segunda-feira, 8 de julho de 2024

Jornadas 'sorteadas'!!!


1.ª Famalicão-Benfica 18.ª
2.ª Benfica-Casa Pia 19.ª
3.ª Benfica-Estrela da Amadora 20.ª
4.ª Moreirense-Benfica 21.ª
5.ª Benfica-Santa Clara 22.ª
6.ª Boavista-Benfica 23.ª
7.ª Benfica-Gil Vicente 24.ª
8.ª Nacional-Benfica 25.ª
9.ª Benfica-Rio Ave 26.ª
10.ª Farense-Benfica 27.ª
11.ª Benfica-FC Porto 28.ª
12.ª Arouca-Benfica 29.ª
13.ª Benfica-Vitória SC 30.ª
14.ª AVS-Benfica 31.ª
15.ª Benfica-Estoril 32.ª
16.ª Sporting-Benfica 33.ª
17.ª Benfica-Braga 34.ª

Mais um 'sorteio' que de sorteio teve muito pouco, com a receita a repetir-se: como se costuma dizer, em 'equipa vencedora não se mexe'!!! E pois, correu mal ao Benfica na última época, vamos manter o esquema:
- 1.ª jornada com deslocação complicada para o Benfica, e fácil para os restantes candidatos!
- Ponta final do campeonato dificílima: 4 últimos jogos fora: Corruptos, Guimarães, Estoril e Braga! Com a recepção ao Sporting na penúltima jornada...
- Corruptos, com os dois clássicos em casa na 2.ª volta...
- Até na jornada do Benfica-Corruptos, temos novamente um Sporting-Braga, como vem sendo habitual!!!

Falta saber como será o 'encaixe' das jornadas da Liga, com os jogos da Champions, mas fica claro que para o Benfica ser Campeão, terá que obter uma vantagem relativamente grande, antes da deslocação ao Dragay, na 28.ª jornada, doutra forma, será quase impossível...

PS: No novo formato da Taça da Liga, vamos receber o Santa Clara nos Quartos-de-final da prova, que esta época não terá fase de grupos: mata-mata com Quartos, Meias e Final... Sendo que em caso de vitória, iremos jogar nas Meias-finais, com o vencedor do Braga-Guimaráes!

Feminino vermelho!


"A nossa profunda gratidão e reconhecimento às extraordinárias equipas femininas do Sport Lisboa e Benfica. A supremacia do clube no desporto feminino é impressionante!
Nesta época, conquistámos campeonatos nacionais em todas as modalidades de estádio e pavilhão, incluindo rugby e polo aquático. Absolutamente notável. Apenas o voleibol foi exceção, onde, apesar de não termos alcançado o campeonato, vencemos a Taça de Portugal.
Continuamos a escrever história com vitórias. Parabéns a todas as atletas e equipas técnicas. Juntos, somos Benfica! 🦅"

O grande desfalque...

A verdadeira cartilha...

Hendecacampeãs


"A equipa feminina de hóquei em patins do Benfica é campeã nacional pela 11.ª vez consecutiva. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Título revalidado
O Benfica é hendecacampeão nacional de hóquei em patins no feminino após ganhar, por 2-0, frente ao CA Feira. É o 11.º título consecutivo, estendendo o recorde benfiquista de títulos seguidos numa modalidade de pavilhão.
Paulo Almeida elogia o plantel às suas ordens: "A exigência do nosso clube é ganhar. Com esta camisola não se pode procurar outro resultado, a não ser, no final de cada época, ganhar títulos para o Benfica. Estas jogadoras têm feito isto na perfeição."
Na mensagem de felicitações, o Presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa, salienta "o magnífico trabalho desenvolvido por toda a estrutura, que culmina neste feito histórico na competição".

2. As mulheres do Benfica em alta
O título nacional conquistado pela equipa feminina de hóquei em patins junta-se aos já ganhos, na presente temporada, pelas equipas femininas de futebol, andebol, basquetebol, futsal, atletismo (pista coberta), luta, marcha (10, 15 e 20 km), natação, polo aquático e râguebi (15 e sevens).

