sábado, 20 de janeiro de 2024

Vermelhão: Remar contra... vencendo...!!!

Benfica 2 - 0 Boavista


Mais um jogo nervoso, com uma vitória justíssima, contra o adversário mais fraco que esta época vi na Luz, mas com o Benfica a jogar lento e com pouca mobilidade em ataque e com uma arbitragem 'pornográfica' dum bom aluno, da 'escola' dos Lourenços Pintos desta vida!!!

Surpresa, na saída do Neves do 11, aparentemente com uma ligeira lesão após o jogo do Rio Ave, que por preocupação foi para o banco, com a entrada direta do Tino, que na minha opinião, foi o melhor em campo!

Continuamos a demonstrar muita dificuldade em recuperar a bola, normalmente é o Neves a ganhar lances no confronto físico, e hoje tivemos o Tino... mas o nosso posicionamento defensivo, continua a evidenciar debilidades! Esta noite, com o António em grande, lá atrás...e  com o Trubin, a mostrar serviço, praticamente na única vez que foi solicitado!

O Boavista não jogou com a defesa tão alta, como o Rio Ave (e o Braga e o Arouca), mas mesmo assim, voltámos a não aproveitar os espaços junto da área... O Di Maria continua a ser decisivo nos golos (golo e assistência hoje), mas continua ser o 'rei' das perdas de bola, algumas por culpa dele, outras por culpa dos colegas, que talvez por excesso de reverência, passam-lhe a bola constantemente, mesmo quando está completamente marcado pelos adversários!

Coxos na esquerda com o Morato, com o João Mário e o Di Maria a fazerem as diagonais para o 'meio', afunilámos a bola, ficamos previsíveis, e quando o Rafa não consegue soltar-se, ficamos bloqueados!

Agora, independentemente das nossas culpas, o jogo ficou marcado, por uma arbitragem vergonhosa (mais uma...), que teve muita influência na forma como o jogo decorreu! A total impunidade com que os defesas do Boavista jogaram, e a forma como os jogadores do Benfica perderam a paciência com as decisões absurdas do árbitro (algo que raramente acontece...), alterou significativamente a forma como o jogo decorreu... sendo que o golo anulado no início da 2.ª parte, até acabou por picar os jogadores e os adeptos do Benfica!!!

Destaque para o regresso do Neres, após vários meses de ausência. Na minha opinião será fundamental nesta 2.ª volta. Sem lesões, é um dos melhores jogadores do plantel. E com os problemas que o Benfica neste momento tem nas Alas, é de extrema importância, que rapidamente regresse à rotação... e apesar dos pouquíssimos minutos que esteve em campo hoje, gostei das movimentações!

Ao intervalo o Boavista devia estar com 9 jogadores, com as expulsões óbvias do Luis Santos, e do Agra com duplo Amarelo! No golo anulado, recordo que as Bolas na Mão, dos Avançados, nos golos, só deve ser analisado nas situações imediatamente antes dos golos, e não nos início das jogadas! Por exemplo, nesta jogada, se o Rafa tivesse inadvertidamente jogado a bola com o Braço, não seria falta, nem o árbitro deveria intervier... portanto, a Bola na Mão do João Mário, deve ser analisada, no contexto, duma Bola na Mão 'normal', só se tivesse sido deliberada, o que não foi...
Inacreditável com alguém pode achar que não existe penalty sobre o Marcos Leonardo, cometido pelo Agra! Braço nas costas, por cima do ombro, e pé na perna direita do 'miúdo', penalty óbvio...
Trágico-cómico, como os jogadores do Benfica, especialmente o seu capitão, continuam a levar Amarelos por protestos, quando somos de longe a equipa no Tugão que menos pressiona os árbitros!


O Benfica é o único clube candidato ao título em Portugal que não pode jogos maus! Todos os outros, têm liberdade para fazerem mais de metades das épocas a jogar mal e porcamente, que existe sempre um apito salvador, o Benfica quando faz exibições abaixo do seu potencial, corre sempre o risco, de apanhar estes apitadeiros, que premeditadamente roubam... Sim premeditamente, porque é impossível cometer tantos erros, num só jogo, sempre para o mesmo lado: cantos, lançamentos laterais, agressões, cartões, a não marcação de faltas a favor do Benfica, em zona frontal da área adversária, os cartões absurdos aos nossos jogadores (exemplo: Tino...)! Roubo premeditado.


