terça-feira, 22 de novembro de 2022

Otávios, Ronaldos e Catar


"Há muitos e bons motivos para não devotar qualquer entusiasmo a este Mundial.
Desde logo o país que o recebe, sem tradição futebolística, onde os direitos humanos não são minimamente respeitados, e a quem a organização foi atribuída por métodos obscuros. Decorrente dessa atribuição, também a altura em que se realiza, interrompendo abruptamente, a meio da temporada, provas de clubes que seguiam empolgantes.
Tudo isto já seria suficiente para um boicote generalizado, mas há ainda factores desportivos, como o progressiva perda de interesse do futebol de selecções, resultado da acumulação de talento nos principais clubes europeus. Se outrora o Mundial era o pináculo dos bons jogos e do brilho das estrelas, esse papel é agora desempenhado pela Liga dos Campeões. Mundiais como os de 1982 e 1986 são hoje uma quimera histórica.
Noutro plano, a equipa nacional, embora recheada de jogadores extraordinárias, tem-se perdido era prestações medíocres. O Euro 2016, conquistado com uma dose substancial de sorte, já aconteceu há mais de 6 anos. Desde então, aqui e ali a sorte foi-se mantendo, mas o mau futebol também. Ronaldo é um jogador acabado, que continua, mais o seu umbigo, a ser elemento, condicionador (agora também desestabilizador) de todo o jogo da equipa. E depois há Otávio.
O jogador do FC Porto não tem perfil para representar o nosso país. E alguém que dentro de campo insiste em simulações e provocações para obter favores de arbitragem, e fora dele demonstra total de respeito pelos adversários. Lamento, mas não consigo sentir afecto por uma equipa integrada por este indivíduo."

Luís Fialho, in O Benfica

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