quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Um novo futebol


"Não me lembro, em muitos anos, de tamanha oportunidade para o futebol português poder dar passos no sentido de credibilização e da sustentabilidade. O FC Porto mudou, e o despedimento do seu sinistro diretor de comunicação era, a meu ver, o dado que faltava para asseverar esse corte com o passado. Não espero um FC Porto enfraquecido - pelo contrário, espero e desejo um FC Porto forte dentro das quatro linhas (e, naturalmente, um Benfica ainda mais forte para lhe ganhar), mas sério fora delas.
Hoje, os três principais clubes são liderados por gente respeitável, que obviamente quer vender, mas (acredito) dentro de um clima de paz, desportivismo e verdade. Rivais dentro do campo, têm, fora dele, a obrigação moral e histórica de assumir temas tão determinantes como a violência, a arbitragem ou a captação de receitas.
Neste último ponto, juntando porventura SC Braga e Vitória SC (os outros dois grandes clubes portugueses), há que partir para aquilo que considero essencial: uma drástico redução do número de equipas no escalão principal, sem a qual qualquer tipo de centralização de direitos televisivos será um logro.
Quem participa nas provas europeias, quem traz prestígio e dinheiro para o futebol português, quem enche estádios e vende audiências, quem tem verdadeiramente massa crítica, não pode ficar refém de um falso sentido de solidariedade para com entidades-fantasma, que retiram qualidade, retiram público, retiram dinheiro sabe-se lá para onde, e nem sequer servem para promover jovens jogadores.
Oito clubes e quatro voltas seria, quando a mim, o modelo de campeonato ideal. Mas tudo o que seja mais de doze equipas na primeira liga é excessivo para a dimensão geográfica e sociodesportiva do país.
Espero que a oportunidade não seja enjeitada. Força há. Haja também vontade."

Luís Fialho, in O Benfica

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