terça-feira, 22 de novembro de 2022
E agora escolham
"1. O histórico Varzim será o adversário do Benfica nos oitavos de final da Taça de Portugal. A 5.º eliminatória da Taça joga-se entre os dias 10 e 12 de janeiro, e, até lá, a nossa equipa de futebol tem por disputar a primeira fase da Taça da Liga e duas jornadas do campeonato nacional que contemplam uma visita à casa do Sporting de Braga e a recepção ao Portimonense na Luz. Segue-se, então, a viagem até à Póvoa para a Taça de Portugal que antecede o dérbi eterno, à 16.ª jornada, na nossa casa. Tantas emoções no arranque de 2023.
2. O sorteio da Taça de Portugal já foi elaborado até às meias-finais. Assim se poupa nas bolas. Certo é que o Benfica, caso ultrapasse o Varzim e siga na prova até ao fim, só fará na Luz um dos jogos da meia-final, e isto, claro se não alterarem o regulamento até lá.
3. 'É extraordinário o que os jogadores têm feito. Foram estas as palavras do treinador do Benfica no fim do jogo com o Gil Vicente com que se encerrou a primeira fatia do campeonato nacional. É assim, por força do Mundial temos um campeonato às fatias. Vencendo o Gil Vicente, o Benfica chegou ao fim da fatia inicial com 12 vitórias e 1 empate em 13 jornadas e um animador avanço pontual sobre os seus perseguidores. Animador, apenas isso. É certo que é difícil não nos deixarmos contagiar pela qualidade e eficácia do futebol do Benfica, mas é do mais elementar bom senso manter a cabeça fria por mais altas que sejam as expectativas. E são.
4. Voltando a Roger Scmidt e ao elogio que prestou aos jogadores no fim do jogo do último domingo. Quem não gostou de ouvir o treinador alemão dizer o que disse? Um treinador que não se elogia a si próprio em circunstância alguma e que devolve todos os elogios que, justamente, vem recebendo para o trabalho dos seus jogadores. Assim deve ser tudo bem mais fácil.
5. Voltando aos momentos finais do Benfica - Gil Vicente. O árbitro apitou pela última vez, e o Estádio da Luz irrompeu em aplausos que foram devolvidos para as bancadas pelos jogadores e pela equipa técnica em largos minutos de comunhão. Parecendo um sonho, é a realidade.
6. João Mário, Gonçalo Ramos, António Silva, Bah, Otamendi e Enzo Fernández são os jogadores do Benfica que vão estar no Mundial. Todos lhes desejamos por igual as maiores felicidades. E que voltem bem e sãos e cheios de vontade 'para continuar a fazer uma história linda no nosso clube', como escreveu Enzo na emocionado mensagem que deixou aos adeptos benfiquistas.
7. No domingo começa o Mundial e começa o Benfica a jogar as suas pretensões na Taça da Liga. E agora escolham."
Leonor Pinhão, in O Benfica
Fábrica de sonhos: Benfica
"Não perca tempo a ler esta crónica. Comece já a ver o fantástico documentário “Fábrica de sonhos: Benfica” na PrimeVideo da Amazon. Creia no que lhe digo, é extraordinário, é imperdível, é Benfica!
Considero-me, porque já vi muitos, um consumidor exigente de documentários sobre futebol e basquetebol. Sei o que afirmo: o “Fábrica de sonhos: Benfica” não deve rigorosamente nada aos melhores, aliás, está claramente entre aqueles que mais prazer me deu assistir. Claro que o facto de estar relacionado com o Benfica ajuda e muito nesta percepção, mas é para benfiquistas que escrevo, confiem em mim.
Penso que todos temos noção de que o Benfica trabalha muito bem na formação de futebolistas, mas com este documentário percebemos melhor como o faz. Do scouting em tenríssima idade ao acompanhamento psicológico em fases tardias do processo formativo, está lá tudo, não só através dos testemunhos, mas também pela realidade como ela é, revelada em imagens nunca antes vistas. Acresce a excelência ao nível da realização, das filmagens e da narrativa, é realmente soberbo. E os muitos testemunhos acrescentam imenso valor, em nada prejudicados, porque a rejeita, pela costumeira salada de lugares-comuns que habitualmente ouvimos no mundo do desporto.
Agora pensa o leitor: com as expectativas tão altas, por certo desiludir-me-ei. Desengane-se! Eu próprio fui uma potencial vítima de excesso de expectativas criado por outrem e não me senti defraudado minimamente. Pelo contrário, gostei mais do que esperava. O primeiro episódio é bom, os três seguintes são fabulosos.
O “Fábrica de sonhos: Benfica” deve ser celebrado. Não só por ser muitíssimo interessante, revelador e muito bem feito, mas sobretudo por colocar o Benfica na linha da frente, também, no domínio da comunicação.
Há décadas que o futebol português é tratado, neste âmbito, como se fosse um saco de pancada; este documentário é a antítese desse lodaçal, surgindo na sequência de variadíssimos conteúdos disponibilizados na BTV e BPlay (e restantes meios) em tempos recentes e só possíveis por uma abertura de espírito até há poucos anos inimaginável. E com isso ganhamos nós, os adeptos, que somos apaixonados pelo Benfica e por desporto.
Entender a comunicação como uma ferramenta para estimular o gosto pelo clube e pelo desporto é, em Portugal, uma vitória. Ser capaz de implementá-la subordinada a essa ideia, um título. Quero mais, este é o caminho!"
