Penalizados pela ineficácia


"O Benfica empatou, sem golos, na visita ao Moreirense. Com mais oportunidades de golo criadas, os encarnados não alcançaram o resultado pretendido. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Desfecho injusto
Para Roger Schmidt, "o problema é muito claro... Tens de marcar, se queres ganhar um jogo". "Tivemos algumas chances para marcar, mas, no final, não marcámos. Queríamos vencer. No final, tivemos mais oportunidades para marcar golos. Podíamos ter vencido o jogo", analisa o técnico.
Sobre o Campeonato, o treinador do Benfica salienta que há muito por jogar: "A época é uma corrida longa, não é um sprint, por isso, às vezes, em semanas como estas, se não marcamos, temos de aceitar que é apenas um empate. Na sexta-feira [receção ao Farense, relativa à 13.ª jornada da Liga Betclic], temos a próxima chance de vencer um jogo."

2. Faltou um golo
António Silva no confronto Moreirense vs. SL Benfica António Silva realça a forma como a equipa lutou pelo resultado desejado e lamenta a infelicidade na finalização: "Tivemos algumas oportunidades na primeira parte que não concretizámos, e fomos para o intervalo com o intuito de na segunda parte tentar fazer golo e não sofrer. Estávamos equilibrados atrás, mas não foi possível. Tentámos de tudo até final. Queríamos ganhar, mas não foi possível."

3. Excelente prestação
Samuel Barata fez, em Valência, a terceira melhor marca portuguesa de sempre na maratona (2:07:35 horas) e obteve os mínimos para os Jogos Olímpicos.

4. Resultados
Houve quatro equipas femininas do Benfica em ação. No andebol, visita ao Juve Lis e vitória por 28-35. Em futsal, o Benfica goleou, por 0-9, no reduto do Águias Santa Marta. Em basquetebol, derrota na Luz com o União Sportiva (61-81). E, em voleibol, triunfo, por 0-3, no Castêlo da Maia.
No futebol de formação, os Sub-17 ganharam por 4-0, ao Marítimo.

5. Agenda
Amanhã, terça-feira, o Benfica tem uma deslocação à Suécia para defrontar o IFK Kristianstad em andebol a contar para a fase de grupos da EHF European League (17h45). Os Sub-23 de futebol visitam o Farense (13h00)."

Schmidt em bom português e o Absurdistão cá do burgo


"O alemão tem sentido a pressão sobretudo no momento do confronto com os jornalistas, mas isso será mesmo sinal de que está perdido?; é justo pedir a cabeça de um campeão tão cedo na temporada?

O homem não é perfeito. Logo, não há treinadores perfeitos. Se mesmo Guardiola, talvez o melhor que até agora a História do jogo viu, tem as suas debilidades, que provavelmente nunca resolverá por completo por mais equações que invente e reformule, o que dizer dos outros?
Como todos os pares, Roger Schmidt não é perfeito, tenhamos isso, desde já, bem claro. Está, se quisermos aprofundar o tema, muito mais longe da perfeição do que outros, caso contrário estaria num país onde provavelmente a língua em que se dirige aos jornalistas seria tudo menos tema.
Quem analisou o seu passado, sabe que quando o alemão chegou à Luz ainda perseguia a melhor versão de si mesmo. Diziam-no os escassos títulos e o equilíbrio ainda não encontrado em campo.
No Benfica, começou por correr bem, talvez até bem demais. Acertou nas peças em que tinha de acertar, viu coisas que ninguém tinha visto (Chiquinho como médio-centro, por exemplo), fez apostas que nenhum outro tinha feito (João Neves e Gonçalo Ramos, neste caso de uma forma mais efetiva) e, se é verdade que acabou com uma margem curta, as águias passaram de um terceiro lugar distante dos rivais para um título de campeão e uma boa prestação na Liga dos Campeões.
Mesmo assim, houve gente insatisfeita, só capaz de olhar para os defeitos. É difícil dizer que tenha acabado a temporada em estado de graça. Se o teve em algum momento perdeu-o com a derrota diante do FC Porto e com o que aconteceu depois.