Agora, vamos para Leiria, para a Taça da Liga, com um Estoril que nas últimas 4 semanas, só pensou nesta Meia-final! O facto do Estoril ter sido repetidamente goleado nos últimos jogos, não nos deve enganar... Além disso, suspeito que o relvado em Leiria vai estar um batatal, até porque na véspera, haverá o jogo da outra Meia-final, e portanto a equipa que defende mais terá vantagem... Pessoalmente, arriscaria algumas alterações (apostava no Carreras na esquerda, é arriscado, até porque o Guitane é um jogador, mas seria um excelente teste, para avaliar o jovem...), até porque em caso de vitória teremos um jogo complicado na Final (qualquer que seja o adversário...), e poucos dias depois, novo jogo 'fundamental' na Amadora, provavelmente noutro batatal, contra uma equipa de caceteiros, com mais um raivoso no banco!!!


Uma nota final para as saídas do Gonçalo Guedes e do Chiquinho. Ambos ajudaram o Benfica a ser Campeão, em momentos diferentes, e merecem o nosso agradecimento! Foi pena a lesão do Guedes, que condicionou a sua pré-época este ano, e não permitiu que regressasse a 100%... Nota ainda para a saída a título definitivo do Gabriel, que ainda foi importante no último título do Benfica... e o empréstimo do Jurásek, que num futebol, mais parecido com aquilo que ele estava habituado, poderá facilitar-lhe a evolução... e se tudo correr bem, uma chamada ao Europeu na sua Seleção, que o poderá valorizar ainda mais... Que regressem todos em Maio, para receber as Medalhas de Campeão!

Muitos golos...

Benfica 44 - 26 Pylea
21-11

Cabazada na 1.ª mão dos Oitavos-de-final da EHF European Cup, com a 2.ª mão também a ser disputada na Luz!
Quartos-de-final praticamente garantidos, com uma equipa finalmente sem lesões 'importantes', e que parece estar na melhor fase da época...

Ganhar


"O destaque desta edição da BNews é o desafio com o Boavista, nesta noite (20h15), na Luz.

1. Focados nos três pontos
Roger Schmidt releva o bom momento da equipa e está focado em vencer o Boavista. "Esperamos um jogo duro, mas estamos bem, com muita confiança, sabemos que nestes jogos temos de trabalhar muito e já mostrámos muitas vezes que somos capazes de o fazer."

2. Dia e hora definidos
O Vizela-Benfica, a contar para os quartos de final da Taça de Portugal, joga-se no dia 8 de fevereiro, às 20h45.

3. O sonho do Edney
Uma iniciativa da Fundação Benfica e do futebol profissional do Clube.

4. BTV Experience
Estreia hoje, na transmissão do Benfica-Boavista, o BTV Experience, um produto premium pioneiro no panorama desportivo português que permite acesso a novos ângulos dos jogos do Benfica através da funcionalidade multicâmara.

5. Nas meias-finais
O Benfica está nas meias-finais da Taça da Liga de futsal, ao eliminar o Braga com uma vitória por 5-1. Mário Silva refere a ambição do grupo de trabalho: "O que nos compete é revalidar o título que conquistámos na época passada."
O próximo adversário é o Belenenses, sábado, às 21h00, na Póvoa de Varzim.

6. Duplo embate europeu
A equipa feminina de andebol benfiquista discute, com o AESH Pylea Thessaloniki, a passagem aos quartos de final da EHF European Cup Women. Ambos os jogos são na Luz, o primeiro hoje às 18h30 e o segundo amanhã às 19h00.

7. Agenda para o fim de semana
Acompanhe os jogos das várias equipas do Benfica ao longo do fim de semana. Além das partidas já mencionados, no sábado jogam, na Luz, as equipas masculina e feminina de voleibol, frente a Castêlo da Maia (17h00) e Clube K (14h30), respetivamente. A equipa B tem uma deslocação a Mafra (11h00). Em basquetebol, o Benfica visita o Vitória SC (15h00). A equipa feminina de futsal defronta o Novasemente nas meias-finais da Taça da Liga (Póvoa de Varzim, 14h00).
Domingo, relativamente a jogos na condição de visitado, há dérbi, na Luz, com o Sporting em voleibol no feminino (17h00), a equipa feminina de basquetebol recebe o BC Barcelos (15h00) e a equipa feminina de hóquei em patins joga com o Vila Boa do Bispo (19h00). No Estádio Universitário de Lisboa, desafio entre os dois primeiros classificados do Campeonato Nacional de râguebi, Benfica e Belenenses, às 16h30.

