quarta-feira, 21 de agosto de 2024
Goddbye...
😢 "Take care of yourself, and take care of your life, and live it. Bye"
— Mirror Football (@MirrorFootball) August 20, 2024
🗣️ Sven-Goran Eriksson delivers final goodbye and admits how he wants people to remember himhttps://t.co/0sLgRXzo7n pic.twitter.com/7d7IT2JPIa
Derrota...
Sporting 1 - 0 Benfica
Jogo fraco das duas equipas, onde o empate seria o resultado mais justo, mas acabámos por sofrer um golo perto do fim...
Arbitragem mais uma vez inclinada, com um penalty a nosso favor a ser 'esquecido, expulsão perdoada aos Lagartos, e no final ainda foi o Peixoto a ser expulso! Pelo meio, ainda vimos o árbitro a 'crescer' para um dos nossos jogadores!!!
Campanha eleitoral...
Gato escondido com o rabo de fora… depois de vários anos como MVP do rival, agora quer continuar a inclinar o campo noutros palcos. A receita de sempre. pic.twitter.com/0U1tER2ZSF
— Mauro Xavier 🇵🇪 (@MauroXavier) August 20, 2024
Respeito e respeitinho
"1. Terminaram os Jogos Olímpicos de 2024, e foi esta a melhor participação de sempre de atletas portugueses nos Jogos. O projeto olímpico do Benfica contribuiu fortemente em número de atletas para a comitiva portuguesa que esteve em Paris. O projeto olímpico do Benfica é uma obra extraordinária dirigida há muitos anos por Ana Oliveira.
2. Um atleta do Benfica, Pedro Pablo Pichardo, conquistou a medalha de prata no concurso de triplo salto em Paris. Uma medalha de prata é e será sempre um motivo de orgulho para um atleta, para o clube que representa e para o país que, no caso de Pedro Pablo Pichardo, o adoptou.
3. Não ferindo o mérito do luso-cubano nem a dimensão do seu feito, não foram de todo aceitáveis as palavras que proferiu no fim da sua participação dirigidas a Ana Oliveira, a coordenadora do atletismo e do projeto olímpico do Benfica. Inaceitável. Haja respeito. E respeitinho, também.
4. Nenhum deles é atleta do nosso clube, mas não há como não felicitar, e com muito gosto, Patrícia Sampaio, Iúri Leitão e Rui Oliveira pelas magníficas proezas que cometeram nos Jogos de Paris.
5. A nossa equipa de futebol feminino esteve: muito bem na sua participação no Torneio do Algarve no último fim de semana. Esteve, aliás, tão bem, que até arrecadou o troféu. Começou por bater a equipa do Sevilha, e terminou a vencer o Sporting por uns claríssimos 3-1. O futebol feminino vai crescendo no nosso país muito por 'culpa' do Benfica e da qualidade das suas equipas. Não sendo esta uma grande notícia - toda a gente sabe que o Benfica é tetracampeão -, não deixa de ser uma notícia grande porque revela a superior dimensão da aposta do Benfica no futebol feminino. Talvez muita gente não tenha dado por isso, mas o Benfica é a equipa 10.º classificada no ranking da UEFA no que ao futebol feminino diz respeito. Respeitinho, portanto.
6. Já a nossa equipa de futebol masculino, chamemos-lhe assim, esteve muito mal no seu primeiro jogo oficial da temporada. Três meses depois de ter perdido em Famalicão nas jornadas derradeiras do último campeonato, entregando o título e um dos maiores rivais, o Benfica voltou a perder no mesmo palco contra a mesma equipa pelo mesmo resultado. É óbvio que nenhum campeonato se decide na 1.ª jornada nem para o bem, nem para o mal. Mas, perante a triste exibição produzida em Famalicão, é também óbvio que uma 'coisa' daquelas, tão desconchavada, não pode ser a matriz do Benfica de 2024/2025.
7. O campeonato tem 34 jornadas, e a próxima é já neste sábado. Cabe ao Benfica receber o Casa Pia na Luz. E cabe à equipa do Benfica vencer o Casa Pia no sábado na Luz. É futebol. É o Benfica. Respeito e respeitinho."