3. Preparar o futuro
São 9 os jogadores das equipas de formação do Benfica a integrar os trabalhos do plantel profissional às ordens de Roger Schmidt.

4. Equipa B em preparação
Trabalhar para evoluir é o mote."

Os bons ventos de Espanha


"Seleção de Luís De La Fuente é um regalo para a vista e forma um coletivo sólido inserido e numa estratégia correto

Não foi o Euro do contentamento dos portugueses. Contra uma França com grandes individualidades – como Portugal – e um jogo coletivo medíocre – como Portugal – não se podia esperar mais que uma 1.ª parte amarrada, uma 2.ª metade com alguns estímulos e um prolongamento com dois ou três picos de emoção. No desempate através das grandes penalidades ganhou a França porque foi mais competente. Foi, dizem, a melhor exibição de Portugal… Pouco quando comparado com qualquer um dos jogos da Espanha na competição.
Em abstrato, Portugal podia aspirar a mais. Realisticamente, não produziu futebol suficiente para evitar cair nos quartos de final frente a uma França longe do seu apogeu. Invoco a Espanha porque é uma seleção que não inventa e dá prazer ver jogar. Dispensa estudos prévios e ataca o adversário com uma vertigem difícil de controlar. Dos 16 anos de Lamine Ýamal aos 31 de Morata, tudo parece fazer sentido na organização de Luís De La Fuente. Quando a equipa tropeça em exageros aparece Rodri a colocar ordem na casa. Ganharia Portugal à Espanha? Dificilmente. Da mesma maneira, estando onze contra onze, a França corre o risco de ser 'passada a ferro' pelo país vizinho.
A Espanha pode até não se sagrar campeã europeia, mas tem a personalidade que gostamos de ver nas seleções e a matriz de jogo mais atraente do Euro 2024. Tem também um treinador que retira o máximo dos recursos que tem no banco, coisa que Roberto Martínez não soube fazer. Morata, por exemplo, foi substituído nos quatro jogos em que jogou a titular quando a equipa pedia um avançado com energia renovada. Com Portugal aconteceu o contrário e ainda se assistiu a mutações táticas que não ajudaram a construir uma seleção esclarecida e capaz de fazer golos nos três últimos jogos."

Ronaldo e Portugal: houve apenas o ‘todos por um


"Imagem de Martínez fica beliscada pelas decisões tomadas na gestão do grupo

Roberto Martínez sai com muito pior imagem do que aquela com que entrou no Europeu, embora dificilmente esteja em risco, não só pelo contexto (discutível) que o rodeia na Federação, mas também por ter sido o primeiro torneio e porque não há vergonha em ser eliminado pela França, mesmo que os Bleus tenham mantido em Hamburgo apenas o esbatido brilho que os acompanha desde a débil estreia com a Áustria.
Não há, portanto, razões objetivas para a saída, quiçá apenas subjetivas (ainda que claras), relacionadas com a gestão do grupo e dos egos, e até com a falta de fio de jogo e a má leitura durante as partidas (talvez também condicionada pela mesma gestão). No entanto, aquela personagem simpática, em que continuamos estupidamente a valorizar em excesso o expressar-se em português, e que com discurso cordial e qualificação sem mácula tinha diluído as sensações negativas deixadas ao serviço da Bélgica no Catar, abriu o flanco às críticas.
Talvez lhe falte tempo para consolidar uma identidade, contudo, não será através de horas extraordinários que erradicará as fragilidades confrangedoras que mostrou na liderança, potenciadas pelo rendimento medíocre (esperado, embora não a um nível tão baixo) de Ronaldo. A Martínez faltou coragem para decisões difíceis, sempre péssimo sinal num líder. Apenas se viu o todos por um do grito de guerra dos Três Mosqueteiros de Dumas, lema que poderia ter sido virado contra os franceses, sendo que o um não dizia respeito ao coletivo, mas a uma individualidade, que, por sua vez, não percebeu a completa extensão do seu papel, o do um por todos.
Curiosamente, Portugal voltou a assinar a melhor exibição no adeus, depois das derrotas com o Uruguai no Mundial 2018 e Bélgica no Euro 2020. Vimos uma equipa mais ligada e consciente. É verdade que a liberdade oferecida a Bernardo pecou no isolamento de Cancelo, mas deu outras coisas. Tal como Bruno Fernandes e Vitinha pareceram finalmente entender-se na organização conjunta e nos terrenos que ocupavam. Leão e Nuno Mendes criaram muito e com maior associação entre si, embora ainda longe do ideal, e quem entrou acrescentou valor. Talvez Matheus Nunes tenha surgido demasiado tarde, já que o jogo pedia quem levasse a bola pelo meio de pernas cansadas. Falharam-se golos (Vitinha, Ronaldo, Nuno Mendes…), faltaram outras abordagens e valências na decisão e, nos penáltis, o karma pairou de imediato sobre Félix, com a Lei de Murphy a esticar os tentáculos, uma vez que os franceses, avisados sobre Diogo Costa, até mudaram o alinhamento de marcadores para lhe dificultarem a missão: Barcola e Koundé não tinham atirado antes na carreira, não havia referências.
Perdeu-se grande oportunidade, mas a vida continua. Esta geração tem muito para dar, mas Martínez precisa quebrar o ciclo e já poderá ser demasiado tarde, se olharmos para a idade das outras figuras. Agradeçamos a Pepe e Ronaldo. Ambos mereciam outra despedida, porém não será pela eternização que a conseguirão. O legado será único e os bons exemplos também."

