quinta-feira, 5 de outubro de 2023
Ano de tudo ou nada!
"Mais um exemplo básico do modus operandis do crime organizado do norte!
Mais uma tarja de intimidação aos árbitros colocada no centro de estágio dos mesmos na Maia.
É vergonhoso que a liga, federação, CNID, secretário de estado do desporto, APAF não coloque mão nisto e os pontos nos is!
Isto não pode continuar assim, é preciso mão pesada para estes criminosos, são 42 anos deste esquema miserável!
BASTA!"
Vamos por partes, porque foi isso mesmo que aconteceu.
"Inter 1 - 0 Benfica
Na primeira equilibramos os acontecimentos, jogamos com personalidade e mesmo com a saída de Bah por lesão a equipa continuou coesa, sem criar lances de perigo é um facto, mas coesa e até com algum ascendente em matéria de posse de bola em relação ao Inter.
Na segunda parte um descalabro, muito derivado aos índices físicos, Kokcu muito lento na reação quer com a bola no pé, quer ao choque, ninguém com discernimento para fazer dois três toques seguidos s um Inter que chegou a ser sufocante em alguns períodos do jogo, a partir do lance do golo, um lance que foi a imagem do desnorte naquele período, bola perdida a meio campo, saída em contra ataque do Inter cruzamento atrasado e golo…a partir daí valeu Trubin, antes já o poste e a barra tinham ajudado.
Se Schmidt leu bem o Inter no esquema inicial, revelou lentidão na decisão quando o Inter tomou conta dos acontecimentos e se percebia que alguns jogadores já não estavam em jogo…Di Maria gosto muito de ti…mas até o Messi senta no mocho, o mesmo se aplica ao Neres que decidiu sempre mal e em quem a bola parecia ter picos…mas isso foi mal geral.
Melhor em campo, Trubin, seguido de João Neves, este não sabe jogar mal por isso é complicado não estar sempre entre os melhores.
Nada está perdido, está complicado, mas nada está perdido, temos que ir tirar contos ao principal rival no grupo que é a real Sociedad, são dois jogos decisivos.
Vamos Benfica!!"
Cadomblé do Vata
"FC Internazionale Milano 1x0 SL Benfica
1. Estou fartinho de perder em San Siro... estou capaz de me candidatar a presidente da Câmara de Milão só para revogar a decisão de não demolir aquilo.
2. Entramos sem ponta de lança a apostar na velocidade dos extremos no contra ataque... fui só eu a sentir o cheiro bafiento a FC Paços de Ferreira do José Mota?
3. E o Morato com uma bola debaixo do braço, a discutir com o fiscal de linha nos descontos da 1a parte, enquanto o FC Inter seguia jogo? Isto deu na minha televisão, não sei se passou também na da namorada dele.
4. É confrangedor ver o SLB ir ano após ano para a Champions com equipas constituídas por jogadores sem qualquer dimensão física faz-me lembrar a insistência dos americanos em construir casas de madeira em zonas anualmente assoladas por furacões.
5. Depois de ver o SLB dar 20M pelo Arthur, ontem ouvi Rui Costa dizer "sou fiorentino"... e ainda há gente que proclama aos sete ventos que "o futebol não tem lógica"."
O encolher que não resistiu ao vendaval do Inter: o que dizem os números sobre as (muitas) dificuldades do Benfica na segunda parte em Milão
"Depois de um primeiro tempo de pouco perigo em ambas as balizas, o recomeço trouxe uma equipa de Roger Schmidt que não soube lidar com a maior agressividade italiana, vendo o adversário somar oportunidades atrás de oportunidades, mesmo no período de maior posse de bola dos encarnados. Só na segunda parte, o Benfica encaixou mais remates do que no total de qualquer outro jogo feito esta época
Dividindo o Inter-Benfica em seis períodos de 15 minutos cada, em mais nenhuma fase do encontro as águias tiveram tanta posse de bola como entre os 61' e os 75', quando chegaram aos 70%. No entanto, em sentido oposto, aquele foi o momento de maior assédio à baliza de Trubin, quando os campeões nacionais perseguiam sombras, acumulavam incertezas e viam os italianos construir situações para uma vitória robusta.
Os golos esperados medem a probabilidade de um remate dar golo, atribuindo-se um valor entre 0 e 1 a cada disparo. Uma finalização a uma distância maior da baliza terá uma probabilidade menor do que outra feita de uma zona mais próxima, um tiro com a cabeça terá um valor menor do que um com o pé, variando também caso o atacante esteja ou não pressionado, por exemplo. E os xG (de expected goals) ajudam-nos a detetar os apuros dos visitantes naquele altura.