João Tomaz, in O Benfica
Olha, vai começar o Mundial
"Vem aí o Mundial 2022 e, estando entusiasmado, se olhar com atenção para a minha barra de entusiasmo, percebo que não poderia estar menos entusiasmado. Ou seja, é um entusiasmo, involuntário, que ainda assim está muito longe do entusiasmo de todos os outros Mundiais a que me lembro de assistir. Em 2002, os professores interrompiam as aulas para vermos os jogos de Portugal. Em 2006, tínhamos o Figo numa ala e o Ronaldo na outra. Em 2010, os professores não interrompiam as aulas por causa de nenhum jogo na África do Sul, mas eu já tinha idade para me baldar e não perder nenhum. Em 2014, às 02h00 podíamos sentar-nos no sofá e assistir a um empolgante Japão-Costa do Marfim. em 2018, queríamos conquistar o mundo depois de termos conquistado a Europa. Agora, em 2022, temos um Mundial onde centenas de adeptos que circulam pelas ruas do Catar com a nossa bandeira têm tanto de portugueses como o Otávio.
Para além disso, esta competição vem interromper um calendário imaculado do Benfica em todas as provas. Se Portugal ganhar ao Gana, fica mais próximo de vencer o primeiro Mundial da história, mas se o Benfica sair em pé da Reboleira no jogo com o Estrela da Amadora, fica também mais próximo do recorde de jogos consecutivos sem perder no arranque de uma época. Na verdade, não consigo afirmar com total certeza qual destas duas conquistas me deixaria mais feliz. Mas desconfio.
Ainda assim, que remédio tenho ou senão vibrar sempre que a bola começar a rolar. Principalmente quando Portugal estiver em campo. Apesar de tudo, tenho a certeza de que os benfiquistas estarão unidos a torcer por um objectivo comum: que os nossos seis que partiram para o Catar regressem à Luz cheios de saúde."
Pedro Soares, in O Benfica
Gonçalo Ramos e um bilhete de 'duplo autor' para o Mundial
"Logo em julho, quando Roger Schmidt começou a moldar e a afinar a equipa do Benfica para dobrar a primeira montanha da época e validar a qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões, ficou surpreendentemente claro que o ponta de lança preferencial do florescente sistema tático 4x2x3x1 seria Gonçalo Ramos. Desafio após desafio, a firme aposta do treinador foi retribuída pelo avançado que fez da afirmação o seu pontapé mais certeiro nesta temporada. Participante em 21 jogos (sempre como titular) da série de 25 encontros oficiais de invencibilidade das águias até à pausa (ou abrandamento competitivo, vá) para a realização do Mundial 2022, o jovem 'Made in Benfica' marcou 14 golos no somatório de todas as frentes, emergiu como principal 'matador' do Campeonato português e, indirectamente, promoveu o debate sobre um eventual papel na Selecção Nacional, já neste Campeonato do Mundo, assim Fernando Santos concedesse/conceda. O pedido de dispensa de Rafa da equipa das Quinas precipitou o inevitável: Gonçalo Ramos mereceu a convocação quando o selecionador refez a chamada em fase pré-Mundial. Mal seria se agora o número 88 benfiquistas não fosse incluído na lista final dos eleitos de Portugal para o Catar. Gonçalo Ramos trabalhou para justificar a titularidade no Benfica e, de caminho, foi recompensado tanto no Clube como na Selecção. E se se fundamenta a existência de equipas, de ideias de jogo e de lances de laboratório de autor, então é justo retratar-se a entrada do avançado das águias na Selecção como uma 'convocação de autores', com as assinaturas de Roger Schmidt, pela aposta, e, claro, de Gonçalo Ramos, pela sua fidelidade.
Darwin: já não falta tudo para a 'chacha'
O lugar que hoje 'é' de Gonçalo Ramos no Benfica foi de Darwin na época passada. O internacional uruguaio mudou-se para o Liverpool no começo do mercado de verão, num negócio que poderá atingir o montante de 100 milhões de euros, e depressa os deformadores de opinião se soltaram para colocar em causa a escolha e o volume do investimento do emblema inglês. Entretanto, a narrativa esboroa-se com a utilização, com os golos e com as assistências de Darwin... e já faltou mais para se ouvir ou ler a 'chacha' que, afinal, o Benfica vendeu mal e o Liverpool comprou barato."
João Sanches, in O Benfica
Otávios, Ronaldos e Catar
"Há muitos e bons motivos para não devotar qualquer entusiasmo a este Mundial.
Desde logo o país que o recebe, sem tradição futebolística, onde os direitos humanos não são minimamente respeitados, e a quem a organização foi atribuída por métodos obscuros. Decorrente dessa atribuição, também a altura em que se realiza, interrompendo abruptamente, a meio da temporada, provas de clubes que seguiam empolgantes.
Tudo isto já seria suficiente para um boicote generalizado, mas há ainda factores desportivos, como o progressiva perda de interesse do futebol de selecções, resultado da acumulação de talento nos principais clubes europeus. Se outrora o Mundial era o pináculo dos bons jogos e do brilho das estrelas, esse papel é agora desempenhado pela Liga dos Campeões. Mundiais como os de 1982 e 1986 são hoje uma quimera histórica.
Noutro plano, a equipa nacional, embora recheada de jogadores extraordinárias, tem-se perdido era prestações medíocres. O Euro 2016, conquistado com uma dose substancial de sorte, já aconteceu há mais de 6 anos. Desde então, aqui e ali a sorte foi-se mantendo, mas o mau futebol também. Ronaldo é um jogador acabado, que continua, mais o seu umbigo, a ser elemento, condicionador (agora também desestabilizador) de todo o jogo da equipa. E depois há Otávio.
O jogador do FC Porto não tem perfil para representar o nosso país. E alguém que dentro de campo insiste em simulações e provocações para obter favores de arbitragem, e fora dele demonstra total de respeito pelos adversários. Lamento, mas não consigo sentir afecto por uma equipa integrada por este indivíduo."
Luís Fialho, in O Benfica
Acreditar nos jovens
"A bola já tola no projeto 'Para ti Se não faltares!', um pouco por todo o país. Rola a bola e rola a vida académica de centenas de jovens, rapazes e raparigas que encontraram neste projeto uma forma de explorar o seu potencial, descobrir novos interesses e aprofundar as suas capacidades numa lógica de melhoria individual continua e interdependência de equipa.