Leonor Pinhão, in O Benfica
Sócio, proprietário e atleta
"António de Faria Leal teve uma passagem modesta pelo clube, mas deixou igualmente a sua marca na história encarnada
No início dos anos 20 de século passado, o Benfica vivia entre campos. Estava na iminência de sair do Campo de Benfica e, em simultâneo, tratava da construção do seu novo campo de jogos, nas Amoreiras. Em 1923, deixou de disputar desafios de futebol da equipa principal na sua 'casa', passando a usar campos emprestados, e foi nesse ano que arrancou com uma importante campanha de angariação de fundos monetários para as obras do Campo das Amoreiras: os Títulos de Propriedade, aprovados em Assembleia Geral, na sessão de 4 de Fevereiro.
António de Faria Leal foi um dos sócios que adquiram um Título de Propriedade. Natural de Almeirim, nascido em 13 de Junho de 1909, era estudante quando foi admitido como sócio do Benfica, com 15 anos. Dois anos depois, tornou-se sócio titular ao adquirir o Título de Propriedade n-º 959, emitido em 26 de Junho de 1926. Esse documento integra a coleção de Luís Carlos de Faria Leal, antigo presidente do Clube, que era seu irmão, e foi doado ao Centro de Documentação e Informação do Sport Lisboa e Benfica. Com este Título, tinha direito a:
'1.º - 50% na redução na cotisação de Sócio;
2.º - Um lugar de bancada, permanente e gratuito, no campo de jogos desta agremiação;
3.º - Uma parte proporcional no património social, ou seja, uma parte do valor produzido pela venda dos bens móveis e imóveis no caso de dissolução do Sport Lisboa e Benfica, segundo o seu Estatuto'.
Em1928, António de Faria Leal foi atleta de polo aquático pelo Benfica, integrando a equipa da 3.ª categoria em quatro jogos, entre 1 de julho e 4 de agosto. Foi demitido de sócio em março de 1942, regressando ao Clube 30 anos depois, com 63 anos. Era oficial do exército e foi associado do Benfica até 1985.
Ao tornar-se sócio, sócio titular e atleta, António Faria Leal tornou-se parte da história do Benfica, à semelhança dos milhares de outros sócios que o procederam e seguiram, pois o associativismo é a pedra basilar do Clube. É um exemplo de um sócio que teve uma passagem mais modesta pelo Clube, mas cujo nome perdurou graças à preservação da documentação e si associada.
Saiba mais sobre o associativismo na área 16 - Outras Voos, do Museu Benfica - Cosme Damião."
Lídia Jorge, in O Benfica
Hienas e papagaios
"Depois de, na semana passada, ter aqui escrito sobre o início da nova época e o carrossel de emoções que teríamos pela frente, a 1.ª jornada do campeonato acertou-nos em cheio no baixo-ventre, sem apelo nem agravo.
Uma derrota frente ao FC Famalicão fez aumentar as dúvidas, surgindo críticas de vários quadrantes, além de delírio sobre uma 'possível' substituição de Roger Schmidt por Sérgio Conceição. Quando se pensava que seria difícil criar ainda mais barulho em torno do SL Benfica, a perda dos 3 pontos serviu como uma luva aos donos e donas de todas as certezas do mundo.
Adoraria conseguir, em frente a um teclado ou à mesa do café, encontrar as soluções milagrosas para tudo o que se passa com o futebol masculino do Glorioso, mas não tenho tais capacidades. Sou um simples adepto, tenho a minha opinião sobre esquemas táticos, entrega e alegria em campo ou estilo de jogo, mas daí até ser capaz de insultar, denegrir e atacar direção, equipa técnica e jogadores vai uma distância demasiado grande. Tão grande, que nem me dou ao trabalho de entrar em diálogo. Fossem terraplanistas ou chalupas antivacinas, e a receita seria a mesma - deixar falar, de preferência ao longe, porque a minha sanidade mental vale muito mais do que aceitar o extremismo e as certezas definitivas como argumentos válidos.
Tenho muito poucas as certezas, mas uma delas é o respeito que tenho por todos os atletas, treinadores e dirigentes que representam o Sport Lisboa e Benfica. Sejam eles quem forem, seja que direção for. É assim que me vou manter, goste-se ou não, nas páginas deste jornal, nos espaços de comentários da BTV ou nas mesas de café com os meus amigos. Sim, o clima está tenso, e não faltam hienas, de todas as cores, a rir e a afiar as garras. Algumas já não escondem o contentamento, mas, como se diz no mais puro vernáculo, pode ser que se tramem. Ou coisa parecida."