A Europa que penaliza a falta de consolidação
Nesta época é na Europa, precisamente, que tem falhado. Não se esperava tão pouco, mas é precisamente aí que mais se penalizam estruturas por consolidar, o tempo de reconstrução que não se conseguiu encurtar com um bom mercado.
Na Liga, é 1.º, seja a curto ou a longo prazo, já bateu dois dos três rivais, ganhou a Supertaça. Vai ser campeão? Não sei, porém também não é claro que não o será. Quando todos apontavam o descalabro, sobreviveu. E, sobretudo, e é o que mais valorizo concorde ou não com o processo e algumas das suas decisões, já se reinventou várias vezes, sem que com isso tenha perdido a identidade. Está perdido? Pode nunca encontrar uma solução que o mantenha vencedor, mas tenho dúvidas de que o esteja. Melhor, estará a reagir mal à pressão no contacto com os jornalistas, contudo a maior parte das decisões mantém a linha anterior.
É verdade que neste país tudo é volátil, mas pensar-se na cabeça de Schmidt antes de um dérbi, mesmo que o perdesse, é surreal. Pensar-se agora depois de um nulo em Moreira de Cónegos continua a sê-lo. Temos tantos exemplos de treinadores que estiveram épocas sem nada ganhar, inclusive por cá, que agora até se cai em cima de quem já ganhou quando se veem fragilidades. É só estranho para mim? Vivemos numa espécie de Absurdistão.
É verdade, peço desculpa aos fervorosos críticos! Schmidt podia ter aprendido português. Não o fez e tornou-se novo escândalo nacional. O alemão podia ter feito o que fez Guardiola ou o que faz sempre Mourinho. Ou até Roberto Martínez. Apresentava-se já a falar na língua do país para onde vinha trabalhar. É uma opção. Nem todos têm essa apetência. Melhoraria a comunicação com a Imprensa? Tenho dúvidas. Ou achamos que a sua irascibilidade de fácil detonação, que os resultados positivos foram camuflando e que não é novidade nem nele nem nesta Liga, naquela célebre rábula do «é do Sporting ou do FC Porto», teria sido menor falta de respeito para os jornalistas se tivesse sido em português?
Melhoraria a comunicação com os jogadores? Não necessariamente. É uma forma de respeito pela cultura e pelo país? Talvez sim, mas há tantas outras formas de o demonstrar. É, de certeza, uma forma de cair no goto, começar a ganhar pontos junto da Imprensa. Preparar o futuro. E, mesmo assim, olhe-se para o tempo que o selecionador nacional teve de resistir a críticas. Talvez haja mesmo quem ainda não esteja convencido, mesmo depois de ter caído o recorde na fase de apuramento.
Falar português não é uma questão de respeito, é sim, mais uma vez o politicamente correto, que para mim vale pouco. Se o técnico o tivesse considerado necessário já há muito o teria aprendido, ou estaremos todos a esquecer que ele não está a usar a língua materna para comunicar?

Mercado a apontar para a rotação e não para real reforço
Vem aí o mercado, e o Benfica terá de ser mais assertivo do que nunca, já sem o fôlego que os prémios de uma Liga dos Campeões poderiam ter dado. O que tem transpirado não faz perspetivar para já mais do que dar um pouco mais de profundidade ao grupo, o que poderá parecer pouco face ao momento de alguns jogadores – Rafa, joga sempre e cada vez menos, define ainda pior quando a equipa precisa sobretudo de uma boa tomada de decisão, aproxima-se do final de contrato e, ainda por cima, parece pouco tolerante à crítica dos adeptos – e mesmo Di María – que já vive o drama de querer fazer coisas que a idade não lhe permite – talvez sejam os casos mais flagrantes.
A última crítica, embora recorrente desde a saída de Vlachodimos, apontada a Schmidt é que terá perdido o balneário e que não tem transparecido nas partidas. Não é por correr ou lutar menos que o Benfica tem sofrido, a atitude mantém-se a um nível que o discernimento demora a alcançar.
Não quero dizer com tudo isto que se deve deixar de ser crítico com o alemão. Que se deixe de ser exigente e de se questionar, bem pelo contrário. Apenas que a crítica deve, sim, ser justa. Acho que, nisso, Schmidt também merece respeito."

