quarta-feira, 20 de março de 2024

Até as pernas aguentarem...!!!

Benfica 1 - 2 Lyon


Jogo fácil de analisar: a partir dos 60 minutos, começaram a faltar pernas, e não aguentámos, a pedalada do Lyon!

Aquilo que o Benfica tem feito na Champions é extraordinário, o jogo no Seixal contra o Barça foi fenomenal, e ontem voltámos a jogar ao mesmo nível, mas contra uma equipa mais física do que o Barça, com jogadoras mais rápidas e fisicamente poderosas, a nossa estratégia arriscada de quase uma marcação 'melhor-a-mulher' campo todo, com a linha defensiva alta, começou a meter água...

Ainda por cima, tivemos duas substituições forçadas por motivos físicos, a Jéssica nem foi opção, e nas opções do banco, tivemos uma Pauleta ainda longe do ritmo ideal, depois da longa paragem devido a lesão, e a Norton, esta época parece uma veterana a jogar!

Independentemente daquilo que acontecer no 2.º jogo em França, estas jogadoras só merecem palmas!


São só rumores, mas a ausência da Jéssica 'cheira mal'! O individualismo exacerbado é um dos problemas dos dias de hoje, pertencer a um Clube e a um coletivo, é contra-natura para alguns! Quem não sonharia ontem estar no relvado da Luz a defender as cores do Benfica, com aquele ambiente, naquele grupo de jogadoras, com aquela atitude humilde, lutadora e ambiciosa?!!!


Seja onde for


"1. No domingo, pela 6 da tarde, o Benfica tem encontro marcado com o Casa Pia. È o nosso compromisso da 26.ª jornada do campeonato nacional de futebol. Faltam, portanto, 9 jornadas para o fim da prova. Há 27 pontos para conquistar. Anda lá, Benfica!

2. A 'casa' do Casa Pia é o Estádio Pina Manique. Não há, em Portugal, campo mais vizinho do nosso Estádio da Luz do que o campo histórico dos gansos. O Casa Pia vai na segunda época consecutiva na liga principal, mas, pelos vistos, ainda não aprontou o seu estádio para as exigências da competição ao mais alto nível. Só pode ser esta a explicação para o Casa Pia fazer os seus jogos, como anfitrião, em Rio Maior, no Estádio Municipal de Rio Maior, a perto de uma centena de quilómetros de Lisboa. Coisas bizarras da nossa liga.

3. Seja em Rio Maior, seja onde for, ao Benfica nunca falta apoio. E, no domingo, em Rio Maior, não faltarão muitos benfiquistas, daquela zona contentes por irem ver o Glorioso mais perto das suas casas do que no Estádio da Luz. Que a nossa equipa saia de lá com os 3 pontos e que os nossos adeptos saiam de lá felizes com o resultado e com a exibição. Não se pode mais nada.

4. Dois jovens supertalentosos 'made in Benfica', João Neves e Kika Nazareth - ou Kika Nazareth e João Neves, na realidade tanto faz - concederam uma entrevista conjunta à plataforma Fútbol Emotion e deram-se a conhecer melhor aos seus incontáveis fãs. Ambos foram questionados sobre o tema discriminação. Kika Nazareth respondeu assim: 'Estava a borrifar-me se jogava com rapazes ou raparigas, queria era jogar futebol. As bocas que ouvia entravam a 100 e saíam a 1000. Sou um pouco privilegiada pelo contexto em que cresci, onde a mulher nunca foi desvalorizada.' E mesmo que fosse, a Kika saberia voar sobre qualquer tipo de desvalorização. Já nasceu assim.

5. João Neves, por sua vez, sentiu discriminação por motivos de... tamanho. Mas soube ignorar os preconceitos alheios. E explicou como: 'Nunca deixei de jogar apesar da estatura mais baixa. Equilibrar inteligência com o físico é um ponto muito forte no meu jogo'. É um ponto forte, sem dúvida, mas não é o único. Há outros pontos fortes no jogo de João Neves, uma grande quantidade deles.

6. A UEFA voltou a tomar a palavra no que diz respeito aos atiradores de tochas que conspurcam o nome do Benfica. O comportamento de uns quantos artistas priorécnicos nas bancadas de Toulouse forçou a UEFA a ameaçar o Benfica com o espetro da proibição de venda de bilhetes a adeptos para o próximo jogo europeu fora de portas. Basta mais uma tocha no relvado num internacional, e volta acontecer o que já aconteceu em Milão, onde, nesta temporada, o Benfica jogou sem público seu nas bancadas.

