas oportunidades ao adversário... mesmo assim, começamos a ganhar 2-0. A partir dos 10 minutos começamos a jogar melhor, cheirava ao terceiro golo, mas o Modicus marcou... a partir daqui, até ao intervalo, foi o nosso pior período, com o Bebé em grande plano...
No 2.º tempo tivemos mais consistentes, e chegámos ao 5-1 com naturalidade... nos últimos minutos, entrámos em descompressão demasiado cedo, e o Modicus reduziu para 5-3, o que fez os Gaienses acreditarem no milagre... mas o Benfica aguentou, e até voltou a marcar numa recarga num livre de 10 metros (são tão poucos os Livres de 10 metros a favor do Benfica, que o Patias já nem sabe marcar os Livres que 'eram' a sua especialidade!!!).
Não é normal, mas hoje notou-se uma grande diferença no rendimento quando o Patias, o Chaguinha e o Coelho foram para o Banco...!!!

Na Quarta temos jogo n Luz, com a Burinhosa, que este fim-de-semana venceu o Braga, é provavelmente neste momento a 3.ª equipa nacional...!!!

PS: Parabéns ao nosso veterano Bruno Pais, por mais um título nacional, desta vez, Campeão Nacional de Triatlo Longo, numa prova realizada em Vilamoura.

Em flagrante delito

"Ainda a propósito do dérbi entre Sporting e Benfica a contar para a Taça de Portugal realçou-se esta semana a possibilidade de os órgãos disciplinares do futebol tendo por base imagens televisivas, penalizarem infrações que não constam dos relatórios do jogo. Nada de novo à luz das práticas jusdisciplinares correntes das competições europeias. Nem nada de novo à luz do tão discutido "processo sumaríssimo", que - apesar de sobreviver na regulamentação da Liga - foi arrumado na gaveta do incumprimento do poder-dever de aplicação dos regulamentos pelo Conselho de Disciplina (CD) da FPF de Fernando Gomes...
Essa possibilidade de sancionamento para além dos normais 'castigos' sumários das competições - baseados no que se descreve nos relatórios dos árbitros, dos delegados da Liga ou da FPF e das forças policiais - está hoje prevista em ambos os regulamentos disciplinares da Liga e da FPF: trata-se, do processo sumário baseado em "auto por infracção verificada em flagrante delito". Este auto tem o mesmo valor probatório de qualquer um desses relatórios 'oficiais' do jogo e descreve as infracções que, por definição, não foram observadas, relatadas e (no caso dos árbitros) punidas antes durante ou depois das partidas pelas equipas de arbitragem, pelos delegados e pelos agentes de segurança. No caso da Liga, esse auto é elaborado pela Comissão de Instrução e Inquéritos - o primeiro teve como objeto um comportamento do jogador Insúa (Sporting) na época 20l2/13. No caso da FPF, esse auto de "flagrante delito" é elaborado por um instrutor a nomear expressamente para o efeito. Em ambos os casos, os autos ((instruídos no essencial com áudio e eventuais documentos) são transmitidos às secções respectivas do Conselho de Disciplina para decidir sobre o enquadramento da infracção, feita em referência a um agente determinado, e determinar (ou não) a pena. Como qualquer outro castigo da jornada/eliminatória da prova.
Terá sido este o procedimento que, com pleno cabimento e prova plena, tanto Benfica como Sporting alegaram para provocar a decisão sumária do CD da FPF sobre comportamentos de jogadores não sancionados pelos árbitros. Parece que o CD da FPF abriu "processos de averiguação", que se destinam exclusivamente a apurar a existência de factos e a identidade dos seus autores... Palavras para quê? Melhor será seguir antes um auto sobre 'flagrante delito' do Conselho de Disciplina para o novo Governo, a ver se alguém averigua o que se passa naqueles gabinetes da FPF..."

Muitas queixas disciplinares

"1. Na sequência do jogo da Taça de Portugal, entre o Sporting e o Benfica, este último, rezam as notícias, apresentou uma «queixa» visando a punição de um jogador do primeiro, que terá cometido um acto de agressão, não sancionado pelo árbitro. O Sporting adiantou, ao que parece, 8 «queixas» similares.
2. Porventura encontra-se em causa algo como o seguinte: conduta que constitua risco grave para a integridade física dos agentes ou grave atentado à ética desportiva exigida aos intervenientes no jogo, que não tenha sido observada e avaliada pelo árbitro. Parece ainda que o registo das infracções se faz apenas com imagens televisivas.
3. Se o jogo fosse numa competição da LPFP, o seu Regulamento Disciplinar previa um tipo especial de processo disciplinar, o sumaríssimo, onde muito do que descrevemos atrás constitui requisitos a preencher para a sua abertura. Mas o regulamento aplicável é o da FPF que não integra esse processo.
4. O processo é especial porque, ao contrário das regras comuns, atenta a gravidade dos actos e valores envolvidos, ele como que se sobrepõe à autoridade disciplinar do jogo, ou seja, o árbitro.
5. Não obstante a inexistência desse processo na FPF, é possível que as «queixas» sejam apreciadas? Adiantam-se alguns critérios na busca da decisão. Em primeiro lugar, a forma dificilmente seria a do processo sumário. Em segundo lugar, há toda a legitimidade nas participações disciplinares. Em terceiro lugar, são admitidas como meio de prova as imagens televisivas. Contudo, as decisões das equipas de arbitragem quando tomadas no âmbito da aplicação das Leis do Jogo não são sindicáveis. Tudo pode estar em saber se o árbitro observou e avaliou as acções em causa."

José Manuel Meirim, in A Bola

Renato Sanches

"Caro Renato Sanches, na passada quarta feira, em Astana, cumpriste como titular o primeiro jogo oficial pelo Benfica. Foram noventa minutos que ficam para a tua história de vida e para a tua memória pessoal. Na linha do que escreveu, um dia, Javier Marías, «o futebol é a recuperação semanal da infância». Foi o que aconteceu na fria capital do Cazaquistão. Alguns ficaram, esta semana, admirados com a tua personalidade e também com a tua capacidade. Outros, fingidamente, preocupados com a tua idade. Como se um conhecedor de e do futebol não soubesse, se quisesse investigar, que tu eras, há poucos anos, «um magricela». Para além de «fuinhas»! O que sei, meu caro Renato, é que há algum tempo - mesmo algum! - antecipei que tinhas talento para teres minutos suficientes na equipa principal do Benfica. Bastava acompanhar mais recentemente, o teu percurso na equipa B do Benfica. Ou assistir a alguns jogos da Liga jovem da UEFA para antecipar que merecias ter uma oportunidade na equipa liderada por Rui Vitória.
Vi, ao vivo, os teus jogos em Madrid frente ao Atlético e em Istambul face ao Galatasaray. Neste último fizeste uma exibição que me - nos - encheu os olhos. Que me convenceu, em definitivo, acredita. E ao falar, no bem guardado aeroporto de Istambul, com o teu treinador percebi que tinhas vontade de crescer, de treinar mais, de olhar para referências europeias do meio-campo e acompanhar, comparando, as respectivas estatísticas com as tuas próprias. Referências que são e serão exemplos. Na percentagem dos passes certos, particularmente nos passes a mais de dez metros. E daí dizer, tal como um grande escritor Fernando Savater - num interessante livro com o sugestivo título Ética para um Jovem - «faz o que quiseres». E ele aí nos ensina que «uma coisa é fazeres o que quiseres» e outra muito diferente fazeres «a primeira coisa que te apeteça». Não digo, acredita, que «em certas ocasiões não possa ser suficiente dar-nos pura e simplesmente na gana fazer alguma coisa: quando escolhes um prato no restaurante, por exemplo». No teu caso aquele gosto de pedires, quando chegas ao bairro que te admira e te viu crescer, umas «bifanas». Que tão bem sabem em certos momentos e em certos locais! Mas o que tens, meu caro Renato, é de continuar a ter apetite para aprenderes, para te enriqueceres como futebolista, para cresceres com aqueles que apostaram em ti e em ti depositam, legítimas, esperanças.
Lembra-te sempre, meu caro Renato, e como o escritor nos ensina, «que o agradável não é o ovo, nem o hambúrguer, nem o molho, mas o facto de tu saberes - repito saberes - extrair prazer daquilo que te rodeia». O teu prazer é a bola. Sempre a bola. O futebol de rua, dessas ruas do teu bairro onde destes os primeiros pontapés. E não te importes de dizer, mesmo aqueles que julgam fingidamente a tua idade, que o «meu bairro é a minha casa». E sendo a tua casa, essa imensa Quinta Grande, também o é, na sua simplicidade orgulhosa, o teu Águias da Musgueira. Onde te mostraste e de onde partiste para o Seixal e para a sua rica e proveitosa Academia. Foi quase, meu caro, um momento de «acorda, Baby»! O Bulo - o teu diminutivo - aí está. Nos palcos principais. Com as suas tranças mas também com a sua humildade. Com o teu talento e a tua vontade. Por mim proclamo a minha confiança. E digo-te: Tem confiança! Acredita. Treina. Sempre. Aprende. Todos os dias. Continua a ter prazer em jogar. No teu - no nosso - Benfica. E tendo confiança em ti próprio deixa a vaidade para os outros. E para aqueles que fingidamente julgam que não são imbecis. É que, meu Caro Renato, a palavra imbecil, como nos recorda Savater, vem do latim baculus, que significa bastão ou bengala para andar. E se o imbecil «coxeia não é dos pés mas do espírito: é o seu espírito que é enfermiço e manco, embora o seu corpo possa dar cambalhotas de primeira»! Deixa e esquece tudo isso. O que sei, o que tu sabes meu caro Renato, é que o futebol é tudo. Prazer e dor. Paixão e emoção. Nome e número. O teu e a tua camisola que envergas com orgulho. E o teu nome já consta do nosso futebol e do futebol do Benfica. É certo que só agora começa. Só agora começou. Mas o que eu sei é que vale a pena acreditar. E que tu farás tudo, tudo mesmo, para agarrares o futuro. Com o teu talento, com o teu passe, com o teu remate, como teu golpe de cabeça, com o teu drible. E, depois, no final, no final mesmo, abraça a Família, volta ao teu Bairro, às tuas raízes e aos teus Amigos e volta a comer a tua bifana. As tuas bifanas já que uma é pouco. Bem pouco. É que, meu caro Renato, como escreveu um grande filósofo da antiga Roma, Cícero, «a gratidão é a maior das virtudes e a base de todas as outras». E acredito sinceramente que sabes e saberás ser grato. A todas e todos que se esforçaram para também sorrirem com aqueles minutos de Astana. Que foram, estou certo, apenas os primeiros de muitos, de largas centenas. Com o Benfica sempre presente. E sempre como referência. Com a certeza sempre, como disse um dia Alfredo Di Stéfano que «nenhum jogador é tão bom como todos juntos». Só assim somos nós!"