Área reservada para balanço


"HAMBURGO - Ficou para a despedida a melhor exibição da Seleção no Euro-2024. Muitos dirão que é a prova de que pouco importa jogar bem ou mal, outros — nos quais estou incluído — preferem a ideia de que só faltou um pouco mais de felicidade para que a equipa das quinas conseguisse um momento de afirmação na caminhada para o título. Um degrau que era indispensável para forjar a ambição, ou, no pior dos cenários, regressar a casa de cabeça erguida. É verdade que a França foi mais submissa do que nunca, ainda sob o efeito do trauma de 2016, mas a equipa de Roberto Martínez teve personalidade para deixar de lado inseguranças próprias, e foi globalmente superior. Para isso foi fundamental a ação de Bernardo Silva, finalmente livre de amarras, a recuperar o hábito de recuar no terreno para temporizar a construção, deixando a linha para quem se sente lá melhor - como Cancelo, mesmo limitado pela ameaça de Mbappé. O corredor central deixou de ser caminho a evitar e Palhinha aproveitou para mostrar que não tem a capacidade de desarme como virtude única, enquanto Vitinha manteve o nível que fez dele o melhor jogador português do torneio. A evolução encontrou depois uma barreira, pois foi no último terço que a equipa das quinas ficou abaixo do necessário para conseguir a passagem às meias-finais. Os números não mentem: 364 minutos sem marcar, entre o último golo à Turquia e o penálti de Theo Hernández. Portugal ficou pelos cinco golos, dois deles apontados por adversários na própria baliza. Um jejum que resulta também do enorme desacerto na finalização, mas sobretudo da falta de poder da área. Se Cristiano Ronaldo já não tem a presença de outros tempos, a equipa foi sempre incapaz de encontrar alternativas. O baixo rendimento de Bruno Fernandes não explica tudo, e porventura menos do que a escolha do perfil para o lado esquerdo. Leão raramente foi consequente, e a equipa pedia mais um complemento a Ronaldo que alguém aberto na linha. Mesmo que Félix não justificasse a confiança da qualificação, Jota podia muito bem ter preenchido essa lacuna. Se nunca houve a intenção de prescindir do capitão, ao menos arranjava-se companhia. Esse foi o ajuste que Roberto Martínez nunca chegou a fazer."