8. Em destaque
Veja a súmula dos conteúdos das plataformas de comunicação do Sport Lisboa e Benfica mais relevantes da semana."

Um novo FC Porto numa luta a três


"Uso a expressão de um velho amigo para sintetizar a evolução, recente e positiva, do jogar do FC Porto: Sérgio Conceição deu a mão à palmatória sem dar o braço a torcer. No fundo, repete-se o filme de há um par de anos (2021/22), quando, a custo, acabou por lançar Vitinha – antes desaproveitado também pelo Wolverhampton, que o teve na mão por uma pechincha de 20 milhões e deixou fugir – e Fábio Vieira, para edificar o melhor Porto de que foi autor nos agora sete exercícios preparados no Olival.
Como então, tratou-se agora de acrescentar critério e talento, particularmente com a inclusão de Nico González e Francisco Conceição no onze inicial. Bem se pode invocar que houve uma preparação prévia, nos treinos, para os lançar em definitivo na equipa, mas não só teria sido natural que crescessem (sobretudo taticamente) jogando mais vezes, como me parece óbvio que, sobretudo no caso do médio espanhol, houve um esquecimento errado e que chegou a parecer definitivo. Aliás, é sintomático que Nico volte a ser utilizado precisamente no momento em que se anunciava a sua saída para o Girona, do mesmo modo que Gonçalo Borges viu anulada a viagem para Lille quando já era anunciado o cartão de embarque. Antes que alguém os aproveitasse melhor, Conceição agarrou-os. Fê-lo com atraso, mas fê-lo bem. E antes tarde que nunca.
Desde a eliminatória da Taça no Estoril, quando inaugurou a nova estrutura, que o rendimento portista melhorou muito. Ainda são poucos os jogos desde então, é certo, mas também é verdade que a equipa estabilizou, mesmo quando temporariamente amputada de Taremi, a sua mais produtiva unidade de ataque dos últimos anos. Com Nico González no onze, o jogo tornou-se mais fluido e lúcido, que a qualidade de decisão do espanhol não tem comparação com a de qualquer outro médio do plantel. Acresce que também Varela beneficia do facto de ter alguém que o deixa mais disponível para se concentrar nas tarefes de pressão e equilíbrio em que verdadeiramente se distingue.
A inclusão do mais novo do clã Conceição produz um efeito ainda mais impressivo, que as suas ações com bola são particularmente impactantes. Francisco deixou de ser o bombeiro chamado em desespero para abrir fechaduras quando o tempo se esgota. Já não se lhe pede só que agarre na bola e enfrente o mundo em dribles sucessivos. De um peça que mecanicamente se acrescenta à máquina passou a integrante de um todo orgânico. E com ele em campo, Pepê pode dar o que tem de melhor e mais adiante no campo, seja a acelerar com bola ou a procurar o espaço sem ela. Os movimentos interiores que Francisco também faz, não só possibilitam outro tipo de diagonais a Pepê (também de dentro para fora), como abrem o corredor para João Mário apresentar os seus melhores argumentos, ofensivos.
Em resumo, sem bola a equipa não perdeu muito, porque a combatividade de Pepê garante a capacidade de pressão é marca do ADN deste Porto e que foi evidente no duelo com Braga. Em posse, a equipa está mais criteriosa e sobretudo mais criativa. E assim cresce, menos obcecada com as acelerações nem sempre lúcidas de Galeno e, finalmente, menos saudosa da ligação que garantia Otávio. Com um Sporting firme e um Benfica reforçado, há também mais e melhor Porto, num campeonato que promete agora uma luta a três, provavelmente até ao fim."

Evita...

