sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Angelito, El Fideo


"Chegou tímido e franzino em 2007 e, quase 20 anos depois, superou a sempre notável marca de 150 jogos com o manto sagrado ao peito. Ángel Di Maria chegou à Luz como um talento esperado e vai sair da Luz como um talento consagrado. Eu seria um rapaz eternamente feliz se sentisse essa emoção de representar o Benfica por uma única vez, quanto mais 150 vezes. E a verdade é que o Di Maria pareceu invariavelmente sorridente em cada ocasião em que vestiu a nossa camisola. Mesmo nos momentos adversos, o pé esquerdo com a bola ali colada mostrou um sorriso rasgado a quem para ele olhava. Como se estivesse a posar para uma fotografia. Não deixa de ser frustrante saber que um pé consegue ser mais fotogénico do que eu, no entanto, convivo bem com esta realidade. Até porque se trata de um pé responsável por boa parte da minha felicidade ao longo dos últimos 6 meses.
Aos 35 anos, a caminho dos 36, penso que o preconceito da idade diz muito mais acerca de quem o manifestou do que sobre o craque argentino. As exibições, a influência direta nos resultados e na qualidade de jogo da equipa revelam sem qualquer sombra de dúvidas que o regresso do Di Maria a cada foi uma aposta ganha. Para os adeptos, para os colegas, para o treinador, para o presidente, para todos. Menos para os adversários, claro. Se o meu emprego exigisse de mim roubar uma bola dos pés do Di Maria, seria muito provável que, ao invés de estar a escrever este texto, estivesse a escrever uma carta de despedimento. Fala-se imenso de substituição de algumas profissões pela inteligência artificial, mas esta função parece-me que nem sequer a IA será capaz de resolver."

Pedro Soares, in O Benfica

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