"Aprendi a ler com os livros de banda desenhada de Lucky Luke. Em muitas histórias do cowboy pacifista, que disparava mais rápido do que a sua própria sombra, entrava a personagem do gato-pingado, o cangalheiro que ansiava por duelos e mortes para poder fazer florescer o seu negócio. Lembrei-me muitas vezes desta curiosa personagem durante a semana que agora termina. Assim que saiu a risível acusação do Ministério Público contra a Benfica SAD, logo começaram os gatos-pingados a fazer esticar as suas fitas métricas nos ombros e costas de potenciais defuntos.
Parece-me que o psicanalista austríaco Sigmund Freud poderia ter uma explicação para tanta libido que emana de comentadores, jornalistas e especialistas. Até Ivan Pavlov, o fisiologista russo reconhecido pelas experiências de reflexologia com cães e companhias, conseguiria ter algo a dizer sobre tanta saliva que escorre queixo abaixo dos dirigentes, sócios e simpatizantes dos clubes nossos rivais. É-lhes tão fácil esquecer Apitos Dourados e Cashball, férias pagas de árbitros e vice-presidentes a entrar envelopes de dinheiro, que, confesso, quase solto uma lágrima.
É tão descabida a alegada relação de corrupção entre a Benfica SAD e o Vitória FC (basta ver o historial de jogos e os resultados desportivos obtidos) que vai ser bonito de ver quando, mais uma vez, o Clube e os dirigentes forem ilibados. Sim, fica a nódoa desta acusação, mas, a ver as trapalhadas em que o Ministério Público tem estado envolvido nos últimos anos, até pode ser considerada uma medalha. Aproveitem o curto momento enquanto dura. Ou, numa expressão que os gatos-pingados devem entender melhor: 'Vai ser tão bom, não foi?'"
Ricardo Santos, in O Benfica
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