Fernando Seara, in A Bola

Dar de avanço...

Benfica B 1 - 3 Famalicão

Início desastrado e aos 15 minutos já estávamos a perder por 0-2! O Famalicão já vinha jogar no erro, a partir daqui, foi o típico jogo Tuga... conseguimos reduzir de penalty, mas começamos a falhar golos feitos um atrás doutro...! E logo no início do 2.º tempo, foi a vez de concedermos um penalty desnecessário! Até ao fim, o jogo passou-se praticamente nos últimos 30 metros, com o Benfica a tentar encontrar brechas na defesa, mas não tivemos talento nem paciência para marcar...
A surpresa foi a titularidade do Taraabt, a 8... o que até explica a dificuldade do Benfica, em bloquear os contra-ataques do Famalicão, já que o meio-campo defensivo era o Pawel sozinho!
Apesar do resultado, tenho que destacar o Dino... é verdade que a capacidade de decisão do Dino continua errática (no mínimo), mas no drible o Dino está claramente mais forte...

sábado, 28 de novembro de 2015

Vitória em Itália...

Bassano 2 - 8 Benfica

Mais uma vitória, contra um Bassano que tinha perdido 8-0 com o Vic!!! Continuamos a caminhada Europeia com mais uma goleada, falta decidir quem ficará em 1.º com o Vic, mas a nossa vantagem nos golos é confortável...

PS: As nossas Campeãs da Europa de Hóquei em Patins, iniciaram também hoje a caminhada para o Bicampeonato, com uma vitória em Itália, frente ao Matera por 1-4 (Maca, Rita, Rute, Ana).

Passagem aos Oitavos garantida...

Benfica 34 - 26 Vestmannaeyjar
(17-16)

Voltou a ser complicado, a eliminatória nunca esteve em causa, mas só conseguimos cavar uma vantagem confortável nos últimos 5 minutos... na 1.ª parte tivemos quase sempre em desvantagem (mínima), e no 2.º tempo, com muitas exclusões de 2 minutos, foi muito complicado gerir o marcador...

Desta vez, foi o Figueira a fazer a diferença na baliza. Destaque para os jovens Pontas: Augusto Aranda e Tiago Ferro, se os Islandeses jogaram com vários sub-18, nós acabámos por responder com os nossos jovens...!!!

Espero que as dificuldades sentidas, tenham servido para a equipa ganhar um ritmo mais elevado, algo que não é necessário em muitos jogos internos... Na Islândia o Andebol é a modalidade número 1, os melhores jogadores jogam no estrangeiro, mas estes jovens demonstraram uma rotação altíssima, principal a defender, sem a 'fundo', uma lição que devíamos apreender...

Vitória em Ovar...

Ovarense 73 - 82 Benfica
7-18, 28-16, 22-25, 16-23

Sem o Wilson, não foi fácil rectificar o mau 2.º período, mas ganhámos... mas não deu para dar muito descanso ao Cook e ao Radic para o jogo decisivo de Quarta na Luz, para a Europe Cup.
Já contra o Sopron tinha gostado do João Soares, hoje confirmou a subida de forma...

Superiores

Benfica 3 - 0 Ac. São Mamede
25-16, 25-21, 25-15

Vitória esperada, contra um adversário que contratou bem no defeso, vários ex-Benfica no outro lado, mas a qualidade do Benfica é claramente superior...

Na próxima Terça-feira temos jogo Europeu na Luz, contra os Belgas do Antuérpia.

Os cabelos brancos de Renato Sanches

"Alguém se lembrou de inscrever Renato Sanches na lista para a Champions, de modo que o vimos jogar na quarta-feira no Cazaquistão. Tem um reportório que mais ninguém tem no actual meio-campo do Benfica. Trata-se de um médio-ofensivo. Tão ofensivo que acabou o jogo a fazer de médio-defensivo para não destoar e não estragar, com as suas arrancadas, o futebol compulsivamente amarrado dos bicampeões.
Os benfiquistas gostaram de ver Renato Sanches. Os adversários do Benfica apreciaram menos. Por exemplo, Carlos Severino - um amigo, um antigo companheiro dos jornais, um candidato à presidência do Sporting - não deu grande valor à exibição de Renato Sanches, porque lhe dá 28 anos e não 18. Quem sabe, sabe. Quando, cheinho de cabelos brancos, evoluía como iniciado no Seixal já tinha 20 e não 8 anos o nosso Renato Sanches. É que salta à vista.
Não há tormento maior para a índole fatalista do futebol português do que aquele engodo do 'basta empatar'. O Benfica, por exemplo, passou por esse transe há três anos quando lhe bastava empatar no Porto e acabou por perder o jogo e o título nos instantes derradeiros. Agora, numa prova de outra projecção, volta o Benfica ao 'basta empatar' quando receber o Atlético Madrid. Não é que o Benfica precise sequer de empatar para chegar aos 'oitavos', porque já lá está. O que importava era assegurar o primeiro lugar do grupo, evitando assim aqueles potentados da estratosfera financeira que, normalmente e sem piedade, dão cabo de quem se lhes atravessa ao caminho. E, desse ponto de vista, diga-se que a Liga Europa é um descanso...
O mesmo 'basta empatar' tramou também o Porto na terça-feira porque, bastando-lhe empatar com o Dínamo Kiev para seguir em frente na Champions, acabou por perder e colocar-se numa posição em que já não depende só de si. A ninguém no Dragão passaria pela cabeça um desfecho daqueles. E muito menos a Julen Lopetegui, que até deixou de fora André André. A ideia patriótica do treinador basco, consumando-se uma esmagadora vitória tangencial sobre os ucranianos, seria a de responsabilizar Fernando Santos por ter esmifrado até ao tutano o jovem médio portista ao serviço da Selecção Nacional. Mas a coisa acabou por sair ao contrário, o que, às vezes, acontece. E, assim sendo, lá se ouviram as ainda mais infelizes explicações tácticas..."

«Este ano é um ano marcado por decisões estratégicas que vão definir o futuro do SL Benfica...»