Recorrendo aos dados da Driblab Pro, empresa especializada em estatística avançada, notamos que, entre os 61' e os 75', quando o Benfica dominava a bola, o Inter reinava nas hipóteses de marcar, com 1,3 golos esperados para zero dos portugueses. No total, os homens de Simone Inzaghi tiveram 4,0 xG, o que evidencia como a derrota pela margem mínima foi um desfecho bem simpático para o conjunto de Roger Schmidt.
Na primeira parte, o cenário até denotou algum equilíbrio, com 0,5 golos esperados para o Inter e 0,3 para o Benfica. No entanto, o desequilíbrio foi evidente no segundo, quando só depois dos 80' foi Sommer incomodado, através de Arthur Cabral e João Neves.
Incapaz de criar perigo, o Benfica foi-se encolhendo em campo. A ideia de Roger Schmidt, sem um ponta de lança de raiz e apostando na mobilidade de David Neres, não trouxe muita agressividade atacante. O brasileiro, à semelhança de Rafa Silva e Di María, saiu do bairro de San Siro sem qualquer tiro enquadrado com a baliza adversária.
Os 17 toques na área adversária que o Benfica realizou foram o valor mais baixo da época — o anterior mínimo era os 24 contra o Boavista, quando a expulsão de Musa deixou a equipa com 10 jogadores desde os 51'.
Apesar da falta de chegada à baliza, na etapa inicial houve alguma capacidade para manter a ameaça longe de Trubin, ativando os médios em posse. O mapa de passes do primeiro tempo dado pela Driblab Pro, com o posicionamento médio dos toques dos jogadores, mostra laterais e centrocampistas assomando à metade ofensiva.
Nos primeiros 45', João Neves, Aursnes ou Orkun Kökçü tiveram algum protagonismo na circulação. O passe de Otamendi para o jovem algarvio, que ocorreu em nove ocasiões, foi a terceira associação que mais se deu, em igualdade com a ligação de Bernat para o todo-o-terreno norueguês. João Neves solicitou Di María em seis ocasiões, por exemplo.
Na segunda parte, com o Benfica a ter de lidar com as constantes investidas do Inter, os médios foram desaparecendo da circulação. A única associação que não envolveu um defesa ou um guarda-redes a repetir-se em mais de quatro ocasiões foi a de Otamendi para João Neves, que se verificou uma mão-cheia de vezes.
Com o Benfica mais recuado, o Inter voou. Dumfries e Dimarco aproximaram-se da área, Barella foi-se encostando aos atacantes. Na primeira parte, as sete trocas de passes mais recorrentes nos nerazzurri foram todas envolvendo o guarda-redes, os três centrais e os dois laterais. No segundo tempo, a que mais se viu foi entre Barella e Lautaro Martínez e a quarta mais repetida envolveu Mkhitaryan e o médio da Sardenha.
Sem presença ofensiva, o trio de atacantes irrequietos que Schmidt lançou também não se destacou na pressão: Rafa saiu do Guiseppe Meazza sem qualquer interceção, corte ou recuperação de bola; Di María e David Neres somaram, cada um, uma interceção e uma recuperação, mas nenhum corte.
Dos cinco remates que o Benfica permitiu no primeiro tempo passou-se para 16 tiros feitos pelo Inter na segunda parte. Quer isto dizer que, só na etapa complementar, as águias enfrentaram mais disparos do adversário do que na totalidade de qualquer outro jogo desta época, quando os oponentes andaram entre um total de sete e 12 remates efetuados.
Ao décimo duelo do clube da Luz nesta época chegou a terceira derrota. Desde 2015/16, quando o conjunto então de Rui Vitória perdeu três dos sete primeiros compromissos, que o Benfica não precisava de efetuar tão poucas partidas para perder três vezes. Na época passada, Roger Schmidt só somou esta quantidade de desaires em 47 jogos."
Milão, a casa dos horrores do sonho Internazionale do Benfica na Liga dos Campeões
"Tal como na época passada, as águias não foram felizes na visita ao Giuseppe Meazza, perdendo por 1-0 e complicando as contas do apuramento. Schmidt apostou num ataque com Neres, Rafa e Di María, mas o Benfica pouco perigo criou e ainda viu uma grande exibição de Trubin evitar uma derrota mais expressiva
Não voltes a um local onde foste feliz, costumam dizer. No caso do Benfica — e do futebol português em geral —, o conselho deveria ser não regressar a um estádio onde se tem sido infeliz. Mas a sabedoria popular ainda não combate o que ditam os sorteios.