Luís Mateus, in A Bola

A imensa janela para o verde


"Não, o Benfica não está a crescer, nem sequer está melhor. Continua pálido e sem energia

Não, definitivamente o Benfica não está a crescer. Nem individualmente, nem coletivamente. Viu-se em Moreira de Cónegos que Roger Schmidt está, apenas, a tomar um desejo por realidade. O sonho comanda a vida, mas não é a vida. A dura realidade é que o Benfica continua doente, pálido, sem energia, e se suores tiver, só se for daqueles suores frios que acontecem na debilidade do corpo, porque não há-de ser de correr muito, nem de correr bem. Aliás, tal como a equipa, o seu treinador também não está melhor. A sua falta de sensibilidade para ler o jogo e perceber a própria equipa é confrangedora. Ontem, a dois minutos dos noventa, fez duas substituições e, mesmo assim, correu o risco de acertar com a escolha de Gonçalo Guedes. Acabou a zeros, um pobre ponto conquistado que dá uma liderança provisória. Agora, o Sporting tem uma imensa janela aberta à sua frente para voltar a comandar o campeonato e se tal acontecer, será, em nossa opinião, o lugar certo para a equipa que tem sido, de facto, mais consistente. A ver vamos o que sucederá esta noite, em Alvalade, no jogo com o Gil Vicente.
Alguns leitores, uns quantos amigos e outros nem por isso, inquietaram-se, e disso me fizeram chegar notícia, por, na crónica do jogo Famalicão-FC Porto, não ter referido o lance em que o árbitro António Nobre optou por não assinalar penálti quando Eustáquio anulou, com um braço, um remate perigoso do Famalicão. Que se a grande penalidade tivesse sido marcada, como era devido, a história do jogo seria outra. Precisamente. E é esse o ponto essencial. A crónica do jogo assentou na análise do jogo que foi e não no jogo que poderia ter sido. Noutro local da cobertura sobre o jogo, Duarte Gomes, com todo o seu saber técnico e qualidade de informação, referiu o caso em pormenor. Era, de facto, lance para penálti e poderia, ou não, ter tido influência no resultado. Concordo, mas repeti-lo seria redundante e diminuiria um precioso espaço de análise. Fica a justificação, embora aceite a subjetividade da escolha. Uma coisa é certa. A Bola continua a ter leitores atentos do trabalho dos seus jornalistas. E isso é bom. Bom para o jornal, bom para o jornalismo e, sobretudo, bom para o inconformismo de quem lê e mantém o sentido crítico."

É com votos que se escreve democracia


"PC usou argumentos de mau gosto contra AVB: «se calhar achou que eu ia morrer mais cedo mas ainda vai ter de esperar para ir ao meu funeral»

