Os jogadores deviam falar mais


"1. Rafa esteve 8 anos no Benfica, e nunca e conhecemos na verdade. É pena. Noutros tempos, bem distantes, os adeptos 'conheciam' os jogadores. Não, obviamente, das páginas do Instagram, mas das entrevistas que iam dando com a maior naturalidade ao longo da carreira. Hoje as coisas não se passam assim.

2. Volto a dizer que é pena. Essa prática antiga de jornalismo não esbarrava em limitações de fala nem em agentes ou gestores de imagem. Os jogadores falavam com os jornalistas, os adeptos ganhavam uma proximidade afetiva com os jogadores, e, no fim, ficavam todas a ganhar.

3. Rafa deu a sua primeira entrevista depois de se despedir do Benfica e disse isto: 'Eu sou benfiquista, sim. É verdade. Não tenho problema nenhum em dizer isso. Hoje em dia, faz-me muito confusão que o que interessa sejam as fotos nas redes sociais, o que interessa é beijar o símbolo ou a maneira como se festeja um golo quando se devia olhar para o que a pessoa é, para o que a pessoa faz, para o que a pessoa sente pelo Clube'.

4.  Se conhecemos Rafa quando Rafa se foi embora. E isso foi um grande desperdício. Porque Rafa tinha muitas coisas para dizer e muita coisa que os benfiquistas gostaram de ouvir: 'Acho que a maneira como eu estive no Benfica é a maneira certa, é a minha maneira de ser, é a minha maneira de estar. Eu gosto do Benfica e amo o Benfica à minha maneira, e vai ser sempre assim'. Os jogadores deviam falar mais.

5. A história da temporada de 2023/2024 do futebol feminino do Sport Lisboa e Benfica conta-se assim... Supertaça, Taça da Liga, Campeonato, Taça de Portugal. Destas histórias é que gostamos todos de ouvir e de contar. Quatro finais felizes, mas não obra do acaso. Reconhecerão, alguns com grande esforço, o mérito do Benfica na transformação do futebol feminino em Portugal num crescente fenómeno de popularidade. Neste ano, dirigentes, equipa técnica e jogadoras viram os seus esforços magnificamente recompensados. Aliás, nada de grande se faz sem esforço.

6. O Benfica despediu-se deste campeonato no fim de semana passado com um empate bisonho em Vila do Conde. Foi um jogo sem história com a vitória a escapar nos últimos instantes do tempo de compensação. No entanto, a equipa do Benfica protagonizou um belíssimo momento coletivo quando se uniu à homenagem a Ukra, jogador do Rio Ave, fazendo guarda de honra à saída do jogador de campo. São estes os valores do Benfica, e quem não entender isto entende muito pouco de grandeza do nosso clube.

7. Vem aí o Europeu, e o Benfica contribui com António Silva e com João Neves para a seleção nacional de Roberto Martinez. As maiores felicidades para os nossos jovens jogadores nessa competição de altíssimo nível são o que, certamente, todos os benfiquistas mais desejam."