No primeiro semestre de 2023, FC Porto e Benfica foram eliminados da Liga dos Campeões pelo Inter de Milão, caindo aos pés do clube da Lombardia. Agora, em nova edição da maior prova continental, a visita ao Giuseppe Meazza trouxe mais problemas e amarguras, novas desilusões e complicações, não em formato definitivo, porque não está em causa uma eliminação, mas empacotadas num complicar da situação na competição.
Afirmar, no contexto de uma derrota por 1-0, que o melhor jogador em campo foi o guarda-redes da equipa que perdeu traça logo um retrato ao que foi a partida. Não fosse a enorme exibição de Trubin, que causará pesadelos a Lautaro Martínez, e a margem mínima teria sido bem mais alargada. Frágil atrás e pouco consequente à frente, o Benfica passa a caminhar sem margem na Liga dos Campeões, com zero pontos após duas jornadas. O duplo duelo que se avizinha contra a Real Sociedad será fundamental.
Na Milão que viu Rui Costa e Luís Figo brilharem — e ambos estavam nas bancadas —, Schmidt lançou um onze com novidades. Bernat estreou-se pelo Benfica, ocupando o lado esquerdo da defesa para permitir o regresso de Aursnes às deambulações pelo meio-campo, ataque e por todos os espaços que o norueguês pisa. Na frente, não havia um ponta-de-lança de raiz, mas Neres como homem mais adiantado, secundado por Rafa e Di María. O resultado prático foi a escassez de futebol ofensivo, só havendo um assalto à baliza de Sommer nos derradeiros minutos.
Num primeiro tempo em que o Benfica se aproximou da baliza adversária, a melhor situação foi do tal todo-o-terreno que voltou a arrancar da esquerda do meio-campo. Aos 13’, após um lançamento de linha lateral de Bah, Aursnes aproveitou a inexistência de fora-de-jogo para obrigar Sommer a defesa apertada. Pouco depois, Bah deu uma má notícia a Schmidt: o dinamarquês, que vem tendo de lidar com problemas físicos, saiu por lesão. Para lateral-direito entrou Tomás Araújo, que até esta noite só fizera seis minutos na época.
Os visitantes apostavam nos ataques rápidos, lançando as flechas na frente, mas raras vezes apanhavam os locais desequilibrados. A tentativa durou 68’, quando, já em desvantagem, Musa substituiu o apagado Rafa.
O Inter, com o 3-5-2 tão do agrado de Simone Inzaghi, confia nos passes-míssil de Çalhanoğlu, o turco que com Roger Schmidt, em Leverkusen, jogava mais adiantado mas que agora é regista, organizador à frente da defesa. Aos 11’, colocou a bola na cabeça de Dumfries, que atirou por cima.
Nos primeiros 40’, faltou veneno e intenção ao ataque dos locais. Mas, a partir daí, o Inter deu asas a Dumfries, o lateral mentiroso que galga pelo campo até invadir a área, e Barella, o homem da Sardenha a quem chamam Radiolina, alcunha que se deve à tendência do médio para não se calar em campo, qual estação de rádio. No final do primeiro tempo, Barella testou a atenção de Trubin e, no início do segundo, Dumfries, no segundo poste tão do seu agrado, cabeceou a roçar o 1-0.
Copiando o que se vira nos quartos-de-final da temporada passada, as subidas de Barella foram um pesadelo para o Benfica. Aos 55’, chegou à linha final e solicitou Lautaro Martínez, que acertou na barra. Logo a seguir, o argentino voltou a beijar o ferro, desta feita o poste direito.
A promessa de golo interista foi cumprida aos 62’. Barella e Dumfries dão dimensão ao ataque do Inter, alargam-no, projetam-no, oferecem metros e perigo à equipa. O primeiro lançou o segundo, que assistiu Marcus Thuram para o 1-0.
O Benfica parecia KO, qual pugilista encostado às cordas, sofrendo para continuar na discussão do combate. Sem soluções ofensivas nem acerto defensivo, valeu às águias o desacerto de Lautaro Martínez, que, ao ver Otamendi, deve ter querido imitar a sua versão do Mundial do Catar, quando parecia empenhado em desperdiçar assistências de Messi umas atrás das outras. Quase de rajada, o argentino viu o seu compatriota, primeiro, e Trubin, depois, negarem-lhe claras ocasiões para o 2-0.