O projeto resume-se a isso. É simples, e o que é simples tende a funcionar. É um projeto que 'não dá lições de moral' aos jovens, não castiga: premeia, não obriga: negoceia, não exige: incentiva, e por aí a fora. E, sobretudo, é um projeto que não recrimina, é um projeto que não recrimina, que acredita verdadeiramente nos jovens e lhes diz isso olhos nos olhos.
Na verdade, o projeto acredita incondicionalmente em cada um destes jovens, nas suas capacidades, na sua vontade e na verdade do que dizem e fazem. Do lado de cá, a Fundação leva o Benfica e os seus valores, justiça, ambição e solidariedade. Leva ainda mais Benfica na mística que tudo faz acontecer e que faz tudo possível quando estamos juntos e damos o máximo de nós. Porque nós sabemos bem que um de nós ganha, vencem todos, e, sempre que todos ganham, vence cada um de nós."
Jorge Miranda, in O Benfica
Núm3r0s d4 S3m4n4
"3
Álvarez, Nicolía e Ordoñez são os 3 hoquista do Benfica campeões do mundo de hóquei em patins. Foram mais 2 na final: Diogo Rafael e Pedro Henriques;
6
São 6 os jogadores do Benfica presentes no mundial de futebol: António Silva; Bah; Enzo; Gonçalo Ramos; João Mário; Otamendi;
13
É a 16ª vez que o Benfica está invicto nos primeiros 13 jogos do campeonato, mas somente a 5ª que o consegue com, no máximo, um empate;
25
“Jogos oficiais” invencível desde o início da temporada. É a 4ª vez, considerando todas as competições oficiais (regionais, nacionais e internacionais – é também a 4ª vez excluindo as regionais) que o Benfica não perde nos primeiros 25 jogos (anteriormente conseguiu-o em 1964/65, 1971/72 e 1977/78). Sem regionais, 1959/60 substitui 1964/65 na lista);
33
Gonçalo Ramos chegou aos 33 golos pela equipa de honra do Benfica (incluindo particulares) e figura agora no top100 dos goleadores benfiquistas. Em competições oficiais soma 28;
37
Ao fim de 13 jogos o Benfica leva 37 golos marcados na presente edição do Campeonato Nacional. Para encontrar um registo mais volumoso há que recuar a 1989/90. E desde 1976/77, inclusive, só em 2 épocas o Benfica foi mais concretizador (38 em 1983/84; 40 em 1989/90);
134
Grimaldo passou a ser, a par de Salvio, o jogador com mais jogos neste estádio da Luz (inclui particulares);
250
Rafa representou o Benfica pela 250ª vez em competições oficiais. 47º com mais “jogos oficiais” pela equipa A do Benfica, é o 3º entre os atuais membros do plantel (André Almeida e Grimaldo lideram este ranking);
300
Grimaldo atingiu os 300 jogos pela equipa de honra do Benfica (incluindo particulares). É o 50º a fazê-lo."
João Tomaz, in O Benfica
Editorial
"1. 25 jogos sem derrotas. Primeiro lugar com 8 pontos de avanço, ao qual se juntam melhor ataque e melhor defesa do campeonato. Todos os objectivos planificados foram alcançados com sucesso. Passo a passo. Primeiro, o apetrechar da equipa com os reforços pretendidos de forma atempada para garantir um sólido e estável arranque de época. Depois, o apuramento para a fase de grupos da Champions, com uma eliminatória e um playoff ultrapassados com distinção. Por fim, lugar nos oitavos de final da mais importante competição europeia, numa campanha selada com o primeiro lugar do grupo, deixando para trás PSG e vencendo por duas vezes os italianos da Juventus.
2. Em todas as provas, em todos os campos, traços fundamentais onde se forja o Benfica desta temporada: futebol ofensivo, personalidade, identidade, ambição, solidez e uma imensa comunhão com os adeptos. Mais de 57 mil adeptos no último jogo na Luz com o Gil Vicente é um número que fala por si. Mais: desde o ano do tetra que o Estádio da Luz não tinha uma taxa de ocupação tão elevada. A trajectória está definida, com humildade, realismo e sem foguetório antecipados. Venham os jogos da Taça da Liga e prossiga o campeonato. Venham os desafios e mantenha-se a superação. É este Benfica que queremos.
3. Em destaque neste jornal a reportagem sobre o lançamento da série Factory os Dreams: Benfica. Em 4 episódios, com distribuição na Amazon Prime em Portugal e diferentes plataformas além-fronteiras ao longo das próximas semanas, ficamos a conhecer por dentro o que é o Formar à Benfica e a excelência do trabalho que é desenvolvido no Benfica Campus. Com testemunhos de António Silva, Henrique Araújo, Rúben Dias, João Cancelo, Ederson, João Félix e Rui Costa, acompanhamos o trajeto da equipa da Youth League que se sagrou campeã europeia e venceu a intercontinental. Um documentário a não perder."
Pedro Pinto, in O Benfica
Champions Cam e os 5 melhores momentos | SL Benfica
"A mais recente aposta do SL Benfica, a plataforma digital Benfica Play, começa a apresentar cada vez mais conteúdo original sobre o clube.
Durante a semana, foi lançada uma das mais antecipadas séries na plataforma. A série documental, Champions Cam, é baseada na campanha dos encarnados na mais recente edição da Liga dos Campeões.
Com quatro episódios, lançados um por dia desde terça-feira, os adeptos podem contar com conteúdo inovador que lhes oferece uma perspectiva nova junto do plantel, seja no balneário, no autocarro ou mesmo no avião.
Portanto, com quatro episódios no total, a série produziu momentos engraçados, momentos de harmonia, união, dedicação, ação e drama. Mas de todos os momentos proporcionados, quais são os que se destacam?
5.
Luisão coloca a braçadeira no braço de Otamendi (Ep. 3 – “Vou a Paris e já volto”) – Neste episódio, as águias tinham a difícil tarefa de jogar nos Parc des Princes após um empate na Luz.