Leonor Pinhão, in O Benfica

Uma Taça de Honra para José Maria Nicolau


"Em Outubro de 1932, o estradista foi homenageado no Cartaxo, a sua terra natal

A III Volta a Portugal não correu de feição a José Maria Nicolau. Apesar da vitória coletiva da equipa benfiquista, o estradista terminou a prova em 2.º lugar, a 3 minutos e 8 segundos do seu rival e amigo Alfredo Trindade, da União Ciclista do Rio de Janeiro. Nicolau conquistou 12 das 19 etapas da prova, mas um problema mecânico fê-lo perder a vantagem de mais de 9 minutos que tinha na 8.ª etapa, para passar e um atraso de 26 minutos e 22 segundos ao fim da 10.ª etapa. Ainda assim, os seus admiradores prestaram-lhe vários homenagens.
Em 27 de Outubro de 1932, ainda ao rescaldo da III Volta e Portugal, que havia terminado em Setembro, José Maria Nicolau foi recebido na sua terra natal, o Cartaxo. Aí, foi alvo de uma sentida homenagem por parte dos seus admiradores e amigos: 'A laboriosa vila do Cartaxo vestiu (...) as suas melhores galas para prestar homenagem ao forte e brioso estradista José Maria Nicolau, nado e criado naquela localidade, onde todos o distinguem, com especial estima e acrisolado carinho'.
Foram muitos os que se deslocaram ao 'mais importantes estabelecimento da terra', para apreciar os troféus individuais que aí se encontravam expostos. 'À noite, no cineteatro, reuniu-se uma multidão, que enchia por completo a sala, e onde se misturavam a gente do povo (...) e (...) todas as figuras representativas da terra, irmanadas no mesmo desejo de homenagear o 'seu' Nicolau'.
Na sessão solene de homenagem, tomou a palavra o sr. Correia dos Santos, em nome da comissão organizadora. O elogio a José Maria Nicolau foi feito por Raul de Oliveira, diretor do jornal Os Sports, que lhe dirigiu palavras de admiração e incitamento. Seguiu-se uma oferta a José Maria Nicolau: 'Usou depois da palavra o sr. Correia dos Santos, que entregou a José Maria Nicolau uma artística e valiosa taça, pedindo-lhe que recebesse esse troféu como testemunho simpatia e da amizade que os seus conterrâneos lhe consagram. 'O dia terminou com uma ceia na qual estiveram cerca de cinquenta convivas 'num ambiente de autêntica confraternização, tendo sido trocados, no final, entusiásticos brindes'.
Saiba mais sobre José Maria Nicolau na área 2 - Joias do Ecletismo, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Marisa Manana, in O Benfica

O melhor golo de Rafa


"Depois de 8 anos, Rafa sai do Benfica, mas o Benfica não vai sair dele. Fiquei com esta noção depois de ouvir a entrevista que o jogador português deu ao BPlay. Mas ganhei outras certezas. Na hora da despedida, o avançado driblou, fez assistências e marcou golos de bandeira, um atrás do outro, só com palavras. E tudo em cerca de 20 minutos de conversa gravada nos campos de treino do Seixal.
O homem que quase nunca abriu a boca em público, que foi lacónico nas conferências de imprensa e nas flash interviews, deu uma cátedra de benfiquismo e de cultura desportiva. Bravo, Rafa.
Com as frases certas, num discurso muito próprio, sem floreados e direto ao assunto, Rafa explanou muito do que vai mal na relação entre adeptos, jogadores e clubes no Glorioso e no futebol português (e não só). Falou dos bons momentos, das grandes conquistas, dos treinadores com quem trabalhou e daquilo que sofreu na pele com os maus momentos: os insultos, a desconfiança, as mentiras, o duvidar das suas capacidades e dos seus colegas de equipa.
O homem e o jogador que dispensa o mediatismo, que abandonou a selação nacional (quem sabe, justamente por isso...) e que agora deixa o SL Benfica fez mais pela comunicação do Clube do que dezenas de comunicados. Atenção, também os comunicados fazem parte do processo e têm a sua importância, mas a forma como Rafa apontou o dedo aos adeptos que não têm cultura desportiva (e que arrasam os jogadores, o treinador e a direção sempre que há um empate ou uma derrota) é uma lição de maturidade. Já o tinha feito no último jogo realizado na Catedral, quando (depois de substituído) pediu apoio ao grupo organizado de adeptos em vez dos incompreensíveis insultos, fogo de artifício e habitual comportamento delinquente.
Que golaço, Rafa! Como uma correria desenfreada, com a bola controlada e a fazer 'cuecas' a quem lhe aparecesse pela frente. Obrigado, campeão."

Ricardo Santos, in O Benfica

O golo é quem mais ordena


"O último jogo do campeonato mostrou-nos um retrato fiel daquilo que foi a época benfiquista: inúmeras oportunidades de fechar o resultado e uma total ineficácia diante da baliza.
Fala-se do treinador, fala-se de laterais, fala-se de muitas coisas. Mas na verdade, sobretudo se olharmos para as competições domésticas, o que faltou ao Benfica foi um finalizador.
Os nossos melhores marcadores na Liga foram Rafa e Di Maria. O primeiro ponta-de-lança (Marcos Leonardo, que foi titular só em 3 ocasiões) surge no 25.º lugar na tabela dos artilheiros com 7 golos. Arthur Cabral (titular 13 vezes) aparece na 32.ª posição com 6 golos. E Tengstedt (titular 8 vezes), na 58.º com apenas 4 golos. De sublinhar que o Benfica anotou menos 19 golos do que o campeão Sporting. E que só espanhol do Arouca (Rafa Mujica) festejou mais vezes (20) do que a soma dos 3 pontas-de-lança encarnados, o que não deixa de ser embaraçoso.
Se olharmos para a última década, encontramos avançados como Cardozo, Jonas e Darwin, mas também Lima, Jiménez, Mitroglou, e mesmo Seferovic ou Vinícius. Na última época tínhamos Gonçalo Ramos, que, além de marcar, era o primeiro defensor assim que a equipa perdia a bola.
Toda a temporada 2023-24 foi uma busca infrutífera para encontrar soluções credíveis para o eixo do ataque. Sem o conseguir, o Benfica, mesmo equilibrando o confronto directo com o Sporting, acabou por ceder 16 pontos perante não candidatos ao título - o que se revelou fatal nas contas finais.
No fim do dia, os resultados e as classificações resumem-se a números. Sem eficácia, não há títulos.