O Benfica ainda viu Di María sair com queixas físicas e lançou os pontas-de-lança com que não iniciou a partida. Aos 83', Arthur Cabral teve uma oportunidade para se estrear de encarnado, mas atirou ao poste.
Nos instantes finais, o coração de João Neves foi, como tem sido habitual, o órgão que liderou a reação da equipa, o espírito competitivo que sai daquele jovem para se alastrar ao resto da equipa. Nos descontos, o médio que se agiganta quando luta por bolas no ar teve uma derradeira tentativa para o 1-1, mas Sommer agarrou o seu cabeceamento. Antes, Trubin ainda voltou a negar o golo a Lautaro.
Tal como noutras ocasiões do passado recente, o Benfica sai de um embate de máxima exigência com a sensação de que o plano estratégico de Schmidt não terá sido o melhor. Sem perigo em ataque posicional ou transição, a resistência de Trubin foi quebrada à base de tantas tentativas italianas (21 tiros do Inter, contra seis das águias). Para esquecer o pesadelo de Milão e continuar o sonho Internaziole, será preciso o melhor Benfica contra a Real Sociedad."
Benfica sem estofo Europeu... ... Valeu-nos São Trubin!
"Inter 1 - Benfica 0
Boa entrada no jogo, sem medo, em cima deles.
Aursnes podia ter adiantado o Benfica. Grande defesa de Sommer.
Lesão de Bah, vamos Tomás!
Temos mais posse mas não estamos a criar perigo.
Penalti sobre o Neres, derruba-o no gémeo, e o VAR? A dormir na forma, pkp.
Árbitro de critério largo, dizem. Mas mais largo para o Inter, ou é impressão minha?
Boa atitude da equipa.
Empate justo ao intervalo.
Fdx que o Inter veio para a segunda parte diferente e a bola anda muito na nossa área. Perigo atrás de perigo, bola na barra, Trubin a aparecer.
Bola no poste e depois vai milagrosamente parar ao Trubin. Não conseguimos ter bola. Fdx Schmidt, mexe na equipa, faz qualquer coisa!
Golo deles, estava a adivinhar-se...
E eles não param! Com sorte não somos goleados. Parecemos júniores a jogar com séniores. Não saímos do nosso meio campo, não ganhamos uma segunda bola. E o Florentino, porra?
Trubin a sobressair como o melhor do Benfica, com defesas incríveis a evitar a goleada.
Fim do pesadelo.
GANHAR AO ESTORIL!"
O que é que o Benfica não tem
"Quando chegou à Luz, há pouco mais de um ano, Roger Schmidt surpreendeu pela velocidade com que deu com a tecla da equipa, encontrando os executantes ideais para o tipo de futebol que queria praticar. Ao Benfica foi estendido um tapete vermelho, que pisou de sucesso em sucesso, até garantir um avanço confortável no Campeonato e a vitória num grupo Champions onde também estavam PSG e Juventus.
E o que é que os encarnados faziam de especial, que explicasse a lua de mel que a equipa passou a viver com os adeptos? A defender, compromisso total, a começar no ponta-de-lança e a acabar no guarda-redes; a atacar, uma verticalidade trabalhada desde o primeiro dia, de olhos postos na baliza contrária.
Ao longo da época houve apenas uma fase periclitante, que coincidiu com quatro jogos malditos para Schmidt – os dois com o Inter, a derrota caseira com o FC Porto e tropeção em Chaves – mas a equipa foi a tempo de recompor-se e celebrar o 38.º título nacional da sua história no Marquês.
Na temporada em curso, com reforços sonantes como Ángel Di María e Kokçu, tudo parecia indicar que a equipa evoluiria em qualidade e teria mais e melhores soluções de banco para mexer com o jogo. Porém, aquilo que se tem visto no Benfica, passa por uma crise de identidade, como se tudo o que foi aprendido em 2022/23 tenha sido esquecido, ao mesmo tempo que os novos ensinamentos ainda não frutificaram.
A isto há também que acrescentar que a influência que Gonçalo Ramos tinha do ponto de vista defensivo (e não só, mas fiquemo-nos por aqui) e Alex Grimaldo, na ótica atacante, não foi colmatada, começando muitas das brechas do atual Benfica precisamente por aí.
Porque ninguém duvidará de que a equipa da época passada era bem mais fiável do que o conjunto deste ano.
Ao Benfica desta época falta equilíbrio defesa/ataque.
Indo direito ao assunto, se Ángel Di María, pela genialidade que aporta, é indiscutível na equipa, então haverá que contar com uma participação defensiva de menor intensidade, que deve ser compensada por uma nova dinâmica. E se Musa ou Arthur Cabral não são capazes de entregar, também defensivamente, aquilo que Gonçalo Ramos entregava, logo será necessário repensar a forma de jogar.