Os dados estão lançados no FC Porto, e a confirmação da candidatura de André Villas-Boas surge como garantia de que os associados do clube não olharão com indiferença para as eleições de abril.
Ultrapassadas as Assembleias Gerais, há conclusões que podem ser, desde já, retiradas. Na primeira, que visava uma alteração estatutária que iria alterar profundamente as regras do jogo, os associados mobilizaram-se aos milhares (5000 segundo as crónicas) e a reunião magna acabou por ficar marcada por incidentes graves que fizeram que nada ficasse como dantes. De tal forma que o Conselho Superior solicitou, e o presidente da mesa da AG aceitou, que a proposta fosse retirada e uma nova AG, entretanto agendada, acabasse cancelada. Na última semana, uma nova reunião magna para votar as contas desastrosas do clube, que teve cerca de 900 participantes, decidiu aprovar com 53 por cento de votos a favor o que estava em cima da mesa. Na altura, Villas-Boas teve oportunidade de, pela primeira vez e de viva voz, criticar frontalmente a gestão de Pinto da Costa, trazendo o duelo de abril de 2024 para outro patamar. E a prova de que isso aconteceu foi dada por Pinto da Costa, que atacou o treinador do triplete de 2011 com uma virulência até agora calada, usando, inclusivamente, argumentos básicos e de profundo mau gosto como «se calhar achou que eu ia morrer mais cedo, mas ainda vai ter de esperar para ir ao meu funeral».
Pelo andamento desta carruagem azul e branca, até abril haverá um aumento de crispação entre as candidaturas e uma tendência crescente para a bipolarização, o que deixa os restantes elementos desta equação (Nuno Lobo, que garante ir candidatar-se e que teve 4,91 por cento dos votos em 2020, e José Fernando Rio, que chegou aos 26,44 por cento nessas eleições, mas poderá nem ir agora a votos) numa posição delicada. Vejamos, segundo o artigo 53 dos estatutos do FC Porto, vencerá as eleições quem obtiver o maior número de votos, sem necessidade de maioria absoluta (como sucede, aliás, com Benfica e Sporting), o que num quadro de bipolarização entre Pinto da Costa e Villas-Boas que se antevê, dará uma importância acrescida a quem possa corporizar uma terceira via, que tire potenciais votos a um ou a outro. É também neste tabuleiro político que muitas peças serão mexidas..."

O Proença que só o próprio vê


"A nomeação de Pedro Proença para a presidência das Ligas Europeias, que acumulará com a Liga Portugal e com a provável candidatura à liderança da Federação Portuguesa de Futebol, tem sido vendida pelo próprio e pela sua entourage como prémio por um alegado «excelente trabalho» feito no futebol português nos últimos anos. Percebe-se a tentativa de aproveitamento político, todavia estaremos todos conscientes de que não passa disso mesmo, certo? Ou, então, o nível de exigência que Proença tinha consigo mesmo nestes três mandatos era demasiado baixo.
É hoje o futebol português enquanto espetáculo melhor do que há oito anos, quando Proença venceu pela primeira vez as eleições? É a Liga mais competitiva não só entre as suas fronteiras como também quando comparada a diferença para as Big Five? Estão os clubes portugueses mais fortes na Europa? Consegue o campeonato seduzir mais talento e retê-lo durante mais tempo? Angaria cada vez mais telespectadores lá fora? Têm os estádios mais gente? Há menos ruído e controvérsia? É a justiça desportiva mais célere e eficaz? Estão os clubes mais sustentáveis financeiramente? Se 90 por cento das respostas a estas questões for positiva o trabalho da Liga é «extraordinário». Com metade, podemos catalogá-lo como «bom». Uma única resposta com um sim, mesmo hesitante, já dá um «medíocre» esforçado.
Só que para tudo isto ou quase, a resposta é não. Em algumas questões, o jogo por cá até estará pior. É claro que as respostas dependem sempre das perguntas e, nesse sentido, talvez Proença e os seus pares façam as erradas. Se assim é será importante que as revejam, já que não haverá grandes dúvidas de que estas são as fundamentais para o futebol português, e não aquelas que se respondem com contas positivas do organismo e poucas chatices nas AG."

És do Sporting ou do Porto?