«No dia seguinte ninguém morreu»


"«O que extingue a vida e os seus sinais não é a morte, é o esquecimento» - José Saramago

«No dia seguinte ninguém morreu». Assim começa o romance Intermitências da Morte. O primeiro passo de mais um genial exercício de manipulação do absurdo por parte de José Saramago. E ao manipular o absurdo, confere-lhe o estatuto do verosímil, tal a consistência como o escalpeliza e sustenta, e leva-nos à conclusão de como a imortalidade física — o desejo mais antigo do ser humano — acabaria por se transformar no seu maior pesadelo.
Provada a tese, Saramago muda o exercício. Transforma a imortalidade em mortalidade com hora marcada. Com uma semana de antecedência, a Morte passa a enviar uma carta a cada pessoa a anunciar a sua chegada. De um exercício cruel, a Morte tira o deleite de observar as reações humanas. Sven-Goran Eriksson recebeu uma dessas cartas em forma de diagnóstico clínico: cancro no pâncreas. Incurável. Um ano de vida, revelou em entrevista na semana passada.
No livro The Didi Man, o ex-jogador alemão Dietmar Hamann conta um delicioso episódio vivido com Sven-Goran Eriksson no Manchester City. Em 2008, a equipa inglesa fez uma digressão de final de época à Tailândia. Final da época que tinha sido penoso, com uma derrota, 1-8, com o Middlesbrough, na última jornada. A dúvida não era se Eriksson iria sobreviver, mas quando iria ser despedido. Às 10 da manhã, no hotel onde a equipa se encontrava instalada, Eriksson aparece no hall com numa bandeja de prata, dois copos e uma garrafa de champanhe. Dietmar Hamann estranhou aquele comportamento em alguém que iria perder o emprego. E questionou Eriksson: «O que há para celebrar?» A resposta chega embrulhada com um piscar de olho e o característico sorriso malandro. «A vida, kaizer. Estou a celebrar vida…», enfatizou o também conhecido como James Bond sueco, irrepreensivelmente vestido de robe e calçando chinelos.
Desejo que Eriksson mantenha o sentido de humor, a rebeldia do bon vivant com que pautou a vida, e abra uma nova garrafa de champanhe para celebrar a vida. Com a convicção de que morrer é o oposto de nascer, não é o contrário de viver.
Receber a notícia da própria morte, com prazo de validade, é um dos momentos mais definidores do ser humano. Uma coisa é sabermos que morreremos um dia, outra radicalmente diferente é saber quando vamos morrer. E, se pensarmos bem, o que assusta mesmo não é tanto a ideia da morte mas o balanço que somos compelidos a fazer sobre a forma como temos vivido a nossa vida. Não existirá tormento maior na hora da despedida do que a convicção de que a vida vivida se pode resumir bem numa lápide a assinalar data de nascimento e de morte. Já o maior consolo é a consciência de uma vida preenchida de significado e com impacto nos outros, aqueles que vão garantir a nossa imortalidade.

Brinca, brinca Woody Allen...
Há quem sucumba à notícia da própria morte, morrendo por antecipação. Há quem procure recuperar o tempo perdido, corrigir os erros, rever as prioridades e viver finalmente. Felizes os que nada têm de mudar e podem exclamar como última palavra: vivi.
Mozart sabia que ia morrer quando escreveu aquela que é considerada uma das obras mais marcantes da história da música: Requiem em Ré Menor, chamado de Missa Pro Defunctis. O genial compositor compôs dez movimentos, mas já não conseguiu terminar a Lacrimosa, um sublime trecho musical. No qual Mozart se agarra às notas como quem se agarra à vida. Coube ao amigo Franz Xaver Sussmayr terminar a Lacrimosa. Com uma perfeição tal que ninguém diria não ter sido escrito por Mozart. Ser imortal é isso mesmo: inspirar pelo exemplo e pelo génio, garantir que os caminhos trilhados por outros sejam testemunhos dos nossos próprios passos.
Nos delírios do meu Livro do Desassossego, vejo à mesa o escritor francês Honoré de Balzac (1799-1850). Interrompe o silêncio para proclamar: «O homem morre pela primeira vez quando perde o entusiasmo.» O russo Vladimir Mayakovsky (1893-1930), bebendo um shot de vodka, decide exclamar, solene: «Morrer é fácil. Viver é que é difícil.» A seu lado Woody Allen sorri com desdém e responde a Mayakovsky: «Não que eu esteja com medo de morrer. Eu só não queria estar lá quando isso acontecer.» Os outros riem e todos brindam. Mas o poeta persa Shaikh Muslih-al-Din Sadi (sec. XIII), temendo que a conversa se torne demasiado trivial, decide colocar ordem à mesa: «Quando morreres, só levarás aquilo que tiveres dado.» O suíço Jean Antoine Petit-Senn (1792-1870) aplaude. E complementa: «A morte despe-nos dos nossos bens para nos vestir das nossas obras.» Instala-se o silêncio. Todos acenam a cabeça em respeitoso cerimonial. Olhar a morte nos olhos é, afinal, olhar a vida de frente. O segredo passa por assumir a felicidade como uma viagem e não como destino.