Ricardo Santos, in O Benfica
Rir por último é melhor
"Sol, verão, praia, piscina. Agosto tinha tudo para ser um mês de entretenimento e fazer a mesma desilusão que nos trouxe há um ano. Novamente a norte, onde nunca falta apoio ao Benfica, a entrada no campeonato foi em falso. Um golo cedo do Sorriso escondeu o nosso, e, uma semana depois, o meu ainda não voltou a aparecer. Já o procurei debaixo das tranças do Renato, dentro das chuteiras do Pavlidis, e em cima do talento do Di Maria, no entanto, não há meio de o descobrir. Estou a contar encontrá-lo sábado à noite, o que dava algum jeito, porque num mês de tantos casamentos é estranho felicitar os noivos como se estivesse a cumprimentá-los num funeral.
Sorrir depois de uma derrota do Benfica é uma sequência de acontecimentos incompatíveis, porém isto não significa falta de confiança. Podem estar 11 de muletas dentro de campo, se tiverem uma camisola vermelha vestida com uma águia em cima de um emblema onde diz E pluribus unum, eu tenho a máxima confiança na vitória.
Considerando que temos um plantel equilibrado, possivelmente o melhor da Liga, um treinador que já provou a sua competência no ano de estreia, um presidente que sabe na primeira pessoa como funciona um balneário e, mais importante de tudo, adeptos que sabem ser os melhores do mundo, qual é o motivo para estar pessimista? Por causa de uma derrota na 1.ª jornada? Em 2013 também começámos assim e, quatro anos depois, estávamos todos a festejar o tetra. Dizem que quem ri por último ri melhor. Eu prefiro esperar para poder rir, mas para isso convém poder voltar a sorrir já amanhã à noite."
Pedro Soares, in O Benfica
Um novo futebol
"Não me lembro, em muitos anos, de tamanha oportunidade para o futebol português poder dar passos no sentido de credibilização e da sustentabilidade. O FC Porto mudou, e o despedimento do seu sinistro diretor de comunicação era, a meu ver, o dado que faltava para asseverar esse corte com o passado. Não espero um FC Porto enfraquecido - pelo contrário, espero e desejo um FC Porto forte dentro das quatro linhas (e, naturalmente, um Benfica ainda mais forte para lhe ganhar), mas sério fora delas.
Hoje, os três principais clubes são liderados por gente respeitável, que obviamente quer vender, mas (acredito) dentro de um clima de paz, desportivismo e verdade. Rivais dentro do campo, têm, fora dele, a obrigação moral e histórica de assumir temas tão determinantes como a violência, a arbitragem ou a captação de receitas.
Neste último ponto, juntando porventura SC Braga e Vitória SC (os outros dois grandes clubes portugueses), há que partir para aquilo que considero essencial: uma drástico redução do número de equipas no escalão principal, sem a qual qualquer tipo de centralização de direitos televisivos será um logro.
Quem participa nas provas europeias, quem traz prestígio e dinheiro para o futebol português, quem enche estádios e vende audiências, quem tem verdadeiramente massa crítica, não pode ficar refém de um falso sentido de solidariedade para com entidades-fantasma, que retiram qualidade, retiram público, retiram dinheiro sabe-se lá para onde, e nem sequer servem para promover jovens jogadores.
Oito clubes e quatro voltas seria, quando a mim, o modelo de campeonato ideal. Mas tudo o que seja mais de doze equipas na primeira liga é excessivo para a dimensão geográfica e sociodesportiva do país.
Espero que a oportunidade não seja enjeitada. Força há. Haja também vontade."
Luís Fialho, in O Benfica
Uma aventura especial
"O nome desta iniciativa não parece remeter diretamente para o desporto.
Mas, na verdade, trata-se de um campo internacional onde jovens de vários países participam numa experiência imersiva de treino e competição de futebol adaptado. O convívio entre eles e contacto com outras culturas, línguas, sabores e paisagens fazem destes dias um tempo inesquecível, uma aventura verdadeiramente especial.
Todos os jovens gostam de sair pelo mundo e explorar novas experiências, mas nem todos têm acesso a isso porque a oportunidade muitas vezes não surge. E, se é assim para muitos, é ainda pior para os jovens portadores de deficiência, que, juntamente com as suas famílias, se debatem com dificuldades acrescidas para aceder à prática desportiva.