Identificados estes handicaps, valerá a pena falar do duplo pivot, nesta altura formado por João Neves e Kokçu. Por mais que cada um deles jogue bem (embora o turco ainda não desenvolva o que seria de esperar), os dois juntos não dão nem equilíbrio à equipa, nem proteção à defesa, ficando a anos-luz do que faziam, há precisamente um ano, Florentino e Enzo Fernández.
Este será mais um ponto a merecer reflexão cuidada de Roger Schmidt, porque se mudaram os intérpretes, e os novos solistas apresentam outras características, então o modelo de jogo também deverá ser repensado.
Embora as hipóteses europeias do Benfica tenham ficado comprometidas pelas duas derrotas iniciais (ainda há 12 pontos em disputa), no Campeonato, objetivo número um, especialmente nesta temporada que apura o campeão para a Liga dos 100 milhões, os encarnados estão na corrida, e já derrotaram um rival direto. Mas se não encontrarem o devido e necessário equilíbrio como equipa não sobreviverão a uma prova de regularidade, onde todos os jogos, contra grandes e pequenos, valem todos três pontos.
DESTAQUES
«Na época passada, o equilíbrio era o principal trunfo do Benfica. Na temporada em curso é o seu pior defeito»
«O Campeonato, que este ano apura o campeão para a Liga dos 100 milhões, ganha-se com regularidade, já que todos os jogos, contra grandes ou pequenos, valem os mesmos três pontos»"
O bom gigante e o gigante bom
"Ganhar na Alemanha não é coisa de que o futebol português se possa gabar muito...
Em Berlim, nem o alemão Robin Gosens, que tanto cabo deu de Portugal no Euro-2020 jogado, por causa da pandemia, em junho de 2021 (lembram-se?, levámos 4-2 dos germânicos…), nem os dois golos do poderoso Becker, nem o experiente italiano Bonucci e muito menos os segredos eventualmente contados sobre o Braga pelo português Diogo Leite (que já jogou pelos guerreiros) foram suficientes para impedir a extraordinária vitória com que o SC Braga saiu de Berlim, imperial e lindíssima capital da Alemanha unificada.
O sucesso dos minhotos (terceiro triunfo fora de casa num total de 14 jogos já realizados em três presenças na fase de grupos da Champions) foi ainda mais notável pela épica reviravolta num resultado que lhes era tão desfavorável aos 37 minutos de jogo.
Não foi, pois, apenas uma vitória; foi o reencontro do SC Braga com o sucesso na fase de grupos da grande competição de clubes, que lhe fugia desde outubro de 2012 (fez agora, precisamente, onze anos), quando ganhou pela última vez, então também longe de Braga, na distante Istambul, com aqueles 2-0 ao Galatasary, na segunda vez que os guerreiros jogaram neste grande palco europeu.
De então para cá, o SC Braga somou cinco derrotas, já incluída a desta edição, em casa, aos pés do Nápoles, há 15 dias, e por isso foi tão intensa e justificadamente festejado o sucesso de berlim (grande golo o de Bruma!), frente à equipa-sensação dos últimos dois anos na Liga alemã, que acaba de conquistar o direito a estrear-se na Champions, apenas quatro anos após ter chegado à principal divisão do futebol germânico. O que é igualmente notável.
Nenhum de nós se recorda, infelizmente, de muitas vitórias de equipas portuguesas na Alemanha (até hoje, em toda a história, pouco mais de meia dúzia…), e por isso, sabor mais especial ainda teve aquele momento em que um rapaz de 35 anos, natural de Gondomar, com a experiência e a alma de André Castro, acreditou que podia, com aquele remate de fora da área a poucos segundos do fim do jogo, silenciar definitivamente os 70 mil alemães presentes no monumental Estádio Olímpico de Berlim. Foi este Braga um gigante tão bom!...
Modesto acabou por ser o Benfica em Milão, onde voltou a não conseguir vencer, apesar da olímpica calma de Roger Schmidt mesmo quando vê a equipa sofrer bolas nas ferros e meia dúzia de ataques adversários que bem podiam ter resultado no golo do Inter bem antes do Inter chegar ao golo. Voa, para já, muito baixinho a águia na Europa, com duas derrotas nos dois jogos feitos nesta Champions. Não decide nada? Não. Mas já define muita coisa!