Cristiano Ronaldo


"Daquela tarde de junho de 2001 ao adeus de Portugal ao Euro-2024 diante da França — nem CR7 está acima da equipa das quinas; que todos os problemas da carreira de João Félix fossem penáltis falhados; sonhar ser Pepe

1
Viajar através do arquivo digital de A BOLA é um dos meus passatempos favoritos, oportunidade para voltar a lugares onde fui feliz, páginas e páginas de notícias, reportagens e entrevistas que escrevi, algumas que ficaram na memória, outras, a maioria, que só depois de confirmar a assinatura reconheço como minhas. Um destes dias tropecei na página 30 da edição de 20 de junho de 2001, uma quarta-feira. Junto ao célebre País a duas colunas — apelidado de pesadelo a duas colunas por quem tinha de preencher aquele espaço com uma série de breves — dava-se destaque à fase final do Nacional de juniores.
A abrir um Belenenses-FC Porto (1-3), escrito pela pena do Nuno Raposo, em rodapé um Benfica-Leixões (5-1), que acompanhei no Campo n.º 3 do antigo complexo da Luz. Assisti ao desafio ao lado de um então técnico das seleções jovens, o professor Silveira Ramos, e lembro-me de estarmos a conversar sobre a Seleção, à data a disputar a qualificação para o Mundial 2002. Quando falámos de pontas de lança — eram Pauleta e Nuno Gomes as principais opções de António Oliveira, o selecionador nessa altura — recordo-me como se fosse hoje da primeira vez que ouvi o nome de… Cristiano Ronaldo.
«Há um miúdo madeirense no Sporting que vai ser o melhor avançado português», assim sentenciou o meu parceiro de conversa, tão convicto na previsão sobre o futuro daquele jovem de 16 anos que disse para mim mesmo que ia ficar atento para perceber se teria razão. Na época seguinte, 2001/02, Ronaldo começou a ser chamado por Laszlo Boloni para trabalhar com os seniores do Sporting, em 2002/03 participou em 31 partidas e em 2003/04 estava nas mãos de Alex Ferguson no Manchester United.
Pouco mais de 23 anos após me ter sido apresentado por Silveira Ramos — longe de pensar que se tornaria não só o melhor avançado como também o jogador mais brilhante da história do nosso futebol —, Ronaldo despediu-se, sem glória, do sexto Europeu da carreira. Com 212 internacionalizações e 130 golos, senhor de (quase) todos os recordes, CR7, marca planetária que continua a render milhões não só ao próprio como a todos a que está associada, faz hoje mais falta à Federação Portuguesa de Futebol do que ao onze da Seleção. Se tem lugar entre os melhores 26 jogadores portugueses? Continua a ter.
Se reúne condições para ser titular? Em alguns duelos, sim, a fase de qualificação para o Euro 2024 foi um bom exemplo; noutros, como se constatou neste Euro, claramente já não, apesar de vivermos uma fase em que escasseiam avançados goleadores — há Gonçalo Ramos, Diogo Jota, André Silva, Jota Silva ou Dany Mota, sabe a pouco...
No Mundial 2022, Fernando Santos cometeu o pecado mortal de sentar Ronaldo no banco e a corda partiu do lado do engenheiro ao tentar mudar a estrutura sob o princípio de que o craque já não justificava o estatuto de indiscutível. Agora, Roberto Martínez decretou que era ele e mais 10, sem procurar encontrar no eixo ofensivo as soluções que testou noutras zonas do campo. Ronaldo adora a Seleção, nunca lhe virou as costas, mas, a caminho da ternura dos 40, é imperioso que perceba — tal como Roberto Martínez... — que ninguém, nem ele, está acima da equipa das quinas.

2
João Félix falhou um penálti no desempate com a França e Portugal disse adeus ao Euro 2024. Duríssimo para ele e todo um País, não vale a pena afirmar o contrário nem evocar para atenuar a desilusão o nome de grandes figuras — ainda agora Messi atirou por cima frente ao Equador na Copa América mas Emiliano Martínez voltou a salvar a Argentina — que erraram o alvo em cenários idênticos. Que todos os problemas de Félix nesta altura da carreira fossem penáltis desperdiçados.

3
Em criança sonhava ser número 9 letal ou um 10 mágico que pegava na bola e fintava o mundo. Se fosse hoje sonharia ser central, como Pepe."

O 'eu' acima do 'nós'


"Não se procuram bodes expiatórios, mas compare-se o desempenho de CR7 e Pepe. Até que ponto o ego prejudica o coletivo?