A equipa preparava-se no balneário para um jogo com uma atmosfera difícil e num momento curto, mas importante, o ex-jogador e dirigente do SL Benfica pegou na braçadeira de capitão e colocou-a no braço de Otamendi.
Assim conseguimos ver o significado que a braçadeira tem para a equipa e a responsabilidade de quem a carrega tem.
4.
Julian Draxler fala português (Ep. 3 – “Vou a Paris e já volto”) – A contratação de Julian Draxler é a mais recente do clube, porém, mesmo sem estar no clube há muito tempo, parece já saber as palavras mais acessíveis.
Foi assim que assistimos a este momento caricato, acabando por ser o momento mais engraçado de toda a série, após se encontrar com dificuldades técnicas no seu lugar do avião.
3.
Rui Costa e Roger Schmidt partilham um momento (Ep. 1 – “Sem medo da Vecchia) – No primeiro episódio, a equipa viajou até Turim, não era favorita neste confronto e sem termos uma noção do que esperar no documentário, acompanhámos o plantel a chegar ao Estádio e a preparar para entrar na partida.
Contra todas as expectativas, o SL Benfica saiu do jogo como vencedor e no final do jogo, o Presidente do clube deslocou-se ao balneário e partilhou um momento com o treinador Roger Schmidt, que abraçados festejaram a vitória que tanto significa para ambos.
2.
Discursos de João Mário e Otamendi (Ep. 3 – “Vou a Paris e já volto”) – No terceiro episódio, como mencionado antes, a tarefa não era acessível e após um golo inaugural de Kylian Mbappe, parecia tudo mais complicado.
Todavia, antes do jogo começar, dois dos líderes da equipa, João Mário e Otamendi falaram com o resto do plantel para os preparar, transmitindo a vontade de mostrar personalidade, disputar todos os lances e dar tudo no campo.
No final, a verdade é que as palavras tiveram um impacto porque no final do jogo, os encarnados conseguiram marcar e sair de Paris com um empate.
1.
Show de Rafa assegura a passagem para os oitavos (Ep. 4 – “Mamma Mia!”) – Avançamos para o último episódio, e neste encontro o SL Benfica recebeu a Vecchia Signora no Estádio da Luz com o objetivo de se qualificar para os Oitavos de final.
Primeiro foi o jovem António Silva a marcar na Liga dos Campeões, seguindo-se de João Mário, porém, mesmo com alguma luta por parte da Juventus, não conseguiram parar Rafa Silva.
O Bis de Rafa fechou as contas do encontro, sinalizando o final 4-3, estando assim assegurada a passagem para os oitavos de final.
Concluiu assim a série, com o plantel a colher as sementes de trabalho árduo implementado ao longo de cada jogo. A série mostrou-nos um lado novo da equipa, de cada jogador e as suas posturas fora de campo. Uma excelente aposta e inovação de conteúdo que fascina qualquer adepto de futebol português, abrindo portas para o futuro do mundo digital."
Direitos humanos ou lá o que é
"Lamento, mas não tenho tema. O Mundial está aí, e nem os bocejos antecipados pela perspetiva de assistir a um excitante Qatar - Equador na abertura me desmoralizam.
Li as recentes declarações de Blatter sobre o erro da escolha do organizador do Campeonato do Mundo e pensei em recuperar a história da atribuição do evento ao Qatar, o que daria para exibir o conhecimento dos muitos pormenores sórdidos apreendidos com a leitura do notável Red Card, de Ken Bensinger.
Coloquei também a hipótese de partir da sumptuosidade dos estádios para relembrar os mais variados relatórios sobre atropelos de direitos básicos dos trabalhadores, do sistema Kafala, das condições de trabalho horripilantes e das estimativas conservadoras de cerca de 6500 mortos.
Refleti ainda sobre os valores das sociedades ocidentais e como estes são tão facilmente relativizados em prol dos muitos milhões gerados por entretenimento. Combate à intolerância, democracias liberais, liberdades individuais e outras coisas, pelos vistos, são muito importantes...em circunstâncias convenientes.
Ponderei também dar brado à minha indignação pelo comunicado conjunto de várias federações, incluindo a portuguesa, exercendo um papel ativo numa operação de cosmética inaceitável deste Mundial e do Qatar. Assim como a versão polida e moderna, "powered by FIFA", do bafiento "cala-te e joga" face a protestos tímidos pela violação de direitos humanos.
Ou até poderia desenvolver algumas ideias sobre as aparentes políticas de eficiência fiscal por parte de uma entidade cuja existência se deve unicamente à delegação de poderes do Estado (gostaria de conhecer a opinião da Segurança Social sobre a forma como foi contratualizada a relação da FPF e equipa técnica).
No entanto, ouvi o Presidente da República: "O Qatar não respeita os direitos humanos. (...) Mas, enfim, esqueçamos isto. É criticável, mas concentremo-nos na equipa." E dei por mim a pensar no melhor onze português, esqueci essas coisas dos direitos humanos e afins - e fiquei sem tema."
Fermacosa
"O Nando da Fermacosa e o Nando das Farturas procuraram, por meios não recomendados a qualquer cidadão, fugir aos impostos.
Saibam como:
"
Catarses 7️⃣ As brancas de Cristiano jogam e ganham
"Ronaldo ou Messi?
Se a ideia é definir o melhor do Mundo num jogo de Xadrez como o do anúncio da Ferrari das malas, saibamos que aquela disposição das peças, mesmo sobre um tabuleiro irregular com 9 colunas, era de empate, sem saída para chegar ao xeque-mate sugerido por um caçador de “sound bytes” na conferência de imprensa a que o português se apresentou de surpresa.
A marca de acessórios preferida dos patos-bravos da bola realizou um genial golpe de “ambush marketing” por associação - que, para os patrocinadores oficiais da FIFA, terá o mesmo significado de uma banca da feira de Carcavelos -, com os dois melhores jogadores do mundo numa fotomontagem que pouco acrescenta ao prestígio de retratista de Annie Leibovitz.