"É extraordinário que, estando geograficamente tão longe de Portugal, me sinta, na verdade, como se não tivesse de lá saído.
Portugal está onde estão os portugueses, e é para mim – acreditem –motivo de enorme orgulho que o Benfica seja um elemento agregador da comunidade portuguesa, seja aqui no Luxemburgo, em Macau, Timor, Angola ou Moçambique.
O Benfica é uma bandeira portuguesa, seja onde for.
Fernando Pessoa escreveu um dia “A minha pátria é a língua portuguesa”. Perante a vossa presença e o vosso entusiasmo aqui hoje, atrevo-me a dizer que “o Benfica é a nossa pátria”!
É que, independentemente do momento da equipa, das vitórias ou das derrotas, dos jogadores, dos presidentes, o Benfica sempre foi e sempre será uma referência de Portugal nos cinco continentes.
Quero, no início da minha intervenção, deixar uma palavra de apreço e admiração aos milhares de emigrantes que no Luxemburgo, ou em qualquer outra parte do mundo, estão sempre disponíveis para nos apoiar, para nos incentivar, para nos recordar a verdadeira dimensão do Benfica.
Obrigado por isso, obrigado pelo vosso exemplo!
As Casas do Benfica constituíram sempre uma prioridade assumida pelas minhas Direcções, porque sempre tive muito clara a importância que estas “embaixadas” do Benfica desempenham na defesa e na divulgação da nossa mística, dos nossos valores, da nossa história!
E tudo isto faz mais sentido quando estamos fora do país. Por isso, quero aqui felicitar, na pessoa do seu presidente, Leonel Oliveira, todos aqueles que trabalharam e contribuíram para tornar realidade a Casa do Benfica do Luxemburgo, que hoje inauguramos.
A Casa do Benfica do Luxemburgo é um sonho muito antigo dos benfiquistas neste país da Europa onde se respira Portugal! Sei da importância deste projecto, participei desde a primeira hora na sua concretização e sempre acompanhei os sucessos desportivos alcançados no passado em nome do Sport Luxemburgo e Benfica.
Somos o único clube no mundo com este projecto de integração e funcionamento em rede das suas Casas. 
O Luxemburgo entra na nossa história como sendo a primeira Casa fora de Portugal onde os sócios podem usufruir de todas as vantagens como se estivessem no estádio.
Os Sócios do Benfica no Luxemburgo podem a partir de hoje ter acesso nas mesmas condições aos serviços que os benfiquistas têm no estádio da Luz.
É um projecto pioneiro, e um projecto para alargar a mais Casas do Benfica no exterior.
Todos juntos conseguimos trazer o Benfica para o lugar que sempre devia ter ocupado.
Um clube respeitado e admirado em todo o lado, pela inovação, pela credibilidade, pelo trabalho na sua formação, pela tradição europeia do seu futebol, por projectos absolutamente diferenciadores que nos posicionam na vanguarda do futebol moderno.
Durante muito tempo, o Benfica perdeu este comboio e correu mesmo o risco de o perder para sempre. Todos nós somos responsáveis por ter conseguido inverter essa situação, e o projecto das Casas do Benfica é apenas um capítulo em todo este processo.
Este ano é um ano de mudança, por várias razões. É um ano que será decisivo para garantir a sustentabilidade e o futuro do Clube por muitas e muitas gerações.
Quando tomamos decisões, não o fazemos por capricho ou de forma leviana. Fazemo-lo em função daquilo que acreditamos ser o melhor para o Benfica, fazemo-lo em função daquilo que nos dá garantias de que nunca mais vamos voltar aos tempos em que o Clube quase desapareceu. É para isso que trabalhamos. 
Quando cada um de vocês decidiu emigrar, fê-lo por acreditar que era a melhor solução, que era a opção que vos garantia o futuro, independentemente de ser mais fácil ou mais cómodo não sair de Portugal.
Com o Benfica é a mesma coisa, muitos podem no curto prazo não entender as razões, mas acreditem – e eu tenho essa convicção – que o futuro passa pelas opções que hoje estamos a tomar.
Vão surgir sempre algumas dificuldades – é inevitável –, mas há algo de que nunca devemos desistir: das nossas convicções, do rumo que decidimos seguir e, acima de tudo, do nosso optimismo.
Não de um optimismo cego que ignora as dificuldades, mas sim de um optimismo que sabe que as dificuldades vão surgir e que temos de as saber contornar.
Este ano é um ano marcado por decisões estratégicas que vão definir o futuro do SL Benfica, e esse futuro depende de todos nós, mais uma vez.
O essencial e o que importa somos nós! Conto com todos!
Viva o Benfica!"

É Natal mas não há 'Bulo' Rei

"Poderá Renato Sanches jogar como 6? Pode, mas, tal como o jogo ante o Astana demonstrou, quando fez parelha com Talisca, está longe de ser a melhor solução. O futuro de Renato passará pela posição 8, a que confere maior liberdade ao seu jogo irreverente, ao permitir que assuma acções de condução e de construção, sem nunca esquecer os apoios defensivos. Por isso, a opção por Cristante, estranhamente votado a um quase total ostracismo, para jogar ao lado do jovem, afigura-se como a mais indicada, como também comprovou a deslocação ao terreno do Astana, já que só com o italiano em campo é que o Benfica conseguiu travar um jogo partido. Contudo, não haja ilusões. Renato tem todas as condições para se impor como indiscutível, mas num modelo de jogo que permanece sob um denso nevoeiro, votando ao abandono o portador da bola e deixando o duplo-pivô de meio-campo em situações permanentes de desvantagem numérica, não há, mesmo em época pré-natalícia, 'Bulo' rei."

Rui Malheiro, in Record

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

O grande feito do Sporting

"Há razões para sportinguistas exultarem e benfiquistas estarem tristes. Para se compreender a dimensão do feito alcançado pelo Sporting, ao eliminar o Benfica da Taça de Portugal com arbitragem de Jorge Sousa, é preciso situar no tempo e na história os dois emblemas. Foi uma equipa que leva três do Skenderbeu que eliminou uma equipa que se apura para os oitavos da Champions antes da última jornada. Têm razão os sportinguistas para regozijo e devem corar de vergonha os benfiquistas por perderem com o Sporting de Esgaio, Tobias Figueiredo e João Pereira.
Mesmo que a época do Sporting tenha acabado, e espero sinceramente que não, ficará na memória dos leões aquela vez em que eliminaram o Benfica da Taça. Também é assim quando se vai a Gondomar e nos falam de feito idêntico. Desta vez, só é mais banal, porque nos últimos anos foi quase sempre Jorge Sousa a assinar o mesmo feito. Mas o Benfica não tem desculpas e resta-me dar os parabéns ao Sporting. Como nestas linhas já tinha previsto, foi sem surpresa que o Benfica se apurou na Champions e segue junto dos melhores. Sempre podemos dizer que nunca alguém foi tão longe na Champions (6000 km). Gostei muito de ver Jiménez de volta aos golos e Pizzi no meio-campo. No Benfica uma boa prova europeia não pode, nem chega, para desviar o clube do objectivo de vencer títulos. O Campeonato e a Taça da Liga são por isso o nosso futuro essencial. Queremos vencer estas provas e só assim teremos uma boa época, porque no Benfica há o culto da exigência.
O voleibol lidera, o basquetebol lidera, o hóquei lidera, o futsal lidera e a pergunta dos sócios é sobre o andebol. Exigência e insatisfação para ser sempre melhores. Em Braga, vai ser mais difícil que em Alvalade e em Astana. Por muitas razões, e a primeira é o valor do SC Braga. A nomeação de Hugo Miguel é uma provocação. Preferia Octávio Machado a apitar o jogo, é mais isento."

Sílvio Cervan, in A Bola

Complicómetro !!!

Vestmannaeyjar 26 - 28 Benfica
(14-13)

Momentos inacreditáveis, com erros infantis, principalmente na 1.ª parte, com jogadores isolados aos 6 metros a tentarem assistências, passes artísticos completamente disparatados... a defenderem com os olhos, enfim, um rol de disparates!!! E só não saímos a perder por 10 ao intervalo, porque o Mitrevski entrou em modo Muro!!! Tudo isto, contra uma equipa, com um plantel de sub-19 na sua maioria!!!
Com o passar do tempo, fomos melhorando (devagar), percebemos como até não era complicado marcar, já que os Islandeses não usaram muito o físico na defesa, mas continuávamos a não conseguir defender com eficácia... Muito sinceramente, não compreendi, a opção por não defender individualmente o Sverrisson: o ataque do IBV era ele, e o Pivot!!!
Mau jogo do Pais e também do Belone. Bom jogo do Uelington, do Tiago (precisou de aquecer), do Davide, do Rony e até do Vrgoc (foi pena o golo bem anulado nos últimos segundos!!!)... e talvez o melhor jogo do Mitrevski! O Lima e o Borrágan foram importantes na defesa nos últimos minutos...

Será difícil fazer pior amanhã, além disso o conhecimento que obtemos hoje, será seguramente importante para o jogo de amanhã: não cometer turnovers parvos; marcar o 9; fechar no Pivot; e atacar simples, com penetrações e muito cuidado com os passes laterais, porque eles fecham muito no meio, e deixam os Pontas sozinhos...!!!

Nota final: eu sei que esta é a competição mais pobre da EHF, mas não haverá árbitros um bocadinho melhores?!!!

Se só se tratasse do desempenho...