"Aos jornalistas é inatacável, hoje e sempre, a sua liberdade de imprensa

Roger Schmidt resolveu, após o Benfica-Sporting, ganho contra dez jogadores e já nos descontos, questionar o profissionalismo de um jornalista da RTP que lhe fez uma pergunta simples e lógica: «Acha o resultado melhor do que a exibição?» O treinador alemão não gostou e perguntou, por duas vezes, se ele era «do Sporting ou do Porto?».
O Sindicato dos Jornalistas e o CNID emitiram de imediato comunicados a criticar as declarações de Roger Schmidt, não só invocando a Liberdade de Imprensa, mas exigindo um pedido de desculpas. No Art.º 38 da Constituição da República Portuguesa pode ler-se que «é garantida a Liberdade de Imprensa», mas as garantias dadas aos jornalistas pela Constituição não proíbem que se lhes façam também perguntas, já que o treinador tem garantida a sua liberdade de expressão.
E aqui começa a luta de liberdades. É por causa da liberdade de imprensa que o jornalista pode questionar. Mas logo à partida o treinador tem a sua liberdade de expressão limitada, já que tem de comparecer na conferência de imprensa e na flash interview - art.º 91 do Regulamento das Competições da Liga Portugal. Se faltar o clube pode ser multado - art.º 87.º-B do Regulamento Disciplinar da Liga.
Após o jogo da Taça de Portugal, entre o Benfica e o Famalicão, o treinador encarnado não foi à sala de imprensa. Esta ausência deveu-se a mais um episódio com jornalistas na antevisão do jogo: a liberdade imperiosa numa democracia levou alguns a combinarem não mais fazer perguntas em inglês a Schmidt. Como o treinador não percebe português e o Benfica não arranjou tradutor, o treinador exerceu a liberdade de expressão ficando em silêncio. Isto, apesar da multa, em si mesma, ser violadora da liberdade de expressão do treinador, já que ficar calado é um direito.
Noutras culturas mediáticas é normal os jornalistas assumirem as suas preferências clubísticas e políticas. Em Portugal os jornalistas preferem apresentar-se como independentes, apesar de todos terem preferências, o que é normal. Nenhuma tradição é melhor que a outra, há vantagens e desvantagens em ambas.
Penso também que trabalhadores estrangeiros que exercem funções em Portugal devem fazer um esforço para falarem a nossa língua, sobretudo os que são figuras públicas. Todos se recordarão da primeira conferência de imprensa de José Mourinho no Chelsea, onde num inglês correto mostrou ao que ia: respeito. Schmidt não fala uma palavra de português e chateado já puxou várias vezes dos galões da sua liberdade de expressão. Aos jornalistas é inatacável, hoje e sempre, a sua liberdade de imprensa. Mas neste caso ninguém colocou, nem tem poderes para isso, em causa as garantias constitucionais da nossa democracia. Não há uma liberdade melhor do que a outra, há apenas liberdade, aquela que me permite dizer que o direito ao golo vai para perguntas inteligentes, para os jornalistas que respeitam a génese da sua profissão e para a liberdade, a de falar e a de ficar calado."