A disposição das peças recria um “match” muito estudado entre o norueguês campeão do mundo Magnus Carlsen e o americano nascido no Japão Hikaru Nakamura, no Norway Chess de 2017.
Carlsen jogou com as brancas, como Ronaldo, e Nakamura com as negras, como Messi.
Carlsen e Nakamura empataram, mas o europeu venceu o torneio e o americano ficou em segundo - o que seria inspirador para um grande “match” de despedida, talvez sonhado pelos comerciais da FIFA, entre Portugal e Argentina, pela dimensão global dos dois G.O.A.T. do futebol.
Por alturas do Mundial da Rússia, alguém disse que "Cristiano Ronaldo é um excelente jogador de Xadrez, mas com a cabeça e os pés em todo o tabuleiro, movendo-se como a Rainha, em todos os sentidos e sem limites, pois sabe antecipar as jogadas e depressa encontra uma solução para os problemas”.
Esta conferência de imprensa, seguramente imaginada por um estrategista mais astuto do que quem o conduziu àquela armadilha do gambito do Manchester United frente a Piers Morgan, sem jornalistas ingleses nem perguntas incómodas, se fosse uma partida de Xadrez, passaria aos anais do jogo como a “Abertura Cristiana”.
Uma sequência de pequenos ataques por um jogador sereno, calculista e seguro dos seus movimentos sobre os vários tabuleiros onde joga o futuro, incluindo o de por-se a salvo de algum “sacrifício de troca” que o deixasse no banco de suplentes, pela FEMACOSA, frente ao Gana.
A grande-mestre Irina Krush diz que os três pilares do sucesso no Xadrez são a conjugação do tempo com o espaço e a harmonia, sem nunca perder de vista a segurança do Rei. No fundo, o “timing”, que Cristiano Ronaldo invoca como exclusivamente seu, em conjugação com o espaço do Mundial e a harmonia da equipa, procurando não expor a Seleção.
Mas uma predisposição psicológica que promete soluções e coragem, perante o maior repto da longa carreira, mostra-o apto e convicto, a fazer lembrar a legenda dos inesquecíveis diagramas de quebra-cabeças xadrezísticos de João Cordovil, no Diário Popular de há 50 anos:
“As brancas jogam e ganham”."
Catarses 5️⃣ O sonho de entrevistar o Mundo inteiro
"Em 1982, assisti ao jogo de abertura do Mundial, que se disputava em Barcelona, num salão do parador de Carmona, perto de Sevilha, junto com toda a seleção do Brasil. Treinadores, jogadores e jornalistas juntos frente ao único ecrã gigante do hotel, muitos a fumar na sala, o Daniel Reis na primeira fila causando um tumulto quando acendeu o cachimbo, "chopp" à discrição, rodinha de imprensa de Telé Santana mal terminou esse Argentina-Bélgica [a cena da foto, de há 40 anos].
Nada disto é sequer imaginável por um jornalista do século XXI, o tempo dos “direitos” de televisão e das restrições à comunicação. Mas tenho a certeza de que será possível muito melhor do que tem sido oferecido pelas televisões portuguesas, porque vejo-o nas brasileiras, inglesas e espanholas que me trazem a melhor e mais atual informação, inclusive sobre a seleção de Portugal.
O afã das equipas de reportagem das nossas televisões nestes primeiros dias no Catar lembra-me a febre da troca de “pins” nos Jogos Olímpicos.
“Já tenho o pin do Nepal, o mais raro”.
“Ora, eu tenho o da Coreia do Norte, o mais difícil”.
No Catar, tem sido idêntico.
“Hoje entrevistei um gajo da Indonésia com a camisola do México”.
“Ora, eu entrevistei um tailandês casado com uma brasileira”.
“Incrível como há pessoas do mundo inteiro num Mundial”.
“Incrível como há pessoas do mundo inteiro que respondem ‘Cristiano Ronaldo’ quando perguntamos se conhecem Portugal”.
Estender o microfone nas ruas de Doha a quem passa vestido às cores afigura ser o pináculo da carreira de um jovem repórter dos nossos dias. Ir ao Mundial e fazer memoráveis diretos ouvindo o máximo possível de sotaques diferentes de inglês de aeroporto, como quem colecciona medalhas para o currículo.
Nos Jogos Olímpicos andamos atrás das celebridades e a minha relíquia é, entre outros, um pin espanhol trocado com a Rainha Sofia no restaurante da aldeia olímpica de Atenas-2004. No Catar, andam atrás de “my friends” anónimos e desdenham as centenas de figuras históricas do futebol que lá estão, como convidados, espectadores ou comentadores de televisão.
“Hoje passei por um gajo da seleção do Brasil de antigamente, que está cá com a TV Globo, não me lembro agora o nome, mas estava ocupado a ouvir os prognósticos de um grupo de paquistaneses”.
“E o Pujol, da Espanha, passou mesmo rentinho a mim, mas na altura estava a entrevistar uns bacanos do Bangladesh”.
Trinta e duas seleções concentradas em 50 quilómetros quadrados, treinos e conferências de imprensa de manhã à noite, e nem uma reportagem sobre futebol. Nas últimas 24 horas: a chegada do Brasil, a lesão do Benzema, o catari de Mem Martins, o Plata do Equador, Paulo Bento com a Coreia do Sul, Coates e Darwin com o Uruguai, os desconhecidos do Gana - enfim, tudo o que eu gostaria de ter visto nestes dias parece ter sido tarefa impossível para os enviados portugueses.
Só pode melhorar!"
Começo vitorioso
"Num jogo com muitas mudanças no onze inicial, a nossa equipa voltou a ganhar e a fazer uma boa exibição. A tarefa de entrar a vencer na Taça da Liga foi cumprida. Este é o tema em destaque na News Benfica.