PS: Quem não tem problemas desses é a equipa feminina, que fez história ao vencer todos os títulos nacionais em disputa. Então de parabéns as meninas de Filipa Patão, que não se cansam de nos dar alegrias."

Luís Fialho, in O Benfica

Acreditar nos jovens!


"Investir no futuro é, só pode ser acreditar nos jovens, alimentar os seus sonhos e investir no que de melhor temos, que é o nosso capital humano. Portugal é um país pequeno, com pouca gente, envelhecido e com sonhos de igualdade e abundância que, verdadeiramente, nunca conseguiu realizar. Mas quem nos conhece sabe que a persistência é o segredo de quase mil anos de existência nacional e sabe também que não desistimos, nunca desistimos de nós. Foi com esta mesma atitude e com esta crença inabalável nos jovens que o Sport Lisboa e Benfica e transformou uma reunião de farmácia e uma bola de cauchu em segunda mão no colosso que hoje conhecemos e que é, por direito próprio, um dos maiores e mais icónicos clubes do mundo.
É incontestável que onde há jovens, há talento, e onde há talento, há valor, desportivo e não só. O futebol sabe acreditar nos jovens e fazê-los revelar e desenvolver o seu potencial, por isso, quando a Fundação Benfica chega aos bairros da cidade de Lisboa com a Gebalis e as juntas de freguesia, os jovens acolhem de braços abertos esta oportunidade de criarem as suas equipas para jogarem muito e bom futebol e para melhorarem, pelo trabalho comunitário, o lugar onde vivem.
Mais do que desporto e melhoramentos no bairro, o que os jovens ganham é prestígio e reconhecimento de todos, afirmando o seu valor social e reforçado as suas capacidades de liderança, cooperação e concretização. Mostram aquilo que são: jovens de valor!"

Jorge Miranda, in O Benfica

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"2
 Em futebol no feminino, o Benfica conquistou a 2ª Taça de Portugal do seu palmarés, perfazendo o inédito pleno de triunfos nas competições nacionais numa só temporada;

A equipa B do Benfica terminou na 8ª posição da Liga 2;
São 8 as convocadas pela seleção nacional de futebol para os próximos compromissos;

10
O Benfica é campeão nacional de andebol no feminino pela 10ª vez, a 3ª consecutiva conseguindo um inédito tri;

22
Rafa despede-se do Benfica como o 22º com mais jogos oficiais (326) pela primeira equipa do Benfica, sendo, também, o 22º mais goleador (94);

35
Com as estreias de Gustavo Varela e Prestianni, subiu para 35 o número de jogadores utilizados por Roger Schmidt em competições oficiais na presente temporada;

50
João Neves atingiu a marca dos 50 jogos pelo Benfica no Campeonato Nacional;

18124
No desafio entre Benfica e Racing Power foi estabelecido o novo recorde de espectadores numa final da Taça de Portugal de futebol no feminino;

6310
O 17º encontro nacional das Escolas de Futebol do Benfica, realizado no estádio da Luz, contou com a participação de 6310 alunos;

56248
Em 2023/24, o estádio da Luz teve uma média de 56248 espectadores por jogo no Campeonato Nacional, o que dá um total de 956219, somente 14618 abaixo da temporada anterior, de comemoração de título. A média da Luz é superior ao total de 8 clubes. 32,86% do total de espectadores da Liga marcou presença nos 34 jogos do Benfica, foram 1199548, mais do que o total nos 210 jogos sem participação de Benfica, Porto ou Sporting (1038579)."

João Tomaz, in O Benfica

Espetador com privilégios!!!