Ponto prévio: considero Cristiano Ronaldo o melhor jogador português de todos os tempos, carregou às costas a Seleção Nacional durante anos, foi sempre um grande embaixador do nosso país além-fronteiras, um exemplo paras as gerações vindouras e este artigo, ao contrário do que se possa pensar, não é para fazer do internacional português um bode expiatório pela eliminação prematura de Portugal nos quartos de final do Europeu.
É meramente um texto baseado em factos e estatísticas indesmentíveis. Aos 39 anos, o astro nacional partia com legítimas aspirações de ajudar Portugal a chegar ao seu segundo título na competição, ele que ficou com o recorde de presenças em fase finais do Campeonato da Europa e tenta também ficar na história a marcar nos seis torneios, o que não veio a suceder.
Todas as opiniões são legítimas e válidas, mas, agora a frio, alguém fica convencido, sinceramente, de que o capitão da Seleção Nacional merecia o estatuto de titular na prova? Quantos golos fez, de bola corrida ou parada? Qual a preponderância que teve nos três jogos da fase de grupos e nos dois da fase a eliminar (Eslovénia e França)? É normal ver-se um jogador, por mais estatuto que tenha, querer a toda a força marcar livres diretos na zona frontal, longe da área e junto à linha lateral? Não é prática comum um capitão dar a cara na hora das derrotas, como contra a Geórgia e agora a França? Declarações? Nem vê-las...
É aceitável que um líder de um grupo, após uma vitória épica nos penáltis sobre a Eslovénia, se dirija ao herói Diogo Costa na flash-interview como o nosso guarda-redes, sem mencionar o seu nome? Se é, o meu conceito de equipa, em que o ‘nós’ tem de estar à frente do ‘eu’, está errado. Não foi por culpa de Cristiano Ronaldo que Portugal saiu mais cedo do Campeonato da Europa, mas a questão do estatuto foi por demais evidente, com Roberto Martínez, sempre bem-falante e simpático, a ser beneplácito com o poder absoluto que Cristiano Ronaldo tem no coletivo. Cabe na cabeça de alguém que no jogo com a Geórgia CR7 fosse titular, numa tentativa desesperada de marcar um golo e quebrar mais um recorde... pessoal, quando se impunha um descanso para a batalha seguinte com a Eslovénia?
Desconheço em absoluto se CR7 vao continuar a defender as cores da Seleção Nacional no Campeonato do Mundo do Estados Unidos, Canadá e no México se Portugal for apurado, mas na altura já terá 41 anos, os mesmos de Pepe, este sim, um exemplo de superação em prol do coletivo e sem olhar para o seu umbigo. Uma diferença abissal e também tem estatuto..."

Regresso prematuro a casa


"PRESIDENTE E CEO DA FPF VÃO PASSAR OUTRA VEZ PELOS PINGOS DA CHUVA?

1. Lembram-se da vergonha do Mundial-22? O sacrificado foi, como todos sabemos, Fernando Santos.

2. Contrataram de seguida Roberto Martínez, a quem pagam uma fortuna. Desconfiei quando vi o catalão ser apresentado num dia e viajar no seguinte rumo à Arábia Saudita para prestar vassalagem ao todo poderoso capitão. 

3. A fase de apuramento, contra seleções da treta, enganou muito boa gente. E assim chegámos ao Euro de peito feito, como inquestionáveis favoritos ao título europeu.

4. Na Alemanha, o filme já visto, mas ainda não gasto: tristes exibições da equipa, mais do que discutíveis opções do selecionador e "ditadura" do capitão voltaram a colocar tudo a nu. E esta fantástica geração de jogadores voltou a sair da competição pela porta pequena.

5. Desenganem-se, porém, os que pensam que a culpa é toda do Cristiano e do Martínez. São dois, mas não estes, os nomes dos culpados maiores de saltarmos fora, grande competição atrás de grande competição, antes do tempo. Os seus nomes são Fernando Gomes, o presidente, e Luís Sobral, o CEO da FPF.

6. São estes senhores que escolhem os selecionadores subservientes e são eles que alimentam a "ditadura" do capitão por interesses económicos e não desportivos. E preparam-se para passar de novo pelos pingos da chuva de mais uma campanha abaixo de zero.