A verdade é que existem poucas opções para estes jovens praticarem o seu desporto favorito. Mesmo quando conseguem jogar futebol, ao longo de todo o ano, as oportunidades competitivas são poucas em Portugal, e as internacionais são ainda menos. Essa é a razão por que a Football Is More Foundation organiza os Special Adventure Camps. E é também por isso que junta a Fundação Benfica e outras fundações de clubes europeus em torno desta fantástica iniciativa.
Porque os jovens, todos os jovens, merecem o melhor!"
Jorge Miranda, in O Benfica
Boa malha!
"🗣️ João Malheiro em grande!
Os outros clubes podem tudo: passam 3 meses a contratar um jogador, vendem abaixo da cláusula, despacham promessas que o próprio treinador garantiu manter no plantel... E está sempre tudo bem, tudo muito profissional. Já no Benfica, é sempre tudo mal."
Tudo normal...
"O jogador "claramente" estava destinado a ficar, mas afinal sai antes de sequer ser titular. No Sporting, porém, nada se questiona — tudo é magnífico e exemplar. Uma gestão que parece estar acima de qualquer escrutínio ou análise dos grandes "especialistas" da nossa praça."
Mais um com a vida arruinada graças ao Benfica
"Andava por aí uma boa piada nas redes sociais, em vésperas do início da liga inglesa. É um vídeo de alguém a sorrir nervosamente enquanto contempla o horizonte, acompanhado de uma legenda que diz “eu a aproveitar os meus últimos dias até deixar que 11 indivíduos pagos a peso de ouro para pontapear uma bola arruinem a minha vida”. Há uma verdade universal nisto, aplicável aos adeptos de qualquer clube conhecido por pagar milhões aos seus atletas, uma verdade ainda mais reconhecível quando se passa muito tempo sem ganhar ou sem encontrar uma alegria de viver equivalente à grandeza do clube pelo qual se torce. E depois há o contexto de cada indivíduo. Enquanto Benfiquista, tendo já assistido à estreia em Famalicão, olhei para este meme e senti que já estava na fase seguinte, a da vida arruinada. Veio-me à cabeça um súbito flashback do otimismo moderado na véspera da derrota em Famalicão, enquanto percorria novamente os nomes do plantel sénior e pensava que talvez, com jeitinho e muitos golos do Pavlidis, isto vá ao sítio.
A semana que se seguiu foi de angústia e expectativa. Lembrei-me daquela célebre frase de José Mourinho quando, após uma derrota da sua equipa, avisou que o adversário da jornada seguinte iria pagar a conta. Lembrei-me disso e depois tentei reinterpretar a ausência de explicações de Roger Schmidt na flash interview. Talvez se tivesse tratado de um magnífico bluff, um problema a ser resolvido entre as quatro paredes do balneário, após a análise exaustiva dos erros da equipa e do treinador na primeira jornada, erros tão manifestamente óbvios que não restaria outra opção senão o mais elementar bom senso de os corrigir. E foi assim, munido de uma tímida esperança, que passei os dias seguintes, apostado em perceber se era verdade que o clube queria mesmo vender mais um extremo ou se o central em tempos capitão regressaria eventualmente da sua outra ocupação profissional na seleção argentina.
Chegou a véspera, tempo de antevisões e de renovação da esperança. Roger Schmidt não poupa nas palavras. A 24 horas de um jogo em que a equipa está obrigada a voltar às vitórias, aproveita a ocasião para mais uma masterclass de comunicação. Começando por explicar que também ele é adepto do Benfica, acrescenta que o clube conquistou dois títulos durante o seu período no clube, e que isso é mais do que antes. Ocorre-me que, para além de um tradutor inglês-português, talvez faça sentido incluir um sócio do clube, qualquer um, como intérprete das palavras de Roger Schmidt em cada conferência de imprensa, para explicar ao próprio a infelicidade recorrente das suas declarações a jornalistas. O alemão explica também que “é importante nos momentos difíceis ter paciência e convicção para acreditar na equipa, nos jogadores, nas pessoas que estão a fazer tudo, todos os dias, para manter adeptos felizes”. Pronto, Roger. Vamos ao jogo seguinte.
