"Um dos Benfiquistas mais notáveis faleceu aos 96 anos, com 83 de associado, desde 1933. O professor liceal de educação física que se tornou uma referência pedagógica para gerações de alunos influenciando positivamente as suas vidas, teve grande destaque no Benfica entre meados dos anos 50 e a década de 70. Foi uma actividade consistente e inovadora, com muito valor e importância, mas acerca dela escreveremos numa das próximas edições deste semanário.
Falecido em 17 de Novembro, teve uma vida profissional profícua sempre em prol da educação física aplicada aos jovens de uma forma equilibrada e atractiva de modo a interessá-los e formar a sua personalidade. Este entendimento integral da educação, responsabilizando o Poder pela sua existência, nos anos 60, levou-o desde muito cedo a ter consciência cívica e ser um cidadão incómodo. Enquanto desenvolvia no Clube as suas ideias aproveitando a liberdade e grandeza do Benfica, estruturava o seu pensamento, publicando um livro inovador na sociologia desportiva, "O Desporto e as Estruturas Sociais" (editora Prelo; 1.ª edição em 1967) e participando no 3.º Congresso da Oposição Democrática, realizado em Aveiro, em Abril de 1973, com a tese: "Sobre a promoção desportiva nacional". Um congresso que foi reprimido com uma carga policial brutal. Cidadão de causas nunca procurou protagonismo, preferindo exercer a sua cidadania activa no dia-a-dia, passando despercebido. Mas este seu modo de ser não pode impedir que fique registada a sua importância e o seu exemplo como ser humano de excelência, em profissionalismo e urbanidade.
Obrigado, Zé Esteves!"
Alberto Miguéns, in O Benfica
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