"Rui Vitória disse, no final da partida disputada em Alvalade, e com razão, reconheça-se, que "basta! Têm de respeitar o Benfica". No entanto, este desabafo peca por tardio, uma vez que poderia ter sido feito no Algarve, após a supertaça, em Aveiro, no rescaldo da partida frente ao Arouca, ou na Luz, depois do Moreirense e Sporting. Se a estas arbitragens desfavoráveis ao Benfica, acrescentarmos os benefícios ao Sporting (nos três dérbis e, pelo menos, Tondela, Nacional, Estoril e Arouca), torna-se evidente que a estratégia de guerrilha montada ao Benfica, bem como as jogadas nos bastidores do futebol empreendidas no último defeso, estão a resultar.
É certo que a nossa equipa está aquém das expectativas e urge perceber e corrigir as razões do seu desempenho. Sou coerente e reafirmo que concordo com o rumo traçado, o qual acredito que nos trará benefícios a médio prazo. Os desaires no imediato, ao invés de motivarem uma inversão da estratégia ou soluções de recurso dispendiosas e porventura ineficazes, deverão antes ser analisados para que possamos compreender o que necessitamos de melhorar.
Mas sejamos claros, o Benfica é o alvo a abater. Pelos vistos, as estratégias "à anos 90" mantêm-se válidas no século XXI, persistindo algo, no nosso futebol, que julgava erradicado: A arbitragem permanece frágil e permeável às pressões e à percepção de onde reside o poder. A insídia, a calúnia, a difamação e alguma comunicação social conivente continuam a ter a capacidade de marcar e evitar golos, além de conferir impunidade a futebolistas talhados para as artes marciais. As razões da má época até ao momento não se esgotam nas nossas carências..."

João Tomaz, in O Benfica

Em nome da justiça

"Para o Benfica, perder é sempre mau. Perder com o Sporting, pior ainda. Perder três vezes com o Sporting, deixa-nos profundamente frustrados e magoados.
Na hora de fazer uma análise, a frustração e a mágoa não são boas conselheiras. E, a frio, há muita matéria a ter em conta antes de avançar com qualquer acusação extemporânea e injusta. Centremo-nos no jogo de sábado. O Benfica perdeu em Alvalade, após prolongamento, com o líder do Campeonato, frente a um treinador que conhece muito bem as nossas forças e fraquezas, com uma arbitragem infeliz (para ser brando), tendo os jogadores lutado até à exaustão por um resultado diferente. Pergunto eu: será uma derrota desta natureza, e nestas circunstâncias, motivo para, de um momento para outro, colocar tudo em causa? Não creio.
Há que reconhecer que o plantel "encarnado" revela hoje carências que só o mercado pode solucionar. Rui Vitória tem feito os possíveis, mas perante um adversário que tão bem as conhece, torna-se muito difícil disfarçá-las.
O meio-campo e as faixas laterais da nossa equipa têm pouco a ver com os tempos de Maxi Pereira, Fábio Coentrão, Matic ou Enzo Perez. A verdade é que, por vários motivos, ainda não foi possível dar ao novo treinador as condições de que dispôs o anterior. Acredito que isso venha a acontecer, e ainda a tempo de alcançar o principal objectivo da temporada: o Tricampeonato. Em Janeiro teremos Nélson Semedo e Salvio. E talvez mais alguém.
Para já, há que apoiar incondicionalmente estes jogadores, e este técnico, que estão a trabalhar seriamente para que os resultados apareçam.
O balanço far-se-á no fim."

Luís Fialho, in O Benfica

Tomba-gigantes


"A quarta eliminatória da Taça de Portugal teve uma surpresa. O Bicampeão Nacional de Futebol foi eliminado, após prolongamento, por uma equipa inferior. Inferior em quase tudo, menos no apoio que tem recebido esta época por parte das equipas de arbitragens. Até podem dizer que isto é mau perder, mas não. O SL Benfica é superior em tudo ao Sporting CP e não são as três derrotas em três jogos com a formação do Campo Grande que me fazem mudar de opinião.
Vamos a exemplos. Em termos de títulos conquistados na modalidade, não há dúvidas quanto à superioridade do Benfica. Historial europeu, número de adeptos, saúde financeira, estádio, modalidades, canal de televisão ou redes sociais, idem - não há comparação possível. Outro campo em que o Glorioso é claramente superior é o do número de críticos e antagonistas. Não há equipa em Portugal mais atacada. Os anti-Benfica fazem parte do segundo clube com mais adeptos no nosso País e não há dia que passe sem que lancem mais um boato, uma suspeição ou um ataque cobarde. Também aí somos gigantes. E até no nosso universo se multiplicam os detractores, sinal de que esta é uma democracia que funciona. Há lugar para todas as opiniões, até para a minha quando digo que há Benfiquistas obcecados com o copo vazio, que colocaram um alvo na direcção e no treinador e não descansam enquanto não os virem fora do Clube. E qual é a solução? Voltar aos anos 1990, não ter dinheiro para pagar a electricidade e a água e apoiar um qualquer candidato que só fala aos jornais na ressaca das derrotas? Ganhem juízo.
Aconteceu Taça no passado fim de semana. E agora há que seguir em frente."


Ricardo Santos, in O Benfica

Setenta e três anos

"Mal se tinha se fixado e desenvolvia ainda no século XVI, a primeira tecnologia da imprensa, a sociedade dos homens já generalizava esse novo conceito de escrever e publicar para outros lerem, tomarem conhecimento e conservarem as notícias, os dados e as opiniões. Como se dessa maneira pudessem prender a si a efemeridade dos dias... Hoje sabemos que esse esforço primacial de expansão e partilha do conhecimento e do pensamento individual, constituiu a génese e a matriz de tudo o resto com que, centenas de anos mais tarde, até os tempos viriam a captar os próprios homens.
Os jornais nunca mais deixariam de corresponder a esse generoso impulso da partilha da informação que cinco séculos depois assumiria tantas e tão surpreendentes declinações que hoje estão diante de nós, em cada um dos nossos mais comuns momentos de vida. Assim foi também com o nosso jornal O BENFICA que há setenta e três anos, começou por representar a primeira sede para a compilação dos factos, do registo das personagens e da síntese das circunstâncias que à medida dos tempos, foram acrescentando os marcos da história centenária do SPORT LISBOA E BENFICA.
A esse formato original criado pela mão de nobres Benfiquistas dirigidos por José Magalhães Godinho - um notável consócio e cidadão, a cuja memória e glorioso exemplo me orgulho de prestar esta simples homenagem - puderam outros muito ilustres companheiros dar constante sequência, ao longo das décadas, por forma a que nestas páginas sempre se honrassem os critérios da verdade e do rigor.
O jornalismo que dedicadamente cumprimos ao longo dos setenta e três anos da história d'O BENFICA produziu frutos porventura inimagináveis no início. Hoje, felizmente não estamos sós nesta notável galáxia de Comunicação vermelha em que, com os nossos irmãos mais novos - o site e as plataformas interactivas e a BTV - todos contribuímos nos nossos diversos campos de acção e com as mais adequadas ferramentas e linguagens próprias, para levar sempre e cada vez mais longe uma ideia eterna e única, tão agregadora e universal como nenhuma outra pode ser:
E PLURIBUS UNUM."

José Nuno Martins, in O Benfica

José de Sousa Esteves (1919-2015)

"Um dos Benfiquistas mais notáveis faleceu aos 96 anos, com 83 de associado, desde 1933. O professor liceal de educação física que se tornou uma referência pedagógica para gerações de alunos influenciando positivamente as suas vidas, teve grande destaque no Benfica entre meados dos anos 50 e a década de 70. Foi uma actividade consistente e inovadora, com muito valor e importância, mas acerca dela escreveremos numa das próximas edições deste semanário.
Falecido em 17 de Novembro, teve uma vida profissional profícua sempre em prol da educação física aplicada aos jovens de uma forma equilibrada e atractiva de modo a interessá-los e formar a sua personalidade. Este entendimento integral da educação, responsabilizando o Poder pela sua existência, nos anos 60, levou-o desde muito cedo a ter consciência cívica e ser um cidadão incómodo. Enquanto desenvolvia no Clube as suas ideias aproveitando a liberdade e grandeza do Benfica, estruturava o seu pensamento, publicando um livro inovador na sociologia desportiva, "O Desporto e as Estruturas Sociais" (editora Prelo; 1.ª edição em 1967) e participando no 3.º Congresso da Oposição Democrática, realizado em Aveiro, em Abril de 1973, com a tese: "Sobre a promoção desportiva nacional". Um congresso que foi reprimido com uma carga policial brutal. Cidadão de causas nunca procurou protagonismo, preferindo exercer a sua cidadania activa no dia-a-dia, passando despercebido. Mas este seu modo de ser não pode impedir que fique registada a sua importância e o seu exemplo como ser humano de excelência, em profissionalismo e urbanidade.
Obrigado, Zé Esteves!"

Alberto Miguéns, in O Benfica

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

No regresso do campeonato nós e os outros

"Passado este interregno de campeonato de muita má memória (não posso deixar de o assumir, frontalmente), e conseguido o apuramento para os oitavos de final da Champions em Astana, que conclusões tirar e o que esperar dos próximos tempos?