A sensação que ficou do jogo de Milão foi a de um Inter bastante mais maduro do que um Benfica que apareceu em San Siro com um onze apenas com três jogadores (três, imagine-se!) do onze que em abril (só há cinco meses) tinha conseguido meritória igualdade a três golos. Daquele onze estavam no onze de ontem apenas Otamendi, Aursnes e Rafa, muito pouco para se falar de equipa consolidada, ao contrário do Inter, que apareceu no onze com sete caras do jogo de abril.
Não explicará isso, evidentemente, todo o desespero que a equipa encarnada chegou a revelar no segundo tempo, tão mal defendeu, tão pouco rápida foi, tão deficiente chegou a ser a sua execução individual e coletiva, e nem a ousada ideia do treinador alemão de manter como titulares os virtuosos Dí Maria e Neres chegou ao Benfica para dar uma ar da sua graça. Ar de graça deu Trubin, de quem tanta gente ainda desconfia. Uma derrota é uma derrota, mas sem o seu bom gigante, o Benfica lamentaria derrota bem mais pesada…"
Noção...
Há malta que não tem noção de que este Inter é mais forte que o de há 3 meses quando disputou a final da Champions contra o City e inclusive não ganhou a competição por “sorte”, com muito mais oportunidades que os ingleses. Falam do jogo de ontem como se o Inter fosse o Tondela! pic.twitter.com/SxMGRqT0eF
— Polvo das Antas - Em Defesa do SL Benfica (@moluscodasantas) October 4, 2023
O Polvo da UEFA...
"O Polvo da UEFA tem alguém muito atento nas redes sociais também. O vídeo que tentámos hoje partilhar várias vezes foi imediatamente bloqueado após a sua publicação devido a "Direitos de Autor". Pois bem, não vai o vídeo, vão as imagens. As imagens da vergonha. As imagens que comprovam que não há coincidências. Fool me once, shame on you, Fool me twice, shame on me.
São 3 jogos com o Inter em menos de meio ano.
São 3 penaltis claros, óbvios, objectivos que ficam por marcar. Nem árbitros nem VAR´s. Já nem falamos do golo em falta ontem!
Em 2 desses 3 jogos, a UEFA nomeou árbitros e VAR´s dos Países Baixos, o País com quem discutimos directamente as vagas de apuramento para a Champions e que já este ano nos vai roubar 2 lugares.
Onde anda o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes?
Onde anda o Presidente da Liga de Clubes, Pedro Proença?
Onde anda o Presidente do Benfica?
Ou é o Administrador da UEFA, o Português Tiago Craveiro, a praticar o seu Portismo indefetível nos corredores da UEFA?
Que defesa é esta do futebol Português?
P.S.- Já agora, onde andam as TV´s nacionais que não falam desta situação de árbitros e VAR´s Holandeses em 2 dos últimos 3 jogos do Benfica contra o Inter em menos de meio ano? Sabemos bem onde andam e o que fazem, são uma cambada de desonestos que ali andam apenas a cumprir o papel de bota abaixismo para com o Benfica."
3 jogos, 3 penalty's por marcar...!!!
🚨| 3 penalties not awarded to Benfica in the last 3 matches against Inter pic.twitter.com/OsGoVorplt
— Red Card Alert (@collinabanter) October 4, 2023
Roubo...
Ponto prévio, o Benfica fez uma segunda parte tenebrosa e a vitória do Inter é justíssima. Posto isto, não se pode suprimir mais um roubo a favor dos italianos. Ontem, de forma unânime, penálti por marcar a favor do Benfica e golo irregular. Contra equipas portuguesas vale tudo? pic.twitter.com/S7Wq2EsmDC
— Polvo das Antas - Em Defesa do SL Benfica (@moluscodasantas) October 4, 2023
Duarte Gomes analisa arbitragem do Inter-Benfica
"Danny Makkelie dirigiu o Inter-Benfica. Rob Dieperink foi o VAR.
Segue a análise aos momentos mais determinantes do jogo:
13' Jogadores italianos distraídos, à espera de eventual fora de jogo de Aursnes, que nunca podia acontecer porque o norueguês, apesar de estar 'adiantado', recebeu a bola diretamente de um lançamento lateral. Esteve bem a equipa de arbitragem ao validar o lance.
28' Makkelie esteve bem ao optar por não aplicar a vantagem na sequência de infração de Morato sobre Thuram. A posse de bola continuou da equipa italiana, mas numa zona mais lateral. O pontapé-livre, perto da área encarnada e em zona frontal, seria sempre mais vantajoso para o Inter. O internacional neerlandês não terá percebido que Morato pisou o calcanhar direito do avançado francês. Faltou o cartão amarelo.