7. Alguém tem de pôr cobro a isto."

Leonor Pinhão, in O Benfica

A oportunidade que tardava em surgir


"Após um período conturbado, Álvaro Magalhães demonstrou a sua qualidade

Um jogador de futebol tem de revelar atributos não só técnicos e físicos como também psicológicos. Quanto maior for o clube que representa, maior será a exigência. Quando ingressa no clube, sente pressão para demonstrar a sua qualidade o quanto antes, por forma a que a descrença dos adeptos não aumente de dia para dia. A palavra flop começa a ser pronunciada de forma quase automática sempre que o seu nome é referido. O próprio jogador poderá chegar a duvidar de si mesmo.
Álvaro Magalhães parecia ser um desses casos. Na temporada 1980/81, brilhou ao serviço da Académica de Coimbra, despertando o interesse de Benfica, FC Porto e Sporting. A concorrência era tão intensa, que os encarnados asseguram a sua contratação em Janeiro de 1981, ingressando no Clube na temporada seguinte. Bastante elogiado, a sua afirmação parecia ser uma questão de tempo. No entanto, 'quatro meses se passaram sem qualquer oportunidade'. O jogador passou a questionar o seu próprio valor: 'Passei maus momentos, horas de amargura. (...) Nos treinos sentia-me nervoso. Parecia que pisava um terreno de jogo pela primeira vez. Já não acreditava em mim mesmo'.
O apoio dos colegas de equipa foi fundamental para superar essa situação. 'O Humberto Coelho, quando me via em baixo, dizia-me: 'Calma, pá, que a tua hora há de chegar'. O defesa estava certo! Uma onda de lesões impulsionou a sua oportunidade, e logo num jogo de elevada dificuldade. Perante o Sporting, Álvaro Magalhães protagonizou uma excelente exibição: 'Uma estreia feliz. (...) Trouxe ao futebol do Benfica velocidade, temperamento, força, correndo para a frente e não para os lados e para trás. (...) Pelo que jogou ontem, tratou-se de uma excelente aquisição do Benfica'. O primeiro passo para a sua afirmação estava dado.
Poucas semanas depois, deu razão à frase de que 'os grandes jogadores aparecem nos grandes jogos'. Na 1.ª mão da final da Supertaça, frente ao FC Porto, atuou como defesa-central e rubricou nova exibição de elevada qualidade. Os encarnados ganharam por 2-0, e o jogador foi apontado como um dos principais elementos para que o Benfica não tivesse consentido qualquer golo: 'Coube ao novato a parte maior do duelo direto com Walsh, o mais avançado dos portistas - duelo ganho quase sempre, até mesmo nas bolas altas em que o irlandês é perito. Este ruço é mesmo capaz de ganhar o lugar'. Os adeptos também ficaram rendidos ao seu talento: 'Público já tem, e na Luz isso pode ser meio caminho andado, ainda há por ali muito adepto do jogar à Benfica, entendido como rima obrigatória da genica'.
Após um início doloroso, Álvaro Magalhães conquistou o coração dos adeptos benfiquistas e tornou-se numa das figuras dos encarnados durante a década de 1980. Extremamente empenhado, não dava uma bola como perdida, trilhando uma carreira de sucesso de águia ao peito. Em 9 épocas conquistou 4 Campeonatos Nacionais, 4 Taças de Portugal e 1 Supertaça.
Saiba mais sobre a carreira deste fantástico jogador na área 23 - Inesquecíveis, do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

Património da Humanidade


"Este é um tema recorrente em cada época futebolística. A dado momento da temporada, nestas minhas crónicas semanais, volto sempre a um tema: os assobios na Catedral. Não é assunto que me agrade abordar, mas a força das circunstâncias assim o exige.
Continuo sem entender, ano após ano, jogo após a jogo, de que forma uma assobiadela aos nossos jogadores, equipa técnica ou direção pode ajudar a equipa a conseguir um melhor resultado. Não entendo e não acredito que alguém tenha um argumento aceitável para defender essa causa perdida. A menos que esteja em causa uma candidatura do assobio a Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO (como acontece nas ilhas Canárias), não se justifica.
Vinda de duas derrotas internas com rivais e de um infeliz empate caseiro europeu, a equipa precisava de dar outra imagem. E começou logo por fazê-lo com o complicado Estoril, sofrendo o empate e voltando à liderança do marcador ainda antes do intervalo. Mas nunca chega, não é? Depois de mais 10 passes do meio-campo para tentar desequilibrar a defesa do adversário, há há alguém na bancada que mete os dedos à boca para mostrar o seu desagrado. 'Para trás mija a burra', ouve-se. É a exigência, dizem-me de peito inchado. A mesma exigência que, provavelmente, alguns destes assobiadores não têm no seu dia a dia, no trabalho, na educação dos filhos ou na sociedade. É pena que o futebol continue a ser espelho de tantas frustrações e um viveiro de adeptos sem cultura desportiva.
Assobiar alguém que representa o SL Benfica, para mim, é inconcebível. Terminado o jogo, venham as críticas e as análises, mas durante a partida, digam-me lá como é isso ajuda. Se o assobio ao adversário, quando está com a bola, serve para enervar e criar pressão, qual a explicação para assobiar os nossos? Inventivo? Só se o assobio for feito num timbre diferente, melodioso, que, em vez de enervar, inventiva. Duvido muito."