7. Com o Martínez e o Cristiano debaixo da mira dos adeptos e de alguma comunicação social, vai ficar tudo na mesma. Vale uma aposta?"

11.ª Campeãs Nacionais

Benfica 2 - 0 Feira

Hendecacampeãs!!! Palavra rara de ser usada! São 11 anos consecutivos a levantar o caneco máximo!!!

Se por um lado, este curriculo é digno de registo, por outro temos que reconhecer que não temos tido um adversário interno, que nos tenha dificultado a vida: o Sporting já tentou, ultimamente tinha sido o Turquel e este ano foi o Feita a chegar à Final... E este facilitismo tem sido fatal na Europa, contra as Espanholas!!!


Trevas de uns, egos de outros


"Vieira cometeu erros? Claramente que sim, teve excessos, enganou-se, falhou muitas vezes, mas o Benfica é hoje o que é graças a ele

Por razões que não vale a pena aqui trazer, tenho-me abstido nos últimos anos de escrever ou falar do SL Benfica. Entendi ser chegado o tempo de quebrar esse silêncio por uma questão de memória, justiça e, finalmente, propósito!
Nunca fui dos que bajularam ostensivamente Vieira enquanto era líder do clube, nem dos que calaram críticas ou se inibiram de apontar-lhe falhas, mas sou daqueles que continuam a atender-lhe o telefone e a estar com ele quando a ocasião se proporciona. A maioria dos primeiros são os mesmos que hoje o renegam. Uma questão de caráter. Há os que tem e os que lhe falta!
Vieira deixou a presidência do Benfica em 2021. Desde então para cá, a nova direção já investiu mais de 250 milhões de euros em reforços, construiu o plantel que quis, sem quaisquer limitações. Não teve de enfrentar dificuldades de tesouraria, negociar dívidas ou inibições da UEFA. O Benfica de Vieira não é só o que ficou em termos de infraestruturas, a nível de quadros e profissionalização, de valorização de marca, do que conquistou a nível desportivo, é também o da solidez financeira. Tomara Villas-Boas ter encontrado o seu clube nas trevas em que Rui Costa assumiu o SL Benfica!
É por isto que me incomoda ouvir repetidamente, não só mas também nas AG, associar o chamado vieirismo ao tempo das trevas, como se de um período negro da história do Clube se tratasse. Uma crítica fácil e generalizada na boca de alguns, mas que só por absoluta má-fé se pode sustentar. Vieira cometeu erros? Claramente que sim, teve excessos, enganou-se, falhou muitas vezes, mas o Benfica é hoje o que é graças a ele. Cometeu crimes, prejudicou o Benfica? Serão os tribunais e não os jornais a determiná-lo. Em matéria de justiça é assim que deve ser. Se chegar o tempo de apontar-lhe o dedo, cá estarei para o fazer, mas esse tempo ainda não chegou.
Ouvi alguns sócios, na última AG, como já tinha ouvido antes, pedir com incontida veemência a expulsão de Vieira. Nenhum deles tem a mínima noção do que Vieira representou para o clube. Não têm noção de que, sem Vieira, provavelmente não haveria clube de onde expulsar quem quer que fosse! O Benfica acabou para Vieira, independentemente do que ele pense ou queira para o seu futuro, mas não se pode perder a memória do que ele representou para o clube.
Na vida, nada é definitivo. O sucesso, mas também o fracasso, é transitório. Em futebol, ainda mais! É sempre a última imagem que prevalece, são os resultados que ditam a direção do vento, influenciando o tom dos elogios ou a contundência das críticas. Rui Costa tem a legitimidade das urnas para terminar o seu mandato em paz e provar que mereceu a confiança dos que nele votaram! Mas deve saber ouvir, porque quem exerce o poder deve ter a inteligência de saber crescer com as críticas!
E, não, ao contrário do que repetidamente fui ouvindo, Rui Costa não é a continuação de Vieira! Isso ficou claro em julho de 2021, quando, ao assumir, ainda que de forma interina, na altura, a liderança do clube, não conseguiu dedicar uma única linha da sua intervenção a Luís Filipe Vieira! Influenciado ou por vontade própria, a verdade é que ignorou Vieira, e esse foi o dia em que o vieirismo acabou na Luz! Não acho que tenha sido o momento mais feliz de Rui Costa, mas foi a opção que decidiu tomar!
Do atual Benfica, vejo com preocupação um departamento de comunicação segmentado e pouco ativo, vejo como inadmissível que se transforme o aeroporto da Portela ou o aeródromo de Tires numa passerelle de verão ou meia-estação, que lugares que exigem discrição e recato sejam exercidos de forma exageradamente oposta, que se deixem partir jogadores chave enquanto se renovam outros contratos de forma extemporânea e, finalmente, acho preocupante o dinheiro gasto em reforços sem retorno. Não faltou ousadia a Rui Costa, faltou-lhe acerto. Corrigindo os erros, a ousadia será premiada. Persistindo neles, sair-lhe-á cara, a ele e ao clube.
Rui Costa nunca escondeu o desejo de liderar o Benfica, sempre teve essa vontade e sempre entendeu reunir as competências necessárias. O tempo dirá se efetivamente as tem, mas há uma coisa de que tenho a certeza: fará tudo para honrar o lugar que ocupa, porque está na sua cadeira de sonho. Podendo falhar, Rui Costa não aspira a nada mais que servir o Benfica. E esta é a deixa para a questão do propósito das coisas!