30' Um daqueles lances que não se espera, não se percebe nem se 'sente' na altura, mas que aconteceu: Barella, na sua área, tentou o desarme legal, mas nunca tocou na bola. O médio italiano pontapeou apenas a parte de trás da perna direita de Neres, provocando o seu desequilíbrio/escorregão e posterior queda. O contacto foi ligeiro, é certo, mas naquela circunstância - em velocidade, na perna de apoio e por trás - foi mais do que suficiente para ser considerado ilegal. Ficou por assinalar pontapé de penálti favorável à equipa portuguesa.
45+2' Makkelie estava algo distante e nada assinalou, mas Otamendi entrou fora de tempo e derrubou Thuram de forma impetuosa. A infração ocorreu mesmo à frente do árbitro neerlandês.
62' Golo do Inter, com análise em dois momentos: primeiro sem fora de jogo de Dumfries. Depois com a dúvida inicial se Lautauro Martinez tinha ou não cometido falta sobre Otamendi. Na nossa opinião, cometeu. O avançado argentino correu direto ao adversário e carregou-o nas costas de forma que imagens posteriores tornaram muito evidente. Errou a equipa de arbitragem ao validar o golo do Inter de Milão.
65' Golo bem anulado à equipa visitada por fora de jogo de Dimarco. O jogador italiano estava adiantado quando Mkhitaryan lhe passou a bola. Lance bem identificado pelo árbitro assistente.
65' Muitas dúvidas se a intenção de David Neres foi ou não atingir de forma deliberada o rosto de Lautauro Martinez (com o pé), quando estava caído no solo. Se foi, seria sempre uma conduta violenta, passível de cartão vermelho. O árbitro neerlandês entendeu que não, em leitura que não pode deixar de merecer o benefício da dúvida. O argentino foi advertido com justiça.
69' Otamendi empurrou Dumfries e não foi advertido. Dumfries empurrou Otamendi e foi. A 'experiência' do central encarnado (deixou-se cair) ludibriou o árbitro.
90+5' À segunda vez que atingiu o rosto de João Neves, Aslanni foi advertido.
90+6' Queda aparatosa de Otamendi na área do Inter, sem qualquer infração do adversário.
Nota 3: erros relevantes no resultado."
Schmidt, 3-Conceição, 1
"Não fosse a falsa partida no Campeonato, ao perder no Bessa, o Benfica seria o líder da classificação, e sê-lo-ia também se, nesta sétima jornada, apesar dos esforços que têm sido feitos no sentido de credibilizar a arbitragem, os senhores do apito não continuassem a errar como sempre, de pouco valendo a tecnologia e o investimento na boa utilização dessa mesma tecnologia.
Na próxima sessão pedagógica do Conselho de Arbitragem, que será a segunda, vamos continuar a ouvir a ladainha do costume, mas a verdade é que, ponto aqui, ponto acolá, amealhados na sequência de equívocos inadmissíveis, a classificação está já adulterada apenas com sete jornadas realizadas.
Depois das linhas mal colocadas no jogo com o Casa Pia e das alucinações do árbitro Luís Godinho, no sábado, durante o jogo com o Farense, o Sporting viu dois eventuais empates transformarem-se em vitórias por más decisões das equipas da arbitragem, o que, à luz dos regulamentos, corresponde a um donativo de quatro pontos.
Sobre o clássico Benfica-FC Porto, da sexta feira, em relação ao qual muito li e ouvi, quero expressar a minha concordância com Vítor Serpa, que assinou a crónica do jogo em A BOLA, ao defender que é mesmo possível David Neres e Di Maria jogarem em simultâneo.
Roger Schmidt vive nos antípodas de Sérgio Conceição. Enquanto este é capaz perder horas de sono com o propósito de inventar qualquer coisa para surpreender o oponente e extrair dividendos disso, o alemão tem outra visão da competição e daquilo que é o futebol, incidindo na definição de um sistema base enriquecido pelas vocações de cada jogador.
Se Conceição investe numa disciplina quase militar da organização coletiva, Schmidt elege a vertente espetacular do jogo e privilegia a virtuosidade dos artistas. Antes de um clássico, enquanto Conceição se martiriza na descoberta da melhor colocação das suas peças no tabuleiro, Schmidt foca-se no bem estar dos jogadores, com especial atenção à riqueza inspiradora das estrelas, determinante para desenhar a fronteira entre o sucesso e o fracasso.