Ricardo Santos, in O Benfica

O Benfica são os benfiquistas


"Estamos a entrar na fase decisiva do campeonato, e a margem de erro é mínima. Não só para a equipa, mas sobretudo para os adeptos benfiquistas. Podemos exigir competência e empenho máximo aos nossos craques no relvado, no entanto, temos de saber corresponder nas bancadas. Afinal, se esperamos o melhor da parte da quem veste o manto sagrado dentro de campo, a verdade é que os jogadores também esperam o melhor de quem veste o manto sagrado fora dele. Jogar no Benfica e não ter os adeptos a apoiar é como fazer um churrasco sem carne. Não tem sentido. Por isso, temos a missão de corresponder com aquilo que melhor sabemos fazer na vida: motivar incondicionalmente o Benfica. No meu caso, não me ocorrem muitos mais exercícios para além deste onde eu seja extremamente competente.
Nesta fase da época é ainda mais crucial que tenhamos uma preparação ao nível da preparação dos nossos atletas no Seixal. Comer bem, cuidar de nós e dormir o número de horas suficiente para nos apresentarmos ao melhor nível quando a bola começa a rolar. Temos de ser capazes de brilhar cá fora para que os jogadores possam brilhar lá dentro. Concentrar energia na palma das mãos, não só para aplaudirmos e incentivamos como ainda para erguermos bem lá no ar os cachecóis vermelhos e brancos. Alongar os músculos da garganta, porque para apoiar o Benfica é ainda mais importante ter a voz bem afinada do que para participar na Eurovisão. Dominar os graves e os agudos até pode ser difícil, mas encher os pulmões para cantar o hino golo do Glorioso acarreta uma responsabilidade muito maior. Faltam nove finais, e temos todos de estar em forma. Eu estou pronto, espero que o leitor também."

Pedro Soares, in O Benfica

Nove finais


"Faltam nove jogos no Benfica para concluir o campeonato. E olhando para os calendários, ficam duas impressões. A primeira é que temos de os ganhar todos. A segunda é que, se tal acontecer, seremos campeões.
Uma dessas partidas será em Alvalade. Vencendo-a, necessitaremos ainda de, pelo menos, um empate do rival. Além do jogo em atraso em Famalicão, o Sporting tem de se deslocar à Amadora, a Barcelos, ao Estoril e... ao Dragão. Acreditando que não existam factores extradesportivos e condicionar qualquer desses jogos, é lícito esperar que deles resulte, pelo menos, o tal empate de que precisamos - e que até pode acontecer em casa, diante de Boavista, Guimarães, Portimonense ou Chaves.
Não estando os resultados de terceiros em nossas mãos, há que fazer a nossa parte - a começar pela deslocação a Rio Maior para defrontar o Casa Pia.
Este adversário tirou-nos 2 pontos na Luz. Esses pontos, tal como os desperdiçados diante do Farense igualmente no nosso estádio, são os que me custam mais a digerir. São eles (2+2=4) que nos estão a impedir de liderar a classificação. Com eles, estaríamos em linha com as melhores safras dos últimos 15 anos (ao longo desse período, mais do que 65 pontos à 25.ª jornada, tivemos só em 2013 e no ano passado). De resto, perder no Porto (esquecendo os números), empatar em Guimarães e em Moreira, e, enfim, escorregar no Bessa a abrir a temporada, num jogo repleto de infelicidades, não diverge muito daquilo que seria um campeonato normal do Benfica, de um Benfica campeão.
Não vale a pena chorar sobre o leite derramado. Em futebol jogado, digamos assim, merecemos vencer esses dois jogos. Falhámos 'apenas' na eficácia - que tem sido uma pecha demasiadas vezes repetida ao longo da época.
Agora não há margem de erro. Daqui até ao fim, é ganhar ou... ganhar."

Luís Fialho, in O Benfica

Um planeta com valores!


"Nunca como hoje se falou tanto do nosso planeta, da importância que tem e do seu óbvio papel vital para a humanidade. Não devia fazer falta pensar sobre o assunto quando todos os dias em que se levanta o Sol sabemos que a Terra deu uma volta e que mais à frente vai voltar a virar com o cair da noite. Porque é essa a nossa posição do Universo que a ciência demonstra e que antes se explicava apenas pela religião. Quer isto dizer que, sempre que pensamos na humanidade, na sua proveniência e no seu destino, todos os caminhos vão dar à nossa condição planetária.
Tivemos, portanto, a sorte, por graça divina ou por casualidade cósmica, de ter um planeta só para nós e não podemos de forma nenhuma dar cabo dele, seja do ponto de vista ambiental, seja do ponto de vista social. Foi assim que a humanidade foi capaz de construir civilizações, de lhes dar estrutura, forma e valores que não pode nunca esquecer, mas que às vezes parece ter esquecido.
Para que a vida humana seja possível, é preciso que o planeta em que vivemos seja viável, e isso só poderá acontecer com uma sociedade, justa, digna e coesa, de pessoas com valores e com a capacidade de os pôr em prática. Para isso, é preciso uma sociedade com valores, razão mais que plena para que a Fundação Benfica promova o projeto KidFun há uma década e nas próximas que estão para vir!"

Jorge Miranda, in O Benfica

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"2
Florentino é agora o 2º jogador formado no Benfica Campus, ex-aequo com Gonçalo Ramos, com mais jogos oficiais no estádio da Luz (53). Já era o 2º incluindo particulares (57). António Silva é o 6º, Morato o 7º e João Neves ascendeu à 10ª posição;

3
Di María passou a ser o 3º melhor marcador de sempre do Benfica na Liga Europa / Taça UEFA com 9 golos (o mesmo registo de Pizzi e Simão, num ranking liderado por Cardozo, com 22, seguido de Nuno Gomes, com 12)

10
Kökcü é o 3º membro do plantel a chear às 10 assistências para golo, depois de Rafa (14) e Aursnes (11);

12
Otamendi passou a ser, a par de Bento, o 12º futebolista que mais vezes envergou a braçadeira de capitão ao serviço da equipa de honra do Benfica (157 vezes, inclui particulares);