Encontros com a história


"Fala-se da Arábia Saudita e é Ronaldo, os golos de Ronaldo, o efeito Ronaldo, a família de Ronaldo, e todavia há Jesus, Jorge Jesus outra vez, também ele imune ao desgaste do tempo e a fazer mais um trabalho de autor. Lidera destacado o novo campeonato dos milhões e fez do Al Hilal, até agora e mesmo sem Neymar, a melhor equipa do país.
Após o grande duelo do fim de semana, Cristiano Ronaldo e o treinador Luís Castro só falavam de árbitro e VAR. E não se justificava. O Hilal foi melhor que o Nassr e bem poderia até ter ganho por mais. Ainda há muito por jogar, mas à beira dos 70 anos, o que é notável, Jesus luta por fazer história outra vez.
Luís Castro chegou à Arábia depois de ter construído a equipa-milagre no Brasil, transformando um modesto Botafogo em líder surpreendente e até provável campeão. Não era equipa para tanto, mas o português coloco-a no trilho da história com um onze composto de qualidade tática e espírito de grupo. Quando Castro se tentou pela Arábia, o avanço era enorme. Chegou Bruno Lage, lesionou-se Tiquinho e o cenário alterou-se.
Ainda assim, Lage ia amealhando em casa, no Engenhão, os pontos que mantinham os rivais a uma longa distância. Após seis jogos sem derrotas, no entanto, teve outros três sem vitórias (no campeonato) e saiu. A equipa vai agora em dez jogos seguidos sem ganhar e despencou para o quinto lugar, com mais uma mudança de treinador pelo caminho. Lage não teria feito tão mal, de certeza. E assim Abel Ferreira, que já tinha atirado a tolha ao chão, bem pode reforçar a geleira com champagne, na hora de juntar o segundo Brasileiro às duas Libertadores. Na história do Palmeiras já não há melhor.
E não há melhor campeonato que o inglês. No último domingo houve golos e emoção à solta em vários estádios, quase ao mesmo tempo. Foi o 4-3 no Liverpool-Fulham, nos golos fabulosos dos reds e na audácia permanente dos homens de Marco Silva (e do próprio, sempre que mexeu), o 3-3 do Manchester City-Tottenham, no domínio inevitável que é marca de Guardiola mas também na competente exploração de espaço que Postecoglu preparou, mesmo o 3-2 do Chelsea-Brighton, com os de Pochettino desde cedo na frente sem que os de De Zerbi alguma vez desistissem. Na Premier, a história escreve-se todas as semanas.
João Félix decidiu dois jogos importantes em poucos dias e o golo ao Atlético de Madrid tem qualquer coisa de justiça poética, obtido com a classe dos predestinados e a jogar como gosta, mais perto da baliza, e frente ao treinador que, por regra, o mantinha longe dela. Félix é por estes dias “João Feliz”, como bem titulou El Mundo Deportivo, mas no futebol a glória é momentânea e o sucesso verdadeiro é sempre consequência de acumulação, de exibições, golos, resultados. O encontro de Félix com a história depende disso."

Como é impossível responder quase mil comentários, aqui vai!


"1. Ontem fiz quase 900 quilómetros para assistir àquela exibição desastrada. Como escrevi ainda a quente no final do jogo, não se aproveitou absolutamente nada: do banco ao relvado, do relvado ao banco, nem uma mísera nota positiva onde nos agarrarmos. Apenas os adeptos, que então no norte são absolutamente brutais no apoio continuado e incondicional à equipa, estiveram ao nível do que é ser Benfica.
2. Sugiro, porém, cuidado com o seguinte: concentrar a ira toda no Roger Schmidt, achar que o problema está só nele, que tudo se resolve com o seu despedimento compulsivo, é a melhor forma de não resolver nada e ficar tudo na mesma. O próximo treinador - já agora, quem quer o despedimento do Roger Schmidt tem uma ideia de solução imediata para apresentar? - vai sofrer com os mesmos problemas estruturais do clube. À cabeça deles o seu nefasto aburguesamento, que se reflete numa deficiente cultura de vitória, numa dramática ausência daquilo a que sempre designámos por "mística", numa incapacidade de reagir colectivamente às adversidades.
3. Pede-se à SAD uma profunda capacidade de refletir rapidamente, já hoje, sobre os erros e depois, e só depois de estes definidos e listados, se devem apresentar as soluções. Com ou sem Roger Schmidt - a SAD é que tem de saber, não eu que não vivo o dia a dia do clube por dentro, que não vejo treinos nem frequento o balneário -, com ou sem Roger Schmidt, dizia, estamos ainda a tempo de ganhar tudo internamente. Mas é preciso que haja capacidade e coragem para mudar o que tem que ser mudado. Estarei cá para apoiar quaisquer que sejam as medidas."

Falsos equilíbrios!!!

Vermelho...

Falta de compostura!!!