1
Frente ao Estrela da Amadora, em Leiria, apresentando um onze em campo diferente do habitual, a nossa equipa manteve a identidade, dominou o jogo e venceu.
Roger Schmidt elogiou a exibição e só lamentou alguma ineficácia no aproveitamento das muitas oportunidades de golo criadas: "Merecemos ganhar, mas penso que poderíamos ter sido um pouco mais inteligentes e converter as oportunidades que criámos, matar o jogo mais cedo e não termos de lutar até ao último segundo."
2
Entre as várias novidades no onze inicial, saliente-se a estreia, a titulares, de João Victor e Brooks. No decurso da partida, Morato e Draxler regressaram após paragem por lesão e Gil Dias estreou-se na presente temporada. Schmidt frisou este aspeto: "Estou muito feliz por ter podido dar minutos a vários jogadores, com o regresso dos que estavam lesionados e que hoje voltaram e com os que jogaram pela primeira vez. É importante para nós que estes jogadores voltem."
Veja a conferência de imprensa, após o jogo, do nosso treinador.
3
Musa, Chiquinho e Draxler foram os autores dos golos benfiquistas. O médio português manifesta a ambição coletiva de "continuar o caminho bem feito" e aponta a conquista da Taça da Liga como um dos objetivos da temporada: "É uma competição que queremos ganhar, como todas as outras que disputamos."
Pode ver o resumo do jogo, aqui.
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Com este triunfo, o Benfica chegou invencível ao 26.º jogo oficial desde o início de época, igualando as séries registadas em 1971/72 e 1977/78, restando apenas 1959/60 com invencibilidade mais duradoura (31 — excluindo competições regionais; incluindo competições regionais, as maiores séries — 28 jogos — ocorreram em 1971/72 e 1977/78).
5
O Presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa, concedeu uma entrevista no âmbito do Thinking Football Summit, a qual pode ver no Site Oficial.
6
Confira todos os resultados do fim de semana e marque já na sua agenda os vários compromissos das nossas equipas ao longo da semana, incluindo mais uma jornada da EHF European League de andebol, na Luz (amanhã, terça-feira, às 19h45, ante o Fejer Veszprém) e o desafio com o Rosengard, no Benfica Campus, a contar para a Liga dos Campeões de futebol feminino (quinta-feira, às 20h00)."
Sonhos!
❤️ O sonho do Miguel!#FundaçãoBenfica pic.twitter.com/a4doFiWXSr
— SL Benfica (@SLBenfica) November 21, 2022
Catarses 6️⃣ O VAR é a “kandoora” da FIFA
"O Mundial tinha começado há dois minutos e logo um adepto do Equador foi filmado a fazer um gesto de dinheiro roubado, com os dedos, no meio da bancada do Al-Bayt, duas filas abaixo de um grupo de locais, reagindo à anulação do golo de Enner Valência por causa de um fora de jogo só detectável pelo VAR semi-automático, numa sugestão de que aquilo estava tudo comprado a favor do Catar.
Parecia Paulo Bento a saudar Lucílio Baptista por causa de um penálti martelado nos tempos do pré-VAR. Percebeu-se o incómodo, numa bancada sem separação de claques, e estivemos perto de uma primeira escaramuça transcontinental, entre sul-americanos coloridos e emotivos e árabes circunspectos, imperturbáveis nos seus cafetões da cor da pureza, as túnicas brancas a que eles chamam “Kandoora”.
Nas redes sociais dispararam os “mêmes”, dois deles muito expressivos: uma imagem dos tempos da Al-Qaeda em que o VAR é a vítima de joelhos sob a ameaça de ser decapitada por um árabe de cara tapada; e outra de um jogador do Equador enfiado numa banheira cheia de notas de dólar da FIFA como compensação pela derrota frente aos donos da bola.
Foi tudo um exagero, felizmente, porque a equipa do país “organizador” é tão fraquinha, talvez a pior de sempre num Mundial desde o Haiti de 1974, que não haveria complô que a salvasse.
Depois de vermos as repetições televisivas e a exposição gráfica percebemos que a decisão do VAR foi boa. Mas a suspeição em torno do futebol, mesmo à escala mundial, está muito longe de ser erradicada.
A profecia de que o futebol nunca mais será o mesmo, por causa do VAR, espécie de “kandoora” vestida da cabeça aos pés pela FIFA de Infantino, ainda está longe de ser confirmada, porque é abissal a diferença tecnológica entre as competições de elite e as provas domésticas.
Este “esforço” pela transparência do jogo, apresentado numa parte do mundo onde os homens vestem de branco sem nódoas um traje que pode significar a portuguesíssima “candura” (“qualidade do que é puro, de quem é inocente, ingénuo, crédulo”), é, isso sim, uma perfeita metáfora da actividade global da FIFA, despejando dinheiro, às claras, em cima de um mundo obscuro de contradições, abusos e violações.
E o que fica, como expressão simbólica deste primeiro episódio, é que “os ricos não roubam”."
Cadomblé do Vata
"1. Acho que nunca fiquei tão feliz por ver um jogo do Benfica sozinho em casa como hoje... é que ontem parti um dente a comer um caramelo e se visse o jogo em público ia ser embaraçoso mostrar o buraco na dentição a toda a gente, de cada vez que bocejei com a peladinha.
2. Entendo perfeitamente a falta de motivação dos nossos jogadores hoje... eu nunca tenho férias no verão por isso sei o que é andar a trabalhar enquanto os amigos publicam fotos na boa vida a curtir o solinho.
3. Quando Schmidt lançou António Silva, todos o apelidaram de corajoso... agora coragem vai ser dizer ao Brooks que vai voltar para o banco, cara-a-cara, sem o Kugel de guarda costas.
4. Esteve muito mal Roger Schmidt nesta visita a Leiria... acusou as entidades competentes de desvalorizarem a Taça da Liga com esta calendarização e depois define o Chiquinho como marcador prioritário de penalties na competição.