62
Marcos Leonardo soma 5 golos em 312 minutos de utilização (inclui tempos adicionais). Marcou a cada 62 minutos em campo. Tiago Gouveia tem um golo em cada 136 minutos. No binómio golos e assistências, Marcos Leonardo mantém os 62 e Tiago Gouveia desce para 109 (Com Neres a intrometer-se na parelha ao ter 107 minutos de utilização por cada golo ou assistência);

70
Pietra tinha 70 anos quando nos deixou. Contribuiu para 31 títulos e troféus oficiais do Benfica como jogador (4 Campeonatos Nacionais, 5 Taças de Portugal, 2 Supertaças, 2 Taças de Honra) e treinador-adjunto (6 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal, 6 Taças da Liga e 4 Supertaças). Fez ainda parte, sem ter disputado qualquer jogo oficial, do plantel que venceu o Campeonato Nacional e a Taça de Portugal em 1986/87. Como jogador, representou a equipa de honra em 407 partidas (24º), das quais 325 oficiais (22º) – 228 no Campeonato Nacional (20º).

* Não inclui o Rangers – Benfica."

João Tomaz, in O Benfica

Arthur resolve


"A vitória tangencial do Benfica, em Rio Maior, face ao Casa Pia e a goleada do Sporting, em casa, com o Boavista, dizem-nos, sobretudo, que o campeonato e a luta pelo título continuam em aberto. Para quem queira sublinhar a escassez da vitória encarnada convém recordar que o Casa Pia, sendo irregular e tendo sofrido goleadas como a de Alvalade, é, no entanto, a mesma equipa que tinha tirado pontos ao Benfica na Luz e, mais ainda, que o Sporting só saiu com os três pontos de Rio Maior graças a um golo manifestamente irregular, por fora de jogo de Paulinho.
Neste jogo, o Benfica apresentou-se com menos uma opção por afastamento, inevitável, de Kokçu depois da entrevista que deu, colocando em causa a autoridade do treinador. Uma atitude sem nenhum nexo quando o jovem jogador até tinha estado bem na jornada anterior e, aparentemente, aproximava-se do seu melhor, na posição que vinha reclamando.
A resposta veio de Arthur Cabral que, sem queixas nem entrevistas, saído do banco, fez uma declaração a reclamar titularidade sob a forma de um golo espetacular e mais uma “bomba” a levar muito perigo à baliza de Ricardo Batista. Isto num jogo em que as substituições acrescentaram, particularmente, com a entrada de David Neres e do decisivo Arthur, e em que também João Mário e Florentino estiveram muito bem e vários furos acima da média. Tratam-se de unidades importantes, sobretudo, se considerarmos que, depois da inédita vitória em Glasgow e da qualificação pelo terceiro ano consecutivo para esta fase de uma prova europeia, os encarnados são os únicos em três frentes, pelo que todos vão fazer falta."

Masterclass...

Se Kokçu fosse Di María...


"Mensagem nas redes sociais mostra que Kokçu continua a pensar apenas em si

Campeão em Portugal, Espanha e França. Detentor de uma Liga dos Campeões, de uma Copa América, de um título mundial e de uma medalha de ouro olímpica, entre muitos outros troféus. Com este currículo, Ángel di María teria alguma legitimidade para dar uma entrevista a questionar abertamente as opções do treinador do Benfica. Talvez escapasse com um puxão de orelhas numa sala qualquer do Seixal e a sentença pública de uma multa que nunca chegaria efetivamente.
Se tivesse sido o argentino a dar tal entrevista, o Benfica e Roger Schmidt teriam um problema bicudo para resolver. Tratando-se de Orkun Kokçu é, antes de mais, uma atitude embaraçosa para o jogador de apenas 23 anos, campeão neerlandês pelo Feyenoord.
Não está em causa a liberdade de expressão, por mais pertinente que seja esse debate, digno de uma reflexão profunda dos jogadores. O que aqui se censura não é a decisão de dar uma entrevista à revelia do regulamento interno do clube, mas o conteúdo da mesma.
O internacional turco deixa claro que esperava ter outro status, como se 25 milhões de euros não fossem pompa suficiente. Diz que nunca fizeram com que se sentisse importante, mas reclama antes de se revelar verdadeiramente importante para a equipa. Alega que não foge às expectativas, que não é jogador de dar um murro na mesa, mas procurou dar justificações na comunicação social antes de justificar o investimento em campo.
O problema de Kokçu está, pelos vistos, no papel que o treinador lhe dá. Entende que não é o certo, aquele que melhor rentabiliza as suas características, e até lembra que Schmidt já o conhecia dos Países Baixos. Queixa-se que está demasiado preso a tarefas defensivas e que precisa de mais liberdade.
É verdade que o meio-campo do Feyenoord permitia que Kokçu jogasse mais solto, mas também porque o turco tinha conquistado esse privilégio. Era o elemento incontornável em todas as jogadas de ataque da equipa de Roterdão. Tanto pegava na bola junto dos centrais, como depois aparecia mais à frente, a fazer o último passe. Tanto fechava junto do médio mais posicional como saltava na pressão logo à saída da área contrária, sabendo que teria alguém na cobertura.
Esse Kokçu, a fazer lembrar Enzo, não tem sido o do Benfica. Será um reflexo do coletivo, acima de tudo, mas sem que o turco tenha conseguido justificar, em 34 jogos, que merecia perder alguns deveres para ter mais direitos. Ao dar uma entrevista tão inoportuna, no conteúdo e na ocasião, Kokçu mostrou que não estava preocupado com a equipa, e a mensagem publicada ontem, nas redes sociais, confirma o pensamento individualista. O jogador do Benfica defende uma crítica construtiva, mas esqueceu-se de olhar para o que tem feito e comparar com a influência que João Neves assumiu, ou mesmo com a perseverança de Florentino, estimado apenas nas situações de crise."