"Perto do final do jogo da Taça de Portugal, Sérgio Conceição foi expulso pela enésima vez, desde que é treinador do FC Porto.
Até aqui nada de novo, não fosse dar-se o caso do treinador portista ter dado uma mini palestra aos jogadores, durante a pausa antes do tempo de prolongamento. Na verdade o que vimos foi Conceição mudar de lugar, deixando o banco de suplentes e colocando-se na bancada mais próxima. Ninguém o impediu de continuar o seu trabalho mesmo tendo recebido ordem de expulsão de Fábio Veríssimo.
Veremos se isto será objeto de relatório do árbitro. Veremos que dirá o CD da FPF sobre este incumprimento de uma regra punitiva.
Veremos, igualmente, o que dirá o Sporting - o maior prejudicado - uma vez que até agora não se pronunciaram."

Alberto Mota, in Facebook

Estamos na Final...

Oliveirense 64 - 77 Benfica
14-20, 17-15, 16-26, 17-16


E ao terceiro jogo, a terceira vitória, e carimbada a presença na Final... sem grandes problemas!

Para lá da decisão legítima de Rui Costa


"Os dados estão lançados, vamos ver como rolam. A partir de agora, o insucesso de Schmidt será arma de arremesso contra o presidente...

Ao decidir manter Roger Schmidt como treinador do Benfica em 2024/25, Rui Costa tomou a decisão mais arriscada da sua presidência. Como tive ocasião de escrever num passado recente, o histórico dos treinadores benfiquistas que começaram uma época fragilizados, essencialmente por contestação de uma parte significativa dos adeptos, está longe de ser brilhante (isto para dizer o menos), e numa das ocasiões até o presidente foi com a água do banho: depois de ter sido eleito em 1996, com 90 por cento dos votos, Manuel Damásio não resistiu ao mau começo (uma vitória, um empate e três derrotas) do treinador que, embora contestado, decidiu manter (Manuel José), e acabou por demitir-se, abrindo caminho à liderança desastrosa de Vale e Azevedo.
Rui Costa tem legitimidade para fazer as suas escolhas e um clube não pode ser gerido de fora para dentro. Mas haverá apenas um aferidor de mérito para o rumo por que o presidente do Benfica optou, que passa pelos resultados (especialmente os iniciais), sabendo-se que Roger Schmidt não contará com qualquer estado de graça que lhe dê margem de manobra.

Por tudo isto, torna-se claro que o Benfica não pode falhar de novo na construção do plantel, dando prioridade a algo que faltou de forma exponencial em 2023/24, o equilíbrio. Os melhores momentos de Schmidt na Luz, em 2022/23, aconteceram quando apresentou equipas onde todos atacavam e todos defendiam, faziam uma pressão alta que asfixiava os adversários, e eram capazes de manter os setores sempre juntos. Quando, na época agora finda, o Benfica sem Gonçalo Ramos perdeu o seu primeiro defensor, sem Grimaldo deixou de atacar pela esquerda, e com Di María deixou de defender pela direita, o equilíbrio eclipsou-se e sem ele a irregularidade comprometeu o sucesso. Rui Costa, que percebe a fundo de futebol, vai ter de devolver ao Benfica a coerência perdida, e a Schmidt meios para regressar ao tipo de futebol moderno que esteve na base da sua contratação. Mesmo assim, deverá estar consciente de que um eventual insucesso de Roger Schmidt em 2024/25 será usado como arma de arremesso contra a sua presidência. Os dados estão lançados, esperemos por ver como rolam, na certeza de que se o Benfica não for mais criterioso no perfil dos jogadores a contratar, o gelo em que vai patinar será insustentavelmente fino."