5. Em vinte e seis jogos, ganhamos vinte e dois, empatamos quatro e perdemos zero... este Benfica continua a não sujar os calções com derrotas."
Nova competição, (alguns) novos jogadores, o mesmo desfecho: a vitória
"O Benfica entrou na Taça da Liga derrotando (3-2) o Estrela da Amadora. Privado dos jogadores que estão no Mundial, Schmidt foi obrigado a fazer alterações, mas os titulares que não foram ao Catar não foram poupados. Musa, Chiquinho e Draxler marcaram
É uma originalidade da sempre criativa bola portuguesa. Para preencher a paragem a que o Mundial 2022 forçou a I Liga, as autoridades do futebol nacional decidiram que parte da Taça da Liga 2022/23 deveria ser disputada enquanto o planeta centra atenções no Catar. É mais uma encarnação na vida desta competição que só começou em 2007 mas que já tem tantas versões, polémicas e formatos que daria para escrever um livro.
Com António Silva, Otamendi, Bah, Enzo Fernández, João Mário e Gonçalo Ramos no Mundial, o Benfica entrou em campo no grupo C, onde compete com Estrela da Amadora, Moreirense e Penafiel. A vitória, por 3-2, contra o Estrela acentua o registo fantástico desta campanha: 22 vitórias e quatro empates em 26 jogos.
Schmidt teve de lançar João Victor, Brooks, Gilberto, Chiquinho, Diogo Gonçalves e Musa para os lugares dos internacionais que se encontram no Médio Oriente, mas o resto dos titulares não foi poupado. Rafa Silva, com direito a braçadeira de capitão, voltou a ser o principal desequilibrador, fazendo a assistência para o 1-0 e ganhando o penálti que levaria ao 2-1.
O jogo começou querendo fazer uma linha de continuidade para com o passando recente do Benfica. Ainda nem cinco minutos tinham sido jogados e já Rafa, pisando aqueles terrenos interiores onde é agora letal, onde cada aceleração ou mudança de direção ferem o rival, roçou o golo.
Não chegou ali a inauguração do marcador, mas chegou ao minuto 13. E novamente com o supersónico atacante em destaque. Rafa, de calcanhar, tocou para Musa. O croata devolveu para o português, mas o passe saiu algo tosco, com a bola alta. Indiferente a isso, Rafa fê-la colar-se à relva. O capitão devolveu-a educada para Musa, que marcou de fora da área. O croata vai-se mostrando alternativa sólida a Gonçalo Ramos, tendo já seis golos na temporada.
O Estrela segue em 3.º na II Liga, vivendo, de longe, o melhor momento dos últimos anos. O clube da Amadora desceu aos invernos da bola nacional, vítima do pior que há no jogo, mas tenta reerguer-se e voltar a tornar hábito olhar os grandes nos olhos.
Aos 22’, um livre da direita foi desviado por Guzman ao primeiro poste e, ao segundo, João Silva rematou de forma acrobática para fazer o 1-1. Na resposta, Chiquinho cruzou para Musa, mas o cabeceamento do avançado foi defendido por Bruno Brígido, evitando depois a muralha defensiva do Estrela o golo de Diogo Gonçalves.
A igualdade só durou sete minutos. Aos 29’, Rafa entrou na área com os seus passinhos velozmente pequenos e Omurwa derrubou-o. Para transformar o penálti, Chiquinho fez de João Mário para voltar a dar vantagem ao clube da I Liga.
No final da primeira parte e no começo da segunda, David Neres roçou o 3-1, mas ou a pontaria não era a melhor, ou Almeida evitava o pior para o Estrela em cima da linha. Quando o Benfica recuperava em zonas altas criava perigo, e foi assim que Rafa também esteve perto do 3-1.
O Estrela manteve-se na discussão do resultado até final. Ronaldo Camará forçou Vlachodimos a uma defesa apertada enquanto, do outro lado, David Neres continuava a tentar marcar, sem êxito.
Em cima do apito final, ao minuto 90, um contra-ataque do Benfica levou ao 3-1. Draxler, assistido por Rodrigo Pinho, marcou no seu regresso de lesão. Quase no último lance do encontro, aos 95', uma perda de bola das águias permitiu que Gustavo Henrique fixasse o 3-2 final.
Em Leiria, o Benfica somou novo triunfo numa temporada que continua a ser praticamente perfeita. Segue-se a receção ao Penafiel, no dia 26."
CF Estrela da Amadora 2-3 SL Benfica: Muda a competição, não muda a rotina: vencer
"A Crónica: Benfica Fiel A Si Mesmo Arranca Com O Pé Direito Na Taça Da Liga
Em dia de início de Mundial 2022, numa época completamente atípica, CF Estrela da Amadora e SL Benfica entravam em campo para o primeiro jogo do grupo C da Taça da Liga, no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria. Numa fase tão peculiar como esta e com alguns nomes ausentes, era de esperar um Benfica a rodar mais a equipa e a fugir ao seu onze habitual. Ainda assim, e mesmo dando a entender que a Taça da Liga não tinha a importância de outras competições, o Benfica entrava em campo a proteger o registo impressionante de só não ter vencido por quatro vezes em 25 jogos e sem qualquer derrota.
Os comandados de Roger Schmidt entraram com fome de vencer e a mostrar serviço. O Estrela não se fazia de rogado e procurava ter bola, mas com o Benfica a controlar bem as variações de flanco amadorenses. Paulinho era ausência na equipa ‘da casa’ e João Silva tentava dar-se a conhecer à defesa encarnada, mas ia esbarrando na dimensão física dos centrais das águias. Víamos então um Estrela sem medo de ter bola, mas inofensivo e incapaz de chegar a zonas adiantadas com perigo numa fase inicial.