Kokçu e a opinião que ninguém lhe pediu


"Acontece uma vez por outra ter de relembrar aos meus filhos que vivem num regime autocrático. Não utilizo palavras pomposas para explicar os fundamentos deste sistema. A primeira estratégia passa sempre pela pedagogia, mas, não raramente, a coisa acaba num «sim, mas a mãe e o pai é que mandam, por isso fazes o que nós estamos a dizer». O protesto acabará por perder força e a manifestação desmobilizará até à hora da refeição. Em breve as crianças voltarão a mostrar que são a melhor coisa do mundo. Até lá chegarmos, dá sempre algum trabalho. E, ainda que não seja em 2024 que receberei da Academia o sempre desejado prémio de Pai do Ano, é justamente esse troféu que os meus filhos me vão oferecer nesta manhã de Dia do Pai. Tal como em outros regimes autocráticos, o elogio da liderança política será premiado, neste caso com um jantar à escolha das crianças.
Não me lembro de alguma vez ter comparado a liberdade de duas crianças a viverem debaixo do meu teto com o modo de organização da maior instituição do país, mas há uma primeira vez para tudo. Escrevo isto porque há alguns dias continuo a tentar compreender o que passou pela cabeça do jovem Kokçu. Não sei se foi o empresário que o convenceu a dar esta entrevista, ou se o próprio jogador achou que seria uma boa ideia, mas a série de equívocos encontrados nas respostas teve o condão de me irritar.
Bem sei que recentemente vimos um avançado do Benfica fazer um pirete a meia dúzia de adeptos na garagem do estádio, e também me recordo de um Grimaldo em despique com os adeptos, mas há um requinte adicional nesta entrevista de Kokçu. O turco terá aparentemente ignorado que é só mais um jogador do plantel e fez ouvir a sua voz como se alguém lhe tivesse pedido a opinião. É uma conversa notável em que ficamos a saber várias coisas.
Em primeiro lugar, Kokçu esperava ter sido apresentado aos adeptos de outra forma, presumo que naquela varanda por cima da porta 18, perante uma multidão de adeptos imaginários que ali acorreriam para ver a apresentação de um tipo do Feyenoord que deixa lá ver se joga alguma coisa. Em segundo lugar, Kokçu está magoado porque sente que o Benfica e o treinador não lhe deram importância, apesar de o jogador ser frequentemente titular e ter frustrado as expectativas até agora. Aparentemente, segundo o próprio jogador, estamos a uma pequena correção tática de descobrir um predestinado. É aliás Kokçu quem recorda que foi eleito o jogador do ano na Holanda, um prémio que o turco só não receberá novamente esta época porque está a jogar em Portugal, onde ninguém quer saber dos prémios que ele ganhou. A entrevista termina com Kokçu a explicar que ainda vai conquistar a confiança dos adeptos, bastando para isso que o coloquem a jogar na posição certa. No fundo, está mais ou menos tudo mal excepto Kokçu.
Estamos em março de 2024 e o Benfica disputa três provas a nível nacional e internacional. É uma boa altura da época para relembrar a estes atletas qual é o regime em vigor no clube. Brincadeiras à parte, direi que não é exatamente uma autocracia, mas também não é seguramente uma hierarquia horizontal em que todos têm direito a partilhar a sua opinião nos jornais. Como se tudo isto não bastasse, Kokçu apareceu agora nas suas redes sociais a esclarecer o tema. Comecei a ler julgando que vinha aí um pedido de desculpas, mas enganei-me. Kokçu achou por bem esclarecer que é importante sermos críticos uns dos outros e que, passo a citar, discutiu a sua visão com o clube nos meses recentes. É extraordinário que, passados alguns dias sobre a entrevista, o atleta ainda se sinta na liberdade de ensaiar teorias sobre a importância do pensamento crítico e da visão que absolutamente ninguém lhe pediu para partilhar.
Há uma corrente nos últimos dias que reconhece a validade das observações de Kokçu, um pouco como se faz quando o segredo de justiça foi violado e não nos resta outra opção senão avaliarmos as escutas, vestindo a beca de juiz sentados no café ou nas redes sociais. Eu até admito que exista validade nas opiniões, mas acontece que eu e, suspeito, muitos outros adeptos, não estamos interessados na opinião do Kokçu neste momento. A função dele neste momento não é emitir opiniões. Pode jogar a 6, a 8, ou a 10. Por mim até pode ir à baliza antes de voltar a explicar o que pensa sobre a sua situação particular. Que jogue onde for necessário para o Benfica conquistar os troféus que está a disputar. Até esse dia chegar, Kokçu deve ajudar a equipa, o treinador e todos os colegas a atingir os objetivos do clube, que, já agora, também deveriam ser os dele. É preocupante que um atleta profissional, num grupo como o do Benfica, que joga por milhões de adeptos e por muitos milhões de euros, coloque o seu interesse acima dos objetivos da equipa. É preocupante pelo que revela acerca do jogador, mas também pelo que nos diz acerca de um certo excesso de liberdade que parece imperar no grupo de trabalho. Neste Dia do Pai, apetece-me pedir ao presidente Rui Costa que lembre ao atleta quem manda nisto afinal de contas.
Resta-me esperar que a multa seja bem pesada e que Kokçu volte a fazer a única coisa que é esperada dele. Não é pouco: jogar à bola, função para a qual foi contratado antes de começar a emitir opiniões como se pretendesse o lugar de Domingos Soares de Oliveira. Venha daí esse imenso futebol que diz ter na ponta dos pés, mas sem desculpas. Se aparecer, não terei problema nenhum em dizer ao mundo inteiro que Orkun Kokçu, esse mago turco, calado é um poeta."