O Benfica
Alguns, como no ano passado, concluem que o plantel do Benfica tem desequilíbrios estruturais, particularmente ao nível da segunda linha.
Ainda assim, somos bicampeões! Por competência nossa, mas - reconheça-se - também por incompetência (e distracção) alheia.
Não tendo o plantel sofrido grandes alterações, quem defendeu essa ideia, no passado, manterá a sua posição, nesta época.
E se é verdade que as mudanças requerem tempo e que as várias lesões se reflectem na equipa, não custa admitir que estamos a jogar abaixo das expectativas de todos!
Isso não me impede de deixar de referir uma evidência: quando uma equipa está a jogar bem, até pode ser prejudicada, mas ganhará sempre... ultrapassando qualquer erro de arbitragem!
Ao invés, a influência dos árbitros será mais notória quando a equipa jogar menos. Tem sido o (nosso) caso! 
Sem querer desculpabilizar alguns resultados, a influência das arbitragens na nossa classificação tem sido uma evidência.
Rui Vitória sabe o que é ser do Benfica, com paixão de adepto, como o provou quando prometeu dar a vida pelo clube e colocá-lo à frente de qualquer ambição pessoal.
Mas, enquanto treinador deste clube, que é maior que Portugal e tendo em conta as actuais circunstâncias do futebol português, o seu discurso terá de ser à imagem e à medida do Benfica.
Porque, aqui, só as vitórias interessam!
Sem medo de chamar os bois pelos nomes, com uma agenda própria que compete a ele definir. Assumir uma postura à Benfica não pode significar não responder (ainda que com evidente elevação e educação). 
Temos de denunciar os escândalos, as perseguições, as campanhas, as mentiras, de quem connosco é exigente e imparcial e com os outros é parcial e conivente!!!
É obrigação de todos nós defender a honra do Benfica (olho por olho, dente por dente, lembram-se?). Cabe, por isso, aos responsáveis máximos pela comunicação - como, agora, passou a acontecer - saber transmitir a indignação por tanta barbaridade dita e feita contra nós, deixando bem claro que não podem dizer tudo.
Mesmo sabendo que, com isso, podemos vir a ser alvo de alguns ataques ferozes, dos eternos defensores de convicções alheias, dos independentes cujo único objectivo (porque meio de vida) é atacar o Benfica, contando com o palco que isso lhes dá e, claro, com a nossa indiferença para invocarem a sua razão. Será o resultado final (campeão ou não) que vai definir se - todos sem excepção - somos ou não competentes! 
Uma forte capacidade de resposta e de reacção imediata são as únicas compatíveis com uma época como a atual, de grande aposta na formação, onde o suplemento adicional de discurso motivador será (será, digo eu, ainda a tempo) o elemento distintivo.
Os jogos contra o Sporting, onde as tais influências foram evidentes, provam que esse é o caminho...
Na Supertaça, por exemplo, Gaitán foi ceifado.
Qual foi a consequência?
Na Luz, para o campeonato, antes do primeiro golo, Luisão foi agarrado e Gaitán novamente travado. 
Quais foram as consequências?
Com um discurso agressivo, vindo daquele lado, atemorizam-se os árbitros, legitima-se a violência, fazendo corresponder às nossas derrotas um esmagamento futebolístico total.
Nada mais errado!
Apesar de quererem que se acredite na tese do colinho... a favor do Benfica, são eles, os outros, que usufruem dessa impunidade, dos erros de arbitragem, para poderem parecer competentes.
Querem prova mais escandalosa do que o que se passou no último jogo, em Alvalade?
Gaitán e Luisão foram parar ao hospital por terem sofrido, respectivamente, um traumatismo craniano e uma fractura no antebraço.
Slimani teve uma entrada violenta sobre Júlio César, tendo-lhe rasgado o equipamento... jogo perigoso, portanto!
Para depois agredir barbaramente Samaris...
Quais foram as consequências?
Alguns jogadores do Benfica viram o cartão amarelo, ao contrário de jogadores do Sporting, que, por mais faltas que fizessem, não o viram, nunca.
Ederson foi expulso... no banco... ficando o Benfica sem guarda-redes suplente, escolhido, ele, de entre todos os que protestaram por uma jogada discutível (se a moda pega, o Sporting, aos dez minutos de cada jogo, fica sem ninguém no banco).
Samaris foi também expulso, tendo visto dois cartões amarelos, aos 111' e aos 113'!
E depois o Benfica é que é levado ao colo...

E o Sporting?
Os velhos rivais têm um treinador que quer vingar-se de Luís Filipe Vieira. Um treinador que não consegue deixar de pensar e de falar no Benfica (percebo a sua angústia e mágoa). Estou certo de que, por ele, ainda hoje estaria no Benfica... Não sou ingrato, mas, como é público, nunca o admirei particularmente... não tendo simpatia pela sua personalidade, nem empatia pelo seu caráter... Coisas da vida! Não me vou esquecer de uma Taça de Portugal, de (pelo menos) um campeonato e de uma final da Liga Europa que de forma (muito) incompetente perdeu... quando tinha tudo para ganhar! Além disso, se se mantiver fiel à sua matriz psicológica (decorrente da velha fórmula... «a nossa mente atrai tudo o que tememos») não duvido que irá continuar a falhar nos momentos decisivos (apenas superados quando a vontade se alia a uma grande ideia de vingança)...
Por mais que tente disfarçar os seus erros, as fraquezas e até alguns dos seus receios que sempre o acompanharam...
Cá estaremos para ver!
Não sem denunciar, aos quatro ventos, a estratégia de comunicação do Sporting.
Com tanto benefício, esquecem-se de continuar a defender a (tão desejada) introdução do sistema de video-árbitro, ...
Hoje, curiosamente, e porque (para já) lhes corre bem, a estratégia resume-se à conflitualidade pela conflitualidade, ...
Porque, vale tudo, para não discutir os sucessivos jogos em que, sem a ajuda dos árbitros, teriam, perdido, pelo menos, 6 pontos dos que têm...
Felizes os pobres de espírito...

Já o FC Porto...
Longe vão os tempos de hegemonia para aqueles lados, em que se ganhava muito que havia para ganhar, ... embora da forma que se sabe.
Depois da estratégia dos últimos anos, a maior vergonha do futebol português, a estrutura parece já não funcionar...
A máquina, que estava habituada a uma certa bipolaridade, controlada com as ajudas, encontra-se agora completamente desajustada e baralhada com a tripolaridade...
Julen Lopetegui tem sido um treinador que me tem dado muitas alegrias (como na terça passada) e que ainda não percebeu, a esta altura do campeonato, que, por esses lados, ... ganha a estrutura, empatam os jogadores, perde o treinador...
O treinador que com o melhor plantel de sempre não conseguiu ganhar nada...
Espero continuar a vê-lo de dragão ao peito por muitos anos, até porque, como se viu, pelos lenços brancos exibidos no fim do jogo com o Dínamo de Kiev, para citar um amigo meu que lá foi ver «aquela desgraça» que os levaria a jogar com o Sporting na Liga Europa, não fosse o treinador dos leões tão avesso a essas extravagâncias europeias, ... a sintonia entre os adeptos e o treinador está ao rubro!
Ou seja, já nem o Dragões Diário os animam!!!

E o SC Braga...
Segue-se a deslocação do Benfica a Braga, um campo tradicionalmente difícil. Onde jogaremos contra uma equipa onde o seu treinador - que provou não ter, na altura, andamento para um grande (acontece a muitos...) - tem desenvolvido um excelente trabalho, - tendo muito a dizer na luta pelo título... Não podemos, ainda assim, admitir outro resultado que não seja a vitória da equipa de... Rui Vitória. 
Exorcizando os medos dos tempos da outra senhora, como diz o povo. Porque, com todo o respeito que o Braga me merece, espero lá ganhar! Para ser TRICAMPEÃO.

PS 1: Oposição no Benfica Há personalidades que aparecem apenas e só quando o Benfica perde, dizendo mal de tudo e de todos, para serem notícia.
Outros, oscilam entre o apoio bajulador, interessado e interesseiro, com o objectivo de agradar, a ver se entram na próxima lista, e a crítica violenta quando o Benfica perde.
Mas - azar dos Távoras - a uns matam-nos os títulos dos jornais, ... a outros o seu próprio... nome! É que... já não me basta o Benfica não ganhar e ainda tenho de os aturar...