José Manuel Delgado, in A Bola

O divórcio entre o Benfica e a Taça de Portugal


"Tal como no Campeonato Nacional, com 38 conquistas, o Benfica é o clube português de maior sucesso na Taça de Portugal. São 26 conquistas, contra 20 do FC Porto e 17 do Sporting, os três clubes que agregam a larga maioria das conquistas da competição que existe desde 1939, após suceder ao Campeonato de Portugal.
É (foi? Já lá chegaremos) uma longa História de amor entre a Prova Rainha e o maior clube português. Tudo começou em 39/40, com a primeira conquista e depois regularmente as conquistas foram-se sucedendo e cada uma mais memorável que a outra. Em 43/44 o Benfica derrotou na final o Estoril por 8-0! Entre 1948 e 1953 o Glorioso venceu a prova quatro vezes consecutivas (embora tenha havido um interregno da prova em 1950, para a disputa da Taça Latina no Jamor... que o Benfica também venceu). Nessas finais destacou-se o espetacular 5-4 ao Sporting em 1952 e o 5-0 ao FC Porto em 1953.
Depois veio a década de 60 e nova goleada ao grande rival do Norte por 6-2 em 1964. Em 1969 a histórica final com a Académica, com a maior manifestação pública de contestação ao Estado Novo. A tal final que Américo Tomás recusou-se a ir ao Jamor e a RTP não transmitiu o encontro e em que no final do encontro os jogadores do Benfica e da Académica acabaram de camisolas trocadas, num gesto de grande simbolismo.
A década de 70, apesar de grande domínio nos campeonatos, ficou marcado por poucas conquistas do Benfica na Taça, embora a final de 1972 seja icónica com o hattrick de Eusébio e a vitória por 3-2 ao Sporting, após prolongamento. E não houve fome que não desse em fartura, pois nos anos 80 a hegemonia Benfiquista voltou e em força. Vitórias sempre sobre o FC Porto nas finais de 1980, 1981, 1983 e 1985! A de 83 teve ainda o gosto especial de ter sido conquistada no Estádio das Antas. Em 1986 a vítima na final foi o Belenenses (depois de um 5-0 ao Sporting nos 1/4 de final) e em 87 novamente o Sporting, com uma vitória por 2-1, num memorável bis de Diamantino.
Chegou a década de 90 e o Benfica terá tido talvez a final mais entusiasmante de sempre, com o incrível 5-2 ao Boavista em 1993, numa exibição fulgurante de Paulo Futre e a final mais triste de sempre, com o 3-1 ao Sporting em 1996, marcada pelo falecimento de um adepto leonino, após o lançamento do criminoso very-light.
Nessa tarde, o Benfica conquistou a sua 23ª Taça de Portugal, quase metade de todas as edições, e tinha mais 11 que o Sporting e mais 15 que o FC Porto. Só que desde aí...o marasmo. Desde esse longínquo ano de 1996 até hoje, apenas mais 3 (!) vezes o Benfica conquistou a prova que dominava com braço de ferro. Tivemos a memorável conquista sobre o FC Porto por 2-1 na final de 2004 (8 anos depois!), o 1-0 ao Rio Ave em 2014 (10 anos depois!) e o 2-1 ao V. Guimarães em 2017. E agora já lá vão novamente sete anos desde essa tarde chuvosa e não mais o Benfica regressou ao Jamor.
Como benfiquista, é profundamente triste e revoltante assistir a este divórcio entre o clube e a prova. Nalgumas eliminações poderá ter havido mérito do adversário, noutras azar, noutras erros de arbitragem, mas tanto falhanço tem que ter uma razão conjetural e não ocasional. É que é mais um sinal da incompetência e do aburguesamento do Benfica nos últimos 30 anos, em que quem dirige, treina e joga no clube preocupa-se sempre muito mais no que dá dinheiro e não no que dá glória. E aquela tarde no Jamor é tudo acerca da glória e do romantismo e nada de receitas. No percurso até às finais, em todos estes anos, o Benfica usa e abusa de onzes carregados de jogadores suplentes, de equipas que não dão tudo e também os adeptos infelizmente entraram nesta secundarização da prova, pois quando as piores assistências da temporada são sempre nesta competição (e na Taça da Liga, outra prova que já tem um fenómeno semelhante: domínio esmagador do Benfica ao início e agora também já não a vence desde 2016...), dão o sinal de complacência à equipa e ao clube. Nas primeiras eliminatórias, com certeza que se entende, mas basta recordar que em 2017, na 2ª mão das 1/2 finais com o Estoril, só foram 25.000 pessoas à Luz. O mesmo nº de adeptos nas 1/2 finais com o Belenenses em 2004. E até naquele incrível 3-1 ao FC Porto em 2014, com o esfusiante golo do André Gomes, só estavam 45.000 adeptos. Mesmo na fase avançada da prova, o Benfica e o Benfiquista não revelam fome pela competição.
Claro que depois todos querem ir ao Jamor. É uma tarde icónica, uma festa popular e de enorme beleza. Uma celebração do futebol à antiga que infelizmente o Benfica tem estado muitas vezes arredado. Urge que o Glorioso reflita sobre por onde anda e por onde vai e dê mais importância a esta competição tão importante na sua História e que tenha muito, mas muito mais sede de troféus! Não é aceitável que um clube desta grandeza só vença 4 Taças de Portugal nos últimos 30 anos e que nas últimas 5 temporadas só tenha vencido 3 troféus em todas as competições, tantos como o Braga.