"Nuno "ressabiado" Farinha - o tal que foi corrido por ser "bufo" (ou seja, por desrespeitar a instituição SL Benfica) - acabou de afirmar aos microfones da CNN Portugal que, ao contrário do habitual, o treinador Roger Schmidt foi de fato de treino para o jogo em vez do seu "outfit". Para este sujeito, Schmidt nunca o tinha feito.
Segundo o próprio, esta atitude do alemão é demonstrativo da falta de liderança e de quem não está preocupado com o respeito pelos adeptos. Atitude essa, que inclusive, leva a que os jogadores percam a compostura (como se viu com Rafa, no final do jogo). Mostram uma imagem de desleixo do treinador do SL Benfica.
Se alguém quiser ter mais ideias LUNÁTICAS, chegue-se à frente. Mas alerto que vai ser difícil superar esta... Boa sorte a todos. 😏
Exemplos:
✅ Arouca - Benfica
✅ Varzim - Benfica
✅ Lusitânia - Benfica
✅ Benfica - Famalicão
✅ Midtjylland-Benfica"

A saga continua...


"E assim acaba o fim de semana. Mais 3 pontos para o Calor da Noite, à custa de mais uma arbitragem escandalosa às mãos de António Nobre e Rui Costa (o árbitro no VAR irmão de Paulo Costa, dirigente do Conselho de Arbitragem). Menos 2 pontos para o Benfica, à custa de erros próprios e de mais um erro claro, evidente, premeditado, propositado, repetido de Fábio Melo no VAR. Três actuações como VAR nos tempos recentes, três actuações com erros gravíssimos, sempre a prejudicar o Benfica: Moreirense há 3 anos num jogo em que sonega ao árbitro ângulos do lance de penalti que pediu ao árbitro para reverter, Braga no ano passado para a Taça de Portugal que ditou a eliminação do Benfica e onde deixa um penalti claro por marcar e hoje novamente em Moreira onde deixa passar uma expulsão claríssima a Marcelo, jogador do Moreirense.
De todos estes erros, o Benfica ou o seu Presidente nunca falou publicamente. Depreendemos com isto que o Presidente do Benfica gosta de ser sodomizado e prevê-se por isso que o silêncio continue e que Fábio Melo, um andrade fanático de Valongo, continue livre e alegremente a ser nomeado como VAR para jogos de Benfica e do seu clube do coração.
Deliciem-se com o registo de imagens relativas a António Nobre e à garantia de isenção que o mesmo oferece.
Ou os sócios do Benfica arranjam forma de avançar para eleições antecipadas para, entre muitas outras coisas mas principalmente, evitar a Centralização dos Direitos Televisivos ou o Benfica corre o sério risco de daqui a meia dúzia de anos não existir, pelo menos da forma que sempre o conhecemos. A situação é grave como nunca. O Benfica é saco de pancada de tudo e todos, compete num campeonato encharcado de árbitros andrades e lagartos (aí colocados nos últimos anos pela trupe Fontelas, Bertino e Paulo Costa - não esquecer também o papel fundamental de Bruno de Carvalho ao injectar na arbitragem fanáticos lagartos como Fábio Veríssimo, entre muitos outros) e onde até os comentadores da estação oficial de transmissão de jogos da Liga Portuguesa são fanáticos andrades e lagartos com orientação anti-benfiquista (vide exemplo de Luis É com o Peito Lobo).
(...)"

Um 0-0 pode conter futebol


"Num jogo com uma 1.ª parte frenética e uma 2.ª em que o Benfica não teve ideias para desembrulhar a coesa linha defensiva do Moreirense, o nulo não foi sinónimo de deserto. Mas para os encarnados por ser igual a perder a liderança do campeonato