PS 2: Nomeações Eu quero ser TRICAMPEÃO mas... não me façam de parvo com determinadas nomeações!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Raúl González

"Raúl González, mais conhecido só pelo nome próprio, termina a sua carreira de futebolista, aos 38 anos. Destes, 19 foram passados no Real Madrid. Um jogador que enobreceu o ofício e que o honrou no plano profissional e deontológico.
Jogando tantos anos nos merengues teve muitos títulos espanhóis, europeus e mundiais. Apenas lhe faltou um grande troféu a nível da selecção espanhola.
Raúl foi um jogador exemplar. Tão correcto no campo ou fora dele e, futebolisticamente, de uma eficiência letal. Nunca precisou de formas abstrusas de promoção de imagem. Nunca se serviu de parvos adereços ou de penteados apalermados. Ao longo julgo, nunca teve, na sua extensa caminhada, um cartão vermelho, o que evidencia a sua lealdade e serenidade como atleta. Nunca se comparou a ninguém, nem deixou que o comparassem obsessivamente a outrem. Valia por si, ponto final.
Pessoalmente, sempre admirei a sua forma suave, mas demolidora como jogava. Sempre sem azedume, mas completamente envolvido no jogo colectivo de que fazia depender a sua eficácia. Em alguns aspectos, fazia-me lembrar o grande Nené do Benfica. Ambos estavam no tempo certo no sítio certo, sem correrias ofegantes só para tiffosi verem, mas com a oportunidade e velocidade que se justificavam em cada momento.
Raúl - pai de 6 filhos - geriu, com mestria, o momento para emigrar. Primeiro no Schalke 04, onde ainda conquistou títulos, depois aproveitando os petrodólores que lhe ofereceram na fase descendente.
Tal como Casillas, um símbolo do futebol espanhol e do Real. Sem necessitar, porém, de queixumes, défices de consideração ou esposas de grande mediatismo."

Bagão Félix, in A Bola

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Bilhete para os Oitavos...

Astana 2 - 2 Benfica


Este jogo foi jogado num contexto muito específico: após derrota dorida com os Lagartos; viagem de 10 horas, com fusos horários distintos; relvado sintético, num ambiente de pavilhão; adversário bem adaptado às condições e que com as outras equipas do grupo, também empatou em casa; além das muitas ausências importantes, por lesão ou castigo: Luisão, Gaitán, Semedo, Salvio, Fejsa, Lindelof...
Dito isto, e após estarmos a perder 2-0 ao minuto 31, acabar empatado, acaba por ser um 'mal menor'. Aliás, mais uma vez a equipa demonstrou boa atitude. Se não a tivesse tido, não tínhamos conseguido recuperar...
Agora, continuamos a cometer muitos erros. Hoje o mais evidente, foi na transição da 1.ª Fase de construção para a 2.ª Fase: os erros foram recorrentes:
Bola nos Centrais; passe lateral para os Laterais; Lateral a ser pressionado; sem linhas de passe; e passe de risco para o centro do campo; perda de bola; e nenhum jogador bem posicionado para travar o contra-ataque adversário!!!
Esta situação repetiu-se muitas vezes... por exemplo, no 1.º golo do Astana!!! Pior ainda, esta situação tem-se repetido vezes sem conta, desde do início do Campeonato...

Por acaso, até não começamos mal, mas rapidamente se percebeu que a estratégia do passe longo do Astana, era mais eficiente... Continuamos a demonstrar problemas na definição dos nossos lances perigosos, o 'penúltimo' passe, sai muitas vezes mal... e os Cazaques na 2.ª vez que chegaram à nossa área, marcaram... Foi o nosso pior período... até que numa bola parada, sofremos o 2.º (por acaso parece-me que existe fora-de-jogo), reagíamos bem, o jogo passou a ser jogado no meio-campo do Astana, antes do golo inaugural do Jimenéz já tínhamos tido alguns remates perigosos... mas foi importante reduzir, antes do intervalo.
O 2.º tempo voltou a começar, com os tais problemas de transição do Benfica, voltámos a perder muitas bolas, nas Fases iniciais de construção de jogo, mas mesmo assim o Júlio acabou por ter menos trabalho... A entrada do Talisca, foi arriscada, era necessário melhor capacidade de passe, para ultrapassar a rede Cazaque, o Baiano entrou mal, mas lá conseguimos começar a trocar a bola mais perto da área do Astana... e naturalmente apareceu o golo do empate!
A partir daqui, a analise é complicada: eu também queria o 3.º golo, vários jogadores do Astana estavam de rastos (o Guedes e o Jiménez também)... mas o empate podia ser suficiente (e foi), e muito sinceramente, os próprios jogadores perceberam, que se o Benfica arriscasse, podia ser surpreendido num contra-ataque!!!
O destaque individual apesar dos dois golos do Jimenéz (afinal sempre marcou 2 golos!!!), tem que ir todinho para a estreia do Renato Sanches. Fez uma boa exibição, não fez a diferença, cometeu alguns erros, principalmente de colocação defensiva, arriscou pouco nas aproximações da área contrária, começou algo tímido na pressão, mas acabou a 6, já sem a timidez!!! É claramente o nosso futuro 8, pode claramente jogar já, nos jogos da Luz, mas vamos esperar pela evolução...
Outro regresso foi o Lisandro, que mais uma vez mostrou qualidades e defeitos. Mais rápido que o Luisão, mas menos inteligente a jogar... a jogada do Amarelo é burrice, e no 1.º golo do Astana movimenta-se mal: quando o Jimenéz perde a bola, o Lisandro tem que fazer subir a linha defensiva, e meter o avançado em fora-de-jogo, mas em vez disso recuou...
O Pizzi terá feito a melhor exibição da época!!! Isto não quer dizer que tenha jogado muito bem, porque tem sido uma época muito má para o Pizzi, mas pelo mostrou que pode jogar na Ala. Já não tem a velocidade que tinha, mas pode ser útil naquela posição... pelo menos até ao regresso do Salvio.
O Guedes voltou a correr muito, mas nem sempre bem... teve dois golos nos pés, mas acabou por falhar... Ouviu das boas do Jonas, por demorar nas definições dos lances, com alguma razão...
O Jonas está a jogar claramente condicionado. Não existe confirmação oficial, mas a forma como se movimenta, parece mesmo estar com uma pubalgia... A ser verdade, a gestão da sua utilização será muito complicada...
Talisca voltou a fazer das suas: entrada em campo, com várias desconcentrações incríveis... depois lá estabilizou, mas...

No meio disto, e como eu temia, tivemos pelo menos mais uma lesão: Sílvio. Os sintéticos fazem mal aos músculos, e jogadores susceptíveis a este tipo de lesões normalmente não se safam... vamos ver se amanhã, não temos mais más notícias!!! Não gostei da forma como o Guedes se estava a queixar nos últimos minutos...!!!
Esta lesão do Sílvio, vem no pior momento: primeiro o Sílvio estava finalmente a jogar melhorzinho; depois com o Samaris castigado para a Braga, o André Almeida seria o seu substituo natural, assim o André deverá ir para Lateral direito, e vamos ver quem jogará no meio-campo... Cristante e Renato?! Talisca?! Pizzi?!

Quando o jogo acabou, a qualificação ainda não estava garantida, mas só uma grande surpresa podia impedir o Benfica de chegar aos Oitavos. O Atlético de Madrid não facilitou, ganhou ao Galatasaray, e o Benfica já está qualificado. Vamos decidir na Luz, o 1.º lugar com o Atlético, sendo que o empate chega ao Benfica.
Numa época, que está a correr mal, esta é realmente a única competição, que está a decorrer de acordo com as nossas expectativas... Vamos ver como será o sorteio dos Oitavos, talvez exista para lá um Basileia qualquer!!!

Na luta...

Benfica 91 - 62 Sopron
24-13, 17-15, 22-12, 28-12

Vitória esperada, por números largos, como se impunha, já que os pontos podem decidir a passagem à próxima fase, já que estamos na luta pelos melhores 3.º lugares. Na próxima semana, recebemos os Belgas (Americanos) do Antuérpia - a equipa mais forte do grupo -, e estamos obrigados a ganhar, e esperar pelos resultados dos outros grupos...

Grande jogo do Radic, muito bem apoiado pelos companheiros... infelizmente continuamos a cometer algumas infantilidades, os números dos turnovers, continuam altos...
Hoje tivemos o factor Wilson (4/11) nos Lances Livres, mas mesmo nos outros jogos, temos tido percentagens nos 50%, o que é demasiado baixo.

Os meus pêsames para o Wilson, e para a sua família, que perdeu o pai após doença prolongada.

Regresso às vitórias...

Benfica 4 - 0 Gualtar

Jogo de sentido único, onde o guarda-redes o Gualtar defendeu quase tudo... mas foi só quase!!! Hoje quem 'descansou' foi o Juanjo...
Modicus e Burinhosa, dois adversários complicados nos próximos dias.