D. Kökçü I, o incompreendido


"O treinador e comentador Afonso Cabral explica o que mudou em Lisboa para Kökçü e como era em Roterdão, onde era a estrela da companhia.

No final da passada semana, as hostes benfiquistas acordaram em sobressalto. Orkan Kökçü, o turco que bateu o recorde de valor pago pelos ‘encarnados' por um jogador, disse ao "De Telegraaf" sentir-se incompreendido e pediu que lhe dessem o papel que melhor enaltecesse as suas qualidades.
Vou saltar a parte das declarações e da sua legitimidade, do timing ou falta dele, e de tudo o que em termos emocionais esta entrevista pode significar para o próprio, para o treinador do Benfica e para toda a estrutura ‘encarnada'. Ou seja, neste artigo não haverá sangue.
Kökçü foi possivelmente dos jogadores mais cobiçados da Europa no último verão. Melhor jogador da Liga Holandesa, diz-se que rejeitou o Manchester United para assinar pelo Benfica. Segundo o próprio, pesou na decisão a forma como o clube lisboeta tem exportado talento. Infelizmente, por todo o mediatismo, valores e reputação do jogador, esperava-se um impacto à la Enzo Fernández, algo que ainda está por acontecer.
Roger Schmidt conhecia-o bem, mas, por ora, é um casamento longe de ser feliz. À primeira vista parece algo estranho, visto que Kökçü ocupa a mesma posição que tinha no Feyenoord e que o levou para as bocas do mundo. Mudaram as funções e aí reside o problema para o jovem internacional turco, sobretudo a quantidade de missões defensivas a que está sujeito sob a alçada do treinador alemão, por palavras do próprio.
Comecemos pela construção. Kökçü é um médio de transporte, gosta de receber de frente para o jogo, mais próximo aos centrais, para através do drible ou em combinações progredir pelo corredor central. É aí que se destaca. Dar-lhe a posição mais adiantada do triângulo do meio-campo castra-o, obrigando-o a receber muitas vezes de costas para o jogo, capítulo onde não está tão à vontade. O futebolista turco prefere procurar colegas entrelinhas com passe, do que propriamente ocupar essa posição, e de trás para a frente chegar perto da área para rematar de longe.
Aqui reside um problema chamado João Neves. Porque, em teoria, o emparelhamento natural de Kökçü seria com um jogador de cariz defensivo como Florentino, com uma área de ação que permitisse ao turco libertar-se em campo. João Neves, apesar da capacidade que tem defensivamente, é um jogador que também sobressai pelo que faz com bola.
No Benfica, a altura em que Orkan esteve mais confortável foi quando descaiu para a esquerda para pegar no jogo, já bem recentemente. Ainda assim, nos ‘encarnados' não goza do estatuto que vivia no Feyenoord. Todo o jogo e ritmo eram controlados por si e, em Portugal, isso não acontece, algo que, à luz das recentes declarações, parece frustrá-lo.
Pegue-se agora na missão defensiva, a raiz de todo o problema.
Nos Países Baixos há uma preocupação defensiva diferente. É um futebol virado para o golo e onde se exige menos responsabilidade (defensiva) aos criativos. Kökçü, estrela da companhia, tinha funções no momento de pressão, mas era um jogador que no meio-campo defensivo era mais desocupado. Preocupava-se em fechar espaço e tentar sair em transição caso a bola lhe chegasse aos pés.
Em Lisboa isso mudou. O estatuto e a necessidade de se criar um Enzo 2.0 levaram a que Schmidt tentasse fazer do turco uma máquina defensiva, com capacidade de chegar à frente na pressão, e que defensivamente tivesse um sentido apurado de proteção de baliza em situações de cruzamento, ou entradas adversárias no último terço. No Benfica há apenas um jogador que se pode alhear de missões defensivas e chama-se di María.
O já mencionado Florentino, num cenário hipotético, é a cola que podia fazer João Neves e Kökçü sobressairem. Porém, para que isso aconteça, era necessário sentar no banco um dos dois.
A tal entrevista ao "De Telegraaf" marca um possível ponto sem retorno da relação entre Kökçü e o Benfica, porque agora haverá menos abertura do treinador em adequar-se a um jogador que pouco se esforçou para resolver internamente o problema. Afastado da equipa, Kökçü terá ainda menos possibilidades de reclamar o protagonismo que acha merecer."