Apesar de um início dividido, começou-se a ver um Estrela remetido ao seu meio-campo, com o Benfica a começar a chegar mais vezes à sua área. E é nesta fase que entra Petar Musa, aos 13 minutos. Rafa e Musa combinaram numa troca sucessiva de passes, numa excelente jogada, e o croata finalizou de forma colocada à entrada da área. Não passaram muitos minutos até a formação tricolor dar resposta quando, aos 22’ minutos, João Silva aproveitou um cabeceamento ao primeiro poste de Guzmán e a falta de reação da defesa encarnada para fazer o 1-1.
O golo pareceu colocar o Estrela mais confiante e encontrar-se com firmeza no jogo e a ser atrevido no jogo, mas o Benfica reagiu. Por três vezes, aquando do minuto 25’, o Benfica podia ter-se colocado em vantagem. Musa cabeceou na sequência de um pontapé de canto, mas, por duas vezes, viu Brígido a negar-lhe essa possibilidade. Nesse mesmo lance, Diogo Gonçalves também ficou perto de ver a bola entrar na baliza, porém o Estrela tinha uma barreira na linha de baliza e impediu o golo.
Ao minuto 28’, a equipa que alinhou de amarelo aproveitou uma bola colocada por Grimaldo para Rafa em zona interior, com este último a romper para dentro e a ser derrubado dentro de área. Penálti para o Benfica. Chiquinho não perdoou e finalizou com mestria, 1-2. Três golos em 15 minutos e Neres esteve perto de juntar mais um no marcador, mas viu o defesa do Estrela tirar a bola na linha, depois de o brasileiro tirar Bruno Brígido da frente. O resultado manteve-se ao intervalo.
A segunda parte não fez o Benfica tirar o pé do acelerador, com a equipa de Roger Schmidt a dispor de duas oportunidades de golo nos primeiros dez minutos, com Rafa e Neres a serem perdulários em frente à baliza. O Estrela sentia mais dificuldades e não conseguia fazer a bola chegar aos seus avançados.
Benfica melhor e Estrela a demorar a reagir, contudo a resposta surgiu. Aos 65’ minutos, Ronaldo Tavares pôs à prova Odysseas Vlachodimos, que respondeu afirmativamente e negou o golo ao jogador recém entrado.
As oportunidades foram escassas no decorrer desta segunda parte e só perto do fim é que houve mais ilusão de golo. Neres era o mais inconformado e por duas vezes a bola esteve perto de entrar. A primeira, num momento característico do jogador, a fletir da direita para dentro e com o pé esquerdo a colocar a bola em arco para uma boa defesa de Bruno Brígido. A segunda, já com um remate mais tímido, com pouca força, contudo, perto da baliza.
Já aos 90 minutos, num contra-ataque rápido a um/dois toques, Rodrigo Pinho colocou a bola em Julian Draxler, que finalizou com categoria e fechou o jogo. O marcador acabou mesmo por se fixar em 2-3, quando já mesmo no último minuto do jogo, Morato oferece a bola à entrada da área e Diogo Salomão serviu a bola numa bandeja para Gustavo finalizar. Vitória por 2-3 dos encarnados, que entram nesta edição da Taça da Liga com uma vitória.
A Figura
Máquina bem engrenada de Schmidt – Num jogo difícil, o grande destaque vai para a equipa numa nota geral. Mudam os intérpretes, mas a qualidade jogo, nem sempre com o melhor brilhantismo, vai permanecendo. Conseguiram controlar o jogo ofensivo do CF Estrela da Amadora e geriram a bola e controlaram o jogo com bola. Apesar dos dois golos sofridos, a formação encarnada não passou por nenhum verdadeiro susto.
Fora de Jogo
Omorwa – Num jogo em que a organização do Estrela foi bastante competente e compacta, o defesa tricolor revelou alguma ansiedade e falta de concentração que comprometeu a equipa. Perdeu quase sempre os duelos com Musa e a sua desatenção constante deu alguns calafrios à sua equipa.
Análise Tática – CF Estrela Da Amadora
Sérgio Vieira montou a sua equipa num 3-4-3, com a defesa bastante subida, apenas um pouco atrás do meio-campo. Nesta ideia de jogo, Guzmán e Aloísio assumiam um papel importante, ora a mostrar-se ao jogo e darem soluções com bola, ora a pressionar e a não deixar Chiquinho e Florentino verem o jogo de frente. Foram também os principais elos de ligação entre defesa e ataque.
11 Inicial e Pontuações
Bruno Brígido (6)
Omorwa (5)
Miguel Lopes (5)
Almeida (6)
Jean Felipe (6)
Aloísio (6)
Sebastian Guzmán (7)
João Reis (6)
Ronald (6)
Shinga (7)
João Silva (6)
Subs Utilizados
Gustavo Henrique (6)
Ronaldo Tavares (5)
Lucão (6)
Hevertton Santos (6)
Diogo Salomão (6)
Análise Tática – SL Benfica
Roger Schmidt alinhou no seu sistema de jogo habitual, um 4-2-3-1, com Rafa como segundo avançado. O triângulo ofensivo de Chiquinho, Grimaldo e Rafa ia assumindo protagonismo no ataque do Benfica, com várias combinações pelo lado esquerdo. Do lado direito, Neres permitia o overlap de Gilberto, com os dois jogadores brasileiros a terem movimentos complementares.
O SL Benfica procurou sempre bloquear as saídas curtas do Estrela desde a reposição, com os dois homens mais adiantados a cumprirem o papel de pressão aos elementos mais recuados com bola. Foi um Benfica fiel ao que já demonstrara na sua ideia de jogo, com os extremos a virem muito para zonas interiores e darem a profundidade a Grimaldo e Gilberto.
11 Inicial e Pontuações
Odysseas Vlachodimos (6)
Gilberto (6)
João Victor (6)
Brooks (6)
Grimaldo (6)
Florentino (7)
Chiquinho (7)
David Neres (5)
Rafa (6)
Diogo Gonçalves (5)
Petar Musa (7)
Subs Utilizados
Morato (6)
Julian Draxler (7)
Gil Dias (6)
Rodrigo Pinho (7)
Ristic (-)"