Por limite de mandatos, Fernando Gomes não poderá recandidatar-se à presidência da FPF. Procura-se, portanto, alguém que queira servir a instituição. A candidatura de Proença é o segredo mais mal guardado do futebol português. É verdade que, em público, nunca se assumiu candidato, mas, em privado, Proença já derrubou essa a porta a pontapé! Já confidenciou a vários públicos, repetidas vezes, que está a trabalhar há um ano e meio para as eleições na FPF e que tem 80 pessoas envolvidas na candidatura. A frase podia levar aspas.
Afirmações que levantam dúvidas éticas e materiais. Do ponto de vista ético, é só fazer as contas, e perceber que Proença já estava a trabalhar nas eleições para a FPF quando apresentou a sua recandidatura à Liga, garantindo aos clubes que assumia um compromisso que na verdade não estava a pensar cumprir! Isto já por si seria grave, mas a questão material é mais preocupante: quem são essas 80 pessoas? E quem paga? Terão os clubes consciência de que muita da agenda de Proença à frente da Liga não tem que ver com as funções que ocupa, mas com aquelas que quer vir a desempenhar em breve?
Para Proença, a Liga foi instrumental para aquela que quer que seja a sua próxima etapa, como a FPF será, se lá chegar, instrumental para o que vier a seguir. Não é o lugar ou a instituição que o motiva, mas o seu ego.
Duarte Gomes escreveu há dias, nas páginas deste jornal, que Proença «seria a figura mais qualificada para agarrar o desafio». Vamos então saber o que é que habilita Proença ao lugar. Será que o trabalho desenvolvido na Liga é assim tão meritório? O futebol português está mais competitivo? Os quadros competitivos foram reformulados? Estamos mais fortes na Europa? Temos mais público nos estádios? Estão os clubes portugueses financeiramente mais sustentáveis? Se respondermos a todas estas questões, vemos que Duarte Gomes não tem razão.
Proença é mais imagem que conteúdo, não se move por um sentido de missão, mas de ambição. A Liga transformou-se numa afinada máquina de propaganda, com ações que, numa análise rigorosa, levantariam muitas dúvidas, até de legalidade, nomeadamente quando, com o orçamento da Liga, se convidam, repetidamente, elementos do universo eleitoral da FPF para o acompanhar em viagens internacionais. A questão é saber qual o preço que os responsáveis pelo futebol português estão dispostos a pagar para afagar o ego de Proença. Qualquer que seja, será demasiado alto!
A terminar, volto ainda a Duarte Gomes, porque outra das razões invocadas para declarar o seu apoio a Proença tem que ver com «a carreira brilhante na arbitragem». Não é essa a memória que os benfiquistas guardam. Como sócio há mais de 30 anos, espero que a direção do clube não apoie Proença e não comprometa o seu voto sem, pelo menos, ouvir os seus sócios em AG."