Poderia dizer Epifânio Companheiro Amigo Palhaço, da querida Herman Enciclopédia, que o golo é o fruto da seiva do amor futebolístico, mas não é só dele que se faz o futebol. Afirmação polémica, dirá o leitor, aceitamos, mas é olhar para a 1.ª parte do Moreirense - Benfica: frenética como poucas, com transições, bolas na barra e muitas ocasiões. Tivesse sido todo o encontro assim e teríamos assistido a um extraordinário jogo de futebol. A seguir ao intervalo desequilibraram-se as forças, mas entre a falta de ideias do ataque do Benfica e a coesão defensiva do Moreirense - 3.ª equipa com menos golos sofridos do campeonato, vale a pena referir - o jogo ficou mesmo por um nulo, um bom nulo, futebolisticamente falando, que deixa os encarnados à mercê do Sporting na liderança.
Um 0-0 pode conter muito futebol e na 1.ª parte o Benfica soube do que é feito este Moreirense, uma equipa taticamente bem definida, direta ao assunto e com talento individual em barda. Mesmo sem Ofori, os primeiro 15 minutos foram de um constante atazanar dos da casa à equipa grande, com as perdas de bola de Florentino ou João Neves a serem transformadas em transições diabólicas. Alanzinho, pequeno gigante jogador, fez o primeiro remate aos 4’ e liderou tantas outras jogadas. Aos 7’, Madson rematou cruzado, muito perto, e logo de seguida à barra. Foram seis remates sem resposta e um golo anulado por fora de jogo. O Benfica sofria.
Vislumbres da reação encarnada só surgiram depois do primeiro quarto de hora. Periclitante na defesa, Florentino teve baliza aberta para marcar aos 16’ mas cabeceou para onde estava virado, que não era a direção certa. Aos 19’, foi Di María a criar perigo. Lá atrás, os ataques rápidos do Moreirense continuavam, a rapidez daqueles jogadores é imensa e Gonçalo Franco liga toda a corrente elétrica. Mas com o Benfica finalmente a conter alguns dos erros que marcaram o início, a balança equilibrou, embora ambas as equipas continuassem obcecadas com a baliza. Coisa que o espectador agradece.
Ao intervalo, Schmidt, tirou Florentino e Neves, responsáveis por parte dos pecados benfiquistas na 1.ª parte, e lançou Chiquinho e Kokçu. O primeiro mal se viu, mas o turco tentou aquilo que o Benfica não conseguiu quase nunca fazer na primeira parte, pelo menos em construção: posse mais fluida e mais para a frente. Conseguiu a espaços, num jogo que, com a normalidade a que nos subjuga o nosso futebol, começou a pender mais para o líder, para a equipa grande.
Ainda assim, por muito que Schmidt continue a bater na tecla do “top performance”, este Benfica padece há muito de falta de soluções, de criatividade. Fora um lance de Di María aos 49’, após insistência de Tengstedt, e do golo anulado a João Mário aos 72’, na única jogada verdadeiramente ligada que os encarnados conseguiram, o Benfica teve sempre imensas dificuldades em entrar na coesa linha defensiva do Moreirense, que teve em Maracás um líder de respeito.
Um pouco mais à frente, Gonçalo Franco deixou as tarefas de lançador para se embrenhar num trabalho intenso de roubo de bolas, é um médio completíssimo que não deverá ficar muito mais tempo por Moreira de Cónegos, assim alguém tenha olho. O Moreirense continuou a tentar a sua sorte no contra-ataque, ainda provocou um calafrio aqui e outro ali, mas depois daqueles primeiros 15 minutos de excelência a equipa pareceu cansada no 2.º tempo, tal o trabalho hercúleo na defesa que foi obrigada a fazer.
Com tudo isto, o jogo ficou menos interessante, menos entretido. Passou a ser uma dura peregrinação de paciência dos encarnados, mas sem imaginação não há fé que “o golo vai aparecer” que valha. O ponto é um pequeno prémio para a equipa da casa, que na 1.ª parte mostrou que queria mais do que isso, mas que leva de consolo o 4.º jogo consecutivo sem sofrer, o que também é obra. E o Benfica fica agora à mercê do Sporting no topo da tabela."