‘Honey’ Mukhtar


"Hany Mukhtar foi um médio ofensivo que a Benfica SAD contratou ao Hertha em Janeiro de 2015 por 500 mil euros.
Aterrou em Lisboa com a chancela de jovem promessa e internacional alemão (escalões de sub-15 a sub-21). A verdade é que fez apenas 15 minutos pela equipa principal frente ao Marítimo no último jogo da celebração do bicampeonato e 89 minutos pela equipa B frente ao Chaves.
Em 2015/2016 foi emprestado ao Salzburgo e em 2016/2017 seguiu o mesmo caminho para os nórdicos do Brondby. Foi este clube escandinavo quem o contratou em definitivo, no mês de Julho de 2017, por €1.5 milhões.
Ora, na semana passada circulou uma notícia que dava conta de que o Benfica deverá estar prestes a fazer-se representar no Tribunal do Desporto de Lausanne pois o agente de futebol português que promoveu a saída do atleta do SLB para o Brondby reclama uma comissão acima dos €2 milhões.
Curiosamente, foi o mesmo agente quem trouxe Mukhtar para o SLB, tendo-lhe sido pago 240 mil euros pelo serviço à altura.
Porém, contrariamente ao que sucedeu aquando da primeira transferência, o empresário nada recebeu pela saída do jogador para o Brondby e decidiu acionar a Benfica SAD para ser ressarcido, arrolando como testemunhas o atual presidente Rui Costa e o seu antecessor (Luís Filipe Vieira).
Foi esta dupla quem assinou com o empresário, no dia 3 de Janeiro de 2015, o acordo que estabeleceu as condições da vinda de Mukhtar para a Benfica SAD e, ao mesmo tempo, os termos para uma eventual saída do atleta para outro clube no futuro.
Procedimento habitual (e por mim, pessoalmente, criticado) nas lides do futebol, sobretudo ao nível da promiscuidade entre clubes e agentes. Desta forma, o empresário defende que tem direito a ser indemnizado milionariamente pelo Benfica pois resulta da sua leitura muito própria de uma das cláusulas do acordo que tem direito a receber 15% (quinze por cento) da taxa de transferência recebida pela Benfica SAD acrescido do montante de €1,9 milhões por a saída se ter concluído do dia 1 de julho de 2017 (inclusive) para a frente.
Logo, a sua exigência resulta do cálculo da soma de 225 mil euros (15% de 1,5 milhões) acrescido dos tais €1,9 milhões, num total de €2,125 milhões. Ainda assim, a este valor teria que ser sempre deduzido as habituais despesas que os clubes normalmente impõem como compensações pagas a outros clubes (formação ou mecanismo de solidariedade) aquando da vinda e após a partida do jogador, taxas do agente de futebol relacionadas com a transferência, entre outros.
Mas, tal como afirmo mais do que gosto, o problema nos negócios são as pessoas. E há que ter particular atenção com que perfil nos encontramos a negociar.
Se estivermos perante dirigentes com traços de Luís Filipe Vieira, aconselha-se vivamente a analisar as vezes que forem necessárias todos e quaisquer documentos e anexos antes de se assinar e, mesmo quando se está prestes a subscrever, não se perde nada em confirmar se está vertido o que se combinou.
Parece-me, para infortúnio do agente em causa, que se deu neste caso um ato de ingenuidade da sua parte movido pela pressa em querer ser compensado pelo que sucedera, pouco tempo antes, com a sua perda de representação de Gonçalo Guedes e que fora promovida, como não podia deixar de ser, pelo ex-Presidente da Benfica SAD.
Guedes que se encontrava, em 2015, a ser referenciado como revelação e aposta certa da formação benfiquista foi representado pelo agente que hoje aguarda julgamento contra a Benfica SAD.
Mas viria mais tarde a ser desviado, como tantos miúdos promissores, para outro(s) agente(s). Em muitos destes casos, além dos pais dos atletas que também fomentam as ocasiões e não estão isentos de responsabilidade, os dirigentes têm interesse direto no assunto.
Posto isto, fica o leitor a saber que, quando referi umas linhas atrás que o agente teve uma leitura muito própria da referida cláusula que lhe permitiria receber 15% (dos €1,5 milhões) mais os €1,9 milhões, eu tenho (tal como a Benfica SAD) uma interpretação diferente pois a fórmula Vieira imputou, no acordo com o agente e em termos semânticos, os €1,9 milhões como custo a deduzir à comissão do agente e não a premiá-lo com um valor."

Tempo útil de jogo e recordes


"Os árbitros têm que perceber que marcar menos faltas não é sinónimo de deixar de marcar faltas. Não é suposto ser assim