Desta vez, em concreto, o treinador alemão aproveitou a importância do jogo para desatar um nó que ele próprio ajudou a dar, ao alinhar na retórica dos equilíbrios, quando, desde que chegou, percebeu que a solução para o problema residia, precisamente, no lado oposto, ou seja, na capacidade desequilibradora da sua equipa, como tem ficado amplamente demonstrado. Ou será que algum treinador reclama bons jogadores só para olhar para eles?
Talvez, com a preocupação de nunca lhe faltarem ou para impedir que outros os tenham, como parece ser o caso de Guardiola, inventor de táticas e que não precisava de pontas de lança, até ser eliminado pelo Real Madrid, em maio 2022, nas meias finais da Champions. Dois dias depois, o Manchester City anunciou a contratação do avançado Haaland ao Borussia Dortmund e um ano mais tarde, finalmente, ganhou a Liga dos Campeões, depois de quilos de euros gastos, à vontade do freguês. Caprichos de gente rica…
Roger Schmidt vê o futebol à sua maneira, o que não quer dizer que seja perfeito. Ele próprio reconhece que o atual Benfica, mais forte e com mais soluções do que o anterior, que foi campeão, tem dado sinais de fraqueza, ou de aburguesamento, apesar do potencial para decidir os jogos mais cedo.
O problema estrutural deste Benfica está identificado e tem a ver não só com a débil resposta à perda da bola na zona dos médios, mas também na urgência em «resolver a saída sob pressão agressiva», como sabiamente alertou o jornalista Luís Mateus, ontem, em A BOLA, na sua coluna de opinião. Correções que o treinador alemão sabe ter de fazer porque o polemizado défice de equilíbrios advém precisamente dessas duas situações. Não tem a ver, nem nunca teve, com a coabitação entre David Neres e Di Maria.
Alguém consegue explicar por que motivo, nos três jogos fora, em Barcelos, Vizela e Portimão, as primeiras partes foram de excelência, para deixar felizes os adeptos, e as segundas cinzentas, para os fazer sofrer? Alguém tem uma explicação? Nem o treinador, como confessou. Por outro lado, nos dois jogos com o FC Porto verificou-se exatamente o contrário: o Benfica foi dominado nas primeiras partes e foi dominador nas segundas.
Em condições precárias Schmidt conquistou o título 38, que parecia embruxado, e levou o Benfica aos quartos de final da Champions. Esta temporada, ainda em fase embrionária, venceu a Supertaça e no primeiro clássico para o Campeonato voltou a derrotar o FC Porto.
Desde que chegou a Portugal, nos confrontos diretos com Sérgio Conceição ganhou três e perdeu um, o resto é conversa fiada. A direção do vento está a mudar e como este alemão é dado a poucas confianças, é a sua personalidade, penso ser boa a ocasião para o piadético Pinto da Costa mudar de ares, aproveitar a sugestão de Pepe e procurar outro salão de festas…"
Padrões para seleções femininas
"UEFA tem 22 milhões de euros para financiar as melhores condições às seleções femininas
A UEFA publicou esta semana os padrões mínimos para as seleções nacionais femininas.
Esta decisão foi tomada pelo Comité Executivo da UEFA em junho e estabelece uma série de requisitos que abrangem o desporto, a boa governação, o treino, os cuidados médicos, a formação, o bem-estar das jogadoras, o alojamento e a remuneração. O seu desenvolvimento, diga-se, envolveu consultas alargadas com jogadoras, treinadores e a FIFPRO.
Para implementar estes padrões, a UEFA apoiará as federações filiadas a elaborar planos de implementação adaptados aos seus desafios específicos, através de um fundo no total de 22 milhões de euros a ser disponibilizado às federações nacionais até 2028.
Os padrões mínimos da UEFA para as seleções nacionais femininas incluem a obrigatoriedade de ter um(a) treinador(a) principal a tempo inteiro com Licença UEFA Pro (ou qualificação equivalente); Mínimo de um médico da equipa/dois fisioterapeutas em todos os jogos e sessões de treino; Viagens que privilegiam a rota mais direta para o destino; Acomodações de alta qualidade perto dos locais de treino/jogo; Uso maximizado das janelas internacionais; Acesso a instalações de treino nacionais, incluindo equipamentos de elite e campos com manutenção profissional; Celebração de acordos entre jogadoras e federações sobre remuneração, políticas de maternidade e de gravidez e antidiscriminação.
Este programa é o mais recente de uma série de iniciativas estratégicas da UEFA concebidas para fazer crescer, desenvolver e apoiar o futebol feminino de seleções nacionais."