Rui Águas e Cabo Verde

"Cabo Verde - um país com 10 ilhas e 500 mil habitantes, que atingiu uma fase de maturidade política e social que constitui um exemplo no continente africano - ficou apurada para a fase de grupos de qualificação para o Mundial-2018.
Rui Águas é o seu seleccionador. Fiquei satisfeito com este obstáculo já ultrapassado, não só por se tratar de Cabo Verde, como por ter sido alcançado pelo antigo atleta do Benfica. Recordo, aqui, a surpresa que constituiu a histórica vitória dos Tubarões Azuis sobre Portugal por 2-0, no Estoril, em Março deste ano. Águas tem feito um trabalho tão discreto, quanto eficiente. Um homem de futebol que sabe ser prudente e sagaz, atento e criterioso, sensato e sabedor. Também como jogador assim sempre o vi, não olvidando momentos gloriosos que viveu no Benfica, um dos quais foram os seus soberbos golos na meia-final da Taça dos Campeões Europeus contra o Steaua de Bucareste. Mas, falando em Rui Águas, não posso esquecer o privilégio que tive em ver jogar o seu pai, José Águas, um jogador fino, eficaz, elegante e correcto como pouco agora se vê. Ao escrever este texto sobre Rui Águas não esqueço os muitos treinadores e seleccionadores portugueses que, por esse mundo fora, honraram a escolha e prestigiaram Portugal. Nem os muitos jogadores cabo-verdianos que jogam ou jogaram em Portugal com qualidade.
Ao que li, há um clima tenso entre o novo presidente da federação cabo-verdiana e o seleccionador. Situações que se repetem amiúde por esse mundo fora, sobretudo quando entram em cena, egoísmos e invejas corrosivas. O certo é que Rui Águas já marcou o futebol do arquipélago."

Bagão Félix, in A Bola

Madrugar com 'manita'!!!

Astana 0 - 5 Benfica

Duarte; Buta, Azemovic, Ferro, Yuri; Pepe (Leonardo, 46'), Pereira, Guga; Zidane (Lourenço, 65'), Martin (Araújo, 46'); Zé Gomes

Nova goleada, desta vez sem jogadores da B...
Apesar dos 5 jogos, 5 vitórias, ainda não garantimos o primeiro lugar...

Vitória B

Benfica B 2 - 1 Oriental


Vitória justa, com os golos a surgirem só na 2.ª parte... mais uma vez a ineficácia podia ter saído caro.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Os tiros do professor de dança...

"Uma vez, em Wembley, Portugal fez entrar em campo uma equipa com um único jogador nascido no Continente. Eusébio foi enorme e a imprensa inglesa não perdeu a oportunidade de trazer à baila o problema das Colónias.

Não sou capaz de jurar que não falei deste episódio numa crónica das costumeiras que por aqui assino.
Pouco importa. Vale a pena repisá-lo pois é dos mais curiosos do Futebol português de todos os tempos.
Vamos a isso?
Estávamos no apuramento para a fase final do Campeonato do Mundo de 1962, no Chile.
Certa vez, o seleccionador nacional de então, Manuel da Luz Afonso, disse-me numa entrevista que essa fora a melhor selecção portuguesa de todos os tempos, tal a quantidade de jogadores de qualidade disponíveis.
Escandalosamente perdeu no Luxemburgo (2-4) na estreia de Eusébio.
Wembley e a Inglaterra levantaram-se agora no horizonte português com a dimensão da cadeia dos Himalaias prontas a desabar sobre esse Portugal de eternas promessas.
Os ingleses acorreram às bilheteiras com o entusiasmo próprio dos que se preparam para uma tarde de festa. Pela quarta vez na sua História, o mais mítico de todos os estádios, rebentava pelas costuras: apenas a Alemanha, a Rússia e a Hungria tinham, até então, esgotado Wembley. E tombava agora um recorde de receita que durava desde o Inglaterra-Alemanha de 1955: 52.000 Libras estrelinas - 4.200 contos, ao câmbio da época.
Portugal perdeu em apenas dez minutos: ao minuto 11 já Connelly e Pointer tinham feito o resultado (2-0).
Depois fez um exibição memorável, daquelas que ficaram no registo canónico das nossas «vitórias morais». No dia seguinte, todo o país pôde ver pela televisão o chamado «video-tape» do jogo de Wembley graças ao patrocínio da Mabor. A primeira parte começou a ser transmitida às 20h40; a segunda às 22h05.
E o que viram os portugueses, no confronto das suas poltronas? Aquilo que 100 mil espectadores assistiam num Estádio de Wembley fervilhante de alegria pela qualificação inglesa: uma reacção valente de um grupo de portugueses vindos das sete partidas do Mundo. Ainda com 1-0 no marcador, Cavém cabeceia ao poste do guarda-redes Springett. Mas só depois do segundo golo é que Portugal se lançou decididamente no ataque. Eusébio foi grande e levou os companheiros atrás de si. Para os ingleses que já lhe haviam colocado a alcunha de «Pantera Negra», a sua exibição valeu a multiplicação dos elogios até ao exagero. «Eusébio foi o tecto do edifício no seu primeiro jogo perante 100 mil pessoas. Ele terá no futebol europeu um nome tão grande como Puskas, e os seus golos mantê-lo-ão no pódio da glória durante longo tempo. Tem um trabalho de pés de um professor de dança e um 'tiro' com ambos os pés que tem a velocidade de um raio». O autor desta prosa chamava-se Frank McGhee e escrevia no «Daily Sketch».
Eusébio soube merecer cada um destas palavras: aos 15 minutos, tem um pontapé acrobático, em «moinho», que falha a baliza por um triz; aos 17, remata de longe e Springett defende à segunda; aos 24, faz uma finta de corpo sobre um adversário e remata de pronto, com tanta força que Springett volta a defender para a frente, para o lugar onde Águas chega um tudo nada atrasado; aos 42, recebe um passe de Águas e volta a rematar fortíssimo - ao lado; aos 47, o seu tremendo pontapé leva a bola aos poste direito de Springett; aos 84, repete o pontapé e o poste (dois minutos depois seria Águas a acertar, de cabeça, no mesmíssimo poste).
O público de Wembley está rendido. Portugal perdia a possibilidade de chegar ao Chile, mas ganhava o seu maior jogador de todos os tempos. Os jornais britânicos tratariam, nos dias que se seguiram ao jogo, de aumentar a lenda, contando histórias incríveis sobre a sua infância em Moçambique e sobre os golos que tinha e não tinha marcado em Lourenço Marques e em Lisboa. E a verdade de Manuel da Lua Afonso nunca passaria de uma promessa que ficou por cumprir.

Só um de Portugal continental
O jogo de Wembley faria também correr muita tinta nos jornais ingleses por outra razão, bem mais séria do que um simples jogo de Futebol. A presença maciça de jogadores naturais das colónias na selecção nacional voltava a trazer a público a intransigência do Governo português em relação a um problema para o qual não se vislumbrava solução. Seis meses antes, o golpe falhado de Botelho Moniz trazia também consigo a intenção de resolver os conflitos nascentes em Angola, Guiné- Bissau e Moçambique pela via regional. A denúncia internacional das repressões violentas impostas pelas tropas portuguesas às populações civis de Angola e a carta aberta de Amílcar Cabral, principal dirigente do PAIGC, a Salazar reclamando a independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde faziam crescer uma campanha generalizada contra a política colonial do país. Mais uma vez, o Governo de Salazar mascara, engana e segue em frente: os «indígenas» e assimilados naturais das Províncias da Guiné, Angola e Moçambique passam a ser, por via do Decreto-Lei n.º 43893, considerados portadores de «plena cidadania portuguesa».
E como era composta por «indígenas» e assimilados esta selecção que protagonizara em Londres o «Jogo da Madeira» (Peyroteo queixar-se-ia que era os jogos assim que tinham inventado os postes redondos, mas que isso de nada servira a Portugal!) Dos onze que estiveram em campo, apenas Dominicano Cavém nascera em Portugal continental, mais precisamente em Vila Real de St.º António (mais na raia era difícil...). Lino era dos Açores; Lúcio do Brasil; Costa Pereira, Hilário, Pérides, Vicente, Coluna e Eusébio de Moçambique; Águas e Yaúca de Angola. Além disso, o seleccionador, Fernando Peyroteo nascera em Angola e o treinador, Otto Glória, no Brasil. Curiosamente, nesse mesmo dia, um angolano que muitos seleccionadores portugueses tentaram trazer para a selecção portuguesa, Jorge Mendonça, do Atlético de Madrid, era um dos convocados da Espanha para um jogo particular contra Marrocos.
Hoje, tal exibição de portugalidade encher-nos-ia de orgulho. Nesse mês de Outubro de 1961, caiu-nos em cima com o peso de uma indecente prepotência.
Também é disto que se fazem as histórias das nações."

Afonso de Melo, in O Benfica

Acreditar na 'amarela'

"A vontade de vencer cuidadosamente atada com cordel branco.