PS: Para piorar o sentimento de frustração, Rui Costa deu uma entrevista preocupante com pouco sumo, pouca reflexão, poucas soluções para o futuro e uma insistência em Roger Schmidt que, o futuro o dirá, mas só fez lembrar a famosa frase que se atribui a João Pinto do FC Porto nos anos 90: «o clube estava à beira do precipício e tomou a decisão certa: deu um passo em frente»."

https://www.zerozero.pt/opiniao/o-divorcio-entre-o-benfica-e-a-taca-de-portugal/2212

Vitórias importantes


"Esta edição da BNews é dedicada à atividade benfiquista ao longo do fim de semana.

1. Presença garantida
O Benfica, o mais bem posicionado no ranking europeu de clubes entre os envolvidos nas rondas de qualificação, está automaticamente apurado para a (nova) fase principal da Liga dos Campeões, depois de a Atalanta, vencedora da Liga Europa, ter assegurado uma das quatro primeiras posições no Campeonato italiano.

2. Opção exercida
Álvaro Carreras vai continuar de águia ao peito. O lateral espanhol quer contribuir para conquistas benfiquistas: "Desde que cheguei que queria continuar a vestir esta camisola, e quero agradecer no próximo ano lutando por todos os títulos possíveis com o apoio dos adeptos."

3. A um triunfo do hepta
A equipa feminina de futsal ganhou, por 0-1, frente ao Nun'Álvares no segundo jogo da final do Campeonato e está a uma vitória de se sagrar heptacampeã nacional. Pode alcançá-lo no próximo domingo, às 14h00, na Luz.

4. Títulos na formação
Os Juvenis B de futebol ganharam o Campeonato Nacional da 2.ª divisão Sub-17. As Sub-19 de futsal são tricampeãs nacionais. As Sub-18 de basquetebol celebraram o título nacional pela primeira vez. As Cadetes de voleibol são campeãs nacionais.

5. Vitória no jogo de consagração
As já tricampeãs nacionais de andebol venceram, na Luz, o CJ Almeida Garrett, por 34-28, e celebraram o título junto dos Benfiquistas. No próximo fim de semana, a equipa disputa a final four da Taça de Portugal e procura perfazer o pleno na temporada.

6. Título decide-se na negra
No segundo jogo da final do Campeonato Nacional de polo aquático no feminino, o Benfica perdeu, por 16-13, na deslocação ao Fluvial Portuense. O embate derradeiro está agendado para a próxima quinta-feira, às 15h00, na piscina do Sport Algés e Dafundo. Uma vitória das águias dá o pentacampeonato.

7. Bons desempenhos
O canoísta do Benfica Fernando Pimenta ganhou as provas de K1 5000, K1 1000 e K1 500 na Taça do Mundo II de Velocidade, em Poznan. Emanuel Sousa estabeleceu o recorde nacional no lançamento do disco. Reynor Mena venceu a prova dos 100 metros no Meeting Stanislas, em Nancy, França.

8. Outros resultados
Os Sub-19 de futebol ganharam, por 2-1, ao Sporting. Os Sub-15 golearam a Académica de Santarém, por 8-0, e estão a uma vitória, com três jornadas por disputar, da revalidação do título.
No basquetebol, o Benfica voltou a superiorizar-se à Oliveirense, ficando a um triunfo do apuramento para a final dos play-offs (o jogo 3 é hoje às 19h00, em Oliveira de Azeméis). No futsal, derrota, por 2-5 após prolongamento, no primeiro jogo das meias-finais dos play-offs. Em andebol, já com o 3.º lugar definido na classificação, desaire na visita ao ABC (30-27).

9. Nova parceria
A PRIME é a parceira oficial de hidratação do Clube até 2027.

10. Casa Benfica Viana do Castelo
A BTV marcou presença nas comemorações do 35.º aniversário desta embaixada do benfiquismo."