A pressão para que os jogos tenham cada vez mais tempo útil recai sobre todos os agentes desportivos. Por exemplo, aos árbitros pede-se que intervenham o menos possível. Aos jogadores exige-se foco na função, sem perdas de tempo deliberadas ou condutas que retardem o reinício das partidas. E às equipas técnicas apela-se à prática de jogo positivo, não incentivando os seus atletas a manobras que belisquem a sua dinâmica.
Até o IFAB tem sido pressionado no sentido de efetuar alterações constantes às leis do futebol. O objetivo? Continuar a encontrar formas de tornar o espectáculo cada vez mais atrativo e entusiasmante.
A pretensão é obviamente legítima. Quando o jogo está interrompido, nada acontece. E se nada acontece, então o objetivo maior está desvirtuado. As pessoas consomem futebol porque o jogo é rápido, emotivo e incerto. Nada disso ocorre quando a partida está interrompida.
Mas... há sempre um mas. E neste caso, o problema é que essa exigência pode muitas vezes ser mal interpretada por quem tem uma das missões mais desafiantes no jogo: a de fazer cumprir as regras, zelando pela verdade desportiva.
Aos árbitros tem sido pedido sistematicamente que intervenham apenas quando necessário, evitando sancionar infrações que o futebol não espera que sejam sancionadas. Também lhes é pedido que sejam intransigentes em relação a manobras que visem perdas de tempo, acelerando dentro do possível todos os recomeços de jogo. Percebe-se o repto. E a verdade é que, com maior ou menor dificuldade, quase todos têm interpretado corretamente essas orientações, adotando postura ativa e intervindo (só) quando necessário.
Infelizmente ainda há alguns, poucos, que foram forçados a descalibrar por completo a forma como sempre cumpriram a sua missão em campo. Aqueles que, por defeito de personalidade, sempre fizeram leitura restritiva de contactos, não estando agora preparados para o exato oposto, de um momento para o outro.
Quando um árbitro passa de uma média de trinta e muitas faltas por jogo para vinte e poucas, das duas uma: ou antes assinalava infrações a mais ou agora assinala a menos. Nenhuma da duas é boa.
É preciso equilíbrio, sensatez e ponderação na forma como se tenta alcançar essa meta. Os árbitros têm que perceber que marcar menos faltas não é sinónimo de deixar de marcar faltas. Se a infração existe, tem que ser punida. No futebol não há faltas pequenas ou grandes: há faltas. O importante é que não intervenham em caso de dúvida: se o contacto for ligeiro, se não tiver consequências ou se for dúbio, no limite, não é para punir. É o mesmo princípio do critério disciplinar: sem certeza, é ir por baixo.
Nas últimas jornadas, tem-se assistido a um exagero na forma como se tenta deixar jogar, não sancionando mãos na cara, tackles imprudentes ou cargas evidentes. Não é suposto ser assim. Aos árbitros não cabe a função de justiceiro em nome do recorde de números, mas a aplicação uniforme e coerente das regras.
E por falar nisso, convém recordar que aos árbitros também não compete estabelecer recordes (sejam eles quais forem). Isso é coisa para jogadores e atletas, para quem joga e compete. Para quem tem capacidades técnicas superlativas e é admirado, idolatrado por isso. De um juiz de topo espera-se humildade, discrição, eficácia e até respeito para com os seus pares. Se o seu desempenho for fantástico e a carreira bem sucedida, que seja a história (e os outros) a recordá-lo. Não o próprio, nunca o próprio.
O deslumbramento é um defeito que nunca traz nada de bom. É fundamental que os nossos árbitros, globalmente competentes, nunca se esqueçam que o seu papel é servir o futebol, não servir-se dele. Nos tempos que correm, nunca é demais deixar o lembrete."

Todos à Luz


"A receção ao Lyon, referente à 1.ª mão dos quartos de final da Liga dos Campeões de futebol no feminino, é o tema em destaque na BNews. A partida é disputada no Estádio da Luz, com começo agendado para as 20h00.

1. Continuar a evoluir
Na opinião de Filipa Patão, "seria arrogância da nossa parte não atribuirmos favoritismo ao Lyon". E acrescenta: "Não deixa de ser uma referência para nós. É necessário um Benfica perfeito para anular esta equipa." A treinadora do Benfica deixa ainda uma garantia: "Vamos ter um Benfica preparado e na máxima força. Sedento de continuar a crescer e de subir patamares. De tudo vamos fazer para sermos uma equipa competitiva."
A capitã de equipa, Pauleta, dá conta da mentalidade das Inspiradoras e antevê o jogo: "Todas nós, em 2018, quando foi criado o projeto [no Benfica], sonhávamos e ambicionávamos estes momentos. É um jogo complicado. O Lyon é uma das grandes equipas europeias, mas sabemos que dentro de campo tudo é possível. Temos as nossas armas e lá dentro vai ser uma batalha pelo melhor resultado possível. Vamos dar tudo para conseguir a vitória."

2. A fazerem história
Ao longo dos últimos dias, foram várias as jogadoras que abordaram a eliminatória e apelaram aos Benfiquistas para comparecerem no Estádio da Luz e apoiarem o Benfica. Veja ou reveja nos links abaixo.

3. Marca redonda
Roger Schmidt completou 100 jogos oficiais ao comando da equipa A do Benfica. Com 73% de vitórias e 87% de invencibilidade, garantiu a conquista de um Campeonato Nacional e de uma Supertaça.

4. Distinção
João Neves foi eleito, pelo Sindicato dos Jogadores, como o Melhor Jovem da Liga Betclic no mês de fevereiro.

5. Convocados
São 12 os membros do plantel da equipa principal do Benfica chamados para trabalhos de seleções.

6. Calendário definido
Já há datas e horários para as partidas da 27.ª à 31.ª jornadas da Liga Betclic e da 2.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal.

7. Vitória no futsal
O Benfica recebeu o Torreense e ganhou, por 5-1.

8. Título e bons desempenhos
O Benfica é campeão nacional de corta-mato curto. Etson Barros venceu a corrida, já Emanuel Sousa estabeleceu o novo recorde nacional de lançamento do disco."

Somos!


"O "Somos Porto" é isto... acusam os outros daquilo que fazem. Hoje e sempre!!
«Operação da Polícia Judiciária em curso visa suspeitas de crimes na obtenção de subsídios da União Europeia, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Jornalista Júlio Magalhães também foi alvo de buscas».

Manuel Serrão é acusado de criação de empresas fantasmas para facilitar a obtenção de subsídios europeus. Num esquema em que poderá ter obtido, de forma ilícita, 40 Milhões de euros."