sábado, 14 de agosto de 2021

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"A primeira semana até nem correu bem. Depois, os Jogos Olímpicos de Tóquio acabaram por revelar-se os melhores de sempre para as cores lusas, com a conquista de quatro medalhas, uma delas de ouro.
É sabido que o desporto português não é brilhante. Somos bons no futebol, em modalidades extra-olímpicas como o hóquei em patins ou o futsal, e depois vivemos de meia dúzia de individualidades que vão disfarçando, aqui e ali, um enorme défice de desporto de base, de desporto escolar, de apoios públicos e privados, de instalações e, last but not least, de cultura desportiva.
Acredito que as coisas possam estar a melhorar. Por agora, continuamos a viver de nomes como Jorge Fonseca, Patrícia Mamona, e os nossos Fernando Pimenta e o campeão Pedro Pichardo.
Vibrei com os quatro medalhados, mas quando são do Benfica sinto uma alegria especial. E se no caso do Pimenta, grande atleta, grande benfiquista, o apoio do Clube, sendo importantíssimo, não será tudo, já no caso de Pichardo, não fosse o Benfica, não haveria ouro olímpico. Foi o Benfica que pegou neste atleta - o qual, diga-se, não se naturalizou para obter qualquer estatuto desportivo, ou transferência milionária, mas, sim, porque não podia viver no seu país de origem. Foi o Benfica que o contratou e auxiliou no demorado processo de naturalização, contra ventos e marés, e perante críticas de muita gente ilustre. Agora é o quinto campeão olímpico da história do desporto português, ficando desde já com o seu nome a cintilar entre os maiores de sempre.
E tal como Pimenta, como Pedro, como Pablo e como Pichardo, Paris também começa por P."

Luís Fialho, in O Benfica

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