Democratizar o futebol


"Antes e depois de Sérgio Conceição no FC Porto; os nomes consensuais, quase consensuais e os outros seis de Roberto Martínez

Dificilmente o futebol português poderia ser mais democrático: Campeonato Nacional para o Sporting, Taça de Portugal para o FC Porto, Supertaça Cândido de Oliveira para o Benfica, Taça da Liga para o SC Braga. Aconteceu apenas uma outra vez na história das quatro provas: 2017/2018. FC Porto venceu a Liga, Aves a Taça de Portugal, Sporting a Taça da Liga e Benfica a Supertaça Cândido de Oliveira. De seis em seis anos há uma rajada democrática que varre o futebol português que, regra geral, tem sido bem assimétrico: Benfica e FC Porto; FC Porto e Benfica; Benfica e FC Porto; FC Porto e Benfica.
Por falar em democracia, o jogo do Jamor deve ter sido o último pelo FC Porto do homem que, em sete anos, ajudou a democratizar as vitórias nas provas mais importantes do calendário do futebol português. Nos quatro anos anteriores ao regresso de Sérgio Conceição ao Dragão, a supremacia do Benfica foi avassaladora, quase uma ditadura: quatro Ligas, duas Taças de Portugal, três Taças da Liga e três Supertaças: 12 em 16 troféus. Nada menos de 75 por cento das provas nacionais. Daí para cá, em sete épocas, FC Porto ganhou 11 das 27 provas internas (três Ligas, quatro Taças de Portugal, uma Taça da Liga e três Supertaças). Quarenta por cento foram, pois, para o Museu azul e branco, Sporting venceu oito (duas Ligas, uma Taça de Portugal, quatro Taças da Liga e uma Supertaça), o Benfica chegou às quatro (duas Ligas e duas Supertaças) e o SC Braga a três.
Terminada a época de clubes, passemos ao Europeu-2024. Roberto Martínez anunciou os 26 nomes para atacar a prova da Alemanha e, por entre nomes que me parecem consensuais (Diogo Costa, António Silva, Danilo, Diogo Dalot, Gonçalo Inácio, João Cancelo, Nuno Mendes, Rúben Dias, Bruno Fernandes, João Palhinha, João Neves, Vitinha, Bernardo Silva, Gonçalo Ramos, João Félix e Rafael Leão) e outros perto de o serem (José Sá, Nélson Semedo, Francisco Conceição e até Ronaldo, por haver poucos jogadores para a posição de ponta de lança), aparecem seis nomes (Rui Patrício, Pepe, Diogo Jota, Pedro Neto, Otávio e Rúben Neves) cuja chamada é altamente contraditória em relação a uma das premissas tornadas públicas pelo selecionador nacional: quem quer ir ao Europeu não pode estar a 80 por cento.
Patrício não jogou um minuto na Roma desde meados de fevereiro, Pepe não jogou um minuto no último mês e ainda ontem ficou de fora da final por não estar apto, Diogo Jota jogou 138 minutos nos últimos três meses e zero no último mês, Pedro Neto esteve em campo 12 minutos nos últimos dois meses e Otávio e Rúben Neves jogam há um ano num campeonato de 3.ª linha. Estarão acima dos 80 por cento que o sempre simpático Roberto Martínez anunciou a 15 de novembro do ano passado? Não me parece. Posto isto, tragam lá o caneco! E democratizem um pouco mais os vencedores de Europeus: Alemanha e Espanha, 3; Itália, França e… Portugal, 2; União Soviética, Checoslováquia, Países Baixos, Dinamarca e Grécia, 1."

Iniciados - 15.ª jornada - Fase Final

Benfica 8 - 0 Santarém
Magalhães, T. Rodrigues(2), Almeida, Ferreirinha(3), Vieira


Ontem escapou-me a crónica deste jogo, os putos não mereciam!!!
Estamos a 2 pontos da revalidação do título, e ganhámos de goleada gorda, contra um adversário que até tem feito uma Fase Final interessante!!!

PS: Os nossos Juvenis B, venceram o Nacional da II Divisão! Antigamente, os Juvenis de primeiro ano, jogavam os Distritais e ficavam por aí, nos últimos anos, têm se realizado uma Finalíssima entre as duas principais Associações... E esta época, numa Final a duas mãos, contra os Corruptos, vencemos 0-2 na 1.ª mão fora, e assim o empate (1-1) no Seixal, chegou para sermos Campeões!