Depois de quatro anos de interregno, devido à II Guerra Mundial, a Volta de Portugal em Bicicleta voltou a realizar-se em 1946. No ano seguinte, coube ao Sport Lisboa e Benfica, através da Comissão Administrativa da Secretaria, organizar a prova.
Com partida e chegada em Lisboa, entre 24 de Agosto e 7 de Setembro de 1947, dezenas de ciclistas percorreram Portugal de norte a sul, perfazendo um total de 2264 quilómetros.
A equipa 'encarnada' era constituída pelos corredores José Martins, Júlio Mourão, Guilherme Jacinto e Manuel dos Santos Gonçalves. José Martins (1920-2011), pela primeira vez de 'águia ao peito', era um ciclista experiente e com grande aptidão física, que havia vencido a Volta no ano anterior, o que o colocava como favorito nesse ano. Palpite certo, como se viria a verificar. O próprio acreditava que poderia voltar a alcançar o pódio: na madrugada antes da etapa Setúbal-Loulé, a 25 de Agosto, José Martins 'entregou ao delegado do nosso Clube, Sr. José Tavares, um pequeno embrulho, cuidadosamente atado com cordel branco...'. O que continha? Não disse e fez, 'insistentemente, a recomendação de que ele só deveria ser aberto em Loulé', o que alimentou ainda mais a curiosidade em torno do embrulho. 'Dentro do pacote, encontrava-se, simplesmente, o boné amarelo que Martins usou na última volta, quando envergou a camisola da mesma cor...'. O ciclista acreditava que voltaria a envergar a camisola amarela no final da 3.ª etapa. Tinha razão! Foi o primeiro a chegar a Loulé. Na meta, aguardavam-no a camisola, o boné e a mãe: 'quando ganhei a etapa e a camisola, a minha mãe esperava-me... Não sei bem descrever-lhe o que sentiu.'
O pandã camisola-boné acompanhou-o até ao final da Volta, quando se consagrou vencedor. Para além da sua vitória individual, auxiliou o Benfica na sua quinta conquista colectiva na Volta a Portugal em Bicicleta. À equipa vencedora foram oferecidas várias taças, entre elas a Taça Jornal A Voz, em exposição na área 3. Orgulho ecléctico do Museu Benfica - Cosme Damião. José Martins, enquanto vencedor, levou para casa 'um leitão, oferta do restaurante Bairrada', 'um fato alfaiataria «Arcada da Moda»' e 'seis pares de sapatos de trazer por casa (...) oferta da Costa Gonçalves & Ferreira'.

Mafalda Esturrenho, in O Benfica

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Cobardia

Não é novidade nenhuma, a opinião publicada desportiva em Portugal é totalmente resultadista. Merecer a vitória, depende exclusivamente da bola entrar ou não... A subjectividade do Futebol desaparece quando se faz as analises aos jogos no dia seguinte.
Começo por reafirmar que o Benfica está a jogar mal, e muito sinceramente, tenho pouca confiança que Rui Vitória consiga ter sucesso no Benfica.
Agora, a eliminação do Benfica no prolongamento no Alvalixo, está muito longe da ficção descrita pela esmagadora maioria da opinião profissional Tuga. A suposta estratosférica superioridade Lagarta, no final dos 90 minutos, dava empate (por acaso desconhecia a dificuldade do Benfica em vencer no Alvalixo para a Taça, como podem ler aqui)!!!
Isto num jogo com uma arbitragem absolutamente vergonhosa, com uma dualidade de critérios gritante, principalmente na forma como permitiu ao meio-campo Lagarto parar em falta, premeditadamente, persistentemente, violentamente, a grande maioria dos ataques do Benfica... Tudo isto com total impunidade. Enquanto vários jogadores do Benfica, na primeira falta que cometeram na partida foram imediatamente amarelados: Adrien, William, Jefferson e Slimani recorreram sistematicamente a faltas, algumas agressões puras, e os amarelos ficaram sempre no bolso... em alguns casos nem faltas foram marcadas. Este pormaior teve uma enorme influência na forma como decorreu a partida...
O cumulo é que as agressões mais graves, nem sequer foram faltas!!!! Mesmo a entrada sobre o Gaitán, que não sendo uma agressão, é claramente faltosa e perigosa (o Paulo Oliveira sabia que ia chegar atrasado... entrou claramente para atingir o Nico).
Mas mesmo assim, os Lagartos só chegaram aos golos, na sequência de dois erros do Júlio César. Sim, a opinião pode não ser popular, mas o Júlio no primeiro não devia ter saído da baliza, e no segundo, nunca poderia defender aquela bola para a frente...
Sendo que além dos golos, foram poucas as bolas de verdadeiro perigo, com remates à baliza, sendo que o Patrício deve ter tocado mais vezes na bola, do que o Júlio, apesar do domínio territorial dos Lagartos.
A incapacidade demonstrada por todos os opinadores em descrever aquilo que se passou no relvado é indicador da sua incompetência. Mas o problema é ainda mais grave!!!
Ao esconder-se que Slimani agrediu Júlio César (sim, agressão, a bola foi socada com os mãos pelo Júlio, a maneira como o porco esticou o pé, quando a bola não estava lá, foi claramente para agredir...), e devia ter visto o Vermelho directo; ao esconder que Slimani devia ter visto o Vermelho directo quando agrediu Samaris; ao tentar disfarçar a roubalheira com um suposto penalty do Luisão numa jogada onde o Ruiz está 2 metros fora-de-jogo; ao meter nos casos do jogo uma jogada do Gelson; ao terem dúvidas no penalty descaradíssimo sobre o Luisão... tudo isto somado, prova que esta gentalha, não é só incompetente, é no mínimo cobarde... e muitos deles são mesmo avençados corruptos, com um anti-Benfiquismo descarado na ponta da língua...
(A única jogada onde poderá ter existido um erro que favoreceu o Benfica, o Samaris de facto empurra o porco, mas depois este atira-se para o chão de forma totalmente artificial...)

O Benfica cometeu vários erros esta época: a formação do plantel, a planificação da pré-época (muito por culpa do ex-treinador!!!), e muito provavelmente a escolha do novo treinador... Mas nada disto justifica o que se tem passado dentro dos campos... Slimani por exemplo, é raro o jogo onde não agride cobardemente adversários: Arouca, e na Luz por exemplo... A 'gloriosa' época da Lagartada está a ser construída em cima das 3 vitórias sobre o Benfica (nos restantes jogos, tem sido uma miséria de exibições, salvas pelos apitadeiros...) curiosamente nestes 3 jogos - independentemente das nossas culpas -, beneficiaram sistematicamente de total impunidade... Se tiverem dúvidas, podem ver os vídeos do Hugo Gil. Nestes 3 jogos, os cartões amarelos para jogadores defensivos dos Lagartos, só a partir do minuto 60... antes do minuto 60, só avançados podem em casos extremos serem amarelos. No jogo do Campeonato, chegou-se ao absurdo, de numa entrada em tesoura, por trás, do Adrien sobre o Samaris, Xistra, mostrou por 'engano', amarelo ao Slimani!!!

As declarações de Rui Vitória no final do jogo sobre a arbitragem soaram a desespero, o silêncio do Benfica sobre o assunto, para mim, é desesperante. Tenho defendido à várias épocas (décadas!!!) uma política totalmente diferente em relação aos constantes roubos de arbitragem que sofremos... Nas últimas épocas, além da perda de qualidade dos adversários, beneficiámos de termos de facto uma equipa muito superior a todos os outros, e mesmo assim fomos ganhando Campeonatos quase sempre na última jornada... Agora, que a nossa qualidade baixou, voltámos a deixar na mão dos sabujos apitadores,  as decisões do Campeonato.
Se estivermos à espera que os cobardes avençados desmascarem a sujeira, então é melhor esperarmos sentados... A forma como a Lagartada montou a rede de descomunicação em volta do Benfica, exige uma resposta. Se estivermos à espera de decisões disciplinares ou judiciais, quando se chegar à última instância já ninguém se lembra dos processos!!! A forma como a Lagartada conseguiu criar o Mito que o Judas foi 'despedido' do Benfica (quando o Benfica teve sempre em cima da mesa, uma renovação com um contrato igual...), prova a forma como todos os outros temas irão ser tratados... sem contraditório, será impossível ganhar...
E sim, ao contrário do que alguns dizem, inclusive o nosso actual treinador, os jogos começam a ser ganhos, fora do relvado... Esta época está a ser um excelente exemplo disso.

Não se pode ganhar todos os anos, esta época até pode estar perdida, mas o problema nem é esse... Se o diagnóstico não for bem feito, corremos o risco de ficar afastados das decisões importantes durante um período longo. Com consequências desportivas, mas também com consequências financeiras...

domingo, 22 de novembro de 2015

Treino levezinho...

Benfica 3 - 0 Leixões
25-11, 25-21, 25-14

Mais um daqueles jogos, onde o difícil é manter a concentração, já que os treinos do Benfica são mais competitivos! Um Leixões demasiado juvenil... serviu para treinar Serviços, e dar rotinas aos Centrais em ataque (temos atacado pouco pelo meio...).