segunda-feira, 24 de junho de 2024

Se João Neves não merece...


"Rui Costa está obrigado a colocar o médio ao nível dos mais bem pagos do plantel do Benfica. Caso contrário...; Payton Pritchard e Francisco Conceição; boina e barrete de Álvaro Pacheco

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João Neves é o melhor jogador do Benfica e, aos 19 anos, ligado ao clube desde 2016, é o ativo mais valioso dos encarnados. À qualidade que exibe em campo, junta outras que em tempos idos — pré-Lei Bosman, quando não era tão difícil proteger os nossos talentos dos campeonatos endinheirados — fariam dele um futebolista para uma vida inteira de águia ao peito. Incrível o caráter que revelou ao querer jogar em Toulouse, logo após a morte da mãe, e ao dar a cara na flash interview sentenciada a goleada de mão-cheia no Dragão ante o FC Porto.
Com contrato até 2028, assinado em agosto de 2023, desde há várias semanas que o médio estará a negociar um novo vínculo, ainda longe de se adivinhar fumo branco para a conclusão do processo. Qualquer proposta de Rui Costa para uma renovação que não coloque João Neves no topo da lista dos mais bem pagos do plantel, só merece como resposta um simples... não. No cume da montanha salarial do Benfica, não pode faltar Neves, sob pena do clima poder esfriar bastante...

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De Boston a Leipzig, do decisivo Jogo 5 da final da NBA, entre Celtics e Mavericks, ao inicio da aventura da Seleção Nacional no Europeu, diante da Chéquia, dois pratos gourmet na última terça-feira (18 de junho), o primeiro à 1.30 de Portugal continental, o segundo às 20, espetáculos imperdíveis para quem é apaixonado — como eu — por ambas as modalidades.
Quando festejei no enorme Atlético Clube de Portugal dois títulos nacionais de basquetebol, em 1988 (juvenis) e 1990 (juniores), na semana passada, portanto, era do domínio da ficção científica imaginar com os meus inesquecíveis companheiros dessas epopeias um português na então liga dominada por Magic Johnson e Larry Bird — agora pensar que teríamos um dia um compatriota, no caso o grande Neemias Queta, com um anel de campeão, isso, nem no sonho mais cor de rosa.
No duelo que consagrou os Celtics, no TD Garden, a quatro segundos do intervalo Joe Mazzulla fez saltar do banco, em estreia nessa noite, Payton Pritchard, enquanto Luka Doncic, estrela dos Dallas, tentava a sorte da linha de lance livre. O esloveno falhou o segundo, Al Horford ganhou o ressalto, passou a bola a Pritchard, este driblou uma vez e antes da linha de meio-campo lançou certeiro com a rede a balançar já o tempo se esgotara no trajeto mágico até se consumar o buzzer beater. No Jogo 2 vira-se filme igual, no final do terceiro período, e na carreira do base norte-americano há outros exemplos de jogadas tiradas a papel químico a provar que o impossível, naquelas mãos, pode tornar-se realidade.
Se Roberto Martínez é fã de baloncesto, não sei, mas a entrada de Francisco Conceição aos 90 minutos do desafio frente aos checos (escrevo antes do jogo com a Turquia), para jogar os quatro de compensação (juntamente com Pedro Neto e Nélson Semedo), fez-me lembrar a aposta de Mazzulla em Pritchard.
Ao soar do gongo, as duas foram premiadas com três pontos, bafejadas pela sorte que faz campeões, compreensível a opção do técnico de 35 anos no especialista dos Celtics em milagres na luta contra o relógio, difícil de perceber a decisão do espanhol, demasiado tardia, apesar de ter resultado em cheio. Três dos suplentes utilizados por Martínez, recorde-se, estiveram no golo da vitória portuguesa — Gonçalo Inácio desmarcou Pedro Neto, que cruzou e Francisco Conceição concretizou.
Após 112 dos 341 segundos que jogou, o extremo (ainda) do FC Porto marcou, justificou no relvado a fama — e o proveito — de espalha-brasas e desempenhou papel semelhante ao de Payton Pritchard.

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Podia ser o início de uma anedota… Sabem aquela do treinador português contratado para orientar o Vasco da Gama e que ao fim de quatro jogos em 18 dias foi despedido por ter um empate (Cruzeiro) e três derrotas (Flamengo e Palmeiras, favoritos no Brasileirão, e Juventude). Álvaro Pacheco atravessou o Atlântico de boina e enfiou um barrete — que não perdoe um cêntimo da indemnização a que terá direito."

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