Que maldade te fizeram, Lionel Messi!
Entregar a Lionel Messi o prémio The Best como melhor jogador de 2023 foi das maldades mais cruéis que se podiam fazer a… Lionel Messi. Os melhores, em cada área de atividade, são os que mais desenvolveram o sentido da exigência e os mais imunes quer à crítica injusta quer ao elogio fácil. O ataque mais eficaz à excelência não é a crítica injusta ou mal intencionada. É um elogio não merecido. A primeira gera a indignação dos justos, o segundo a gargalhada.
Messi sabe que não foi o melhor jogador do Mundo em 2023. Messi sabe que nós sabemos que ele não foi o melhor jogador do Mundo em 2023.
A segunda maldade deste The Best atribuído a Messi reside no facto de retirar brilho aos anteriores. Coloca-o ao nível de um concurso de popularidade e não do tributo à excelência. Tem efeitos retroativos nas discussões por vezes acesas sobre méritos e deméritos de anteriores eleições. Alimenta teorias conspirativas. Messi não merece nada disso.
Messi não esteve na cerimónia de entrega do The Best. Ninguém me tira da cabeça que não se quis sujeitar ao desconforto de segurar na mão um prémio que ele sabia que era de outro. Os melhores não toleram isso. E eu aplaudo.
Nos meus delírios de guionista de filmes épicos, o final perfeito desta história seria Messi no palco, de troféu na mão; chamava Haaland e entregava-lhe o prémio: «É teu.» E eu, na plateia, bateria palmas de pé. Ao abdicar do The Best assumia-se, naquele momento, como um… the best."

The Best: Roberto Martínez não percebeu em que é que estava a votar


"«O período para o The Best foi de agosto de 2022 até julho de 2023 e o Mundial foi o evento principal e acho que os votos tiveram isso em mente»
- Roberto Martínez, selecionador de Portugal, sobre a vitória de Messi no The Best

Está explicada a vitória de Lionel Messi no The Best. A culpa é de Roberto Martínez, e de todos os outros Robertos Martínez deste mundo, que não sabiam em que é que estavam a votar.
A FIFA especifica, num documento público que foi disponibilizado a todos os votantes, que os prémios masculinos nesta edição deveriam ser para «o melhor» no período compreendido entre «19 de dezembro de 2022 e 20 de agosto de 2023, inclusive». 19 de dezembro de 2022 foi o dia a seguir à final do Campeonato do Mundo no Catar, vencida pela Argentina.
O Mundial de 2022 entrou no prémio atribuído há um ano, ganho por Messi (e é discutível que tenha tido melhor prestação que Mbappé, mas aceita-se). O prémio que foi entregue na passada segunda-feira, em Londres, deveria premiar o que foi feito a partir do dia a seguir à final no Estádio Lusail.
Roberto Martínez, selecionador de Portugal, não percebeu. Votou, portanto, para outra coisa que não o que devia. A tentar explicar a vitória de Messi (que colocou em 3.º lugar), lembrou o Mundial - e foi também por causa da competição do Catar que escolheu o croata Brozovic para melhor do Mundo, justificou (pôs Bernardo Silva em 2.º).
Atendendo a que Messi e Haaland acabaram empatados na votação, bastam duas dezenas de Robertos Martínez para adulterar o resultado.
A FIFA acha que ter treinadores e jogadores a votar credibiliza o prémio, mas deveria equacionar bem quem deve ter voto na matéria, porque é difícil resistir a disparates destes."