Nesse mesmo dia, à noite, cometo o erro de assistir à segunda parte da estreia do Paris Saint-Germain. Vejo João Neves instalar-se no meio-campo e no ataque do PSG como se aquilo fosse tudo dele, com duas assistências das que raramente vi no Benfica, e ocorre-me que talvez Roger Schmidt não tenha sabido tirar o melhor partido do jogador, ou, quem sabe, não tenha passado tempo suficiente com ele. Acontece também que nunca saberemos a resposta a esta pergunta, porque foi preciso vender já um dos melhores jogadores do plantel, e o mais promissor. Desligo a tv e faço os possíveis por afastar os pensamentos maus. Deixo o João Neves para trás e adormeço na esperança de um amanhã melhor.
Antes de ver o estádio cheio e a bola a rolar, o primeiro revés. Roger Schmidt escolhe o mesmo onze, um estranho voto de confiança depois de uma exibição tão preocupante. Será que Schmidt percebeu durante a semana como colocar este onze a render muito mais do que na jornada anterior? O jogo está quase a começar. O momento pedia esperança e otimismo, mas a cabeça e o coração não permitiam. Parecia pouco provável que estivesse ali a solução para os problemas criados pelos adversários do Benfica na Liga, e os primeiros 65 minutos do jogo acabaram por confirmar isso.
Perante um Casa Pia quase inexistente no ataque, a dupla Barreiro-Florentino tenta fazer chegar a bola mais à frente, mas os passes queimam, o desequilíbrio nas alas é inexistente, a bola não chega com qualidade à zona avançada, não há uma bola em condições de ser finalizada por Pavlidis, e o Benfica passa mais 1 hora a passar a bola para o lado e para trás, incapaz de criar situações de perigo na área adversária. É nestas alturas que somos relembrados do que aconteceu ao plantel do Benfica esta época. Perdeu Rafa, Neres e João Neves sem que um substituto à altura tivesse aparecido. Por outro lado, manteve o treinador e uma ideia de jogo que tem vindo a ser eficazmente desmembrada nas competições internas, razão pela qual o Benfica não se tem aguentado em provas de regularidade e acaba por sofrer da sua própria falta de confiança, organização e capacidade, nos restantes jogos a doer.
A equipa lá encontrou o caminho da baliza, mostrando até coisas mas só quando Roger Schmidt corrigiu os seus próprios erros, mostrando - sempre que a oportunidade lhe é dada - que o pior inimigo de Roger Schmidt é Roger Schmidt. A exibição acabou por trazer mais angústia do que satisfação, mais pessimismo do que ânimo, muitas dúvidas e apenas uma certeza: a de que dificilmente terei mais dias livres nos próximos largos meses, agora que 11 indivíduos pagos a peso de ouro para pontapear uma bola, e um treinador incapaz de garantir futuro ou esperança, decidiram arruinar-nos a vida. Os memes são assim. Têm piada pela verdade que contam.
À hora em que escrevo este texto, o Benfica tem um treinador sobre o qual recai a maior incerteza, uma equipa incapaz, até agora, de pôr em prática uma ideia de jogo à Benfica, continua a viver de uma crença absurda no regresso de um futebol que nem Roger Schmidt sabe muito bem explicar como aconteceu, e tem menos um extremo - Neres - capaz de desbloquear jogos como este último, bem suado. Por outro lado, parece ter ganho Tiago Gouveia, que estava vendido há uma semana mas afinal, diz a imprensa, vai ficar porque marcou dois golos e agora o presidente não poderia correr o risco de ver mais um miúdo da casa sair, não quando é um dos poucos que alimenta a esperança ingénua de que há uma solução no banco de suplentes para os problemas que o Benfica vive, como se os problemas fossem só de ataque posicional e não de um modelo organizacional e uma liderança em processo acelerado de descarrilamento.
É certo que o futebol inebria e gera níveis de tolerância improváveis em qualquer outra área das nossas vidas. Poderá até surpreender esta época. Aturamos de tudo, até a incompetência, se a vitória parecer mais próxima e a alegria parecer um pouco menos efémera. Mas, mal conduzido, o futebol também produz angústia, apatia e desânimo, o oposto, diria, da sua principal função. E quem convive hoje com Benfiquistas vê o quanto esse sentimento abunda e contamina os momentos, e são muitos, vividos deliberadamente em função do clube, mesmo que isso tantas vezes nos estrague o dia. A alegria e a esperança hão-de voltar, mas, lamento dizê-lo, nada me leva a crer que isso vá acontecer sem que antes as coisas piorem."